Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos

Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos Lima Barreto




Resenhas - Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos


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Isasc.exe 12/04/2024

Sinto que li esse livro no automático então não vale tanto minha opinião aqui
Quero poder reler algum dia com o olhar minucioso que ele demanda e merece
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carol2170 12/04/2024

Livro incrível
O diário do Hospício de Lima Barreto, faz uma análise extremamente crítica sobre o desejo falho de compreender sua loucura, e sobre as diversas violências e dificuldades vividas por ele na época. O livro é uma junção de pedaços de papel manuscritos contando seu dia a dia. Acabei de ler toda a parte do diário para agora conseguir compreender o livro ?Cemitério dos Vivos?, que é um livro inacabado, devido a morte do autor, que mistura suas vivencias no manicômio com uma narrativa ficcional.
Na minha opinião o livro é uma grande crítica à forma que a ciência na época lidava com a loucura e todos os preconceitos sociais causados por isso
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diskjessica 08/04/2024

O lugar de fala dos loucos...
Uma leitura que vale a pena do início ao fim. Quanto mais você lê, melhor fica. E quando acaba, você sente que ainda não sabe o suficiente sobre o hospício e a vida de Lima Barreto.

Os trechos soltos acabaram comigo. Como eu queria ler essa obra completa, os escritos sobre a ala feminina, todas as anotações perdidas de Lima Barreto!

O que mais impressionou foi a lucidez de todos os personagens, principalmente Lima Barreto. Quem que dentre tantas marginalizações, opressões e estigmatizações consegue ser tão lúcido? Quando ele diz que merece aquilo, não dá pra entender se está sendo irônico ou não.

Os relatos do autor sobre o trabalho de Juliano Moreira no Hospital são preciosíssimos.

E a parte das crianças no final do livro é de cortar o coração. Viva a luta antimaniconial!
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Gabriel Barbosa 08/03/2024

Arrepio do começo ao fim. A solidão imensa, a falta profunda, a raiva que chega a adormecer, o lugar terrível do gênio massacrado pelo racismo.
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Liar1 05/02/2024

Página 125
É mais decente pôr a nossa ignorância no mistério, do que querer mascará-la em explicações que a nossa lógica comum, quotidiana, de dia a dia, repele imediatamente, e para as quais as justificações com argumentos de ordem especial não fazem mais do que embrulhá-las, obscurecê-las a mais não poder.

Página 166
Quem teve um ente humano a seu lado, com ele viveu na mais total intimidade em que dois entes humanos podem viver, não o compreendeu, não pode absolutamente compreender mais coisa alguma.

Página 190
Não era bem a morte que eu queria, não era o aniquilamento da minha pessoa, a sua fragmentação até o infinito, nas coisas e nos seres, era outra vida, mais cheia de amor, de crença, de ilusão, sem nenhum poder de análise e isenta de toda e qualquer capacidade de exame sobre mim mesmo.

Página 194
Pela primeira vez, fundamentalmente, eu senti a desgraça e o desgraçado. Tinha perdido toda a proteção social, todo o direito sobre o meu próprio corpo, era assim como um cadáver de anfiteatro de anatomia.

Página 271
Há, porém, uma desgraça de que homem nenhum é capaz de rir: é a loucura. Somente é capaz de rir de um louco um outro louco. Essa miséria física e moral de um homem que fica alheio a si mesmo, inconsciente, tateando na treva cerrada, sem pensamento e sem vontade, sempre inspirou e sempre há de inspirar um respeito infinito.

Página 273
O que ali havia, como tratamento psiquiátrico, era apenas isto: duchas, camisola de força, e quarto-forte. Um belo e excelente regime, sem dúvida, para agravar a loucura dos loucos, ou para transformar em loucos os sãos!...
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Lathara 03/01/2024

Dor Consciente
Retornei a uma leitura de mais de 10 anos atrás. Nas aula das Professora Andréa Motta ouvi falar sobre essa figura suburbana pela primeira vez.
Quando recomecei a leitura eu tive exatamente o mesmo estranhamento da Lathara adolescente, como alguém pode analisar tão criticamente a própria vida? Como alguém afundado na doença, sabe exatamente o que a alimenta e consegue escrever de forma tão severa sobre o assunto.
Lima Barreto, tão crítico e inteligente, viu sua genialidade suprimida pelo racismo e pelo preconceito de classe. Seus textos são tão contemporâneos em desnudar a sociedade (principalmente em classes mais altas), que hoje ainda suas palavras são incômodas.
Limas Barreto está presente em cada vez que Academia diz que nossa escrita não está adequada a seus padrões. Cada vez que o meio acadêmico indica que nossa pesquisa não têm relevância por seu recorte étnico-racial e territorial, Lima Barreto está lá, sendo revivido na negação intelectual do negro brasileiro. No nosso epistemicídio, que nos adoece dia sim, dia sempre.
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Marina 30/12/2023

"É incrível que se possa simpatizar ou antipatizar com malucos e com a maluqueira deles"
Queria ler esse livro há tanto tempo... a temática da loucura me interessa e me amedronta muito. Lima Barreto viveu tudo isso no Hospício Pedro II, que atualmente é o Palácio da UFRJ, onde estudei e escutei muitas histórias sobre esses tempos, e isso também me cativou.

"De mim para mim, tenho certeza que não sou louco, mas devido ao álcool, misturado com toda a espécie de apreensões que as dificuldades de minha vida material há 6 anos me assoberbam, de quando em quando dou sinais de loucura: deliro."

O livro é bom, mas não é nada excepcional. Esperava que Lima Barreto narrasse com mais autoria e detalhes, mas achei um livro distante, pouco pessoal, embora seja quase uma autobiografia. Os melhores trechos são os que ele fala da loucura, da convivência com os internos e do seu alcoolismo. Há muitas partes em que me cansei, pois não achei que acrescentaram à narrativa. Li esse livro meio voando e meio presente...
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@vanessachrisostomo 16/12/2023

Leitura bem difícil
Devido a escrita da época, muita coisa não fez sentido pra mim, e ficou confuso. Porém, deu pra conhecer um pouco da vida desse autor.
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nicolezwski 04/12/2023

Comprei o livro por causa do vestibular e como não é o tipo de leitura que eu gosto eu demorei para ler. Apesar de ter achado a leitura confusa e como a escrita é antiga achei complicado de ler, gostei do livro. Achei muito interessante por trazer como eram tratados os "loucos" naquela época.
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Ricardo.Silvestre 25/09/2023

Não foi uma leitura fácil?
Tenho sentimentos contraditórios em relação a esta obra.

A temática é do meu interesse, por um lado, mas achei que a obra torna-se um pouco repetitiva com tanto relato diferente sobre o mesmo tema, feito não só por Lima Barreto (nos apontamentos dispersos e depois no romance e ainda nos contos incluídos já no final) mas também por outros nomes reconhecidos da literatura brasileira do início do séc. XX.

A escrita de Lima Barreto é inegavelmente rica. Em certas passagens, especialmente no romance ?O Cemitério dos Vivos? a leitura é de tal forma prazerosa que é como se estivéssemos a desgostar o final dos cornetos de chocolate, onde sempre fica acumulada uma quantidade extra de substância. Porém, noutras partes é difícil de perceber a intenção do autor logo na primeira leitura, muito por conta da quantidade de palavras das quais não sabemos o significado e que torna o processo num jogo de vai e vem do qual não sou particularmente fã.

Não deixa, contudo, de ser um relato de extrema importância pois temos aqui alguém que passou efectivamente pela experiência de estar internado num hospício, numa altura em que as coisas eram significativamente diferentes da actualidade, especialmente no que toca às doenças de foro mental.

Parabenizo os organizadores da edição deste livro que é de uma riqueza ímpar, não só pelas inúmeras notas de rodapé, que esclarecem muitas das situações em contexto, mas também pelas fotografias incluídas.

Fico, no final, com uma sensação boa de que voltarei a ler este livro lá mais para a frente.
SimoneSMM 27/09/2023minha estante
Olá, Ricardo! Tudo bem? Recorda que Lima faz referência a um médico negro, diretor do hospital, que o atendeu muito bem? Ele se chamava Juliano Moreira, médico baiano, que revolucionou a psiquiatria, principalmente defendendo que doença mental não se relacionava com a cor da pele.
Lembrei disso agora e quis falar pq acho muito interessante com as personagens históricas cruzam seus caminhos. Dois grandes homens que não sabiam do labor um do outro!


Ricardo.Silvestre 27/09/2023minha estante
Oi @Simone,
claro que lembro, Juliano Moreira. Mal sabiam eles da importância que lhes seria atribuída tantos anos depois, não é mesmo? Obrigado pela partilha! ?




Elane48 22/08/2023

INJUSTIÇA
Achei injusto por parte da Companhia das Letras não mencionar na capa quem são os organizadores desse notável livro que traz, de uma só vez, duas obras de Lima Barreto, um histórico prefácio de Alfredo Bosi e crônicas de Machado de Assis, Raul Pompeia, Olavo Bilac e Raymundo Magalhães. Outro defeito gravíssimo: não há referências quanto às fotos. Decepcionante enquanto edição de renomada editora.
E Lima Barreto, queridos, NÃO É PARA QUALQUER UM. Escritor MUITO erudito, sagaz, mordaz e rabugento. Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos são dois livros comoventes.
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CecAlia135 03/08/2023

?Veio-me, repentinamente, um horror à sociedade e à vida; uma vontade de absoluto aniquilamento, mais do que aquele que a morte traz; um desejo de perecimento total da minha memória na terra; um desespero por ter sonhado e terem me acenado tanta grandeza, e ver agora, de uma hora para outra, sem ter perdido de fato a minha situação, cair tão, tão baixo, que quase me pus a chorar que nem uma criança.?
Lima Barreto quando foi internado no hospício.
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Dressinhadessa 31/07/2023

Assim você conhece melhor Lima Barreto nesse trecho da sua vida depois que é internado fragmentos e manuscritos reunidos para melhor compreensão recomendo muito a leitura
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Quel Heloise 07/07/2023

"Alcoolismo, Loucura e Genialidade
Nesse relato autobiográfico que é um verdadeiro documento da psiquiatria brasileira, Lima Barreto expõe honestamente os dias vividos por ele durante sua segunda internação no Hospital Nacional de Alienados. Dotado de uma genialidade literária e de uma lucidez impressionantes, o escritor descreverá em detalhes as humilhações,amarguras e o isolamento intelectual de sua experiência no hospício. Mesclando habilmente descrições detalhadas do ambiente e dos companheiros de internação com reflexões filosóficas, políticas e sociais , Lima Barreto descortina a hipocrisia política e científica de seu tempo somada à desilusão com a doutrina positivista prevalente na época. Ao refletir sobre sua luta contra o alcoolismo que acabou por rebaixá-lo àquela condição de reclusão, o escritor humildemente reconhece sua incapacidade em lidar com as desilusões da vida, com a desesperança frente a um futuro incerto e à fragilidade de suas relações afetivas e sociais. Refugiando-se na literatura e recheando o texto com citações e referências a grandes escritores que o inspiravam, Lima Barreto nos faz pensar sobre o mito da meritocracia e nos leva a refletir sobre quantos outros gênios como ele tiveram seu potencial sufocado pelas contingências sociais. Certamente, uma leitura indispensável para quem se interessa pelo tema da saúde mental e do adoecimento da alma humana com todas as suas nuances e implicações!
P.S: Os textos de apoio desta edição são fantásticos ,enriquecem muito a leitura e merecem ser lidos por quiser entender melhor o contexto sócio-histórico e literário da época.
Afra Mary 07/07/2023minha estante
Interessante ?




Larissa 24/06/2023

Uma forte experiência
Foi muito marcante pra mim poder ler os relatos do Lima Barreto nas suas internações. A voz das pessoas com transtornos mentais foi tradicionalmente calada - e, talvez, ainda seja.
Foi chocante entrar em contato com todo o sofrimento e injustiças e dói só de pensar que coisas semelhantes ainda estejam acontecendo hoje no Brasil.
Muita coisa já mudou, mas muito ainda precisa ser feito no âmbito da luta antimanicomial.
De pontos negativos, ao meu ver, está a linguagem mais rebuscada e a fragmentação do texto. Esse último motivo se deve
à publicação póstuma das obras, as quais estavam inacabadas, então acaba faltando uma fluidez mesmo do texto.
Pelo peso emocional e por essas dificuldades que falei, demorei muito para terminar de ler.
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