A casa de papel

A casa de papel Carlos Maria Dominguez
Carlos Maria Dominguez




Resenhas - A Casa de Papel


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Ladyce 21/05/2011

Uma grande reflexão na arte de ler
Acabo de ler A Casa de Papel do escritor argentino Carlos Maria Dominguez. Lê-se numa tarde, com tempo suficiente para degustar o texto e para reler as partes mais interessantes. É um livro pequeno, quase um conto prolongado. Uma novela, no sentido mais tradicional da palavra, são 98 páginas. E, no entanto, é uma delícia entrar no mundo mágico de Dominguez e nos encontrarmos nesta sala de espelhos que ele criou tão cuidadosamente.

O livro mostra o comportamento de colecionadores de livros ou mesmo de colecionadores em geral. Porque suas atitudes, não importa o que colecionem, (quer sejam caixinhas de fósforo, porcelana japonesa ou livros), suas paixões, suas manias e estranhezas, são todas as mesmas. Carlos Maria Dominguez nos faz pensar nos excessos, no comportamento extremo. Seu livro questiona onde fica aquela linha divisória, invisível, que marca a diferença entre o comportamento do louco e a maneira de ser de quem é considerado normal. Seu foco são livros. Ele explora as conseqüências da paixão por livros como objetos e guardiões de idéias. Mostra também as armadilhas, os perigos, de comprar, armazenar e colecionar livros. Onde e quando parar? Quem determina o limite? Que limite? E com destreza ele faz a pergunta que é o pesadelo de qualquer amante de livros: qual deles guardar, como guardar, onde e por quanto tempo? Depois de algum tempo o que se deve fazer com os livros que você sabe que não irá mais ler?

Na verdade, A Casa de Papel é uma grande reflexão na arte de ler, de estudar e na arte de se colecionar livros e idéias. O texto está repleto de alusões literárias. Diversos escritores e suas curiosas vidas são mencionados. A referência mais central ou talvez eu deva dizer a referência mais entremeada no texto, a que mostra maior afinidade com o livro, é a história do escritor Joseph Conrad, publicada em 1917, que leva o título de Linha de Sombra. Nesta história um marinheiro que quer deixar a vida no mar é seduzido a fazer uma última viagem na qual ele será o capitão do navio. Ele aceita. A viagem se transforma num pesadelo e os homens no navio ficam desesperados e à beira da loucura. Será que colecionar pode levar a um tipo de loucura? Onde está a linha que separa o são, do doente quando o assunto é colecionar?

É impossível ler-se esta jóia de uma só vez sem perder muito de seu charme e tampouco de perder todas as possíveis reviravoltas e afinidades a outros livros que conhecemos. Este é um texto muito compacto: uma segunda leitura certamente enriquece a experiência. Leia uma vez, e depois de novo. Você não se arrependerá. Vai adorar

25/06/2008

Nessa Gagliardi 27/01/2010minha estante
"E com destreza ele faz a pergunta que é o pesadelo de qualquer amante de livros: qual deles guardar, como guardar, onde e por quanto tempo? Depois de algum tempo o que se deve fazer com os livros que você sabe que não irá mais ler?"

E não é que todos nós, os fanáticos, passamos pelos mesmos obstáculos?

Muito boa a sua resenha!



Yasmim 09/10/2022minha estante
Li pouquíssimas partes do livro, abandonei cm prazer! Nd de interessante! Me forcei a ler um pouco dele mas n deu.


Ladyce 10/10/2022minha estante
Que pena Yasmin




Claire Scorzi 29/04/2009

O vicio ou a paixão - ou ambos
Um livro sobre a paixão da leitura, a paixão por livros - ou sobre o vício da leitura, o vício pelos livros.
Dominguéz não é o primeiro, e decerto não será o último, a retratar o amor aos livros muito mais como doença e vício, quase como algo destinado a trazer sofrimento e loucura (ver o excepcional "Auto-de-Fé", de Elias Canetti, ou "Bibliomania" de Flaubert, ou o interessante conto com final detestável (!!!) de Philip Pullmann, "Algo para Ler", ou ainda o delicioso e ambíguo "Ler, viver e amar em Los Angeles"... a lista, como se vê, é grande). Essa visão, confesso, me incomoda e me deixa por vezes zangada: afinal, por que vivemos num mundo onde ser adúltero, mentiroso, alcoólatra, desonesto, etc. etc. tantas vezes é descrito com 'charme' - inclusive dentro da Literatura - e, ao se tratar da paixão de ler, da paixão por livros, a condescendência ou tolerância é tão reduzida?
Talvez porque ler seja um prazer solitário. Porque isola. Porque incomoda - secreta ou declaradamente - aqueles que não o partilham.
O estranho é ver tantos escritores pintando esse retrato negativo, desaprovador, preocupante, do amor aos livros.
Dominguéz pode não ter querido colocar assim. Pode ter desejado apenas escrever uma história diferente e curiosa. Mas a impressão final - a impressão que me fica ao término da leitura de "A Casa de Papel" - é de alguém tanto fascinado quanto atemorizado diante do amor aos livros.
Ou estou vendo demais. Pode ser. De qualquer modo, antes do final, há dezenas de citações de livros e escritores, um prato cheio, saborosíssimo!
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anjapsi 06/12/2009minha estante
Acho que nossos "achísmos" sobre os livros varia muito do momento em que lemos o livro, ou melhor, do momento em que o livro se apresenta a nós para ser lido/devorado... gostar ou não gostar, de um livro ou de um comentário do/sobre o livro é sempre muito subjetivo, particular e se torna mais "universal" quando dividimos isto com os outros leitores ou possíveis leitores... no fim posso dizer que gostei do comentário do livro que gostei muito tb... abraços...




Leila 02/07/2023

A Casa de Papel, escrita pelo argentino Carlos Marías Dominguez, é uma novela que cativa os leitores ao apresentar uma série de referências literárias ao longo de sua trama. Essas referências demonstram uma verdadeira homenagem aos amantes dos livros e mostram a importância da literatura como um elemento enriquecedor para a narrativa. No entanto, é preciso destacar que, apesar dessa abordagem interessante, o colecionismo extremo de um dos protagonistas acaba se tornando um ponto problemático, levando-o à loucura.

Uma das características marcantes de A Casa de Papel é a maneira como o autor utiliza referências literárias para enriquecer a história. Ao longo da narrativa, é possível identificar citações a diversos livros e autores famosos, que vão desde clássicos da literatura até obras contemporâneas. Essas referências criam um diálogo com o leitor e agregam camadas de significado à trama, ao mesmo tempo em que evidenciam a paixão de Dominguez pela literatura.

No entanto, é importante abordar o aspecto problemático do colecionismo retratado na história. Um dos protagonistas da novela é retratado como um colecionador obsessivo, cuja fixação por livros o leva à loucura. Embora essa característica possa servir como um elemento de tensão e drama na trama, também é preciso considerar que essa representação estigmatiza o colecionismo e pode reforçar estereótipos negativos associados a essa prática.

O colecionismo, quando realizado de maneira saudável, pode ser uma forma de apreciação e preservação de objetos de valor sentimental ou histórico. No entanto, ao retratá-lo como uma causa de insanidade para o personagem, a novela corre o risco de criar uma visão distorcida e simplista desse hobby. Seria mais interessante se o autor explorasse as nuances dessa paixão de forma mais equilibrada, mostrando tanto os aspectos positivos quanto os possíveis problemas que podem surgir.

De qualquer forma, achei a leitura uma delícia, além de ser super fluida e rápida, ótima para desopilar ou nesse caso, começar o mês, rs
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Daniel263 01/11/2021

Sobre a leitura e o perigos de obsessões
30º livro lido em 2021.

Um livro curto, praticamente uma novela, sobre paixões pela leitura e pelos livros.

Após a morte inesperada de uma colega de trabalho, o narrador-protagonista recebe um misterioso exemplar de "A linha da sombra", de Joseph Conrad, e parte para uma jornada quase metafísica para descobrir a origem do livro... falar algo além disso seria dar spoilers!

Apesar de não ter nem 100 páginas, a história é carregada de lirismos inteligentes, alusões literárias e tipos de bibliofilias.

Há reflexões interessantes, e até marcantes, sobre a leitura, o estudo e a arte de colecionar livros - e, incluisive, ideias...

Esse livro chegou a mim muito por acaso e achei que é uma ótima novela para ler de supetão!

site: https://www.instagram.com/p/CPbiBIBDp_k/
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Nivia.Oliveira 02/12/2023

Você tem medo de dar um livro de presente a um leitor compulsivo? Sempre se pensa: Ah! Já deve ter lido...! É tão bom quando arriscamos, sem perguntar se o amigo ou amiga já leu, e voilà... acertamos em cheio!

Esse foi seu caso do meu amigo Marcio ! Ele não só me presenteou com uma história incrível, mas com uma homenagem ao livro. É impossível ler “A casa de papel” e não se identificar com um dos personagens apaixonados por livros que aparecem por lá.

Agora vejo este livro, e todos os outros que estão aí conservados na minha estante, como testemunhas de uma parte da minha vida que não regressará. “Não é uma soma de livros soltos.(...) Uma biblioteca é uma porta no tempo.”

Conhecia os perigos de ler... e agora Carlos Dominguez me mostrou os perigos de dar um livro de presente!! “Os livros podem alterar destinos!” E a desolação de me identificar com o escritor argentino Borges: um dia não poder mais ler...

Espero que compreendam agora porque não posso emprestar e nem desfazer de nenhum deles...hehe





site: https://www.instagram.com/niviadeoliver/
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Dri Ornellas 25/07/2010


Os livros são perigosos: mudam o destino das pessoas. Um professor de literatura hispânica da Univesidade de Cambrigde descobre isso quando sua colega, Bluma Lennon, é atropelada por um carro numa esquina de Soho enquanto lê um poema de Emily Dickinson. Dias mais tarde, o protagonista e narrador desta curiosa história recebe vindo do Uruguai um exemplar de A linha da sombra de Joseph Conrad, endereçado à finada Bluma, salpicado de cimento.

A indagação sobre sua procedência se transforma numa viagem ao mundo da leitura, dos seus aspectos mais sofisticados até os mais rudimentares. Desse modo, arrastados a lugares remotos, encontramos com a sombra da loucura quixotesca; finalmente o leitor comprovará que as pessoas também mudam o destino dos livros. Em suas quatro viagens do hemisfério norte ao sul, o curioso exemplar revela uma verdade oculta, aterradora e essencial que nos mostra o amor desmedido pelas bibliotecas e pela literatura.


Sem sombra de dúvidas um livro que merece várias releituras: escondidas nas frases simples, estão reflexões profundas e, na curta narração, uma história carregada de sentimentos complexos.

O livro é pequeno, menos de 100 páginas. Narrado em primeira pessoa e traz várias digressões sobre o amor das pessoas com os livros, amor que pode levar à loucura.
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Ester 19/06/2022

Eu li esse livro muito por acaso durante uma viagem que eu fiz no ano passado e não esperava muita coisa dele não. Eu ganhei ele da minha tia e nem li a sinopse e nem nada quando fui ler. Fiquei realmente impressionada porque esse é um livro que toda pessoa apaixonada por leitura deveria ler.
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Tito 24/06/2010

Um alerta sombrio sobre o quanto os livros podem ser perigosos.
Ana 26/09/2010minha estante
adorei esse livrinho! E, mesmo com outro tema, me fez lembrar do Roderer, do Guillermo Martinez.




Julia 02/07/2022

Livros, como viver sem eles?
‘’Os livros são perigosos: mudam o destino das pessoas’’

Nessa breve novela, somos levados ao mundo dos bibliófilos, apaixonados por livros, e por diversas situações e reflexões que envolvem esse universo realmente viciante da leitura. Carregado de uma linguagem poética e cheio de referências literárias, fica claro que o protagonista principal é o livro e sua capacidade de mudar a vida do leitor.

Como não se identificar com as situações descritas no livro? Essa pequena história nos mostra como a paixão pela leitura pode adquirir importância em nossa vida, até se tornar parte essencial dela.

Se você é um leitor ávido, deve ler esse livro!
DANILÃO1505 12/08/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Itsmaivis 28/02/2021

Um livro que o personagem principal é o livro!
Livros podem alterar destinos, Brauer percebe isso quando perde o controle dos seus livros após a destruição do fichário onde ele catalogava. Ele percebe então que está submisso a sua própria biblioteca.
A leitura nos transforma em pessoas em pessoas que os corpos são feitos de livro e de tempo, um tempo circular e infinito.
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Aguinaldo 21/07/2011

a casa de papel
Este livro fica devendo muito ao leitor. Não chega a ser um romance, nem de longe. Na verdade é uma pequena novela, mas uma novela que deixa algo matutando nas memórias do leitor. A maioria dos leitores ou amantes da literatura têm uma relação com livros, o objeto livro, muito distinta que aquela experimentadad pelas pessoas comuns. Não chega a ser uma relação notadamente ambígua pois há de tudo neste mundo: há aqueles que colecionam a leitura dos livros e se sentem possuidores de seu conteúdo, com suas preferências, obssessões, manias particulares; há outros que têm o distinto prazer em ir distribuindo os livros que leram, como se neste processo eles ficassem mais caros a eles; há ainda alguns que preferem queimar um livro a emprestá-lo ou mesmo imaginar vê-lo nas mãos de outra pessoa; há os disciplinados que montam coleções realmente importantes ao longo da vida, cuidando dos livros com o mesmo zêlo dos botânicos em relação às flores. A Casa de Papel conta um pouco sobre um sujeito que tão envolveu-se com seus livros que resolveu fazer uma casa com eles, usando-os literalmente como tijolos de uma construção. A idéia do livro é curiosa, o exercício de desapego da paixão pelos livros genuíno, a descrição das viagens sentimentais ao passado que vez ou outra fazemos magistral, enfim é um livro de alguém familiarizado com o tema e dono dos meios para escrevê-la, mas o livro fica sem fôlego, muito cedo. Quando somos apresentados ao bibliófilo já percebemos que sua biblioteca está condenada. A novela é curta demais para que nos afeiçoemos ao sujeito ou mesmo a professora de literatura que nos leva até ele ao morrer em um acidente de trânsito. Gostei da idéia dos "corredores" que se podem encontrar nas páginas impressas dos livros com estilo, mas ela morre na mesma página em que nasceu. Paciência, don Carlos é o autor e eu sou apenas este resenhador contumaz. Vou procurar outras coisas do Carlos María Domíngues (argentino radicado em Montevidéu) para entender um pouco mais sua literatura.
"A Casa de Papel", Carlos María Domínguez, tradução de Maria Paula Gurgel Ribeiro, editora Francis, 1a. edição (2006) ISBN: 85-89362-54-5

site: http://guinamedici.blogspot.com.br/2016/03/a-casa-de-papel.html
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Marcus 27/07/2015

Funeral de livros
No terceiro episódio da terceira temporada de Orange is the new black, A caminho da redenção, há referência a vários livros, cujos títulos são lidos diante das cinzas dos volumes queimados em uma ação contra a infestação de percevejos na prisão. Livros são, aliás, mencionados em vários episódios da série. Mas o fim da biblioteca por conta da praga dos insetos motiva o "funeral" em homenagem às obras sacrificadas.

Queima de livros por nazistas, pela Igreja ou seja lá quem for é sempre um episódio a se lamentar. Mas o destino de uma biblioteca de 20 mil títulos raros é o que surpreende em A casa de papel, livro do argentino Carlos María Domínguez. Em apenas 90 páginas, o autor consegue reunir a paixão pelos livros e pela leitura, erudição na medida certa em uma obra destinada ao grande público e doses de mistério e suspense com uma original história de amor.

A casa de papel, da Realejo Livros, tem tradução e posfácio de Joca Reiners Terron e ilustraçães de Helena Campos. Garantia de algumas horas de prazer para quem ama livros.

site: blogbeatnik.blogspot.com
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Joao366 20/03/2023

Relativamente baixa.
O motivo da minha baixa avaliação foi por eu não ter conseguido me apegar minimamente com o livro. Não necessáriamente pq ele é ruim mas não foi uma leitura fluida mas sim muito cansativa. Masmo o livro sendo muito curto eu demorei quase uma semana pra ler pq li o primeiro dia e no resto não tinha vontade de continuar oque fez com que eu terminasse o livro agora.
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Ellen Fontana 30/11/2018

Paixão ou Loucura?
O livro A Casa de Papel me pegou de surpresa, totalmente desprevenida. Um livro sobre livros, casas feitas de papel, paredes cobertas de histórias. Vidas vividas mil vezes. Loucuras e alucinações causadas por eles.
uma história fantástica, sem dúvidas. Escrita de forma primorosa e arrebatadora. Impossível para um leitor não se identificar com a trama e com as impressões e opiniões de seu protagonista. Um livro sobre pessoas como nós, pessoas que queremos ser. Intelectuais, literatos, grandes colecionadores. Pessoas que vivem para suas bibliotecas e que enlouquecem tentando organizá-las e catalogá-las. Não é à toa que a civilização criou uma profissão para isso, pois o trabalho é imenso e interminável. E se é feito embalado por uma paixão irremediável e por memórias sedutoras, se torna um trabalho impossível e enlouquecedor.
Os livros chamam, suas páginas gritam seu nome das prateleiras e você sucumbe. Sucumbe ao reler um exemplar que te cativou, sucumbe ao tentar escolher sua próxima leitura e acabar selecionando outros 3 ou 4 exemplares. Sucumbe ao comprá-los em maior velocidade do que é capaz de lê-los.
Como leitora, nunca havia me entendido por bibliófila. Talvez eu seja. Não mantenho todos os livros que li e não tenho a pretensão de ler todos os livros do mundo. Mas os amo. Quero ler quase todos os que passam pelas minhas mãos.
E se for para enlouquecer, que seja por essa paixão que nos permite viver não apenas uma, mas dezenas, centenas e até milhares de outras vidas.
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