Lela Tiemi 19/11/2010"Calada, ela acenou com a cabeça e estava prestes a dar as costas. Então, como se tivesse pensando melhor no que ele disse, ela se esticou e o agarrou pelo braço.
- Jack!
- Sim?
- Eu... - ela titubeou. Ela sabia o que queria contar a ele, mas não conseguia criar coragem para pronunciar as pelavras.
Mas, no final, ela nem precisou. Jack colocou uma das mãos dela em seu peito, na altura do coração, e acenou com a cabeça. - Também sinto o mesmo por você." (pág. 233)
Schuyler Van Alen e seu grande amigo Olivier Hazard-Perry estão em uma fila para entrar na nova casa de shows chamada “The Bank” na esquina entre as ruas Houston e Essex, na ilha de Manhattan. A bela Schuyler - uma menina de 15 anos, de cabelos escuros e olhos azuis -, sentia-se irrequieta, com medo de ser barrada com sua identidade falsa, quando vê um garoto bonito, loiro e alto, sendo atropelado por um táxi. Ao correr para o encontro desta fatalidade que estava certa de ter presenciado, vê o rapaz em pé a sua frente; este é ninguém menos que o Benjamim “Jack” Force, integrante da elite do colégio Duchesne: o capitão do time de Lacrosse, o ator principal das peças teatrais, o popular e sempre o centro das atenções ao lado de sua belíssima irmã gêmea, Madeleine “Mimi” Force.
Para a surpresa de Schuyler, Jack – além de conhecê-la pelo nome – se mostra educado, e até um pequeno flerte ocorre na breve conversa, antes de Olivier aparecer e Jack se encaminhar ao super exclusivo clube noturno ao lado: o “Block 122”. Todos os que frequentam este clube são filhos de magnatas: grandes empresários, senadores; todos ricos e poderosos.
Quando as amigas de Mimi que estavam junto com ela na Block 122, Aggie Carondolet e Bliss Llwellyn, resolvem sair para fumar, Bliss se aproxima de Dylan que assim como ela é recém-chegado na cidade e os dois logo iniciam uma amizade que os levarão a sentimentos mais profundos, enquanto Aggie desaparece para ser encontrada morta – ao que tudo indica de overdose. Entretanto Jack acredita que algo mais aterrador ocorreu: Aggie fora assassinada de uma forma cruel; todo o sangue de seu corpo fora sugado.
Além deste triste ocorrido que de certa forma pouco afeta a vida de Schuyler – já que não faz parte dos populares e ela nunca foi amiga de Mimi e Aggie -, outras preocupações vêm lhe perturbando: manchas azuladas têm aparecido em seu corpo, lembranças que não parecem ser suas têm surgido como flashs em sua mente revivendo um passado longínquo, além das tonturas, lapso de memórias e um grande anseio por carnes cruas. Será mesmo que a médica que sua avó marcou, a Dra. Pat, estava certa ao dizer que estava tudo normal?
Criada por sua avó – a “durona” Cornelia Van Alen, uma senhora bela, mas de traços austeros, sempre distante e não muito afetiva –, pois sua mãe está em coma há quase quinze anos e seu pai faleceu.
Muitos mistérios rodam Schuyler sobre seu passado e seu próprio futuro; o assassino de Aggie ainda está a solto e ela é o seu próximo alvo. Shuyler deverá lutar para descobrir a verdade e desvendar tantos mistérios a sua volta.
Eu “torci o nariz” para o livro ao iniciar a leitura, devo confessar. A ideia de a história ter como personagens adolescentes da alta sociedade que gostam de beber e fumar, só pensam em roupas de marcas famosas e carros luxuosos, e em sua própria beleza e poder, nunca me atraiu. E a exata impressão que tive ao início foi de ler “Gossip Girls” com os dentes afiados e a sede de sangue dos vampiros (devo abrir este parênteses para explicar que nunca li “Gossip Girls” e minha referência se baseia nos poucos episódios que assisti da série). A excessiva menção de marcas de roupas e carros irritam, mas compreendo que seja para firmar a grande futilidade de alguns personagens, especialmente Mimi.
Entretanto ao dar continuidade à leitura, eu percebi que somente Mimi é realmente assim tão frívola; na verdade, nem sua amiga Bliss ou seu irmão Jack são superficiais como ela, o que foi um alívio. Muito de “Mimi” na história seria insuportável, apesar de acreditar que ela terá um papel fundamental nos demais livros da série.
Com tantos personagens em destaque senti falta de uma maior profundidade na história, especialmente ao se tratar dos sentimentos dos personagens que poderiam ser mais bem desenvolvido.
E apesar do clima de mistério durante todo o livro, a autora deixou informações demais se acumularem e ao fim foram muitas revelações em poucas páginas. Claro, nem tudo foi revelado, ainda há pontas soltas para os próximos livros, e há muita história para ser contada.
Afora tudo isto, eu gostei do livro – por mais inacreditável que pareça depois de tantas reclamações. Está longe de se tornar meu livro favorito, porém a narrativa rapidamente me manteve envolta em seus mistérios e ansiosa por conhecer melhor a história dos “Blue Bloods”. Gostei da protagonista, Schuyler não é uma vislumbrada pelo mundo tão superficial a sua volta, além de determinada e corajosa. E, seu amigo Olivier é um adorável protetor.
A narrativa é fácil e flui rapidamente, o que me fez ler toda a obra em algumas horas. Quero ler a continuação, tenho sensação de que a série vai melhorar bastante. Assim espero.
A série "Blue Bloods":
01. Blue Bloods
02. Masquerade
03. Revelations
04. The Van Alen Legacy
05. Keys to the Repository
06. Misguided Angel
07. Bloody Valentine
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