Mariana Dal Chico 10/11/2021A vigésima quinta edição da “Antologia Poética” de Pablo Neruda (laureado com Nobel de Literatura em 1971) ganhou nova roupagem em 2021 pela editora José Olympio, que me enviou um exemplar de cortesia. A edição bilingue conta com orelha do escritor José Castello.
O prefácio de Jorge Edwards é de 1968, salienta que os temas centrais dos poemas de Neruda são a amizade e o amor; e diz que nos últimos anos o autor evocou sua infância com frequência em seus escritos.
A tradução é de Eliane Zagury e frisa que a intenção com essa tradução foi “aproximar mais o leitor do texto original, fazê-lo sentir diretamente a comunicação poética de Pablo Neruda. Por isso repudiamos a tradução em verso: os compromissos rítmicos da forma poética são os principais responsáveis pela não fidelidade estrita ao significado original (…)” p.27
Em seguida, Magarita Aguirre faz uma breve cronologia da vida e da obra de Pablo Neruda.
O livro abarca a produção poética literária do autor de 1920 a 1968. Esse foi meu primeiro contato substancial com o autor, que antes eu conhecia apenas por trechos de poemas esparsos.
O que mais me chamou atenção e encantou é a forma como o autor cria imagens vívidas e poderosas a partir de palavras que à princípio nunca pensaria em colocar lado a lado: “ruído de chamas úmidas queimando o céu”, “nadando através de corações submersos e pálidos cadernos de meninos insepultos”, “o mar reparte o som do coração”, “ruídos de espadas inúteis que se ouve na minha alma”, “cemitério de beijos, ainda há fogo nas tuas tumbas”, …
É interessante observar como os objetos poéticos do autor variam com o passar dos anos, como destaca Castello, é uma metamorfose ligeira e fluida, sem necessidade do uso de heterônimos.
Esse é um daqueles livros que vão ficar sempre à mão, pois dificilmente conseguirei esgotar a leitura dessas poesias.
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