Os Rebeldes

Os Rebeldes James A. Michener




Resenhas - Os Rebeldes


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Luiz Pereira Júnior 18/07/2020

Mudam-se os tempos, mudam-se os best-sellers...
Sempre me surpreendem as diferenças entre os best-sellers de minha época de juventude e os atuais. Não sou saudosista no estilo “os da minha época eram melhores”, mas certos aspectos daqueles antigos best-sellers parecem ter deixado de existir.
Um desses aspectos diz respeito às obras de James Michener, que décadas atrás eram sucesso de vendas (que saudades do Círculo do Livro!) entre leitores de várias faixas etárias. A diferença principal entre as obras de Michener e os romances atuais diz respeito à enorme quantidade de páginas (normalmente mais de 500 em suas obras) escritas em letra miúda, com milhares de informações e várias subtramas, percorrendo diferentes cenários e com muitas personagens (mas com foco recaindo sobre oito ou nove deles).
Para ter uma ideia simples do que estou falando, basta dizer que em “Os Rebeldes” são abordados: os conflitos de gerações, a formação das novas repúblicas africanas, a dependência química, os movimentos alternativos da sociedade contemporânea, os conflitos raciais, as guerras contemporâneas, a questão judaica, as corridas de touros, a evasão por meio de desejos irrealizados, a violência policial, a deserção militar, a música como formadora do caráter humano e da nostalgia pelo tempo da juventude... Isso tudo em diferentes cenários (Noruega, Estados Unidos, mundo árabe, Marrocos, Espanha, Portugal, Israel e por aí vai). E sem contar com a excelente construção dos seis protagonistas, cujas histórias são contadas em detalhes e no contexto em que se possa entender por que são considerados “rebeldes”, de acordo com o título do livro.
Também há que se destacar os aspectos não tão recomendáveis do livro. É praticamente impossível não perceber o machismo, a homofobia e a xenofobia do autor, além de certo maniqueísmo no tratamento de outras culturas (o personagem mais odioso do livro não passa de um estereótipo de um rapaz árabe envolto em todo tipo de corrupção). A bem da verdade, o autor nos mostrou o retrato de sua própria época, em que tais preconceitos se encontravam francamente disseminados e às claras (algo que ainda ocorre nos dias atuais, inclusive de forma mais velada).
Ao comparar com os romances atuais parece que essas obras são de outro gênero. Boa parte dos romances escritos (principalmente para os jovens) parece seguir a seguinte cartilha: é feita em letras (fontes) enormes, apresenta diálogos em todas as páginas, a média parece ser em torno de 300 páginas, poucos personagens (e muitos deles francamente superficiais, praticamente sem construção), sem descrições de lugares que possam nos dar um pouco de voo à nossa imaginação (parece que os personagens são jogados no cenário em que se desenrolará o enredo e pronto!). Não digo que isso é melhor nem que isso é pior. Cabe a você, leitor, decidir-se.
Vale muito a pena ainda ler essa obra, que parece datada se levarmos em conta o ano em que foi publicada (1979), mas o ser humano permanece o mesmo. Hoje, os rebeldes seriam outros, mas os sentimentos humanos não desaparecem. Apenas se transformam...
Christian Homem de Melo 08/09/2021minha estante
Brevíssimo




M! 03/10/2012

Um livro que passa de geração para geração apaixonados por um boa leitura!

Obrigado, tio Álvaro!
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