Maira Giosa 19/01/2021FabulosoMachado, Clarice, Guimarães e Érico. Para mim, o quarteto de ferro da literatura brasileira. Grandes em igual medida, embora tão diferentes em sua maneira de retratar a realidade e o povo do nosso país. Enquanto os outros são canonizados, Érico é, por vezes (errônea e injustamente), esquecido. Não deveria. Sua literatura é, como a dos demais, universal. E ele mostrou isso com tantos exemplos. Um desses, e o maior de todos, é a série O Tempo e O Vento, de onde saiu o conto quase independente Um Certo Capitão Rodrigo, publicado como o quinto volume da Coleção Grandes Escritores Brasileiros da Folha.
Tratando da vida de uma cidadezinha antes e depois da chegada do famigerado capitão, Veríssimo traz as dores e a dificuldade daqueles que viveram no Rio Grande do Sul. As famílias Terra e Cambará, particularmente, parecem ter inspirado García Marquez e seus anos de solidão. É um retrato fiel e bonito da sociedade daquela época (que, na série, tem um recorde amplo de 200 anos). A história em si é apaixonante tanto quanto seus personagens infelizes. Um excelente tira-gosto para quem quiser se aventurar nos sete volumes da série.
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