Cris Paiva 01/06/2017
Alexandre, o Grande
Quando comprei o livro há muitos anos no sebo, eu ainda tinha o filme fresco na memória, e queria saber mais sobre o misterioso Bagoas, que aparecia muito pouco no filme. O tempo passou e acabei me esquecendo dele. Esse ano, 2017, eu dei uma limpa na estante e resolvi dar mais uma chance para os livros esquecidos.
Mary Renault vai se utilizar da historia um tanto romanceada do escravo Bagoas, para contar a história de Alexandre. Com base nos poucos fatos conhecidos ou especulados a respeito do escravo; sua origem nobre, a escravidão e servidão como eunuco e na prostituição, ela vai traçando um panorama da época.
Bagoas ainda menino se tornou eunuco e acaba sendo explorado por seu senhor, e com o tempo e ajudado por sua beleza acabou sendo vendido para a corte de Dario, onde foi entregue para Alexandre como um tipo de “premio de guerra”.
A narração é toda pelo ponto de vista do próprio Bagoas, ele contra suas impressões sobre sua infância, a vida na corte de Darius, os costumes da época e sua estranheza quando ele foi entregue para Alexandre, que não era nada do que ele esperava de um comandante e rei tão famoso. Alexandre não tinha luxos, vivia só com um pouco mais que seus soldados, comia a mesma comida, andava sobre cavalos e não em liteiras e vivia uma vida muito longe do luxo e esplendor das cortes onde ele cresceu. Homem estranho era esse tal de Alexandre...
Bagoas se tornou amante de Alexandre, e passou a cuidar do seu bem estar, o que muitas vezes era uma tarefa impossível, no meio de tantas andanças, campanhas e guerras intermináveis. Alexandre queria conquistar todo o mundo conhecido e partir para conquistar o que ainda ninguem conhecia. Sua meta era chegar até a beira do mundo e voltar de lá, e Bagoas foi junto a cada passo do caminho.
Eu recomendo arrumar um bom mapa bem detalhado para acompanhar essa história nos detalhes. Muitas vezes ela se torna uma narrativa das campanhas militares, então tambem é bom procurar uns bons textos no google sobre as campanhas de Alexandre. Eu achei um blog ótimo (que perdi o link) onde eu fui acompanhando todas as campanhas do Oriente e conforme o livro as citava, e a reconstituição histórica da autora é maravilhosa. Ela deu vida e história prórpia para todos os personagens, que não passavam de meros nomes e títulos. Fui chegando no final com medo, e claro, desabei em prantos.
Minha admiração pela figura de Alexandre aumentou muito, a autora humaniza a figura e mostra que ele um homem grande em muitos sentidos, e que sua admiração pelo seu povo, soldados e até pelos vencidos era mais que merecida. Era uma pessoa tão notável que até hoje se mantém viva.