O Inimigo do Mundo

O Inimigo do Mundo Leonel Caldela




Resenhas - O Inimigo do Mundo


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Alberto 23/02/2022

Início da Tormenta
Este é o primeiro livro de uma trilogia, que conta como se iniciou a Tormenta, que neste primeiro volume, em que ela ainda não existe inicialmente, seria spoiler explicá-la.

É uma ótima e empolgante aventura pelo universo do RPG Tormenta, com aventureiros passando por diversos percalços para realizar seu objetivo.

O autor não tem pena de seus personagens, mas achei que eles foram bem menos cinzas. Não são tão problemáticos como em outros livros do Caldela. Por sinal, apesar de ter gostado do livro, já tendo lido outros mais recentes do autor, fica claro como ele evoluiu bastante.

Ainda assim, estou ansioso pelo segundo volume, que promete sentimentos conflitantes pelos acontecimentos do final de O Inimigo do Mundo.
Adrielli Raquel 26/01/2024minha estante
Todo o mal do universo para o Rufus ainda é pouco




Fabio Pedreira 19/11/2021

O começo da tormenta
Glórienn é a deusa dos elfos, cada dia que passa ela vê mais e mais do seu povo sendo massacrado pelas forças do Deus da guerra. Ela não aguenta mais esse sofrimento, logo, ela busca por vingança. Seu plano é deixar que a grande tempestade que ameaça o mundo aconteça, para que com isso ela possa se vingar. Muitos deuses, porém, acreditam que essa tempestade possa ser o fim de tudo.

Glórienn, então, decide buscar o apoio de cada um, já que afinal de contas, eles são deuses e podem acabar com isso facilmente. Muitos se veem inclinados a aceitar, mas eles não fazem a menor ideia do erro que podem estar cometendo.

No meio disso tudo estão 9 aventureiros, heróis, ou pelo menos candidatos a isso: Vallen Allond, Ellisa Thorn, Andilla, Rufus Domat, Ashlen, Artorius, Gregor Vahn, Nichaela e Masato Kodai. Os 9 partem em busca do Albino, um ser que apareceu causando mortes e destruição por toda Arton. O objetivo é bem claro, matar o albino, mas no meio dessa viagem, todos eles irão confrontar seus limites, enfrentando perdas, desafios e principalmente tendo que confrontar a si mesmos.

As duas histórias acabam se juntando no fim, para criar o primeiro livro da trilogia da Tormenta, livro de fantasia baseado no RPG do mesmo nome.

O livro é muito bom. Todo amante de fantasia e principalmente de RPG deveria ler esse livro. E falando em RPG, foi impossível ler e não lembrar das obras de Dragonlance, não só em seus personagens, como também um pouco na história.

Certamente que deve ter existido uma influência aí, afinal, Dragonlance é um clássico baseado no RPG mais famoso da história, que é o Dungeons and Dragons. Mas, ao contrário dele, que tem suas perdas, mas no geral tem seu final feliz, O inimigo do mundo é bagaceira pura. Não digo no sentido ruim, mas simplesmente pelo fato de que é uma leitura pesada, com mortes, sangue e não espere um final feliz. Ainda assim, é uma baita de uma história, com aventuras intrigantes em um mundo muito bem detalhado.

Só teve dois pontos que me fizeram não dar nota máxima para o livro. Primeiro foram 3 personagens, a dupla principal (Vallen e Ellisa, que são um casal) e Rufus, o mago, que tem uma queda pela Ellisa. A dupla é muito insuportável enquanto o outro é um covarde, mas a forma como se tratavam chegou a ser exagerada até demais. Por outro lado, o resto dos personagens são extremamente carismáticos e todos muito bem construídos em suas características. Sendo Nichaela e Masato os meus favoritos.

Por falar em construção, aí entra o segundo fator para a nota não ser máxima. O mundo criado pelo Caldela é extremamente detalhado. Isso é muito bom e tem que ser assim em um livro de fantasia como esse, suas descrições muitas vezes chegam a ser até poéticas de certa forma, elogio e muito a escrita dele. Mas... ao mesmo tempo, não tem como não deixar de achar que houve divagações demais e que o livro poderia ter umas boas 200 páginas a menos. Acabou se tornando uma leitura lenta, não por ser ruim, mas por ser densa. Engraçado que as descrições excessivas não parecem nem que são para encher linguiça, mas sim por empolgação do autor em escrever.

Mas, no fim das contas, eu recomendo de demais esse livro, vou querer ler não só os próximos da trilogia, como também os outros livros do autor.

Recomendo ler com calma e devagar. E não recomendo para quem não é acostumado com fantasia, para esses eu recomendo Dragonlance. Mas, para quem já é, vai fundo. Um baita livro que por sinal não fica devendo em nada para os estrangeiros.
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Débora 25/03/2022

Incrível! ????
Simples incrível, não sei por que demorei tanto para ler essa obra, narrativa espetacular o mundo de tormenta é fabuloso e altamente viciante, parabéns aos criadores de tormenta e ao Leonel Caldela.
????????????????????????????????
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Marlon Teske 22/03/2011

Um Momento de Tormenta
Para quem chegou agora, vale a explicação: Tormenta é um cenário de RPG ambientado no mundo mágico de Arton. Aqui povos de raças diferentes coexistem lutando em nome daquilo que acreditam. E este é o livro que mudou completamente a visão de muitos sobre ele.

Em o Inimigo do Mundo, Leonel Caldela conseguiu eliminar a visão "mangateísta" de Tormenta que um dos autores, Marcelo Cassaro, conseguiu de forma tão eficiente enraizar na mente dos pobres mortais que o acompanharam, fazendo com que qualquer coisa por lá seja invariavelmente vista como cômica.

E Inimigo em geral não é engraçado. Nove heróis (as vezes mais, as vezes menos) viajam o mundo de Arton caçando um criminoso que possui a singela alcunha de Albino (pelo motivo singelo de ser um gigante de pele branca, olhos vermelhos e cabelos brancos). O fato do vilão ser muito semelhante ao de um certo best seller foi mera coincidência mesmo ;)

Nessa viagem, acabamos conhecendo os dramas e alegrias (muito mais dramas, na verdade) que permeiam a vida dos personagens. Um ponto importante: várias vezes durante a história você fica furioso ou sorri diante de algumas situações pelos quais eles passam, especialmente com o mago da equipe. É dificil não ficar furioso e com pena de Rufus Domat.

Outro ponto que foi muito bem trabalhado é a visão dos deuses diante do que seria a Tormenta futuramente, suas intrincadas tramas e tramóias, apesar de que, em certos momentos, alguns dos deuses são apenas burros (Khalmyr mais do que todos), ou agem de forma digna de serem humilhados pelo protagonista, Vallen Allond.

A história é ótima, a forma como foi contada cativa. Alguns detalhes menores da vida cotidiana dão um toque casual ao enredo; como heróis andando de mãos dadas, ou amando. Isso é raro de se encontrar com qualidade em uma aventura medieval fantástica. Cenas simples como a de Ellisa sentando na cama de Irryna e ajeitando os cabelos atrás da orelha mostram a visão descritiva e detalhista do autor, que apreciei bastante.

No princípio alguns detalhes com a forma que Caldela escreve me incomodaram um pouco. Em especial a mania de explicar ou adicionar detalhes entre parênteses, ou momentos gore demais com tripas voando, cérebros escorrendo ou ainda a repetição desnecessária de palavras para dar um tom "poético" a certas frases. Mas no geral o saldo é super-positivo.

Vale a pena ler, e quem sabe até sentir uma pontada de saudade do cenário. Espero que outros livros como este venham.

Antes que Arton se acabe.

Lido e Resenhado em Novembro de 2006
18/09/2012minha estante
Adorei tua resenha e pretendo ler os livros de Caldela... Mas tenho uma dúvida. Não conheço nada do mundo RPG. É necessário conhece-lo para apreciar este livro?


Marlon Teske 18/09/2012minha estante
Não, Bá, não é necessário conhecer nada nem do jogo, nem do cenário. O livro é muito bem escrito, você vai gostar ^^




@juliusverse 25/03/2022

É o quarto livro do Leonel que leio e esse é o primeiro que ele escreveu. É muito interessante ver que muito do que eu gosto na escrita dele já estava nesse primeiro livro: personagens complexos, cativantes e uma habilidade muito boa de trabalhar com ideias abstratas, mesmo que ainda de um jeito não tão lapidado.

Ao mesmo tempo, tem alguns vícios que ainda vejo nas obras: Cenas que, por mais boas que sejam, parecem estar ali mais pelo conceito que pela necessidade narrativa, o que me deu umas sensações de barriga na história. Outra coisa, pensando nesse livro específico, ele parece ter dois finais, porque fica uma impressão de se extender mais que o necessário depois de certo ponto da história.

Mas ainda assim, é um livraço, estou ansioso pela sequência e muito curioso para ver mais aventuras em Arton.
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Larissa Tabosa 24/04/2024

Gostei bastante deste livro. Agora sei porque quem o indica o faz com tanto carinho. É realmente uma ótima porta de entrada para todo o universo de Tormenta20.

Porém, a despeito do meu gostar, preciso tecer alguns comentários pouco lisonjeiros: trata-se de um grande prólogo, onde o autor apresenta praticamente todos os lugares e situações existentes em Arton. Conhecemos piratas, exércitos, deuses, bardos, reis e tudo o mais que existe. Contudo, isso acaba por transformar boa parte do livro em um grande filler, onde a trama principal (a busca pelo Albino) torna-se secundária e em evidência fica apenas o grande azar dos aventureiros.

Olha, nunca vi grupo mais azarento que esse! Tudo o que pode dar errado simplesmente dá errado, para no minuto seguinte dar tudo certo. Isso me incomodou um pouco e tornou a história um pouco cansativa, porque era bem nítido que o autor fez isso apenas para que conhecêssemos todos os elementos e possibilidades do universo. Além disso, o terço final é bem corrido, toda a sequência de encontrar o Albino, a luta e tudo o mais que acontece depois disso é bem rápida, não que rapidez seja algo ruim, mas é que aqui ficou parecendo que o autor percebeu que estava enrolando demais e decidiu correr com a história para não se alongar ainda mais.

De toda forma, acho que esses problemas decorrem mais da paixão que Caldela tem pelo universo, o que, avaliando bem, nem é um problema, é mais uma questão de falta de adaptação minha, talvez. Enfim, como um grande prólogo e um livro introdutório do universo acho que é muito bom. E é por isso que continuarei lendo os outros livros da trilogia, pois quero muito saber o destinos de várias personagens.
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Leonardo T. 17/07/2009

Um Shakespeare cru e sanguinolento compactuando com um universo tolkieniano! Sem mais palavras.
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Livia1405 26/04/2020

Do RPG pra ficção
Foi meu primeiro contato com o mundo de Tormenta, mas apesar de não ter jogado antes, não senti falta nenhuma de ter experiência com o jogo de RPG para ler. Achei uma fantasia sensacional e uma ótima introdução ao caos causado no mundo. Mal posso esperar para começar a ler os próximos livros!
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José Leandro 29/01/2022

Tormenta é um mundo muito interessante...
Li essa obra há alguns anos atrás e não sabia que era a primeira de uma trilogia... foi muito bom voltar ao mundo de Tormenta e o Leonel Caldela sabe como nos prender a jornada dos personagens... ansioso pelo proximo livro, recomendo!
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Pedro 10/09/2023

O início da tormenta.
É impressionantes como cada personagem tem seu papel e, conhecendo a trajetória de construção, nota-se a preocupação nisso. Muitos personagens é sinônimo de muitas páginas, mas não só isso; muitas páginas com muitas variáveis. Cada cena, cada Deus, cada pirata, cada soldado, cada mago, cada velha com trapos cor de rato, tem sua importância individual e seu desenvolvimento completo. A profundidade que Leonel Caldela dá ao sofrimento sem medo de interrompe-lo, nos preparando para os pouquíssimo e falsos momentos de vitória, é encantador. O universo Tormenta já tinha me convidado com a Flecha de Fogo. Agora, sinto-me parte do todo, equilibrado, par, como se possuísse a graça de Khalmyr.
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spoiler visualizar
Laryssa.Rabelo 18/02/2024minha estante
me tira uma dúvida, pra ler esse, precisa entender do rpg tbm?


JAlia372 19/02/2024minha estante
Oii, não precisa entender de RPG não. Eu nunca joguei e leio tranquilamente, é um livro normal.


Laryssa.Rabelo 19/02/2024minha estante
Tá bem obrigada, já coloquei na lista ?




Samuel 22/01/2023

Definitivamente brutal
Atualmente o meu livro favorito, com certeza.

Grande parte dos 9 protagonistas são incríveis, amo principalmente a Nichaela e o Artorius, os quais tem uma relação maravilhosa e muito bem construída de irmãos, mesmo que extremamente opostos. O Vallen e a Ellisa são extremamente rasos, e isso é bastante chato, já que geralmente são os dois que tem o maior destaque durante a narrativa.

O livro é bem grande e me rendeu vários dias de entretenimento, a história é muito boa, mas o que eu mais gosto dela são duas coisas que não tem relação com o Esquadrão do Inferno. Os capítulos focados no Albino são simplesmente perfeitos (além de cruéis) foi um desenvolvimento de vilão muito bem feito. Comparar o Albino das primeiras páginas com o do final é louco, muito arriscado criar um vilão sem personalidade e objetivos bem definidos, uma folha em branco, e ir construindo essas coisas ao longo da narrativa, mas isso foi extremamente bem feito e planejado.

Em contrapartida, tem coisas nele que definitivamente me impede de dar 5 estrelas. A brutalidade, crueldade e violência nunca chega a incomodar, mas tem outros assuntos sensíveis que não precisavam ser abordados, como estupro e outros abusos do tipo (inclusive, li em uma entrevista com o Leonel que o próprio se arrepende disso). Eles não tem espaço na história, toda a parte da Izzy é MUITO pesada, e não tem nenhuma relevância real pro enredo.

Tirando isso, é um livro muito bom e que definitivamente vale a pena.
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MateusCantele 06/12/2020

Aventura, RPG e uma pitada de Horror cósmico.
Em um mundo de problemas, um grupo de heróis aventureiros deve caçar um assassino abominável e acaba se envolvendo com um desafio que pode ser maior do que tudo que já enfrentaram. Essa sinopse que fiz se encaixa em diversos livros de Fantasia medieval aventuresca. E eu, criado no RPG e que amo histórias de Fantasia, acreditava estar entrando numa outra história de esperança, amizade e aventura. Essa era a isca de Leonel. Já na primeira página somos tragados para uma história dura onde os protagonistas lutam de forma genuína para sobreviver e tentar, no processo, entender o mal que cresce no mundo de Arton para então, se possível, tentar salvá-lo. Um livro envolvente, com personagens carismáticos e que te carrega para o sofrimento de cada um e para um fim heróico, ou não. Por fim, "O inimigo do mundo" bebe da fonte do terror cósmico que é muito bem vindo sempre. Recomendo fortemente a leitura desse primeiro livro da Trilogia Tormenta.
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Blog MDL 22/12/2016

Talvez poucos aqui saibam, mas eu sou um super fã de fantasia. Principalmente se for medieval. Histórias sobre grandes cavaleiros, honra, dever, deuses, religiões e uma grande aventura me envolve de um jeito bem especial. Porém, muitos desses contos são extremamente romantizados, no tocante a tudo ser florido, os dias sempre radiantes, é primavera o ano todo, resgatar a princesa na torre do castelo que é protegido por um temível dragão, que são os elementos clássicos de RPG.

Não, meu querido leitor, RPG não é World of Warcraft ou qualquer MMO por aê, nem tão pouco o Castlevania que você jovaga no Super Nitendo quando criança, muito menos a franquia de Final Fantasy. Aliás, aqui vai uma breve descrição do que é RPG: Role Playing Game - Jogo de interpretação de personagem, concebido primeiramente em 1974 por Gary Gygax (foto) e Dave Arneson, é um jogo onde você precisa de apenas duas coisas, amigos e imaginação. Trata-se de você e seus amigos interpretando personagens de acordo com um sistema e seguindo determinada aventura guiada pelo mestre.

Apesar do RPG ter surgido nos Estados Unidos, foi amplamente massificado através do globo, dando origens a vários cenários ou mundos diferentes, com sistemas diferentes. O Inimigo do Mundo se passa em um cenário de RPG chamado Tormenta o qual é totalmente brasileiro e criado por Marcelo Cassaro, Rogério Saladino e J.M. Trevisan. Criado a mais de 10 anos vem sendo desenvolvido através de várias publicações ao longo do tempo, tanto nos acontecimentos, como nos conceitos, na intrigas entre os deuses (são 20!), nas maquinações pelo poder, no convívio entre as muitas raças, nas aventuras e na tormenta. Para saber mais aqui tem um link dos livros de suplementos e história sobre o cenário Tormenta.

Portanto, o que Caldela fez foi pegar um cenário pronto, com suas respectivas características e montar uma história em cima
dele. Ahh, e que história, meus amigos. Tem seu início com um massacre de uma família inteira por um ser humanoide chamado de o Albino. Logo, um grupo de aventureiros é chamado para investigar o caso

Acompanhamos então a jornada de, mais ou menos, nove membros em perseguição ao assassino através de todo Reinado. Cada um com personalidades bem fortes e suas próprias motivações. No começo da leitura, pode ser difícil se identificar com qualquer personagem que seja, mas com um passar das páginas, as histórias vão sendo descobertas, a disparidade entre os personagens vai aumentando seu contraste e resta Vallen tentar juntar todos.

O líder Vallen; a arqueira Ellisa Thorn; Gregor Vahn, paladino do Deus da Ressurreição; o furtivo de sorrisos fáceis, Ashlen Ironsmith; a bárbara das Montanhas Uivantes, Andilla, Dente-de Ferro; Nichaela, a sacerdotisa da vida; Artorius, o minotauro; O executor imperial tamuraniano, Masato Kodai; e Rufus Domat, o mago, ou pelo menos deveria ser.

O livro é feito tanto para os fãs do cenário, que já conhecem o mundo, como para os desavisados. Porém, para os primeiros a um gosto especial na leitura, mostrando o tom de cada personagem descrito nos livros de suplemento de uma maneira muito especial.

Apesar das ilustrações, a narrativa de Caldela é visceral e abrupta. Responsável por expurgar o conceito de contos de fadas que o senso comum tem sobre fantasia e trazer uma estranha nuvem rubra de tempestades sobre o que é bom e ruim. Aqui não temos personagens de caráter cinzento, na verdade, a linha entre o Bem e o Mal é bem nítida lhe ajudando a separar o joio do trigo. As motivações nem sempre são tão claras, cabendo ao leitor interpretar o passado de alguns personagens.
Os parágrafos se revezam entre os heróis, o assassino e os deuses, mostrando a influência de cada um no curso da história e os motivos de suas omissões e interferências.

A todo capítulo, Leonel nos leva a conhecer cada aspecto de Arton, seus reinos e habitantes, construindo um mundo crível de elementos concretos. O cuidado com os detalhes e com as personalidades de cada personagem manifesta o cuidado do autor com as relações que se desenvolvem ao longo da história. Se eu pudesse descrever dois sentimentos para traduzir esse livro seriam: Aflição e Amizade.

Então, além de ser uma obra literária FANTÁSTICA (em ambos os sentidos da palavra), é um universo que VOCÊ pode visitar a qualquer momento e interagir com seus elementos e personagens, tudo que você precisa fazer é sentar e se divertir com seus amigos.

Esse é o primeiro livro da série da Trilogia da Tormenta e como marinheiro de primeira viagem, Leonel Caldela abriu um novo capítulo da fantasia nacional cheio sangue e violência e deixou sua marca registrada no universo da literatura fantástica, ao lado de outros excelentes escritores nacionais da atualidade, como, Eduardo Spohr, Raphael Draccon, André Vianco e Fábio Yabu.

site: http://www.mundodoslivros.com/2016/07/resenha-o-inimigo-do-mundo-por-leonel.html
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Escriba 21/06/2013

Divertido, mas com potencial desperdiçado.
OBS.: esta resenha também foi postada em meu blog, onde listo referências (links) interessantes a respeito. Confira em: http://escribaencapuzado.wordpress.com


Primeiro romance do gaúcho Leonel Caldela, O Inimigo do Mundo é uma fantasia ambientada em Tormenta, um cenário de campanha de RPG criado em 1999 por Marcelo Cassaro, Rodrigo Saladino, e J. M. Trevisan.


Descoberto pelo último, Caldela foi convidado a transpor o universo dos jogos para a literatura. O resultado é uma obra divertida, mas com potencial desperdiçado.


Em Arton, onde o real e o fantástico coexistem, um assassino sádico e incompreensível está à solta. Em seu encalço estão nove aventureiros com aptidões e motivações próprias. Paralelamente, em planos superiores, poderosas divindades acompanham a tudo com desvelo. Que consequências terríveis uma mera busca por justiça poderá desencadear sobre o mundo?


A premissa é evidenciada nos capítulos iniciais, que revelam a influência dos deuses entre os mortais, a crueldade e a natureza dúbia do assassino, e as particularidades dos nove. O livro é dividido em duas partes – Perseguição e Ruína – no decorrer das quais são apresentados (muitos) detalhes do cenário e (poucos) do enredo.


Há uma preocupação excessiva em destacar as características que diferenciam este mundo de fantasia. Assim, a história é deixada de lado por algum tempo, com os protagonistas sendo conduzidos com o aparente propósito de expor peculiaridades de Arton.


Isso prejudica o interesse por seus esforços, principalmente na primeira parte. Assim, sobressai-se o assassino conhecido por “o Albino”, as divindades – e estes figuram nas cenas mais envolventes (e repulsivas) –, além de alguns coadjuvantes que surgem e somem a todo instante.


A trama envolvendo os deuses também merecia atenção, visto que seus papeis nos eventos limitam-se a discussões, conchavos e uma ou outra bênção velada à missão do grupo. Considerando-se o prólogo e toda a interação que ocorre entre as divindades, espera-se uma participação mais ativa.


Assim, o que resta ao término da leitura das mais de 400 páginas é a dúvida: o que poderiam os deuses ter feito de concreto contra ou a favor do inimigo do mundo quando este sempre esteve além do controle de qualquer um deles? Infelizmente, esta não é a única indagação que permanece na cabeça do leitor.


As expectativas são um joguete nas mãos de Caldela, que as distorce com maestria, o que é uma grata surpresa. Contudo, é frustrante que isso não ocorra no momento mais crucial: a conclusão. Simplória e com buracos, esta é satisfatória e só – toda a segunda parte teve o potencial pouco trabalhado.


Com relação à narrativa, a morosidade incomoda em alguns pontos. A questão é que o autor se mostra prolixo quando um ritmo mais acelerado seria ideal e muito sucinto quando se espera algo mais contemplativo.


A ausência deste equilíbrio fica evidente quando comparadas as duas partes do livro: os eventos se desencadeiam mais rápida e superficialmente nos capítulos finais. A impressão é que estes teriam sido escritos às pressas.


As descrições são bem feitas, mas algumas batalhas são meio confusas – é comum ter a sensação de que algo escapou à atenção. Além disso, há muitas cenas difíceis de visualizar, como aquela onde um personagem investe em carga, vomita e, a seguir, desfere um golpe mortal no inimigo, nesta ordem.


A despeito destes pontos, Caldela demonstra grande talento e familiaridade com as palavras. A abordagem adulta e realista, algo pouco comum ao gênero de fantasia, é uma de suas qualidades. Em diversas passagens, ele não hesita em dar aos protagonistas ares de meros mercenários, provocando uma inesperada antipatia por alguns.


Despertar sensações de desconforto, aliás, é o que escritor faz muito bem, como na cena em que um dos personagens assassina alguém “indefeso” só para ganhar vantagem numa luta. Ele também não hesita em demonstrar o quão frágil é a vida num mundo de espada e feitiçaria onde os heróis podem morrer – mas talvez ele tenha demonstrado este aspecto cedo demais.


Passagens como estas dão sabor a O Inimigo do Mundo, evitando que a história fraca o torne um fracasso. Outro trunfo é a caracterização dos personagens. É lamentável, porém, que os antagonistas e coadjuvantes roubem a cena e sejam tão mais cativantes que os personagens principais.


As divindades do panteão são singulares, belas e complexas. As descrições de seus reinos e do modo como estes são influenciados pelas personalidades de seus regentes demonstram um trabalho inspirado. O Albino é enigmático e perigosamente curioso sobre o mundo a sua volta, intrigante em suas ações e pensamentos indecifráveis.


E por falar em vilão, a presença de um velho conhecido dos fãs de Tormenta não se justifica e surge meio deslocada, quase imposta para arrancar um sorrisinho dos leitores familiarizados com o cenário (ok, eu confesso que sorri). Alguns eventos em torno desta figura, bem como do encontro entre os noves aventureiros e sua caça, também ocorrem sem maiores explicações.


Há outros coadjuvantes muito curiosos que, certamente, mereciam mais espaço no livro – e, dentre estes, um bardo misterioso e uma bruxa assustadora deveriam ter históricos mais detalhados, já que sua participação é tão fundamental.


É estranho que os protagonistas jamais se revelem figuras tão incríveis. Todavia, há quem se destaque entre eles. A sacerdotisa da deusa da vida, Nichaela, tem uma relação conturbada com o restante do grupo graças ao seu repudio a violência, mas se vê obrigada a questionar sua crença.


O mago Rufus é complexo em sua “insignificância” e sofre por suas atitudes (ou sua ausência), reunindo em si vários aspectos negativos do ser humano.


Um personagem que pouco convence, a princípio, mas que ganha contornos mais instigantes é o líder do grupo, o guerreiro Vallen. Contudo, isto acontece tão próximo ao desfecho que é difícil importar-se muito com ele ou com seu relacionamento com Ellisa, que surge como uma aborrecida guerreira com um passado traumático previsível.


Os demais são estereotipados a ponto de sequer merecerem muito destaque na trama. Particularmente, considero Gregor Vahn, o paladino do deus da ressurreição, o mais fraco e desinteressante, e seu “segredo” é trivial.


Caldela fez uma boa estreia com O Inimigo do Mundo. No entanto, considerando-se apenas este livro, referir-se a ele como “Bernard Cornwell brasileiro” me parece exagerado – exceto se a razão para a comparação for o estilo cru, visceral – e, claro, as paredes de escudos.


O maior mérito do autor foi dar vida a um mundo que já existia na cabeça de milhares de fãs do cenário, e ele o fez utilizando-se de cores novas e próprias, sem destruir a idealização de muitos. Isto explica, ainda, a razão pela qual a obra é tão aclamada como uma das melhores fantasias nacionais – não é.


O Inimigo do Mundo é, no máximo, divertido, e isto graças, principalmente, aos personagens, pois a história é fraca, esburacada e não entrega uma boa conclusão – a segunda edição traz um conto extra que surge como uma tentativa de corrigir esta questão, mas isto deveria ter sido feito na trama, não num remendo.


Cabe dizer que este é o primeiro volume de uma trilogia ambientada em Tormenta; O Crânio e o Corvo e O Terceiro Deus são os próximos livros da série, onde, provavelmente, questões em aberto (e o futuro incerto de certos personagens) devem ser abordadas. Ainda assim, para um livro de 400 páginas, O Inimigo do Mundo promete muito e entrega pouco.


Assim, eu concedo 3 penas-tinteiro (ou estrelas).


E esta é a humilde opinião de um escriba.
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