O amor de Mítia

O amor de Mítia Ivan Búnin
Ivan Búnin




Resenhas - O Amor de Mítia / O Processo do Tenente Ieláguin


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nana.a.anna 15/03/2024

A emenda é melhor do que o soneto
As inspirações extraídas de Goethe não são às escondidas. O autor faz questão de esclarecer as suas inspirações ocidentais desde o início. Mas diferentemente do seu predecessor ("Os Sofrimentos do Jovem Werther"), "O Amor de Mítia" consegue ser mais belo, delicado e angustiante sem fazer os leitores se submeterem à melancolia - quase limítrofe - do Goethe.
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Tiago 19/10/2023

Um início promissor mas a história desaponta
O livro começa bem promissor (a primeira frase, especialmente) contando sobre o jovem Mitia e sua relação com Katia, uma aspirante a atriz. Ambos são jovens e apaixonados mas Mitia começa a se consumir de ciúmes. No início da primavera Mitia viaja de Moscou ao interior e tem planos de encontrar Katia no início do verão na Crimeia (onde ela passa férias com a família) A partir daí o livro desaponta. A forma como é contada a história é demasiado dramática e ao mesmo tempo não desperta no leitor nenhum sentimento especial em relação a Mitia. As descrições bucólicas são até bonitas e conseguem ser compatíveis com o que Mitia sente naquele exato momento da história mas me pareceram colocadas mais como um florear excessivo do que como um elemento indispensável a história. O final é de certa forma ?dado? ao leitor ainda no primeiro terço do livro. Já tinha lido histórias de Bunin (contos) bem melhores do que esta novela.
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Flávia Menezes 11/01/2023

NÃO VÁ À ÓPERA SE VOCÊ SÓ OUVE ROCK!
O manuscrito de ?O Amor de Mítia?, do primeiro escritor russo a receber o Prêmio Nobel de Literatura, Ivan Alekseyevich Bunin, é datado de 14 de setembro de 1924, porém, a novela só veio mesmo a público pela primeira vez na revista ?Sovremênnie Zapíski? (Anais Contemporâneos), vols. XXIII e XXIV, em 1925.

Admirado por escritores renomados como Thomas Mann, Vladímir Nabókov, André Gide entre outros, e com sua narrativa exemplar escrita em prosa e poesia, Búnin nos faz penetrar na mente de um jovem atormentado pela poderosa experiência do primeiro amor com uma intensidade tão tangível que é possível sentir em cada uma das suas palavras a força do desejo e paixão que Mítia sente pelo seu objeto amado, a jovem Katia.

Para lermos essa obra-prima, é importante compreender que o universo artístico de Búnin abandona o ser antropocêntrico que, pequeno e frágil, deixa de ser o centro do universo para ser apenas uma partícula perdida na imensidão da natureza, nessa eternidade do cosmos. Sendo assim, o que veremos aqui é que a paisagem passa a ocupar o lugar de protagonista, pintada com uma multiplicidade de detalhes bem concretos, e pincelada de cores vivas e expressivas, revelando sua força e absoluta independência da natureza humana.

Como o autor tem essa grande queda pelos extremos, nessa história conseguimos sentir esse clima de alta tensão que perpassa pelas polaridades da alma humana: a intensidade da paixão e a dor da separação, o passado e o presente, o amor e a morte.

A riqueza dessa narrativa tão poética, combinada com a forma como o autor vai tecendo de forma bastante dramática todo o sofrimento que Mítia experimenta ao viver o seu primeiro amor, com todo o seu ciúmes, seus medos e anseios provocados pela necessidade de uma separação tão prematura, quando a paixão ainda está em seu auge, e o desejo por desfrutar da presença do objeto amado é quase que uma necessidade, por mais intensa que seja, preciso advertir que pode ser algo que não irá agradar a todos os gostos.

Inclusive, algumas resenhas que eu vi por aqui, chegam a criticar a escrita dos autor, dizendo que essa forma de descrever a natureza é exagerada, e de que os sentimentos de Mítia não são tão interessantes, não tendo a obra acrescentado muito. Confesso que não sei se fico surpresa ou chocada com essa colocações. E veja bem, não é por não respeitar o gosto de cada um, mas porque a obra vem de um conceito diferente do que percebo ter sido a expectativa desses leitores. Afinal, se uma obra tem por foco explorar a natureza, como sua protagonista, abandonando o antropocentrismo, como podemos esperar que ele não fizesse descrições da natureza? É altamente contraditório.

Para ser sincera, é por esse motivo que cada vez mais, quando inicio uma nova leitura, especialmente de uma obra mais clássica, muitas vezes eu paro um pouco para pesquisar mais sobre a história ou sobre o autor. E isso me ajuda muito a compreender o cenário da época em que ela foi escrita, exatamente para não esperar algo que está totalmente fora do seu contexto.

Compreendo que cada um tenha um gosto, mas eu realmente preciso dizer: Não vá à opera, se o único gênero musical que você ouve é o rock! Pois se o fizer, certamente você perderá a oportunidade de experimentar toda a profundidade e beleza dessa arte que está se abrindo tão vivamente diante dos seus olhos.

E Búnin é essa beleza singela de palavras escritas com uma suavidade e paixão, que chega a ter musicalidade enquanto nossos olhos vão percorrendo cada frase. Eu confesso que fiquei encantada a ponto de ter lido essa novela de uma única vez, porque eu simplesmente não queria mais largar esse livro. Meu nível de conexão com a escrita de Búnin foi altíssima, e eu inclusive fui transportada para a minha adolescência, época em que eu tinha grande paixão por ler obras escritas assim, em prosa e poesia. E preciso dizer, as sensações que Búnin vai despertando com a sua escrita é tão poderosa, quanto a força da história que ele conta.

Escolhi essa leitura porque, assim como em ?A Besta Humana?, minha primeira leitura finalizada em 2023 (e que leitura!), essa trama também se debruça na temática do amor, do ciúmes, e da traição, e preciso confessar que também por ter sido uma oportunidade perfeita para ter o meu primeiro contato com a obra escrita por um autor russo. E que grata surpresa eu tive!

Assim como em ?Otelo?, do poeta, ator e dramaturgo inglês William Shakespeare, essa novela nos faz refletir sobre o ciúmes incompreensível que arrebata o jovem Mítia, e o faz mergulhar em suas fantasias de que, estando longe da sua amada, logo ele será substituído por outro, e isso o vai torturando a ponto de fazê-lo chegar a perder um peso considerável, além da vontade de manter acesa a chama da vida que existe dentro dele.

Alguns personagens vão aparecendo na história, e interagindo com Mítia, provocando-lhe sensações e sentimentos, que o ajudam a perceber que sua juventude e boa condição de vida não podiam ser desperdiçados. E tudo isso o autor faz através da poesia, o que torna ainda mais intenso e bonita a forma como as cenas vão se dando sem nada explícito, e como mesmo assim, as sentimos com a mesma intensidade que sentiríamos se fossem contadas com riqueza de detalhes.

O final é simplesmente arrebatador, e para mim foi feito com um nível de perfeição que nada tenho a dizer a não ser que os escritores do passado sabiam muito bem como colocar a sua intensidade sem medo de parecer piègas ou exagerados.

Essa é uma novela belíssima, com uma escrita impecável, singela, que me conquistou de uma forma não apenas sensorial, mas que me transportou para outro momento da minha vida, e me fez reviver uma época já distante, mas na qual a pureza dos sentimentos ainda era possível de ser experenciada sem as sombras que a maturidade nos traz.

Búnin é um mestre, um poeta, e se você quer se abrir a uma possibilidade nova de viver uma obra através do sensorial muito mais do que pelo seu enredo, sem dúvida esse é o escritor perfeito para experimentar algo assim.
Francisco 11/01/2023minha estante
Literatura russa é ótima e profunda. Meus preferidos são Gorki e Dostoievski. Nunca havia ouvido falar desse autor, mas sua resenha me deixou curioso. Parabéns pela resenha, pois tenho absoluta certeza de que captou todos os detalhes importantes e suas respectivas análises psicológicas.


Sabelpimenteel 11/01/2023minha estante
Mulher, tu escreve tão bem! Um dia eu aprendo a fazer resenhas assim KKKKKK


Flávia Menezes 12/01/2023minha estante
Isabel, muito obrigada! Mas olha? é costume. Acho que já faz tanto tempo que tenho feito resenha de todos os livros, que fica até mais fácil. E depois das primeiras, você vai ver. Vai escrever resenhas lindas também ?


Flávia Menezes 12/01/2023minha estante
Francisco, logo eu vou me aprofundar mais nos russos. Conheço bem pouco, mas depois desse, eu estou bem entusiasmada. Achei esse livro tão por acaso, mas vale à pena ler.


OceaneMontanea 15/12/2023minha estante
este é um dos melhores títulos de resenha que já vi por aqui. haha




Rafaela.Cruz 30/12/2022

Emocionado.
Mais um russo emocionado. Texto muito fluido, mas não achei inovador ou interessante, baseando-me em outros escritores russos.
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Manu 09/12/2022

Leitura rápida e boa tirando a parte das descrições de cenário exageradas e desnecessárias. Mítia ,apesar de ser um ciumento ?insuportável?, é um ótimo exemplo de imposição de expectativas nos outros e a dependência de um terceiro para ser feliz. O livro me remeteu muito a Werther (na minha opinião Werther é bem mais interessante). Livro ok.
Rafael 11/12/2022minha estante
acho Werther meio massante kkkkkkkkkkkkk


Rafael 11/12/2022minha estante
além dos outros defeitos dele né kkkkkk


Manu 12/12/2022minha estante
apesar do werther ser meio cansativo de ler, o amor do werther e o final que ele teve sao muito mais poéticos. Já no caso do Mítia, foi um fim devido a seu egoísmo exagerado e frustração com as expectativas impostas na Katia? Então olhando por esse aspecto achei Werther mais interessante sabe?


Rafael 12/12/2022minha estante
Infelizmente não li O amor de Mítia, mas sobre Os sofrimentos do jovem Werther, tem alguns trechos incríveis, muito poético mesmo e ele é realmente bem interessante




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Valmor 19/08/2022

Livro que trata da paixão adolescente. O livro é monótono, o desenrolar da história é lento e o autor se perde em narrações longas das paisagens e cenários.
O primeiro amor de Turgueniev é bem melhor nesta temática
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Maria 30/08/2022minha estante
Excelentes reflexões. Fiquei curiosa acerca do romance do Ernesto Sábato.




Ricardo256 04/11/2021

O amor de Mítia
Adorei ler esta novela que conta a história de um jovem que é muito apaixonado por uma moça, Katia. O livro bebe da fonte de Werther, livro do Goethe. Katia é uma moça intelectual e amante das artes mas que também nutre uma afeição por Mitia. Mitia que é perdidamente apaixonado por Katia, resolve ir para o interior da Rússia para espairecer e lá ele começa ver Katia em todos os lugares, mostrando ainda a paixão de Mitia por Katia. Em vários momentos você quer dar na cara de Mitia. Kkk Mas eu adorei o livro, principalmente pelas descrições da Rússia que o Búnin descreve. Foi muito bom! Super recomendado.
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Maria Clara 10/08/2021

"O ciúme é uma falta de respeito em relação à pessoa que se ama"
Não gostei muito do livro. O autor até cria um pequeno embrião de uma mulher livre na figura de Kátia, voltada as artes e ao teatro, mas isto gera preocupações por parte de Mítia, por distanciar a personagem de seu amor possessivo. Resumindo, o Mítia é tão chato que a menina foge dele.
Passando a parte do romance nada saudável, fiquei bastante incomodada com certas apresentações que o autor faz ao descrever figuras femininas. É aquele clichê machista, que o autor só consegue descrever a mulher apontando seus "seios virginais", "seios pequenos", "mamilos cor-de-rosa" (trechos do livro) e mais, sempre comparando o "auge da feminilidade" com uma beleza infantil. Eu compreendo que o livro é do início do Sec. XX e reflexo de seu tempo, mas eu também sou reflexo do meu tempo e leio tais trechos com repugnância, não consigo evitar.
Por fim, "Os sofrimentos do jovem Werther" é beeeem melhor.
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Felipe Ribeiro ð 15/02/2021

Búnin e o Primeiro Nobel de Literatura.
Parece ser meio "clichê" que grandes autores russos iniciem sua trajetória com narrativas sobre o amor de um jovem a outra. Ao mesmo tempo, cada um traz, em sua narrativa, algo tão profundo que é impossível traçar uma semelhança de uma obra a outra. O tema é corriqueiro, porém nunca igual.

Em "O Amor de Míta", Ivan Búnin conseguiu o Primeiro Nobel de Literatura, para a Rússia. Ele escreveu esta novela quando estava em exílio.

Acompanhamos aqui a trajetória de Mítia e seu amor incompreendido. É visto como a vida pode se tornar algo sem sentido, se você focar seus sentimentos e sentidos às pessoas erradas. Não que elas sejam más, mas sim que cada um tem seu caminho, e você tentar forçar algo, "só porque você quer que aconteça", isto, dependendo de sua obsessão, pode lhe acarretar algo trágico.

Linkando a novela com o período que Búnin a escreveu, percebe-se muito da angústia que o autor passou a seu protagonista. O amor maquiado pela a esperança. Nunca um autor foge muito de seu personagens.
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Edna 09/12/2020

Perdido
Um livro   curto, uma novela com uma narrativa fluente mas uma história monótona.

O que me encantou foi ele criar uma personagem feminista com um espírito livre e independente e que preferia a Arte ao amor de Mítia que à sufocava.

Mítia é o Personagem principal que é louco por Kátia e sente ciúmes do meio em que a namorada Katia vive, das pessoas à sua Arte.

O drama e tormento de Mítia aumenta quando ambos saem em viagens diferentes, e nada aliviará e enquanto vai todos os dias ao correio em busca de uma carta que nunca chega. A familia os empregados tentam ajudá-lo em vão pois eke está sendo consumindo pela paixão até as últimas consequências. 

#Bagagemliterária
#OamordeMítia
#IvanBunin
#Literaturarussa
#bookstagram
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Fernanda Sleiman 10/10/2020

Novela rápida
Novela rápida e interessante. Fala como um homem pode ser incrivelmente chato para uma mulher
Lutty1 10/10/2020minha estante
Que homem é? Nome da criatura para que possamos passar longe! Risos...


Fernanda Sleiman 11/10/2020minha estante
Hahahhhaahha é o chato do Mitia, o protagonista




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