Sonetos de amor e desamor

Sonetos de amor e desamor Vários autores




Resenhas -


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Davi Teixeira 05/04/2024

Muito bom.
Uma ótima coletânea de amor e desamor. Contém ótimos poemas de diversos autores, conhecidos ou não. Um livro curto para ler e reler.
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Dani - Amando Leitura 29/12/2023

Ó minha poesia...
Eu amei cada soneto, descobri mais poetas que não estão nos grandes livros ou são famosos. Fiquei encantada com o tanto de poeta aqui do RS, que nunca tinha ouvido falar. Muito bom mesmo! Obrigada ao organizador e a editora. Recomendo a leitura e com certeza vou procurar livros de cada autor em especial.
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Tori 12/09/2023

Para os adeptos da sofrência
Eu vi um pessoal reclamando da seleção feita para esse livro, mas não tive esse mesmo problema. Talvez por estar vivendo aquela fase (a de gadear). Acho incrível o contraste das diversas emoções retratadas sobre um sentimento específico, como o amor, e de como ele pode ser belo, caótico, desesperador, etc.

Também acho uma oportunidade interessante para ter contato com autores que normalmente não teríamos tanto interesse prévio, principalmente por essa ser uma leitura disponível no kindle unlimited. Muito bom para dar uma sofridinha rápida, ou fazer mil marcações.
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Leandro.Bonizi 19/12/2022

Nessa compilação alguns sonetos parecem-me fugir da temática. E composta por dezenas de poetas, a que possui mais poemas selecionados nessa obra é Florbela Espanca, com seis poemas. Segue o que me chamou a atenção:

Neste, de Camões, há uma característica comum de racionalizar sentimentos:
"(...) que nesta regra dos amores
pelo todo também se toma a parte"

Este trecho de Florbela Espanca lembrou-me Caetano Veloso no trecho "Buscando em outros braços seus abraços":
"Mas eu sou a manhã: apago estrelas!
Hás de ver-me, beijar-me em todas elas,
mesmo na boca da que for mais linda!

E quando a derradeira, enfim, vier,
nesse corpo vibrante de mulher
será o meu que hás de encontrar ainda…"

Identifico-me com esse:
"Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,

Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!"

Neste, Cláudio Manuel da Costa fala de um paradoxo do amor que quando mais quem se ama cria resistência, mais a pessoa a ama:
"Mas se na incontrastável pedra dura
do teu rigor não há correspondência
para os doces afetos de ternura,

cesse de meus suspiros a veemência;
que é fazer mais soberba a formosura
adorar o rigor da resistência"

Neste Alvarenga Peixoto fica na dúvida entre o amor de Estela e Nise, concluindo assim:
"Vem, Cupido, soltar-me destes laços,
Ou faz de dois semblantes um semblante,
Ou divide o meu peito em dois pedaços!"

Esse de Santa Rita Bastos trata do amor como pecado:
"Desculpa tenho na paixão insana:
que ou mandasse-me o céu o ser primeiro,
ou fizesse de ferro a carne humana."

Em "Corrida de amor", Vicente de Carvalho fala da amada que foje dele de trem, mas:
"'Não há dificuldade que não vença
tão forte amor', pensei. (...)

Com denodo, atirei-me sobre a linha...
Mas, ao fim de uns três passos, vi que tinha
para tão grande amor, bem curtas pernas"

Também me identifiquei com esse de Marta de Mesquita da Câmara:
"Sou eu, sou eu que ainda não morri
— nem a morte me quer, ao que parece —"

Bocage também faz paradoxo do sentimento e da razãp:
"Quantas vezes, Amor, me tens ferido?
Quantas vezes, Razão, me tens curado?
Quão fácil de um estado a outro estado
O mortal sem querer é conduzido!
(...)

É lei da natureza, é lei da sorte
Que seja o mal e o bem o matiz da vida"

Hildo Rangel, tratando dos padoxos do amor:
"deste amor que é o melhor dos meus pecados
e deste pranto — o melhor dos meus castigos"

Este de Cruz e Sousa vou postar na íntegra, falando de amor sob um prisma simbolista:
"Grande amor, grande amor, grande mistério
que as nossas almas trêmulas enlaça...
Céu que nos beija, céu que nos abraça
num abismo de luz profundo e céreo.

Eterno espasmo de um desdejo etéreo
e bálsamo dos bálsamos de graça,
chama secreta que nas almas passa
e deixa nelas um clarão sidéreo.

Cântico de anjos e arcanjos vagos
junto às águas sonâmbulas de lagos,
sob as claras estrelas desprendido...

Selo perpétuo, puro e peregrino,
que prende as almas num igual destino,
num beijo fecundado num gemido"

"Improviso", de Francisco Moniz Barreto:
"(...)
Ser feliz e ser logo desgraçado;

Desejar tanto mais quão mais se prive
(...)
O que isto é, a todos nós ocorre:
— Isto é amor, e deste amor se vive!
— Isto é amor, e desde amor se morre!"

Este, de Hildo Rangel , é mais erótico:
"SEIOS

Teus seios pequeninos que em surdina,
pelas noites de amor, põem-se a cantar,
são dois pássaros brancos que o luar
pousou de leve nessa carne fina.

E sempre que o desejo te alucina,
e brilha com fulgor no teu olhar,
parece que seus seios vão voar
dessa carne cheirosa e purpurina.

Eu, para tê-los sempre nesta lida,
quisera, com meus beijos, desvairado,
poder vesti-los, através da vida,

para vê-los febris e excitados,
de bicos rijos, ávidos, rasgando
a seda que os trouxesse encarcerados."
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Thaianne 29/09/2022

Boate Azul dos Sonetos 😅
"Há uma primavera em cada vida:
é preciso cantá-la assim florida,
pois se Deus nos deu voz foi para cantar"

Amar, Florbela Espanca

"Doente de amor, procurei remédio na lírica profunda." kkkk

"Sonetos de Amor & Desamor" é, como revela o título, uma seleção de sonetos, organizados, pelo que entendi, pela editora L&PM e confeccionados em sua maioria no final do século XIX/início do XX. Pelo período, predomina ainda, no que concerne ao conteúdo, a vibe do romantismo (a sofrência com alguma classe kkk), embora tenhamos composições parnasianas, simbolistas (como o famoso "Versos Íntimos", de Augusto dos Anjos), do arcadismo, etc. O livro pode ser quase que uma aula de literatura, tendo muitos autores do cânone (além de sonetos consagrados), como Cruz e Sousa, Castro Alves, Machado de Assis, Olavo Bilac, o próprio Augusto dos Anjos, Fernando Pessoa, a turma da Inconfidência Mineira (Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto), etc., e Florbela Espanca, que me foi uma grata surpresa. Achei uma boa seleção. A relativa variabilidade de autores (relativa porque temos, por exemplo, poucas mulheres, mas senti que o editor teve um olhar que buscou para incluí-las), evitou certo cansaço que tive lendo outros livros de um só autor do mesmo período, que traziam poemas de amor em sequência com abordagem muito similar. Nesta obra, por sua vez, além das abordagens diferirem, houve também poemas de desamor, como o título diz. Não amei todos os poemas (teve um poema sobre uma cortesã que inclusive me deixou um pouco brava com o autor), mas, no geral, gostei do livro. Não fui tão marcada por outros autores da seleção como por Florbela Espanca. Entretanto, o saldo é positivo: posso dizer que gostei de mais poemas do que desgostei kkk.

"Grande amor, grande amor, grande mistério
que as nossas almas trêmulas enlaça...
Céu que nos beija, céu que nos abraça
num abismo de luz profundo e céreo.

Eterno espasmo de um desejo etéreo
e bálsamo dos bálsamos de graça,
chama secreta que nas almas passa
e deixa nelas um clarão sidéreo. [...]

Selo perpétuo, puro e peregrino,
que prende as almas num igual destino, [...]"
Grande amor, Cruz e Sousa

Obs.: À época, estava disponível no Unlimited.
Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
Belo poema postado, do nosso grande Cruz e Sousa que conseguia ser original mesmo ao falar de amor.




Katia Rodrigues 28/05/2022

Chatão
Achei a seleção dos sonetos bem duvidosa para não dizer ruim. O que salvou a leitura foram os sonetos do Bocage:

Ó retrato da Morte! Ó Noite amiga,
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha do meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!

Pois manda Amor que a ti somente os diga
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel que a delirar me obriga.

E vós, ó cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos, como eu, da claridade!

Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores.

A obra do Bocage é marcada por aspectos de dois movimentos literários: Arcadismo e Romantismo. Nesse soneto, o eu lírico, não sendo correspondido pela amada, fala da morte como saída para a angústia de viver, ou seja, um soneto claramente romântico.

Falando do livro... não percam o tempo de vocês ??
Kleber 28/05/2022minha estante
Esse soneto do Bocage tá bem Byroniano, amo muito!


Katia Rodrigues 28/05/2022minha estante
Verdade, Kleber




Maria11360 20/04/2022

Sonetos de diversos autores
O amor e o desamor nos sonetos de grandes poetas: A paixão, o encanto, a beleza, o sentimento... A traição, a ilusão, o desprezo, a recusa...
Prefiro ler sonetos ao ler poesia , ao meu ver, é mais fácil a leitura e a compreensão, e esta coletânea foi uma boa experiência neste quesito. Confesso que quase desisti no início, não estava conseguindo " entrar " na leitura, mas poesia é assim mesmo, é preciso ler e reler e nem sempre conseguidos entendê - la. Os sonetos da segunda metade do livro me apreciaram mais, saldo positivo. Espero relê - los novamente.
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