A mão esquerda da escuridão

A mão esquerda da escuridão Ursula K. Le Guin...




Resenhas - A Mão Esquerda da Escuridão


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Alexandre 26/06/2022

Um tema incrível!
Na minha opinião, é um dos temas para ficção mais interessantes que já surgiu. Abriu minha cabeça para entender muita coisa que acontece em nossa sociedade nos dias de hoje. Como nosso jeito de ser foi moldado pelo lugar onde estamos e por nossas divisões sexuais. Imagina uma sociedade que vive em um planeta extremamente frio, onde os humanos não tem um sexo definido... E esse sexo só se define (homem ou mulher) praticamente na hora H com chances iguais de ser um ou outro e depois volta ao "normal". Questões como estupro, formação de sociedade, complexo de Édipo... TUDO funciona de uma maneira diferente. Apesar do tema incrível, achei em alguns momentos o livro um pouco extenso demais, o que deixou a leitura um pouco entediante as vezes. Mas valeu muito a pena para que hoje eu repense e avalie melhor as cenas cotidianas que vejo por aí.
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Picles 15/08/2021

O estranhamento ao outro e o reconhecimento
Esta história é simplesmente uma das melhores que já li. De início, o livro demora a engatar, com muitos nomes complicados de ler e lembrar. Mas vale a pena insistir, pois da metade pra frente, o que era uma viagem interplanetário, torna-se um jogo político, cheio de tramas. Para além da crítica em relação ao gênero, se faz também necessário o olhar para a questão política e democrática daquele planeta.
O final é realmente inesperado.
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Paloma 18/05/2021

Alteridade
Que leitura rica! Nos provoca tantas reflexões sobre a existência humana e nos apresenta uma nova perspectiva do que é (e o que pode ser) o Ser Humano. É desconcertante a crítica e a quebra dos papéis de gênero que a Úrsula faz; um elemento tão definidor na nossa sociabilidade. Um baita exercício de alteridade.

Não consigo falar muita coisa para não dar spoiler, mas considero essa uma leitura quase que obrigatória para os amantes de literatura em geral.

ps: Para quem não tem muito contato com ficção científica talvez encontre algum desconforto na experiência de leitura, eu sou uma dessas pessoas. Mas por gostar muito dos principais - na minha opinião - elementos desse gênero: estranhamento e reflexão filosófica; ainda sim gostei bastante da experiência de leitura.
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Maria Terra 20/01/2024

Tudo que eu não esperava
Em 1970, Ursula ganhava seu primeiro Prêmio Hugo com ''A mão esquerda da escuridão'' e por isso eu escolhi essa obra linda pra ter o meu primeiro contato com a escritora.

Dar uma nota para esse livro foi uma coisa que eu me esforcei muito pra conseguir fazer, e isso tudo porquê a leitura foi na direção oposta de tudo que eu imaginava.

Como boa leitora de ficção científica, esperava que esse livro desenvolvesse temas como viagem estelar, salto no tempo, planetas desconhecidos e afins... e o que eu tive a honra de encontrar foi uma escritora sensível e sem igual, que desenvolveu do zero uma língua, meses, dias, horas, estações, clima, população e sociedade como eu nunca vi. Tive o privilégio de adentrar a cultura de um povo andrógeno e assexuado, com seus costumes e cultura completamente diferentes, e ver como a autora trouxe a questão do gênero desses ''alienígenas'' como o motivo primordial que difere nós, terráqueos, deles (esse livro não é sobre militar, não vá esperando isso).

Ursula me mostrou algo que eu nunca tinha visto, e por isso esse livro me encantou tanto. Uma verdadeira gênia da ficção científica.

O motivo das 4 estrelas é que ela também não se preocupou em ser prática e concisa, e tiveram momentos que eu só desejei que aquela viagem fosse mais curta, ou que ela não descrevesse tão detalhadamente aquele cômodo.
Definitivamente pretendo ler mais obras dessa incrível mulher.
Kaue1704 08/02/2024minha estante
Oi, Maria!
Estou lendo esse livro no momento e me surpreendendo muito. Me leva a pensar o quão incrível é criar uma nova sociedade a partir de uma visão antropológica totalmente especulativa. A maioria das vezes a ficção científica está propensa a fazer especulações com a biologia e tecnologia, né?
Depois desse já vou partir para "Os despossuídos"!




Michele Boroh 29/02/2024

O pé esquerdo da propaganda
Eu esperava pelo menos um pouco de coerência com a publicidade superlativa em torno da obra e da autora, mas foi uma leitura recheada de clichês; de críticas já batidas antes; uma tentativa de afetar complexidade em elementos - nomes de pessoas, lugares, calendário... - que, além de não somar, atrapalham a fluidez; trechos arrastados e longos muito além do necessário e a "criação" de um mundo - ela que é elogiada como, entre outros, uma 'criadora de mundos' - não só muito pobre em criatividade, mas cheio de falhas e inconsistências Físicas e Astronômicas.

Na época da publicação, e acredito que esse foi o principal motivo de ser resgatado atualmente, ela pode até ter sido ousada com a abordagem dos papeis de gênero, mas até isso eu achei raso. No raso, aliás, fica toda a sua abordagem da psicologia humana.

Terminei na força que assumi com o clube de leitura, caso contrário teria abandonado.
Alê | @alexandrejjr 05/03/2024minha estante
Eu fiquei curioso com o título e com a tua posição política, Michele. Confesso. ?


Michele Boroh 07/03/2024minha estante
Oi, Alê! O título foi só um trocadilho mesmo com o próprio título do livro. Mas, sim, pode ter alguma pista sobre minha posição, não nego. ? E ela é: não ser paquita de nenhum político nem partido nem ideologia, me manter lúcida e limpa o máximo possível. ?


Alê | @alexandrejjr 07/03/2024minha estante
Boa, Michele! Manter a dúvida talvez seja a melhor maneira de exercer a lucidez.


Alex 13/03/2024minha estante
Talvez você não goste muito do tipo de ficção científica dela ou mesmo da escrita. Acontece.


Ricardo Tavares 08/04/2024minha estante
Minha opinião é semelhante a sua. Li Philip K. Dick e Isac Asimov. Dois mestres da ficção científica. Ursula não me fisgou. Só terminei a leitura porque escolhi o audiolivro. No modo Epub


Ricardo Tavares 08/04/2024minha estante
Não consegui ler o livro (e-book). Ouvi no modo áudio e achei muito arrastado e confuso.


Michele Boroh 09/04/2024minha estante
Nossa, Ricardo! A leitura também pode ser definida como o áudio: arrastada e confusa. Terminei para não falhar com o clube de leitura e o efeito foi igual em todos os membros: ninguém gostou do livro. Valeu por conhecer a autora e uma obra, mas infelizmente caímos na eficiência da publicidade. Obrigada pelo comentário! Abraço!




leiturasdaursula 04/07/2020

Instigante, mas um tanto arrastado
A história é sim interessante, mas há bastante detalhes da natureza gélida, dos costumes e da política. Isso torna a leitura lenta e arrastada. Porém, eu gostei da perspectiva da autora, do olhar futurista, visto que a obra foi escrita em 1969. Vale conhecer esse mundo aonde prevalece o andrógino e não há diferença entre os sexos!
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Fabio.Nunes 08/03/2024

Transgressor
A mão esquerda da escuridão - Ursula K. Le Guin
Editora: Aleph, 2019
Março de leituras só das minas.

Planeta Gethen. Também conhecido como Inverno.
Um planeta habitado por uma espécie humana um tanto diferente da nossa: os gethenianos são andróginos ambissexuais. Vivem um ciclo de 26 a 28 dias em que em 21 ou 22 são sexualmente inativos e, portanto, não manifestam biologicamente qualquer diferenciação de gênero em seus corpos, parecendo andróginos. Esta é a fase sommer. Nos demais dias entram numa fase chamada kemmer, uma espécie de cio, onde os indivíduos podem manifestar características sexuais caso haja parceiros para tal. Em não havendo parceiros, permanecem andróginos. Encontrando um parceiro também na fase do kemmer, o indivíduo começa a desenvolver características sexuais (hormônios e órgãos genitais) de um dos gêneros, enquanto o outro se desenvolve no sentido oposto, havendo também a possibilidade de parceiros Kemmer do mesmo sexo, mas que são muito raras.

"Luz é a mão esquerda da escuridão
e escuridão, a mão esquerda da luz.
Dois são um, vida e morte, unidas
como amantes no kemmer,
como mãos entrelaçadas,
como o fim e a jornada."

Como emissário do Ekumen (uma espécie de ONU interplanetária) conhecemos Genly Ai, um homem terráqueo e negro que chega a Gethen para propor aliança com as outras humanidades espalhadas pelo universo conhecido. Por meio desse protagonista tomamos conhecimento dos povos e países do planeta Inverno, e passamos a conhecer sua complexidade, tanto no âmbito sociológico quanto em termos mitológicos, biológicos e psicológicos.

Saliente-se que Genly Ai mostra-se um narrador não confiável, cheio de seus próprios preconceitos de gênero que acaba por se transformar enquanto convive e estuda, tal qual um antropólogo, os gethenianos.

Esse é o mote da obra. Mas não toda ela. Um livro curto para aquilo que se propõe e para a miríade de assuntos que aborda. Não se espante com o início, pois ele causa bastante estranheza. Aguente firme, pois depois a coisa deslancha.

Ursula Le Guin nos presenteia com uma obra de impacto criativo, acima de tudo ? transgressora. Uma ficção científica, publicada no auge da contracultura (1969), de viés feminista que discute a normatividade de gênero e nos instiga a sair do lugar-comum. Este é um livro cheio de subtextos, de sagacidade nas entrelinhas, que não se dispõe a dar respostas, mas a apresentar questões que devem ser pensadas ? sobre política, religião, patriotismo, papel de gênero, sexualidade, amor.

Por ser uma ficção que se desenrola num mundo totalmente novo, eu, como leitor organizado que sou, senti falta de um mapa - pelo amor de Simone de Beauvoir né Ursula! Personagens zanzando pra lá e pra cá o tempo todo e nenhum mapinha pra ajudar ao leitor a se achar (Tolkien se revira em seu túmulo). Mas claramente essa era a intenção da autora, chamar a atenção para aquilo que realmente importa nessa obra.

Em resumo, um bom livro para se realizar leitura conjunta viu. Dá o que falar.

"a verdade é uma questão de imaginação. O fato mais concreto pode fraquejar ou triunfar no estilo da narrativa: como a joia orgânica singular de nossos mares, cujo brilho aumenta quando determinada mulher a usa e, se usada por outra, torna-se opaca e perde o valor. Fatos não são mais sólidos, coerentes, perfeitos e reais do que pérolas. Mas ambos são sensíveis."
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"- (...) você sabe, por experiência própria, o que é patriotismo?
_ Acho que não sei. Se por patriotismo você não queira dizer amor pela própria terra, pois isso com certeza eu sei o que é.
_ Não, não quero dizer amor, quando falo em patriotismo. Quero dizer medo. Medo do outro. E suas expressões são políticas, não poéticas: ódio, rivalidade, agressão. Cresce dentro de nós esse medo."
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"Choque cultural não era quase nada comparado ao choque biológico que sofri como macho humano em meio a seres que eram, oitenta porcento do tempo, hermafroditas assexuados."
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"Lendas sobre previsões são comuns em toda a Família Humana. Deuses falam, espíritos falam, computadores falam. Ambiguidade oracular ou probabilidade estatística fornecem escapatórias, e as discrepâncias são eliminadas pela fé."
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"_Ainda não percebeu, Genry, porque aperfeiçoamos e praticamos a vidência?
_ Não...
_ Para demonstrar a completa inutilidade de saber a resposta à pergunta errada."
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"Fardo e privilégio são compartilhados de modo bem igualitário; todos têm o mesmo risco a correr ou a mesma escolha fazer. Portanto, ninguém aqui é tão completamente livre quanto um macho livre, em qualquer outro lugar."
(...)
"Considere: uma criança não tem nenhum relacionamento psicossexual com sua mãe ou seu pai. O mito de Édipo é inexistente em Inverno."
(...)
"Como ocorre com todos os mamíferos, exceto o homem, o coito só pode ser realizado por convite e consentimento mútuo;"
(...)
"Considere: não existe nenhuma divisão da humanidade em metades forte e fraca, protetora/protegida, dominante/submissa, dona/escrava, ativa/passiva."
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"Por ser tão estritamente limitado pela natureza, o ímpeto sexual dos gethenianos não sofre realmente muita interferência da sociedade; há menos sexo codificado, canalizado e reprimido do que em qualquer sociedade bissexual que eu conheça. Abster-se é uma decisão inteiramente voluntária; entregar-se ao prazer é um ato inteiramente aceitável. Medo e frustração sexuais são ambos extremamente raros. Este era o primeiro caso que eu via de um propósito social indo de encontro ao impulso sexual. Por ser uma supressão, e não meramente uma repressão, não causava frustração, mas algo mais funesto, talvez, com o decorrer do tempo: passividade."
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" Como se pode odiar, ou amar, um país? (...) Conheço pessoas, conheço cidades, fazendas, montanhas, rios e rochas, sei como o sol poente do outono se esparrama pela face de um certo tipo de terra arada nas montanhas; mas qual o sentido de impor uma fronteira a isso tudo, dar-lhe um nome e deixar de amar o lugar onde o nome não se aplica? O que é o amor pelo seu país? É o ódio pelo seu-não país?"
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"Amigo. O que é um amigo, num mundo onde qualquer amigo pode ser um amante quando muda a fase da lua? Não eu, trancado em minha virilidade: não era amigo de Therem Harth, ou de qualquer outro de sua raça. Nem homem nem mulher, nenhum dos dois e ambos, cíclicos, lunares, metamorfoseando-se sob o toque das mãos, crianças defeituosas colocadas no berço da humanidade, não eram carne da minha carne, não eram meus amigos; não haveria amor entre nós."
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"É bom ter um objetivo na jornada que empreendemos; mas, no fim das contas, o que importa é a jornada em si."
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"Acho que a coisa mais importante, o fator isolado de maior peso na vida de alguém é se nasceu macho ou fêmea. Na maioria das sociedades esse fator determina as expectativas da pessoa, suas atividades, seus pontos de vista, sua ética e conduta... Quase tudo. Vocabulário. Usos semióticos. Roupa. Até a comida. (...) É extremamente difícil separar as diferenças inatas das aprendidas. Mesmo onde as mulheres participam, em igualdade com os homens, na sociedade, ainda são elas, afinal, que ficam grávidas e cuidam praticamente sozinhas da criação dos filhos..."
(...)
"(...) não posso lhe dizer como são as mulheres. (...) De certa forma, as mulheres são mais estranhas para mim do que você. Com você eu pelo menos compartilho um dos sexos..."
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"Vi então novamente, e de uma vez por todas, o que sempre tivera medo de ver e vinha fingindo não ver nele: que ele era uma mulher, assim como era um homem. Qualquer necessidade de explicar as origens desse medo desapareceu junto com o próprio medo; o que me restou, finalmente, foi a aceitação dele tal como era."
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"Não tinha pensado, quando falei, no desprezo dessa gente pelo suicídio. Para eles, assim como para nós, não se trata de uma escolha. É a renúncia à escolha, um ato de traição. Para um karhideano que lesse nossos cânones, o crime de Judas não estaria na traição a Cristo, mas no ato que, selando o desespero, nega a chance de perdão, mudança, vida: seu suicídio."
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"não havia sombra para revelar nada."
Mel 08/03/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Fabio!!!! Já tinha o interesse de ler esse livro, e lendo sua resenha só me deixou com mais vontade!!
Você é brilhante com as palavras!!


Fabio.Nunes 08/03/2024minha estante
Ôh Mel, obrigado pelo "brilhante". São seus olhos. ?


Max 08/03/2024minha estante
Fábio, quando eu crescer, juro, vou fazer resenha igual você! ?


Max 08/03/2024minha estante
Senti, Fábio, como você bem disse, o tema é maior que o livro, devia ser, no mínimo uma trilogia, com mapa né!


Fabio.Nunes 09/03/2024minha estante
Kkkk que isso Max, vc é o cara. E sim, trilogia com mapa!


Flávia Menezes 09/03/2024minha estante
Como diriam os cariocas: aulas!
É o que eu tenho pra dizer de uma resenha de um livro que eu achei ter uma trama bem complexa (e totalmente fora da minha zona de conforto), mas que já dá vontade de conhecer só de ler sua resenha.
Mas uma vez?amigo? aulas! ??????


Fabio.Nunes 09/03/2024minha estante
Flávia querida, grande bju e mto obrigado


Regis 10/03/2024minha estante
Quando for iniciar esse livro, voltarei aqui para ler essa maravilhosa resenha e não me espantar, tanto, com o início da leitura, Fábio.
Parabéns pela resenha instigante e esclarecedora! ???


Fabio.Nunes 10/03/2024minha estante
Querida Regis, agradeço o carinho. Grande bju




Gabriel 21/03/2021

Uma leitura cansativa e confusa, porém vale a pena
É um excelente livro, discute questões bem importantes e nos possibilita refletir muito durante toda a leitura. A introdução do livro é incrível e acredito que vai agradar os leitores de ficção científica. O interessante é que eu durante toda a leitura me senti diante de um mundo alienígena, estava tão deslocado assim como o personagem terráqueo, Genly Ai. Além disso, foi o primeiro livro no qual não consegui imaginar nitidamente como seria os personagens, pois eles fogem dos padrões de gênero os quais estamos acostumados. É bem interessante imaginar como seria o planeta e a cultura de seus habitantes, inclusive há alguns capítulos que demonstram a mitologia do povo de Gethen, estes são pontos bem fortes do livro. Contudo, não consegui me conectar a narrativa, achei uma leitura muito arrastada e por vezes deparava-me com conceitos que não eram explicados de forma clara. A autora tem uma escrita bem descritiva, e isso se torna bem cansativo. Porém, vale a pena a leitura, com certeza terminará o livro com uma série de questões na cabeça.
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Marcus 02/11/2021

O ser humano de verdade, sem rótulos
Fiquei pensando desde que acabei a leitura no que eu poderia escrever em uma resenha que resumisse minha experiência com esse livro, que vinha lendo há quase 3 meses. Fiquei até com um pouco de preguiça, porque não conseguia imaginar algo curto ou direto; o que eu não imaginava quando comecei a leitura. Achava que seria rápida por ser um livro curto, pouco menos de 300 páginas.

A história não é muito complexa. Genly Ai é um enviado do Ekumen, uma união de planetas que compartilham recursos e conhecimentos entre si, que pousa no planeta Gethen, também chamado de Inverno, com a missão de convencê-lo a se unir aos outros mundos. No entanto, dois fatores complicam muito que tal aliança se forme, por conta da forma que ambos tornam a vida dos gethenianos tão diferente: o ambiente hostil e gelado e a biologia dos nativos, todos andróginos. Há duas grandes nações, uma solitária e orgulhosa, a outra burocrática e suspeita. O clima perigoso e as relações sociais tão distantes reforçam em Genly a sensação do que ele é, um alienígena.

Apesar do mundo tão interessante e das sociedades tão bem construídas, o que mais me chamou atenção no livro foi a forma que, aos poucos, a autora usou dessas nações e personagens para discutir os temas que desejava, não de forma prolixa, mas calculada, fazendo com que a maior parte do tempo gasto na minha leitura fosse depois de o livro ser fechado. Uma motivação da Ursula para escrever esse livro foi a pergunta que fez a si mesma: "O que é ser mulher", mas a sensação que tive enquanto lia e depois que terminei o livro foi de que ela perguntava: "O que é o ser humano, além do gênero?". E com gênero, não apenas a ideia de homem e mulher, mas tudo que é afetado pela existência do mesmo, ou seja, toda a identidade de alguém e suas relações sociais, de o que e quanto alguém come numa refeição à forma que sua sociedade se organiza, uma vez que essa é o primeiro rótulo colocado em alguém, a primeira pergunta feita sobre um bebê recém nascido.

Sem esses rótulos, o que nos une e divide, o que nos move, quem somos nós? O que sobra? Acho que isso é o que o livro tenta perguntar ao leitor do único ao fim.
João Pedro 07/11/2021minha estante
Excelente sua reflexão, Marcus. O que é o ser humano, além do gênero? Concluí a leitura ontem e ainda sigo refletindo sobre.


Marcus 07/11/2021minha estante
Muito obrigado! É realmente uma leitura muito reflexiva, o livro fica com a gente por muito tempo depois da "leitura" em si.




Gui Dante 11/01/2021

Um estudo antropológico relevante até hoje
Uma obra publicada na década de 60 que debate a questão de gênero que até agora está a frente do seu tempo, através do desenvolvimento de uma sociedade em que este conceito de homem e mulher não existe e todos são iguais, portanto ninguém tem suas habilidades e competências postas em dúvida por causa disso. O universo desenvolvido aqui é muito bem detalhado. A história tem um ritmo lento, sem grandes cenas de ação, um jogo político mais sutil acaba predominando. Me fez refletir por muito tempo depois de concluído e até hoje
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Thiago Araujo 15/10/2020

Mesmo em outro planeta, ainda é política...
O pano de fundo é a montagem de um bloco interplanetário. Um ente político que facilitem a vida e a transferência tecnológica entre os planetas mais distantes.

Mais superficialmente, uma camada de relacionamento interpessoal, que gira em torno de como seres diferentes pensam e enxergam o sexo de cada um.

Le Guin foi ousada e escreveu algo muito diferente de tudo que já tinha visto. A ficção científica serve para abraçar essa ?loucura? e a embrulha para presente ao leitor.

Nesse mundo, em quem confiar? Como agir? Os instintos são desafiados a cada página. Onde menos se espera, se encontra um amigo. Onde eu esperava encontrei uma ótima estória.
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thirtywishes 02/07/2013

Um estranho no ninho.
Vocês não vão acreditar no motivo que eu tive pra ler este livro. Muitos me considerarão bobo e inculto. Outros provavelmente me olharão com uma cara de "Você não tem mais nada para fazer da vida?". Eu, no entanto, espero que exista um terceiro grupo que apenas solte umas risadas e replique um "Ok, acho que eu já fiz algo parecido". Bom, por onde começar? Alguém aqui já viu O Clube de Leitura de Jane Austen? Eu sei, eu sei, não exatamente o começo mais esperado para essa história...

Bem, existe uma personagem nesse filme chamada Jocelyn que é o que eu chamaria de uma Emma da atualidade. Após a separação de sua melhor amiga com o marido, a doce casamenteira tenta reencontrar um amor para sua velha parceira... Amor o qual, ela acredita estar no charme de Grigg, um jovem nerd um pouco fora dos padrões. Assim, Jocelyn o convida para participar de um clube de leitura só de livros da Jane Austen para, quem sabe, juntar o casalzinho indiretamente. Só que Grigg, na verdade, se interessa por Jocelyn e tenta constantemente interessá-la em seus ~livros estranhos~ de ficção científica. E entre esses livros estava, nada mais nada menos que A Mão Esquerda da Escuridão da Ursula K Le Guin. (Sim. Foi um personagem fictício que me fez ler esse livro, me apedrejem!)

Leia mais no nosso site:
http://www.escolhendolivros.com.br/2013/02/a-mao-esquerda-da-escuridao-ursula-k-le.html
janaynah29 23/05/2015minha estante
Embora não seja exclusivamente por esse motivo que estou lendo esse livro, mas eu também fui influenciada pelo "Clube de leitura de jane austen".


Thaís 08/03/2018minha estante
Se eu te disser que compre esse livro hoje na Saraiva por esse mesmo motivo, você acreditaria? Está nos meus desejados há anos-luz justamente por causa do filme! Amor esse filme de paixão embora nunca tenha lido as obras de Austen. (Que estão na fila também)

Não se sinta sozinho nessa situação! Incultos, uni-vos! hahahaha



Tai 07/09/2020minha estante
Te apedrejar? Nunca! Seria hipocrisia, pois já fiz isso. Não gostei da saga Crepúsculo, por exemplo. Mas não posso dizer arrependida de ter lido, pois, se não fosse ela, eu não teria "conhecido" Jane Austen... Então, eu te entendo... rsrsrs

A proposito, já vi O Clube de Leitura da Jane Austen. E adorei!!! rsrsrs




Carla.Ligia 05/06/2022

Me destruiu 5??
Gente... dos 60% em diante toma um fôlego que só lendo para entender.
E o final? Chorando até agora???
Se você curte ficção científica é um livro ótimo, se não, é ótimo também, kkkkkkk
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Jessica858 23/03/2021

A leitura confunde no início pois tem muitos termos diferentes mas com o decorrer da leitura ela flui. Um livro muito cheio de detalhes e emoção.
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