@aprendilendo_ 01/05/2022
Resenha de O Poderoso Chefão
Quando a família Corleone, a mais poderosa organização mafiosa dos EUA, decide não entrar para um novo esquema de tráfico de drogas junto com outros grupos, tem-se o início de uma série de retaliações e sua consequente guerra pelo império criminoso de Nova York. Publicado pela primeira vez em 1969, O Poderoso Chefão, de Mario Puzo, foi adaptado para os cinemas e se tornou uma das histórias mais marcantes da cultura pop de todos os tempos.
De início, narrado em terceira pessoa, o livro traz a característica de uma escrita descritiva, a qual ambienta muito bem o leitor nos cenários e contextos do momento pós segunda guerra mundial, no qual se passa a história. Tal elemento, junto com uma perfeita construção da cultura mafiosa italiana, acaba por facilitar a imersão literária no jogo de poderes entre as organizações criminosas e suas consequências, tanto nas ruas de Nova York, quanto na individualidade de cada personagem da trama. No entanto, talvez um dos únicos pontos negativos da história é, justamente, uma certa lentidão no desenvolvimento dos acontecimentos e a excessiva alternância entre as histórias principais e secundárias, o que acaba deixando o livro um pouco mais lento e pesado do que deveria.
De todo modo, a grande potência da obra se encontra na complexidade de cada personagem. Desde o poderoso Don Vito Corleone até o jovem e prepotente Michael, acompanhamos uma dolorosa mudança no comportamento e nas crenças de cada um, a qual ocorre por meio de acontecimentos extremamente impactantes e dolorosos. Assim, a narrativa funciona muito bem como um estudo de personagem, o qual expõem, com vivacidade, as contradições de um mundo envolto pela imoralidade e pelas mentiras.
O Poderoso Chefão faz por merecer ao ser considerada a grande história sobre máfia de todos os tempos, com uma ambientação extraordinária e personagens complexos em uma constante batalha pela vida. Vale a pena a leitura.
Nota: 9,4
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