Sâmella Raissa 13/08/2014Resenha original para o blog SammySacional
Posso fazer uma confissão? Eu meio que tinha um certo preconceito com histórias de vampiro; talvez por tanto ter ouvido minhas colegas falarem e suspirarem por Crepúsculo e similares. Mas, epa, sem preconceito com quem gosta, ok? Eu só não curti os filmes nem nunca me interessei pelos livros e tal, mas respeito quem gosta, então sem críticas, por favor. Mas, bem, voltando a resenha... O caso é que eu queria deixar esse 'saco' de vampiros de lado e ler algo com eles. O livro de Beth Fantaskey foi uma opção interessante, e acabei aceitando. No fim das contas, vocês conferem a seguir o que eu achei.
“- Ela não é linda, poderosa, majestosa... como você? – perguntou ele.
- Acredita mesmo nisso?
- Acredito. E acho que você também passou a acreditar.”
- Página 243 -
Jessica Packwood é uma adolescente comum de 17 anos vivendo sua vida sem maiores preocupações senão atrair a atenção do garoto de seus sonhos na escola, se sair bem nas olimpíadas de Matemática do colégio, como a nerd que ela é, e dar algumas fugidas às preocupações ecológicas e vegetarianas dos pais adotivos. Ao encarar um novo dia na escola, porém, as coisas começam a ficar estranhas e imprevisíveis. A começar pela presença do recém-chegado aluno de intercâmbio, Lucius Vladescu, que desperta os sentidos de todos no colégio pela sua característica misteriosidade e postura sombria, mais as palavras ácidas e irônicas. E tudo fica ainda mais inacreditável para ela quando seus pais o hospedam em sua casa, obrigando Jessica a conviver com o novo e excêntrico hospede. E se ela pensava que só isso já era uma loucura total, de repente Lucius aparece dizendo-lhe ser uma princesa vampira, como ele, e sobre a existência de um acordo antigo selado entre os clãs Vladescu e Dragomir que visa uni-los em matrimônio. E adeus à vida pacata de Jessica...
Em diversas resenhas vistas na blogosfera literária, esse livro, normalmente, ficava entre: bons para alguns, ruim para outros. Em algumas situações era até mais elogiado, na verdade, mas ainda assim tinha uma crítica mais ou menos mista. Quando surgiu uma oportunidade de compra, não pensei duas vezes e o adquiri. E li. E eu só... acho que não foi a minha melhor escolha para o gênero. Ok, a escrita da autora é fluida e fácil, sem maiores exageros, e os personagens, à princípio, são bem moldados e desenvolvidos, além de um bom humor muito bem-vindo. O clima do enredo em si, porém, é naturalmente sombrio, nas passagens do Lucius, com um leve toque irônico que definitivamente arrancava algumas risadas durante as cenas em que o casal principal insistia em discutir - por viverem em mundos tão diferentes, não foram poucos os choques culturais sofridos, principalmente por Lucius, e eles se estranharam bastante. Até aí, tudo bem. A história desandou um pouco mesmo quando os personagens começaram a tomar atitudes um pouco súbitas demais.
“Não pude acreditar nas palavras que tinham escapulido da minha boca. Sempre pensei que, quando as dissesse pela primeira vez, o momento seria perfeito. E não desesperado e doentio desse jeito.”
- Página 213 -
Jessica é uma garota comum, sem regalias ou frescuras, acostumada a lidar com a vida simples com os pais, às vezes um pouco exagerada, mas sempre equilibrada. Quando Lucius aparece, porém, esse equilíbrio acaba, e, apesar de ela continuar quase a mesma durante boa parte do enredo, em um determinado ponto, quando o romance começa a se desenvolver, de repente ela se transforma em uma completa e desesperada garota apaixonada. Qual é, não muitas páginas atrás ela mais se mostrava indiferente e irritada com a presença de Lucius, durante os momentos em que ele tentava cortejá-la e conquistá-la, mas então, quando ele desiste de tentar atraí-la, os papéis se invertem. Ela passa a correr atrás dele, que, por sua vez, fica se esquivando e se mostrando desistente do plano de ambos se casarem logo que ela completasse 18 anos, e de repente paira uma sensação daqueles romances irritantes no qual a mocinha praticamente suplica pelo amor de seu amado. A Jessica estava se mostrando tão bem no início, por que teve que mudar tão drasticamente? Tá, ela tem direito de correr atrás dele, mas a forma como o fez foi meio... desesperada, obsessiva? E, bem, um pouco abrupta a meu ver.
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