O colonizador

O colonizador G.G. Diniz




Resenhas - O colonizador


12 encontrados | exibindo 1 a 12


Wlange 15/09/2020

O Colonizador
Achei bem envolvente. O texto enxuto me agradou também. Acho que, na ficção científica, é fácil o autor exagerar na exposição e acabar criando um texto cansativo, então foi legal ver que isso não acontece nesse livro. A ambientação é suficiente, não vi muitos excessos nem faltas. Só o que senti um pouco de falta foi de uma maior caracterização dos personagens, principalmente da Uzoma, que chega a ter o ponto de vista explorado, mas com quem não consegui me conectar. Mas acho que seria difícil escapar disso mantendo a proposta de uma narrativa curta.

A história mostra situações que se relacionam muito com a realidade brasileira, como a carência de recursos pra pesquisa e o descaso generalizado das autoridades. Acho que o tipo representado pelo dr. Costa é bem identificável na nossa realidade também, e não só no Brasil.

O jeito como o problema do fungo se relaciona com a questão do assédio traz mais camadas de sentido pra narrativa.
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Chris108 19/06/2023

Tenso
Parece uma história alienígena bem padrão de cinema, o final me deixou bem desmotivada. Esperava algo diferente
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ericateodorop 27/09/2020

Foi a primeira obra que li da autora, mas estava com certa expectativa porque eu já a acompanhava nas redes sociais. E mesmo que eu não tenha dado 5 estrelas, gostei muito da leitura.

Vou tentar falar um pouco da história sem dar spoiler: Jandira está trabalhando em um laboratório e tendo que lidar com o Dr. Costa, que além de ser incompetente e preguiçoso, vive a assediando no ambiente de trabalho. E claro que sua incompetência o leva a cometer um erro terrivel. Um fungo começa a se espalhar, aí os médicos e pesquisadores precisam fazer algo pra amenizar a situação.

A leitura fluiu bem pra mim e conseguiu me deixar tensa e surpresa em vários momentos. E não só isso, a autora abordou assuntos como assédio/abuso sexual no ambiente de trabalho (eu queria que isso fosse mais abordado ou que tivesse um desfecho diferente, mas mesmo assim gostei) e a falta de recursos enfrentada pelos pesquisadores.

Algo que me incomodou um pouco foi a pouca descrição da aparência dos personagens. Talvez não deu pra focar muito nisso pelo tamanho da obra, mas eu senti falta.

Na história tem uma personagem negra e lésbica. Fiquei bem feliz quando descobri porque é sempre bom ter diversidade e tal, ainda mais em histórias de ficção científica (eu, pelo menos, só acho mais em livros de romance). Mas, pensando bem, não gostei de como foi feita a representatividade lésbica. Uma frase foi colocada de maneira meio infeliz quando foi revelada a sexualidade da personagem. Não é meu local de fala, por isso perguntei a opinião de quem tem e a pessoa concordou que, pelo contexto, ficou estereotipado. Mas conversei com a autora sobre isso e ela foi super gentil e aceitou a crítica.

É isso. Gostei da escrita da autora e pretendo ler outros trabalhos dela.
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souphiss 06/07/2023

Muito bom
Tô quase lendo a coleção toda, não sei mais parar. Esse em específico é mais um ?horror?, coisas de fungos e infecções. Acho que esse tipo de narrativa é melhor escrita em textos mais longos, mas com o tamanho que teve, o texto foi ótimo.
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Roberto 08/09/2020

O pesadelo de dias ruins
Com a proposta de explorar a evolução da ficção científica nacional, a editora Plutão decidiu criar a série Ziguezague, onde apresenta três “ondas” capazes de construir um panorama da literatura especulativa no Brasil, resgatando autores e obras que contribuíram para a formação do gênero no país, assim como difundindo nomes promissores. Portanto, tivemos autores pioneiros da “primeira onda”, como Jeronymo Monteiro (com seu Três Meses no Século 81); e logo chegamos aos grandes historiadores e divulgadores do gênero, como Finisia Fideli (O Ovo do Tempo), na “segunda onda”. Para a “terceira onda”, a editora traz alguns autores que representam a atual literatura FC, com a sua rica diversidade e uma forte identidade.

Da “terceira onda”, o nome que mais me chamou a atenção foi Gabriele Diniz (mais conhecida por G.G.Diniz), alguém que eu já sigo há um bom tempo, não só pelas obras literárias, mas pelo ótimo canal no Youtube, intitulado Usina de Universos, onde faz suas resenhas e analisa o cenário do mercado editorial brasileiro (quando não decide simplesmente sentar em sua rede e divagar sobre temas problemáticos de suas leituras).
Autora fortalezense, Diniz também criou, ao lado de Alec Silva e Alan de Sá, o movimento literário Sertãopunk, uma resposta direta ao chamado Cyberagreste, que infelizmente caiu em território de apropriação cultural ao ter autores não-nordestinos escrevendo sobre algo que não faz parte de sua realidade. Assim, o Sertãopunk realmente se beneficia do enorme diferencial de lugar de fala e vivência. Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo do próprio Alan de Sá: Por que fazer o Nordeste Sertãopunk?.

Em sua primeira colaboração com a editora Plutão, G.G. Diniz acaba de publicar O Colonizador, uma noveleta “curta”, ainda assim um de seus trabalhos mais envolventes, não só pela premissa com elementos de ficção científica, mas a execução inteligente de temas delicados, como violência e abuso.

A narrativa de Diniz tem êxito quando procura construir uma atmosfera de incerteza e tensão entre os personagens. Cada diálogo é revelador, sem tornar o texto desnecessariamente expositivo, ainda mais considerando como a autora precisa conciliar o drama da protagonista com o desenvolvimento da ficção científica.

Entre os comentários repulsivos do dr. Costa e o dilema de Jurema, sem saber como lidar com o assédio de seu supervisor, também há espaço para introduzir e estabelecer bem personagens coadjuvantes, a maioria com características e personalidade bem definida, o que não é essencial para a quantidade de páginas de noveleta, mas importa para a narrativa mais sensível de Diniz.

Ainda que a subtrama envolvendo um “fungo extraterrestre” seja relevante para o enredo, o que realmente chama a atenção em O Colonizador é a abordagem inteligente e delicada para um necessário debate sobre assédio e violência sexual. Além disso, não faltam críticas à falta de recursos para o setor de pesquisas científicas no Brasil.

O que pode ser um incômodo para alguns é a mudança em tom quando a história se aproxima dos capítulos finais, trazendo uma abordagem mais voltada para a ação, o que compromete o drama por uma tentativa de aumentar a escala do núcleo especulativo. Esse desvio narrativo acaba se mostrando um pouco impaciente ao executar sequências que lembram outros thriller FC, como os filmes Alien ou O Enigma de Outro Mundo.

Há um outro tropeço na revisão do texto, principalmente na perspectiva do narrador. A obra é apresentada por um ponto de vista em primeira pessoa, mas por algum motivo, um dos capítulos tem uma mudança inesperada para a terceira pessoa. Pode ser uma decisão da autora, mas pareceu confuso e sem propósito, por isso imagino que seja algo que passou despercebido pela revisão. Felizmente, nada que atrapalhe a experiência geral.

O Colonizador é mais um grande acerto da editora Plutão, que dessa vez trouxe uma das vozes mais fascinantes da ficção científica nacional contemporânea. Gabriele Diniz traz uma narrativa provocante, sem esquecer que uma das características mais fortes da ficção especulativa é aproveitar o universo fictício para comentar uma realidade que precisa ser encarada.

site: https://medium.com/primeiro-contato/o-colonizador-g-g-diniz-o-pesadelo-de-dias-ruins-59423aae91a2
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Maikel.Rosa 03/12/2021

Simplesmente devorei essa história, que aborda os riscos de uma interação com vida alienígena de um jeito nada convencional - um recurso que também adorei explorar em meu conto "Rebanho".

Desde o início já compartilhei do desconforto da protagonista, que se envolve em um projeto arriscado, com poucos recursos e ainda chefiado por um assediador narcisista e manipulador. A autora situa a gente tão bem na trama que não tem como não se identificar com a personagem principal, nem como não se revoltar com o descaso dos responsáveis pela instalação de pesquisa onde trabalha. Um scifi completo, ainda mais pra quem curte um bom terror espacial!
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chuwanning 01/07/2023

Orra diacho
São 23h48min do dia 01-07-2023, acabei de terminar a leitura e caramba. caramba.
primeiro, eu tenho um lance ruim com ficção científica. sempre me sinto muito entediado com os termos, não gosto quando a construção de mundo é aquela coisona exagerada de detalhes, também sinto falta de algo que seja ágil porque os enredos sempre são tão insossos e devagar.

não acontece isso aqui. aliás, graças a livros indies br, eu tenho a chance de vez ou outra me deparar com histórias boas assim, que me trazem uma perspectiva muita boa do sci-fi. digo isso porque em 81 páginas O Colonizador consegue criar tensão, estabelecer um conflito claro, desenvolver secundários e afins, e montar toda uma cadeia do caos que te faz terminar de ler pensando que, eita, que coisa horrível, mas também faria isso! adoro como as coisas correm, sinceramente. adoro que não gasta tempo em coisas inúteis, é tão pá, pei, pow. os detalhes são colocados de maneira estratégica e tudo flui! sério, que conto BOM, assim, nossa... muito bom mesmo.
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Paulo 22/10/2020

Usar a ficção científica para falar de temas contemporâneos, para mim, sempre foi um dos melhores empregos do gênero. Afinal, o escritor de scifi está fazendo nada mais do que especular o que pode acontecer em um futuro, seja ele próximo ou distante, partindo de suas experiências atuais. G.G. Diniz usa sua experiência com o que é trabalhado atualmente acerca do assédio feminino para alimentar uma história aterrorizante que não deixa nada a desejar a narrativas como O Invasor de Corpos, de Jack Finney.

Jandira é uma estudante que vai a um centro de pesquisas isolado em um lugar gelado onde ela está fazendo uma pesquisa revolucionária: um fungo do espaço foi retirado em excelentes condições de um meteorito. Sob a supervisão do dr. Costa, ela pode estar a caminho de uma pesquisa muito boa no ramo de exobiologia. Só que ela precisa lidar com o seu supervisor, um megalomaníaco egocêntrico que dá em cima de todas as mulheres do centro de pesquisas. E parece estar com uma fixação por ela justamente por ela estar negando os seus avanços. Se já não bastasse isso, o “ilustre doutor” é fissurado em gravar vídeos para as suas redes sociais com as suas últimas “pesquisas”. Bem… na verdade, as pesquisas de Jandira, já que ele é um preguiçoso completo. Para a cereja do bolo, o centro de pesquisas é uma verdadeira espelunca, com equipamentos em péssimo estado de conservação e tudo faltando. Uma receita completa para o desastre.

Esse é o meu primeiro contato com a escrita da autora e eu gostei bastante do que vi. Ela tem uma boa noção sobre criar tensão. O gênero do terror só funciona direito quando a tensão cresce aos poucos e o leitor vai se sentindo sufocado dentro de um espaço. A narrativa é em primeira pessoa vista do ponto de vista da Jandira. E ela consegue nos passar muito bem aquilo que está acontecendo com ela: seus medos, inseguranças, frustrações. Podemos dizer que parte da narrativa é um scifi que se passa dentro de um laboratório e parte é uma narrativa de terror nos melhores moldes de sobrevivência.

Posso dividir minha resenha em duas partes e isso vai justificar por que eu dei quatro estrelas: a primeira metade que é muito boa e a segunda que é arrastada. Na primeira parte temos o desenvolvimento do cenário onde se passa a trama. Ela se foca bastante na relação entre Jandira e o dr. Costa. O quanto ele a assedia e ela demonstra a sua insatisfação diante disso. O leitor consegue se relacionar por que esse é um problema vivido por várias mulheres: como lidar com alguém em uma relação de poder? Denunciar? Se manter calada? O psicológico da personagem é amplamente explorado pela autora. Acho até que isso poderia ter sido poderia ter sido mais explorado ao lado da narrativa de fundo.

No fundo desse problema vivido pela personagem, temos um outro plot se desenvolvendo: o fungo vindo do espaço. De alguma maneira (não vou dizer como) o fungo começa a se espalhar pelo centro de pesquisas. E vai demorar um pouco até que o perigo seja percebido. Gostei desse momento inicial quando tudo parece nublado e a gente não sabe quando as coisas vão acontecer. Quando chegamos na segunda metade, tudo parece ter virado Alien. Aí é que temos uma virada narrativa. Para mim, eu preferiria que a autora tivesse mantido um clima mais sutil na maneira como ela lidava com o fungo e sua invasão. Isso porque a narrativa dá uma guinada estranha para o final.

Aí chegamos na segunda metade. E essa é a parte que eu não gostei. Por que filmes como O Enigma de Outro Mundo fazem a gente ficar com medo? Porque mesmo quando a narrativa está avançada, John Carpenter segurava a mão e continha as sequências de ação para que a história não saísse do controle. O espectador precisa ficar tenso o tempo todo. Não saber de onde vem o problema. Se ele souber onde o problema está, o medo se reduz pela metade. Por isso é importante esconder e não esconder ao mesmo tempo. Nesse ponto eu acho que a autora errou a mão. A narrativa me pareceu arrastada até um final anti climático. Claro, tem um momentinho final interessante, mas mesmo assim.

De qualquer forma O Colonizador é um ótimo thriller scifi com aquela vibe de filmes como O Enigma de Outro Mundo e Alien. Ao mesmo tempo a autora usa o gênero para discutir o tema do assédio sexual e como isso afeta pessoas que estão sob a supervisão de alguém em posição de poder. Uma narrativa tensa que tem uma brusca virada narrativa lá pela metade e vai fazer você permanecer lendo até o final para saber o que acontece.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Thiarlley 28/02/2021

"O Colonizador" de G. G. Diniz, parte da coleção ZigueZague da Plutão Livros é um daqueles livros para ler inteiro de uma vez só. Ambientado em um laboratório precário de uma base distante da terra, acompanhamos a pesquisadora Jandira que precisa lidar com um supervisor invasivo que passa muito tempo importunando- a do que de fato trabalhando.

Além de ter que suportá-lo, aguentar as saudades de casa e contar os dias para o fim do projeto, Jandira precisa trabalhar o dobro para suprir a incompetência de seu supervisor que, em um descuido característico dele, comete o pior dos erros dentro de um laboratório e que pode, não só ser fatal, como também colocar em perigo a vida de todos na base.

A escritora é ótima! Confesso que achei o início um pouco arrastado, mas quando peguei o ritmo, devorei o livro. Gostei da abordagem e da veracidade dos acontecimentos, é perceptível que a autora se dedicou muito a pesquisa para passar credibilidade, principalmente nos conhecimentos mais específicos.

De novo, a Plutão traz ficção científica brasileira de qualidade neste livro que é curto de tamanho, mas enorme em história e conteúdo. Como já falei aqui antes, não consumo muito livros desse gênero, mas estou sendo surpreendida a cada nova leitura.
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Thays 10/01/2023

Simplesmente incrível! Mais uma ficção científica brasileira que entrou para a minha lista de favoritos.
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