O duplo

O duplo Fiódor Dostoiévski




Resenhas - O Duplo


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Lukas 10/04/2024

Paranoia
Essa é a palavra que e o sentimento que vai te acompanhar o livro inteiro enquanto estamos vendo o mundo na perspectiva do protagonista.
Golyadkin é um protagonista que pessoalmente me causou um sentimento de pena, apesar de seus atos muitas vezes impulsivos e desesperados ele claramente não aprecia ser uma pessoa ruim, só socialmente incapaz.
E tudo isso culmina com o duplo, sua cópia exata que lentamente usurpa a vida de Golyadkin, sendo uma seu "eu maligno" na visão do protagonista ele basicamente é bom em tudo que Golyadkin é ruim então esse sentimento de paranóia quanto a esse personagem (algumas vezes justificável) segue por toda a obra
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Bia 06/04/2024

Você é capaz de se entender e aceitar seus limites?
Antes de mais nada, para aproveitar esta leitura, tenha em mente uma coisa: você estará acompanhando uma pessoa mentalmente desequilibrada.

Golyádkin é um personagem não confiável, e com o tempo o narrador basicamente se funde ao personagem. Existe uma tez confusa proposital na obra, os diálogos são entrecortados, há uso de reticências e excesso de vocativos. Tudo isso complementa o quadro para que nós sintamos o que é verdadeiramente o estado do nosso herói.

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Golyadkin é um conselheiro titular, cargo que não lhe concede muita possibilidade de ascenção social, mas isso não o impede de almejar uma melhora de status.

Dono de seu apartamento, empregador de um criado e detentor de uma poupança que o permite alguns luxos pontuais, Golyádkin decide ir a uma festa de aniversário da filha de um ex-benfeitor.

Ele não apenas se sente convidado a esta festa, como também sente uma pequena possibilidade de ser candidato à mão da aniversariante, caso consiga uma promoção (que não recebe).

Antes de comparecer a esta festa, o personagem decide passar no seu médico, e nesse interessante diálogo conhecemos uma fração da psique do nosso herói.

Porfundamente solitário, sem qualquer habilidade social, totalmente tenso e preocupado com seu status e sua visão perante a sociedade, Golyádkin é um homem á beira do colapso.

A festa é um desastre absoluto que o joga do penhasco de uma vez, e o duplo aparece.

Completamente idêntico a si em aparência e histório, o segundo é o perfeito oposto em personalidade; e "daí para frente, é só para trás".

Com a chegada do duplo, nós acompanhamos o declínio da psique do Golyádkin e podemos perceber o quanto ele já estava fragilizado por toda sua condição.

Um inpato para relações sociais, Golyádkin parece sempre culpar a todos por serem falsos e usarem máscaras, quando ele é apenas um homem "simples e honesto, sem rodeios".

Para mim, Dostoiévski tentou traduzir o quando o status de limbo em que alguns trabalhadores públicos ficavam naquele período pode afetar um cidadão e além de tudo, o quanto a dualidade pode ser ao mesmo tempo incômoda e nata a um ser humano.


site: https://www.tiktok.com/@bia_e_livros/video/7341149163377134853
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Alan Santana 05/04/2024

O Duplo
Das obras de Dostoiévski que li, essa foi a mais difícil de ler. Não pela dificuldade de compreensão, mas pelo ato de ler em si; o texto possui muitos diálogos e o protagonista é extremamente repetitivo nas palavras que usa para se expressar (fruto, claro, de sua personalidade e condição exploradas na história), o que torna o ato de ler um pouco chato, mas não diminui de forma alguma a genialidade já conhecida do autor.

Logo no início somos apresentados ao senhor Golyadkin, um servidor público de São Petersburgo que ocupa uma das mais baixas classes sociais da Rússia, mas que não é, de forma alguma, pobre ou miserável. Muito pelo contrário, possui um apartamento próprio, criado e até algum dinheiro guardado. O senhor Golyadkin, porém, acredita ter alcançado um status social grande o suficiente para aspirar mais, o que o faz agir como se fosse ?mais do que é?; aqui temos uma crucial diferença entre Gente Pobre (primeiro livro de Dostoiévski), onde o protagonista vive à beira da miséria e tenta manter sua dignidade: o senhor Golyadkin luta e sofre por causa de sua ambição: imagina-se como um herói capaz de grandes feitos e, ao mesmo tempo, sua outra metade sabe que é um covarde incapaz de realizar qualquer uma das coisas que imagina.

Em uma das tentativas risórias de se afirmar e ascender socialmente, Golyadkin sofre uma humilhação tão severa que faz com que sua personalidade se divida em duas: temos agora os senhor Golyadkin primeiro e o senhor Golyadkin segundo. Dostoiévski nos mantém na incerteza se o duplo é fruto da psique de Golyadkin ou se realmente existe um sósia (pois sua presença é confirmada por outros personagens em dado momento). A partir daí o protagonista entra em conflito com seu outro eu e tenta a todo momento se afirmar como o verdadeiro Golyadkin, ?bom, honesto, amante da verdade e merecedor de uma promoção?, enquanto seu duplo é um ?velhaco da pior espécie?, mas que, sempre humilha e derrota o senhor Golyadkin primeiro. A progressão da insanidade do protagonista é incrível.

Infelizmente O Duplo não foi compreendido pela crítica e pelos leitores da época, acabando por levar a fama de obra menor de Dostoiévski, mas é indiscutível que está é sim uma obra prima da literatura, com temas psicossociais ainda presentes no dias de hoje e que contribuiu muito para a maturidade do autor e muitas semelhanças com suas grandes obras podem ser identificadas aqui. Recomendo muito a leitura.
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Guilherme.Gomes 11/03/2024

Olha, difícil terminar esse aqui. Os primeiro capítulos, até pouco antes da metade...nossa, foram que nem água. Só que daí pra frente, mais precisamente depois que o Golyádkin encara o seu "colega", aí virou um martírio. Primeiro pq, que personagem chato é Golyádkin, pqp. Travado, roda, roda e não sai do lugar, balbucia, se repete, é passivo com tudo e todos. Ok, ele é um cara angustiado e ansioso, mas bicho, tua vida tá ruindo, tenha sangue!!!! Já tinha lido "Noites Brancas", onde o personagem tbm é bem passivo nas coisas, mas ainda alí tem movimento, Golyádkin é só rodeios. Enfim, talvez seja aqueles livros que se pega nos detalhes, delicados, que tem que ser lido com calma e tals... o que significa que não é pra mim. Vou procurar a fase mais madura do menino Dosto, pq esse início é complicado. Razoável pq, apesar de tudo, a escrita é muito boa assim.
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sam (?) 29/02/2024

Traz certas questões de se levar pra vida, se você souber interpretar.
Seria o duplo aquela parte que o Golyadkin nunca foi, que exerce ações das quais ele nunca teve competência para, e aquele que conquistou o que para o nosso héroi é apenas um devaneio? ou seria ainda também uma reflexão e personalização da persona do mesmo que é indigna, suja, torpe, e destrutiva (no caso, se pode chamar de auto-destrutiva)?
Eu particulamente gostei bastante, li ele picotado mas não impediu que eu tirasse bom proveito dele, e vamos para "O Eterno Marido" e "Noites Brancas"! (e vou, no caso.)
Recomendo o livro.
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Clarissa 27/02/2024

A quem se aventurar, desejo uma boa "viagem"!
Parece que o autor leva o leitor a uma leitura experimental no sentido de conduzí-lo através da mente cindida do personagem principal. Por isso parece tão confusa a leitura. Para mim a história traz uma tensão movida pela confusão na qual o personagem encontra-se. Achei interessante. Há algo também de cômico em alguns momentos da história. Um certo alívio cômico.

O personagem principal parece ser um homem que está doente psiquicamente. Um ser humano que está bem sofrido em sua existência. A invisibilidade que parece sentir e consequentemente a falta de pertencimento, caracterizam a dor do personagem que vai tendo no outro um inimigo, personificado inclusive no seu duplo. Me parece que não se sente alguém amado, desejado, respeitado e reconhecido. Parece que a cisão que estava iminente, rompe após o trauma vivido numa determinada festa de aniversário, onde adoecido, experiencia a rejeição e estranheza dos outros que ali reagem ao destempero dele.

Dostoievski é genial para retratar a complexidade humana. Já li "Memórias do Subsolo", que ao meu ver, é um livro fantástico. Provavelmente por ter essa experiência anterior a leitura de "O Duplo", gostei muito desse, mas não fui arrebatada como no outro. De qualquer forma, Dostoievski promove experiências literárias através dos seus livros. A quem se aventurar, uma boa "viagem"!
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Queridolivro0 20/02/2024

Angustiante ?
O livro é triste demais, é o mergulho dentro de uma mente caótica e perturbada. Realmente Dostoiévski consegue nos confundir com sua narrativa nos fazendo duvidar do que estamos lendo e isso é incrível , já mostra seu talento literário, pois esta foi sua segunda obra.
A leitura por este motivo muitas vezes é arrastada, é importante ler com a mente aberta.
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Fernanda.Caputo 12/02/2024

Não fluiu para mim
Segundo livro do Projeto Dostoiévski, ?O Duplo? foi publicado em 1846, duas semanas após ?Gente Pobre?. Enquanto o primeiro livro do autor obteve grande sucesso desde logo, ?O Duplo?, por sua vez, recebeu muitas críticas e não foi tão bem aceito. Dostoiévski, no entanto, afirmou que ?nunca dei uma contribuição mais séria para a literatura do que essa?.
Confesso que, embora eu tenha compreendido o tema da obra, achei o livro truncado, a leitura não fluiu e foi sofrido terminar. É o primeiro livro que devo admitir que não gostei.
O livro conta a história de um conselheiro titular, um funcionário público de baixo escalão, chamado Yákov Pietróvitch Golyádkin cuja descrição é bem peculiar ?embora sua figura morrinhenta, acanhada e bastante calva fosse exatamente daquele tipo insignificante que à primeira vista não chamaria a atenção exclusiva de ninguém, seu dono parecia gozar de plena satisfação com o que acabara de ver (no espelho)?.
O livro se inicia com sua preparação para ir a um jantar na casa de Olsufi Ivánovitch, que já foi seu benfeitor, embora não fique bem explicada a relação entre eles. Ele faz um desvio e para no consultório de seu médico, Crestian Ivánovitch. Esta primeira parada no médico, já nos dá um indício de que há algum problema com Golyádkin. Depois ele ruma para o jantar, para o qual não fora convidado, e após a humilhação de ser escorraçado dali, acaba por encontrar seu duplo. É uma figura idêntica a si, com o mesmo nome, a mesma origem, o mesmo trabalho.
A história se desenrola em um fluxo complexo. Recebi a dica de ler pensando na mente de uma pessoa que está enlouquecendo e, de fato, é o que acontece.
Ao ler o livro não se sabe se Golyádkin é bipolar, sofre de algum distúrbio de dupla personalidade, se existe um gêmeo do mal, se tudo aquilo está dentro da cabeça dele.
No posfácio escrito pelo tradutor, Paulo Bezerra, ele diz que a tradução deste livro foi uma das mais difíceis, para conseguir transmitir o sentimento e o tom do livro. Neste livro Dostoiévski trata dos temas da duplicidade e do desdobramento da personalidade que vão aparecer em obras posteriores, como Crime e Castigo. Ademais, o livro tem conotações autobiográficas, eis que o autor sofria de uma doença similar à epilepsia e diversas vezes aludiu à duplicidade de sua própria personalidade.
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piips 08/02/2024

Sei que provavelmente é incrível mas simplesmente não funcionou pra mim. provavelmente pq eu li de forma picotada mas o personagem principal é muito querido, ele se sente como uma garota adolescente
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Joana Grigorio 04/02/2024

Alcance
Confesso que não é o meu livro preferido da vida , mas confesso também que esses livros que me ?desagradam? exercem sobre mim, um certo fascínio. O duplo te desconcerta, te deixa cansada, tão cansada que você não consegue ler mais de 20 páginas. É uma mistura de sentimentos angustiantes porque tudo que passa pela cabeça do personagem em algum momento já passou pela sua. Todo mundo já se sentiu um pouco medíocre, invisível, desmerecido em algum recorte da nossa vida. E o duplo te leva pra lá, pra essas sensações. Mas agora você não é mais o observado, você é o observador e fica muito mais fácil se juntar ao coro e criticar seus anseios e aflições. Dá uma vontade danada de entrar no livro pra ajudar. O livro tem outras camadas, claro. Mas essa solidão, incompreensão, essa busca por aprovação e desespero de se auto afirmar ecoaram em mim.
Jamile.Grigorio 17/02/2024minha estante
Fiquei cm vontade de ler só pela tua resenha




Marto 30/01/2024

A alma e a besta
A ideia de duplo aparece em muitos momentos da humanidade m, em outros livros e nos mais diversos contextos. Durante a leitura me lembrei muito da origem da ideia de inferno e de como pros incas a alma possuía uma parte boa e uma ruim. Ao mesmo tempo me peguei pensando em como nosso personagem era o bom e seu duplo era o vil e torpe. Me vi pensando também sobre alguns conceitos psicanalíticos e na construção da ideia de desejo e na impossibilidade do cumprimento dele, a ideia do Isso e do Supereu ficou pairando durante a leitura. Gostei da construção, das divagações e angústias que nosso personagem principal formula a partir de sua duplicidade.
Joana Grigorio 31/01/2024minha estante
Como escreve bonito e difícil. Quero ser assim quando crescer


Marto 31/01/2024minha estante
Kkkkkk jurou




Rafael.Rovath 21/01/2024

O Duplo
O Duplo, de Fiódor Dostoiévski, não é uma leitura fácil. Demorei algum tempo para conseguir finalizar, mesmo não sendo um livro longo.

Neste ensaio começa o interesse do escritor russo pelas profundezas da mente humana, assunto que ele também fez uso em suas famosas obras da maturidade.

A forma experimental com que foi escrito, bastante inovadora para a época (1846), faz com que algumas passagens sejam angustiantes, desconexas até. Essa é mesmo a intenção: retratar uma mente perturbada, com uma personalidade cindida e que coloca o protagonista de frente para si mesmo, seu próprio duplo.

?O senhor Golyádikin reconhecera por completo seu amigo noturno. O amigo noturno era ele mesmo ? o próprio senhor Golyádikin, outro senhor Golyádikin, mas absolutamente igual a ele, era, em suma, aquilo que se chama o seu duplo, em todos os sentidos??

A @editora34 caprichou na edição, que tem ilustrações de Alfred Kubin e a tradução direta do russo feita por Paulo Bezerra - um dos mais competentes tradutores da obra de Dostoiévski.
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Alexandra 20/01/2024

O mito do duplo pelo melhor
Publicado em 1846, o livro traz o mito do duplo, tão explorado na literatura clássica e contemporânea. Almas gêmeas ou complementares? Dostoiévski nos brinda com uma escrita curta, densa e brilhante. Recomendo.
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Jardim de histórias 20/01/2024

Fiodor Dostoievski, um observador de si mesmo
Se te esqueres de mim
Não me esquecerei de ti;
Tudo é possível na vida,
Não esqueças tu de mim!

Uma verdadeira dicotomia, uma divisão do que se é e do que gostaria de ser. Assim Dostoievski nos entrega a sua segunda obra, um livro controverso e muito criticado devido a uma incompreensão dos críticos da época (Vissarion Belinski), não havia um entendimento sobre algo que abordasse tão profundamente um tema sobre o fluxo da consciência, com isso, personalidades como Belinski e Turgueniev, atribuíam a um esboço da própria personalidade de Dostoiévski, criticaram a obra classificando como enfadonha, pouco criativa e superficial. 

Sobre a obra;
Inicialmente, já se percebe o desejo inconsciente do personagem (Golyádkin) pela duplicidade, no que se refere a ser e aparentar ser, o que potencializa a ideia de necessidade de uma projeção social. Ingredientes fundamentais para uma trama sobre dupla personalidade com componentes imaginativos, etc. Só que é aí que entra a genialidade incompreendida de Dostoiévski, com a materialização inverossímil do Duplo. Sim, materialização da subconsciência, dando à trama a sensação de materialidade e qual é o sentido dinâmico que permeia esse conceito? Era através dessa materialização, a possibilidade de acesso coletivo, permitindo o olhar externo, fazendo com que o personagem (Golyádkin), pudesse se confrontar, ou se reconhecer em outra pessoa, enxergando o seu eu, para lidar com sua personalidade, subvertendo suas desvirtudes, facilitando a extração de valores, artimanhas do vasto universo mental.
Um tanto quanto complexo, fenomenal e nem um pouco explicativo e talvez o fato de Dostoiévski não ser um autor autoexplicativo tenha levado a crítica da época a classificar negativamente a obra em questão. O fato é que Dostoiévski é para quem acredita em Dostoiévski, sendo considerado um dos maiores autores da história mundial. 

Sobre a edição;
A edição da 34 coleção leste conta com a extraordinária tradução direta do russo por meio de Paulo Bezerra e também ilustrações, com aspectos fortes, violentos e viscerais, com nuances de esboços do expressionista Alfred Kubin, que dá um tom imersivo e que se funde com a atmosfera mental da obra. 

 
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Felipe Alado 19/01/2024

Foi bom? Mas não funcionou tanto pra mim!?
Em 'O Duplo', Dostoiévski explora os cantos sombrios da psique humana de forma magistral. Em alguns momentos a narrativa de torna até angustiante, afinal de contas, ao longo da leitura, vamos testemunhando o personagem principal perdendo quase que totalmente a sua lucidez.

Porém, parece que eu e o livro tivemos um desencontro literário, como se meu duplo preferisse outra história.? Em resumo, um 'match' que não aconteceu, mas fica aí a recomendação para quem aprecia mergulhar nas complexidades da mente humana, mesmo que eu tenha optado por um 'unmatch' nessa leitura.
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