Solar

Solar Ian McEwan




Resenhas - Solar


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Isabel 23/06/2012

genial!
Vão por mim: esse cara ainda ganhará o Nobel!

A história é ótima, o texto é muitíssimo bem escrito, a edição é impecável [revisão incluída], o tema é atual, o livro é repleto de tiradas geniais e bem-humoradas...
Enfim, leiam!
Vale cada centavo!
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Rodrigo1001 12/05/2023

Prepotência cômica (Sem Spoilers)
Título: Solar
Título original: Solar
Autor: Ian McEwan
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 342

Décimo primeiro livro de Ian McEwan, Solar foi publicado em Março de 2010, porém, em Junho de 2008, McEwan fez uma leitura surpresa do livro no Hay Festival. Nessa ocasião, apresentou o protagonista como “um cientista que espera salvar o planeta”.

Sr. McEwan, o senhor é um baita fanfarrão!

À primeira vista, Solar parece pretender discutir sobre mudanças climáticas, mas, na realidade, esse tema é somente a tela por onde o autor borda sua obra. O clima foi utilizado como pretexto, pois o que o autor realmente quis entregar é um livro recheado de ironia, sarcasmo e acidez. Uma exposição das fragilidades humanas, individuais e coletivas, permeada de humor e diálogos que nos jogam em um processo de autoanálise do qual retiramos prazer, ódio, nojo, alegria e ranço.

Forçando o leitor a adentrar a mente do protagonista anti-herói, o autor brinca com o politicamente incorreto, com o chauvinismo, e nos coloca em contato com o desprezível e com o humor praticamente na mesma medida. Em mim, causou muitos curtos-circuitos!

Tanto que sinto que falhei na avaliação. É tão denso que não consegui me eximir de dar 3.5 estrelas quase como uma forma de punição. Talvez o livro mereça 5 estrelas, mas o protagonista 3.5 ou menos? Eu puni o livro por meio do protagonista? Deus meu!

Enfim, o que eu posso afirmar é que o livro me pareceu longo demais. Em meio a situações engraçadas e constrangedoras para parir esse anti-herói que gera asco no leitor, a segunda e terceira partes do livro parecem perder fôlego, ficando estagnadas e em contínua repetição sobre os hábitos do protagonista. Nesse momento, no entanto, eu já tinha sido sorvido pela antipatia (odeio assumir, mas às vezes cativante) que McEwan criou em cima do protagonista e terminei a leitura com um misto de antipatia e afeição, também quase na mesma dosagem.

Confuso, declaro: 3.5 estrelas está de bom tamanho até relê-lo novamente (na força da sopa de nojinho com apreciação!). No mais, palmas para a editora por fazer uma capa com apelo sensorial e com o tal urso polar que faz todo sentido!

Leia e me conte suas impressões, ok?
edu basílio 12/05/2023minha estante
fatntástico, fantástico, rods! acredita que eu comecei a ler mcewan com "solar"? esse protagonista abjeto é uma caricatura muito precisa de figuras com quem convivo (ou, antes, que preciso suportar) por trabalhar no meio acadêmico... concordo que o livro em si mereça umas 4 estrelas. eu dei 5 em um movimento em sentido inverso ao seu: aumentei a nota do livro por ter encontrado nele um eco acurado (e, assumo, meio sádico) do meu asco pelos "michael beard" que as regras de boa convivência me obrigam a tolerar.


edu basílio 12/05/2023minha estante
fantástico, fantástico, rods! acredita que eu comecei a ler mcewan com "solar"? esse protagonista abjeto é uma caricatura muito precisa de figuras com quem convivo (ou, antes, que preciso suportar) por trabalhar no meio acadêmico... concordo que o livro em si mereça umas 4 estrelas. eu dei 5 em um movimento de sentido inverso ao seu: aumentei a nota do livro por ter encontrado nele um eco acurado (e, assumo, meio sádico) do meu próprio asco pelos "michael beard" que as regras de boa convivência me obrigam a tolerar.


Rodrigo1001 12/05/2023minha estante
Faz todo o sentido! Infelizmente, também sou forçado a conviver com alguns clones de Michael Beard, mas são poucos. Meu senso de defesa naturalmente me faz reduzir o convívio ao mínimo necessário e meu espírito capricorniano ajuda bastante!


edu basílio 12/05/2023minha estante
... no seu caso como no meu, creio que os "beards" a suportar não inventaram ou descobriram nada de relevante, menos ainda foram agraciados com um nobel ? a arrogância e a empáfia deles resulta de simples falta de noção ou de transtornos de personalidade na fronteira da sociopatia, do histrionismo e do narcisismo.
???


Rodrigo1001 12/05/2023minha estante
Lembrei de uma frase que diz mais ou menos isso aqui: ?Seu ego vai te levar bem longe. E te deixará lá, sozinho?


edu basílio 13/05/2023minha estante
... et tout est dit.




jackguedes 04/01/2011

Uma catástrofe humana
Às vezes penso que chegamos ao fim ou muito perto dele; nós humanos recebemos o que merecemos e não me refiro apenas ao clima ou ao meio ambiente. O pensamento de que o fim é inevitável me é confortável de certa forma. Entretanto, meu lado mais obscuro este sim, o mais otimista às vezes dá as caras para fazer o deixa disso: ainda dá tempo de mudar e precisamos fazer algo para evitar o fim.

Isso tem acontecido com muita frequência ultimamente, tenho estado otimista, mesmo com uma série de conjunturas depondo contra.

O que explica então o fato de eu ter lido um livro chamado Solar que trata, quase diretamente, do assunto? Ian McEwan explica. O autor realmente participou de uma expedição ao Ártico que serviu de base para esse último livro, lançado agora no país, pouco depois de sua publicação no Reino Unido (muito bem editado e traduzido, diga-se). Seu envolvimento com o universo científico foi enorme e conforme já foi dito, McEwan fala de física como um físico, de forma muito acurada como um conhecedor do assunto.

Mas esse é só um detalhe. O grande pulo do gato de Solar é ser uma comédia. McEwan foi genial em determinar um tom humorístico ao romance, afinal, quem aguentaria um livro sério sobre um tema sério como o aquecimento global? Não eu.

Dessa forma temos Michael Beard, o cientista ganhador do Prêmio Nobel no final da década de 60 que desde então não tem feito nada de significativo a não ser arruinar cinco casamentos e colecionar um sem número de amantes (isso até o primeiro capítulo). Beard é certamente o maior anti-herói criado pelo autor inglês, o mais canalha, o mais detestável, ainda assim o protagonista que em determinado momento da trama vai ganhar a simpatia do leitor.

Beard é diferente, por exemplo, da virginal Florence Ponting, uma das protagonistas de Na Praia, romance anterior de McEwan. Em nenhum momento a personagem, que desempenha um papel importante para a intensificação do clima denso dessa breve novela, capta a simpatia do leitor. Já Beard, mesmo digno de pena, é uma perfeita representação do homem neste início de século; se não existe identificação leitor-protagonista pelo menos também não há estranhamento.

É interessante notar que o autor vem intercalando romances atuais com outros ditos de época: Reparação (2001), cuja trama se passa no período entre guerras, foi seguido por Sábado (2006), cujo enredo aborda a Guerra do Iraque, em meados de 2003. Na Praia, livro de 2007, se passa no começo da década de 1960 e Solar, que não poderia ser mais atual, tem seu enredo divido entre 2001, 2005 e 2009, ano de seu lançamento.

Durante os nove anos que abrangem a narrativa de Solar, Michael Beard vai se comprovar o anti-herói apresentado na primeira página, sem dar chance a reparações; vai empreender uma jornada por uma espiral descendente com algumas poucas pausas para um alívio cômico; Beard vai galopar para a própria ruína. Tudo isso enquanto tenta salvar o mundo do aquecimento global (e também sua carreira do esquecimento) de uma forma bastante oportunista.

Mas que não se engane quem acha que essa trama pode reservar alguma semelhança com a de Reparação. As possíveis comparações se restringem unicamente à estrutura narrativa, à forma como uma ou mais ações impensadas trazem consequências imprevisíveis futuramente. Mas o que era elegante e dramático em Reparação, é tragicômico e quase vulgar em Solar. Essas qualidades são meramente reflexos dos personagens.

Solar (novamente) comprova a hábil versatilidade de McEwan em compor com perfeição tramas e personagens que, analisados mais a fundo, são pequenas alegorias do comportamento humano.

http://jackguedes.wordpress.com/
Léo 02/01/2015minha estante
Texto excelente! Parabéns!




Paty 24/03/2014

Solar mostra que as soluções mais urgentes estão nas mãos de pessoas humanas, logo indivíduos repletos de falhas e contradições. Está aí o verdadeiro centro de Solar: a humanização da ciência.
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Zé Pedro 09/05/2011

Estilo!
Ian McEwan tem um estilo pessoal inconfundível. Alia uma técnica narrativa que prende a atenção do leitor, hipnotizando e convidando-o a se embrenhar cada vez mais nas suas histórias. Tudo com um jeito fino e elegante, um texto excelente e fácil de assimilar.
Desde que li "Reparação" virei fã do autor e já estou com vários títulos em minha estante.
Em "Solar" temos a figura de Michael Beard, este anti herói dos nossos tempos, mulherengo, alcoólatra, glutão e com um desapego às pessoas que é um caso à parte. Não ama ninguem, se apega a um Nobel que em idos tempos o fez famoso e agora sentou em cima desse premio prá se aproveitar de várias situações, inclusive de cargos honorários em que ele só usa o seu prestígio.
Tudo tem como pano de fundo as mudanças climáticas e a necessidade de novos hábitos das pessoas prá mudar o futuro. McEwan conta a história com o seu domínio narrativo costumeiro e um fato inovador, que é o humor, muito humor em torno deste anti herói obeso e egoísta.
Um livro importante para os nossos tempos.
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rafa 05/11/2010

A diferença de Solar em relação a todos os outros começa pelo tom de sátira para tratar de um tema tido como trágico por muitos ecologistas. Outra distinção está na estrutura, solta e desprovida da costura fluente das ações que fez a glória recente de McEwan. Ele se divide em três partes, cada uma correspondente a um ano: 2000, 2005 e 2009. Nesse meio-tempo, o pano de fundo – o aquecimento global – vai piorando, ao passo que a história esmorece. Assim, a primeira seção contém mais reviravoltas e crueldade. As demais trazem desdobramentos dos atos cometidos no início.

O romance pode ser lido tanto como farsa como apólogo moral. Conta as aventuras nada edificantes de Michael Beard, físico de meia-idade que vive da fama passada. Havia 20 anos, ele tinha ganhado o Prêmio Nobel de Física pela formulação de uma lei que mais tarde seria chamada de Conflação Beard-Einstein. Sua contribuição foi ampliar o papel da radiação atômica, mas ficou nisso. Com o passar dos anos, o cientista colecionou honrarias e convites para chefiar departamentos. Mas nada fez de novo. No ano 2000, ele está deitado nas glórias passadas. Trabalha no Centro Nacional de Energia Renovável em Reading, Inglaterra. Ali, comanda o projeto de uma turbina eólica. Não se esforça em progredir na pesquisa: sabe que, quanto mais ela se arrastar, mais poderá estender sua sinecura. Sob seu comando está uma equipe de pós-doutorandos, que ele não distingue muito bem. Para Beard, todos têm entre 25 e 29 anos, são magros e altos e usam rabos de cavalo. Um deles, Tom Aldous, dá-lhe às vezes carona e, no percurso, expõe seus temores quanto ao calor global e às ideias para produzir um gerador à base de fotossíntese artificial. Beard finge interesse. Mas só pensa em sexo. Sua quinta mulher, Patrice, tem um caso com um certo Rodney Tarpin, pedreiro grandalhão que trabalhou na reforma do banheiro da casa em Londres – e deixou ferramentas num quarto da casa. Beard não pode fazer nada, porque a traiu diversas vezes, e ela descobriu. Enquanto Patrice se atira alegremente nos braços de Tarpin, o marido se remói de ciúme e chega ao ridículo de fingir que recebe uma visita feminina à noite, para impressionar a mulher. Tenta até desafiar Tarpin em um encontro, mas leva uma sova.
Nessa altura, recebe um convite para visitar um fiorde no Polo Norte com um grupo de artistas. Ao se imaginar devorado por um urso-polar e “ver o aquecimento global de perto”, percebe quanto as pessoas em geral, e os artistas em particular, são impotentes diante do derretimento das geleiras. Ao desembarcar em Londres, sua degradação moral encontra novo combustível. Surpreende na sala de estar seu orientando, Tom Aldous, estirado negligentemente em seu sofá, vestido com seu roupão, tomando café. O jovem tenta se explicar, se diz vítima das ameaças de Tarpin e propõe que os dois se unam em nome da salvação do planeta. Enquanto pede clemência, Aldous escorrega em uma pele de urso-polar, bate a cabeça na mesa de centro e morre. Em vez de chamar a polícia, Beard simula pistas para incriminar Tarpin – coloca o martelo do pedreiro perto do cadáver – e sai de mansinho, para se enfurnar na Biblioteca Britânica. Lá, recebe o telefonema desesperado de Patrice.

Tudo começa a dar certo para Beard. As circunstâncias enobrecedoras só servem para fomentar a cupidez do anti-herói picaresco. O rival Tarpin é julgado e condenado a apodrecer na prisão – pena que Beard considera leve. Ele rouba a invenção do outro rival, Aldous, patenteia o gerador com fotossíntese artificial e monta uma empresa nos Estados Unidos. Mas a sorte de nosso vilão tem limites. Convém ir até o fim para entender a não moral da história, porque sempre há desforra nas narrativas de McEwan.

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jota 17/09/2013

Mas que calor...
A figura de Michael Beard, cientista de meia-idade envolvido num projeto de energia solar (mais especialmente de fotossíntese artificial), desprezado pela quinta esposa (vários anos mais jovem que ele e que o trocou por um pedreiro musculoso, não sendo esse seu único caso de infidelidade), que o torna grande parte do tempo uma figura patética (não apenas através de ações desastradas, mas também em pensamentos), é mais uma grande criação de McEwan.

Poucas vezes li ficção em que ciência e ecologia são mencionadas a toda hora com enorme plausibilidade e sem aborrecer o leitor, pelo contrário. Aquecimento global, poluição, extinção de espécies vegetais e animais, busca de novas fontes de energia limpa e renovável, etc., são o pano de fundo desta história. Mas que tem mesmo como grande protagonista o autoindulgente, cínico, desastrado e não exatamente ético Michael Beard.

A ação se passa entre 2000 e 2009, tempo em que o Brasil oferecia ao mundo, e nosso demagogo (um pouco pior do que isso, na verdade) presidente de então alardeava aos quatro cantos, a excelência da energia limpa e renovável dos biocombustíveis, que o país poderia produzir em escala mundial e salvar o planeta da catástrofe anunciada do aquecimento global. Mas o Brasil é citado no livro não exatamente como exemplo para coisa alguma e essa história dos biocombustíveis brasileiros o próprio governo deixou que caísse no esquecimento geral...

Bem, o Financial Times - e McEwan mostra o quanto há de interesse não exatamente científico na ciência - diz que este é talvez o melhor livro dele. Mas eu ainda penso que Reparação e Na Praia são os dois melhores livros que li dele e que Solar não é tão brilhante assim. Mas é muito bom.

Lido entre 11 e 17/09/2013.
Arsenio Meira 03/10/2013minha estante

Concordo, parcialmente. Mas esse parcialmente é quase nada: achei apenas bom, e olhe que li cheio de boas intenções, sentindo aquela velha e boa expectativa, pois Reparação é um grande romance.


jota 03/10/2013minha estante
Claro que Solar não é brilhante como Reparação ou Na Praia, mas mesmo assim achei o livro muito bom, especialmente por três coisas, dentre várias:

1) se a história não é sensacional, o personagem principal - Michael Beard - é bem construído e desenvolvido, além de muitíssimo interessante e plausível;

2) Ecologia é um assunto que me interessa muito: na juventude, em Santos-SP, militei numa organização ecológica. Ao contrário de muita gente, acredito sim em aquecimento global, que o homem está destruindo impiedosamente o ambiente - pela primeira vez em tempos recentes, acho, ocorreu um tornado no estado de São Paulo, talvez no Brasil, não sei bem. Várias questões ambientais abordadas no livro são interessantíssimas, pelo menos para mim (problemas e possíveis soluções ou não);

3) ler o final do livro foi altamente prazeroso - para redenção dos leitores e danação de Michael Bear.




Arsenio Meira 04/10/2013minha estante

Mas isso é que é defesa, Jota!

Apenas achei a condução do enredo um tanto quanto enfadonha, sem desmerecer o tema.O Beard, de fato, dá nos nervos. No mais, até concordei, notadamente com suas últimas palavras: "Mas eu ainda penso que Reparação e Na Praia são os dois melhores livros que li dele e que Solar não é tão brilhante assim. "

Para você o Solar é muito bom, é natural. Para mim, é bom, o que, diga-se, também é natural, pois não significa que o livro seja medíocre, mediano ou indigno de leitura.

Há até quem prefira o Solar aos títulos mais notáveis do McEwan, o que também é perfeitamente plausível. Ou não?




Celaro 20/05/2023

Me prendeu
Um físico reconhecido e bajulado que leva uma vida desregrada, passando por meia dúzia de casamentos sem se entregar ao amor. O pano de fundo é o tema do aquecimento global.
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Thali 30/09/2016

Diferente
No início não estava gostando. Depois o livro me prendeu bastante. Porém o final não me satisfez. Talvez não esteja acostumada com o tipo de escrita do autor.
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spoiler visualizar
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Tuyl 27/09/2022

Apesar de ter um texto muito bom, a história não me pegou. A temática não me agradou e o final foi óbvio.
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Marselle Urman 22/11/2010

Preciso.
McEwan é minimalista, e isso quase sempre é uma virtude.

Ele sabe conduzir os humores de seu leitor com maestria, nunca se excedendo, nesta obra pelo menos, nunca nos entediando.

O passeio pelo livro é delicioso ao longo de seu trajeto. O tipo de livro que me provocou caras e bocas ao ler no metrô.

Só não dei "4 estrelas" porque o desfecho não me satisfez, mas isso é opinião pessoal minha. Vale muito a pena.
Thali 30/09/2016minha estante
Fiquei desapontada ao terminar o livro.




otxjunior 10/08/2012

Solar, Ian McEwan
Ian McEwan escreve sobre aquecimento global e mudanças climáticas sem ser eco chato ou pregar a tão falada consciência ambiental. O que já é um grande mérito do autor, de quem já sou fã desde Reparação. Dono de uma narrativa deliciosa, McEwan expõe sem escrúpulos a trajetória licenciosa do cínico anti-herói, Michael Beard.
Um físico Nobel que está se aproximando do lado descendente da sua vida. Michael Beard teve cinco esposas, com cada casamento deixando uma grande pilha de lixo emocional em seu rastro. Ele não pode ou não vai crescer. Ele apenas permanece em movimento na esperança que tudo vai se resolver. Isso não acontece. E fica ainda pior.
McEwan surpreende ao fazer com que o leitor se importe com o obeso, careca, amoral e apático protagonista, que mesmo com uma carreira que muitos considerariam de sucesso, é digno de pena. Fiquei me perguntando como a história iria terminar, parecia uma tarefa ingrata, e realmente não deve agradar a todos. Porém, acima de tudo, Solar é pertinente, engraçado, crítico e faz pensar e Ian McEwan já tem um lugar especial na minha estante e na ficção inglesa deste século.
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Lenise 27/11/2013

O livro é interessante!
O ritmo do autor é diferente e custa para o leitor se adaptar, mas depois que isso acontece o próprio inesperado do "ritmo" torna-se um atrativo.
Um cientista pesquisa a utilização de energia solar para resolver os problemas do planeta. Mas... ele não é o herói esperado, pelo contrário, ele é um anti-herói: obeso, mau-caráter, mulherengo e sem problemas em utilizar as ideias de outros como sendo suas.
O livro acompanha diversas épocas de sua existência onde hora ele parece pitoresco, hora repulsivo.
Se eu leria de novo? Não!
O livro é interessante pelo inesperado, mas não o achei cativante.
Algo que gostei muito no livro (mas que não foi suficiente para minha opinião ser positiva)foi a apresentação de Beard (o cientista). É perfeita! Parece que estendendo a mão eu conseguiria tocá-lo tamanha a perfeição do autor em descrevê-lo. Beard é obeso e pensa como obeso. Fui procurar uma foto do Ian Mc Ewan no Google para ver se ele é gordo, mas não é. Ele deve ter feito uma pesquisa muito minuciosa com pessoas com esse problema, é um ex-gordo ou tem alguém muito próximo de si assim. Beard é tão perfeito que parece real!
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Gabriel VIeira 08/05/2016

McEwan é mestre e um dos meus autores favoritos no mundo. Solar é mais uma de suas obras-primas. Recomendo muito a leitura.
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