Esther 18/08/2013Uma relação de amor e ódioO texto completo está no link:
Está aí um livro que causou opiniões mais diversas do que o faz a Valeska, poposuda. Leitores tem pela obra uma verdadeira relação de amor e ódio que eu nunca tinha visto nesse tipo de leitura (só em Crepúsculo e Cinquenta tons de Cinza). Isso tem um motivo simples. A questão é que basicamente a obra teve dois tipos de consumidores: os que amam a saga de jogos e queriam se aprofundar na história e os que nunca jogaram e queriam conhece-la. Eu estou no primeiro grupo e me decepcionei assim como quem está no segundo, porém em menor escala.
Quem já conhecia a série, tinha a intenção de pegar o livro e se aprofundar no enredo. Apreciar com detalhes cada momento e missão realizados no jogo. Queríamos (sim, estou me incluindo descaradamente nesse grupo) entender cada nuance da personalidade dos personagens que nos fascinavam tanto. Já quem nunca jogou queria conhecer a história, a saga e se apaixonar pelos personagens dos quais tantos comentam. Também se decepcionaram.
O primeiro livro traz a história de Ezio Auditore logo em sua juventude, em Florença, Itália. Ele é filho de um banqueiro, playboy, malandro e pra lá de carismático. A primeira cena que o livro traz é de uma disputa entre os amigos de Ezio e o herdeiro de outra família inimiga (Como em Romeu e Julieta? Não, graças a Deus).
Porém, logo Ezio descobre que essas disputas com outras famílias são peixes pequenos perto da disputa maior que o pai dele enfrenta. Isso porque os templários são como as pessoas mimimi, estão em todo o lugar. Giovanni, o pai de Ezio e na verdade um assassino, luta para que os inimigos não alcancem o poder.
É claro que nem todas as lutas se travam com espadas. Muitas são ganhas com papel e tinta como diria Twin Lannister , mas continuemos. É montada uma intriga contra os Auditores que vai mudar drasticamente a vida de Ezio e também permitir que ele se inteire do que credo ao qual descende.
Esse é o panorama que o livro e o jogo trazem. Os problemas começam a partir daí. Quem jogou, sabe exatamente o que vai acontecer e como vai acontecer. Afinal, o jogador já lutou com o Ezio, já venceu todos os “quick events”, já completou as quests, etc. O que esperar então como fã?
Você espera mais! Você espera detalhes! Você espera pensamentos e impressões! Eu imagino que alguém que tenha jogado o game, só compraria o livro porque já gosta da série. Se a pessoa já sabe a história, o texto só serviria para te dar mais informações, fazer com que você sentisse ainda mais a personalidade do personagem.
E agora quem não jogou? Quem não jogou obviamente já ouviu falar da saga (e deve ter ouvido falar bem) e quer CONHECER a história. Quer saber porque alguns jogadores se tornam tão fissurados com o mundo dos Assassinos.
Aí vem a decepção...
Serei direta: o livro é quase um script do jogo. Há momentos em que a história passa tão rápida que parece que você apenas leu os títulos das missões. Mas quem jogou sabe que não foi aquilo. Quem jogou sabe que levou mais de uns doze minutos só naquela caverna/tumba/esconderijo/whatever-cenário, talvez mesmo que só olhando pros gráficos e detalhes.
Há um trecho que eu cheguei a olhar a numeração da página pra ter certeza de que não tinha pulado alguma. Eu lembrava daquela missão! Eu lembrava o quão demorado tinha sido entrar naquele monastério! E o autor coloca tudo em poucas frases! Ah, pera aê, né!
Confesso que há partes muito boas, que me agradaram. Além disso, por eu já gostar da série, foi agradável ler o livro. Curti mesmo, apesar de todos os momentos de raiva. Acho que é por isso que muita gente amou o livro. A história, mesmo com seus altos e baixos, é boa e interessante.
Mas entendo que, para quem não conhece a história, talvez não tenha ficado claro toda aquela magia que nos atrai em Assassin’s Creed. Faltou aquela atração e fascínio que a longa trajetória dos assassinos nos desperta.
Ainda assim recomendo a leitura. Dá para passar um bom momento com Ezio e o Credo naquele livro.
site:
http://cantinhodaesther.wordpress.com/2013/08/28/a-saga-assassins-creed-e-o-livro-de-oliver-bowden/