Delianne 19/12/2020
A obra da Denise Maurano busca responder os mistérios e vícios das nossas tragédias amorosas, que frequentemente empenham-se para autenticar o valor da nossa existência.
Fala sobre a responsabilidade que impomos ao amor para nos sentirmos plenos, e viabiliza, através da criação do belo e do encontro com o feminino, outras meios, não de encontrar a *plenitude*, pois é algo inalcançável, mas de aliviarmos o peso de nossa existência que é escravizada em nossa própria natureza.
Lacan fala sobre uma precariedade em nossa orientação instintual que não possui objeto específico de satisfação, tal como a água é para a sede. Trata-se de uma Coisa perdida. Logo, o desejo com o reencontro com a coisa perdida, a qual supostamente nos traria plena satisfação é alienado no Outro. Contudo, o DESEJO não é passível de REALIZAÇÃO, pois isto implicaria na morte do desejo, e consequentemente, do próprio psiquismo, uma vez que é esse desejo que nós coloca em movimento.
Após expor nossa natureza INCURÁVEL, e nossa existência ESCRAVIZADA, Lacan sugere que o sujeito acolhe a falta através do amor. O amor, por sua vez, é descrito por LACAN como a partilha dessa falta, é o dar o que não se tem. Só assim seria possível escapar da repetição.
É uma grande retomada à obra de platão: o banquete