Ket 17/04/2020
Nota final: 3,5
Não é um thriller policial, tampouco um suspense de tirar o fôlego, mas tem um charme estranho. Achei Baltimore Blues um livro gostosinho, que aposta na aparente mediocridade de sua protagonista para conquistar o leitor.
Tess é uma ex-jornalista sem planos para o futuro que vive, literalmente um dia após o outro de forma bem monótona. Sua rotina, no entanto, dá uma guinada quando ela recebe uma proposta de ganhar algum dinheiro se investigar a namorada do melhor amigo (que ele acha que o está traindo). Mas a coisa vai acabar evoluindo para assassinato e Tess vai acabar envolvida na bagunça toda.
O mistério em si não empolga (a pessoa acusada de assassinato é terrivelmente apática), e em mais de um momento eu quase esqueci do caso. O que traz algum brilho ao livro é a personalidade da Tess: ela é irônica de um jeito quase ofensivo, mente com facilidade e, por trás da fachada desleixada, existe um cérebro inteligente, porém muitas vezes preguiçoso. O livro também é uma ode à Baltimore, mas para um leitor não familiarizado com a cidade - que eu acredito que seja grande parte, eu me incluo - muitas descrições de bairros e regiões soam vazias.