Os Desencantados

Os Desencantados Budd Schulberg




Resenhas - Os Desencantados


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otxjunior 06/10/2014

Os Desencantados, Budd Schulberg
Terminada a leitura, descobri decepcionado que ainda não existe uma versão para o cinema de Os Desencantados, o que seria uma ótima opção no lugar de outro remake de O Grande Gatsby. O romance é baseado numa experiência real do autor. Ele era um jovem roteirista de Hollywood na década de 30 quando tornou-se parceiro de trabalho do escritor F. Scott Fitzgerald, a quem Schulberg idolatrava. Basicamente acompanhamos o processo criativo do script, que para um representa o início de uma promissora carreira em Hollywood como roteirista, e para o outro o suporte financeiro que fará com que ele se dedique integralmente a seu próximo livro, sua última esperança de retorno aos anos gloriosos.
Aliás, o contraste entre os anos 20 e 30 é essencial para o entendimento do trágico personagem do escritor. Enquanto que os anos pré-depressão norte-americana passaram como uma extravagante e maravilhosa festa, Manley Halliday encontra-se totalmente fora de seu elemento na nova década, completamente desestruturado pessoal e profissionalmente. Sempre alcoolizado e afogado em dívidas, gradualmente o mito do herói vai se desconstruindo às vistas de seu maior fã. Dessa forma, Os Desencantados é um estudo de personagem fascinante. As descrições das reuniões de intelectuais e celebridades, regadas por champanhe e embaladas por jazz, fazem um contraponto preciso com os novos ideais da década marcada pela Grande Depressão de 29. Os obstáculos para a finalização do roteiro são absurdos e garantem os momentos cômicos do livro. Fica claro a total falta de interesse do "gênio" por um trabalho comercial de cinema. As reminiscências de Halliday durante o processo criativo dirigem-se quase que exclusivamente a sua ex-mulher. Assim como Daisy em O Grande Gatsby, Jere Wilder (do Inglês, wild quer dizer selvagem) representa o sonho americano, o espírito de uma década perdida.
Além de ser um conto sobre fama, integridade e sobrevivência, Os Desencantados ainda se destaca por ser tão comovente e autêntico quanto qualquer biografia.
Daniel 06/10/2014minha estante
Eu gostei deste livro, mas achei a narrativa um pouco arrastada... Li com a maior vontade de gostar, gosto do Fitzgerald, gosto da época em que se passa a trama, gosto do tema (roteirista em Hollywood...) Mas, sei lá... não me arrebatou como achei que seria.


Arsenio Meira 06/10/2014minha estante
No início, concordo com o Daniel: achei meio modorrento o ritmo. No entanto, à medida em que Manley (claramente Scott) afundava-se em alcool e nas lembranças dos anos loucos, Budd retomou o leme, e ele próprio um integrante/protagonista deste roman à clef, fez exatamente o que sua resenha descreveu tão bem, Osman, principalmente em seu arremate: "um conto sobre fama, integridade e sobrevivência, Os Desencantados ainda se destaca por ser tão comovente e autêntico quanto qualquer biografia."


otxjunior 06/10/2014minha estante
Verdade. As primeiras cem páginas demoram a passar. Mas todas as cenas do passado me encantaram muito. Sem falar que as trapalhadas da dupla (perdidos na neve, brigas em bares, perseguições a trens) fragilizaram tanto o protagonista, que eu estava super interessado em seu desfecho e torcendo. hahaha
Achei muito bem escrito, diga-se.




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