Os Analectos

Os Analectos Confúcio
Confúcio




Resenhas - Os Analectos


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Marcos606 06/01/2024

Escritura sagrada mais reverenciada na tradição confucionista, foi provavelmente compilada pelas gerações seguintes de discípulos de Confúcio. Baseado principalmente nas palavras do Mestre, preservadas tanto em transmissões orais como escritas, capta o espírito confucionista na forma e no conteúdo, da mesma forma que os diálogos platônicos incorporam a pedagogia socrática.

Muitas das passagens dos Analectos descrevem o desenvolvimento de um conjunto de comportamentos ideais associados a moral do “caminho” (dao) do “cavalheiro” (junzi). Com base na analogia entre o caminho de Confúcio e os sistemas de ética de caráter derivados de Aristóteles, esses padrões de comportamento são hoje frequentemente descritos usando o termo latino “virtude”. Na segunda passagem dos Analectos, o discípulo You Ruo diz que uma pessoa que se comporta com piedade filial para com os pais e irmãos e que evita ir contra os superiores, raramente perturbará a sociedade. Relaciona esta com um quadro mais geral de como os padrões de bom comportamento abrem efetivamente a possibilidade de seguir o caminho do cavalheiro: “O cavalheiro trabalha pelas raízes. Uma vez estabelecidas as raízes, o caminho ganha vida”. O caminho do cavalheiro é uma destilação dos comportamentos exemplares dos altruístas heróis culturais do passado e está disponível para todos os que estão dispostos a “trabalhar nas raízes”. Dessa forma, as virtudes que Confúcio ensinava não lhe eram originais, mas representavam suas adaptações aos ideais culturais existentes, aos quais ele voltava continuamente para esclarecer suas expressões próprias em diferentes situações. Os cinco comportamentos do cavalheiro mais importantes para os Analectos são benevolência (ren), retidão (yi), propriedade ritual (li), sabedoria (zhi) e confiabilidade (xin).

Um dos valores confucionistas fundamentais que garantem a integridade da execução ritual é o xiao (piedade filial). Confúcio via a piedade filial como o primeiro passo em direção à excelência moral, que ele acreditava residir na obtenção da virtude cardeal, ren (humanidade). Aprender a incorporar a família na mente e no coração é tornar-se capaz de ir além do egocentrismo ou, tomando emprestado da psicologia moderna, transformar o ego privado fechado num eu aberto. A piedade filial, contudo, não exige submissão incondicional à autoridade parental, mas sim reconhecimento e reverência pela fonte da vida. O propósito da piedade filial, como a expressavam os antigos gregos, é permitir que tanto os pais como os filhos floresçam. Os confucionistas veem isso como uma forma essencial de aprender a ser humano.

Além disso, os confucionistas gostam de aplicar a metáfora da família à comunidade, ao país e ao cosmos. Preferem dirigir-se ao imperador como o filho do céu (tianzi), ao rei como governante-pai, e ao magistrado como o “funcionário pai-mãe”, porque para eles a nomenclatura centrada na família implica uma visão política. Quando Confúcio disse que cuidar dos assuntos familiares é em si uma participação ativa na política, ele já tinha deixado claro que a ética familiar não é apenas uma preocupação privada; o bem público é realizado por e através dela.

Confúcio definiu o processo de tornar-se humano como ser capaz de “disciplinar-se e retornar ao ritual”. O foco duplo na transformação do eu e na participação social permitiu que Confúcio fosse leal (zhong) a consigo mesmo e atencioso (shu) com os outros.
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Matheus656 14/07/2023

Analectos
Os ensinamentos passados nesse livro são atemporais. É um conjunto de sabedoria política, filosófica e moral refinadas ao longo de séculos, não atoa foi utilizado como pilar para a consolidação do Império Chinês.
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Criadordej 04/01/2023

Muito impressionante.
Um livro que possui a moralidade, benevolência e coragem como fio condutor. Aprendi muito sobre aquilo que devo reformar em mim.
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Eric 22/12/2022

Os Analectos de Confúcio (translated by D. C. Lau)
Os Analectos são um conjunto de escritos que expressam a filosofia moral do pensador chinês Confúcio (552 a.C. - 489 a.C.), juntando falas do próprio mestre e de seus discípulos que demonstram as bases do confucionismo. A ideologia se tornou a principal religião da China durante duas grandes dinastias, a Dinastia Han durante o século 2 a.C. e o "neoconfucionismo" na Dinastia Song que perdurou do século X ao XIII. Atualmente o governo chinês não possui nenhuma religião oficial, porém o confucionismo continua sendo a mais conhecida e influente religião no país (seguido pelo o budismo e taoísmo).

O livro é dividido em 20 capítulos subdivididos em versículos (semelhante a livros religiosos como a Bíblia), cada verso é praticamente independente e possui alguns poucos diálogo (ou muitas vezes somente um monólogo de uma única pessoa) sobre conceitos que giram em torno do aprimoramento intelectual e espiritual do homem, que nesse caso não utiliza a expressão "homem" para se referir genericamente a todos os indivíduos, mas sim somente aos homens, àqueles do sexo masculino. O livro em momento algum trata da mulher como alguém possível de comandar ou contribuir para a sociedade. Obviamente que no período de 500 a.C. essa era a realidade da população, porém, considerando que as ideias de Confúcio são influentes até os dias de hoje,
se torna preocupante a forma como as mulheres podem ser vistas no país atualmente.

Confúcio e seus discípulos buscam constantemente tornar os homens (os que não se enquadram no grupo de "pessoas comuns", termo usado para se referir à população sob comando de um governante) em "gentlemans", ou seja, "cavalheiros", homens benevolentes, sábios, corajosos e ligados às antiguidades por seguirem corretamente os rituais. Sobre as características de alguém benevolente, sábio e corajoso o livro se aprofunda, utilizando situações, exemplos e ensinamentos, na realidade uma boa parte do livro trata sobre esses assuntos. Já sobre os ritos, acredito que não seja o objetivo do livro explicitá-los, já que não traz o exemplo de nenhum tipo (o que eu, particularmente, adoraria ver para me ambientar melhor na cultura chinesa da época, porém reconheço que não seja esse o intuito do Lunyu).

A linguagem do livro não é difícil (pelo menos a versão em inglês do tradutor D. C. Lau que li), porém, muitas vezes se torna cansativa, principalmente quando são citados diversos nomes de figuras da época, sejam duques, lordes ou discípulos de Confúcio sem antes os apresentar, e para alguém que não conhece nenhum dos nomes, os textos se tornam sem sentido e desgastante, admito que em alguns versos que citavam muitos nomes, eu simplesmente pulava para o próximo.

Em geral é um livro interessante para quem tem curiosidade de conhecer um pouco mais da cultura chinesa, porém, por conta da antiguidade do livro, o efeito do Confucionismo sobre a China é não é tão grande quanto esperava. Algumas ideias podem e devem ser consideradas para a aplicação no dia a dia de nós mesmos nos dias de hoje na sociedade ocidental, por isso acho válida a leitura para conhecer diferentes noções da bondade do ser humano utilizadas em uma cultura que não possui uma influência esmagadora do cristianismo, uma forma de sair da bolha ocidental que muitas vezes estamos inseridos.
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Jarbas 12/11/2022

A filosofia confuciana tem como foco principal a melhor forma de governo. Através de uma educação adequada forma-se o caráter necessário para um bom governante. À primeira vista parece um amontoado caótico de provérbios e citações mas há uma sútil ordenação. Quem estiver interessado na obra do mestre chinês, recomendo a edição da L&PM, que contem extensa introdução e três apêndices que explicam a origem do livro, a ordem dos capítulos, a história e o contexto político em que viveu Confúcio e também de seus principais discípulos e do próprio Os Analectos.
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Laryssa.Bravo 22/05/2022

Extremamente necessário!
Confúcio traz ensinamentos atemporais.
Defendendo que através da educação, resgatamos os valores morais, estes sendo os pilares do ser humano, podemos ter uma sociedade harmônica e boa para todos.
Podemos aprender, estudando os ensinamentos antigos como Confúcio, que o mal da sociedade moderna é a perda de valores, e que precisamos resgatá-los para retomarmos nosso papel de ser humano, que se perdeu ao longo do tempo. Com o materialismo cada vez mais forte em nossos dias, torna-se cada vez mais difícil esse resgate, mas como Confúcio nos traz, devemos pensar mais em nossos "defeitos", corrigi-los e nos tornamos um ser humano melhor, e através do exemplo, inspirar nossos semelhantes a evoluir também.
Depois dessa leitura enriquecedora, óbvio que absorvi duas palavras, que ressoam em minha mente:
Shu - Não impor aos outros o que você não deseja a si mesmo
Chung - Fazer o melhor de que alguém é capaz. Dar o melhor de si.
É assim, com pequenos aprendizados, mas que colocamos em prática em nosso dia a dia, que vamos voltar a sermos o que em essência o ser humano é.
Leitura excelente! Estou contente em ter investido meu tempo em um conteudo tão reflexivo e enriquecedor!
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Jonathas dos Santos Benvindo 25/04/2022

Um livro bastante conciso sobre toda a vida de Confúcio, além é claro de seus ensinamentos. O livro é bem diagramado e tem muito material extra interessante, mas os ensinamentos em si algumas partes me deixaram desconfortável? Mas é bom conhecer mais um pouco da história da literatura mundial.
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Dan 13/01/2022

Mediano
Achei mediano, a introdução de 60 páginas resume o que veremos nos Analectos, de fato, dessa forma me pareceu mais maçante ainda o livro. Há sim ensinamentos legais, mas tem muita coisa repetitiva ou que não faz sentido para a realidade nossa. Quem gosta muito do tema, recomendo, quem só se interessa, procura algum resumo ou resenha estendida, melhor.
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Clio0 30/10/2021

Os Analectos de Confúcio são uma coletânea de casos, ditos e ideias atribuídos ao célebre filósofo chinês, seus alunos e contemporâneos, pois vários dos aforismos são referentes a pensamentos contrários ou contos moralizantes de cunho popular.

As ideias principais giram em torno da benevolência (característica mais frequente atribuída ao cavalheiro), da obediência hierárquica (social e governamental) e da anticorrupção - embora, não seja esclarecida em nenhum momento a definição de corrupção. De fato, não há definição de conceitos em nenhuma parte, talvez isso seja parte da epistemologia de Confúcio, mas não há notas sobre isso.

Cada observação é numerada e referida como pode se supor que seja no texto original - não há muitas notas do tradutor e algumas coisas soam positivamente ilógicas pela visão estrutural de frase, texto e contexto. Isso pode dificultar a compreensão de algumas partes, porém em sua inteireza, ainda é uma obra relativamente simples de acompanhar.

Recomendo para quem se interessa em saber um pouco mais sobre a cultura oriental ou está procurando material base como referência.
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Felipe Philipp 21/10/2021

A versão que li foi da Martins Fontes, espero por a mão numa versão da Unesa. A tradução é bem original ao chinês, o tradutor tenta ao máximo demonstrar as diferenças linguísticas, porém sem adentrar demais no assunto, "complexar". Tenta fazer o mínimo de inserções, e quando faz avisa que é para dar mais sentido semântico.
Confúcio é bem diferente da visão confuciana aplicada na China, e o tradutor dá umas leves explicações sobre isso. Recomendo a todos que gostem de filosofias orientais.
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Fernando Coutinho 29/08/2021

Apurado geral e vago
O livro traz algumas passagens para interessantes a cerca da vida de Confucio e sua vida. Composto de frases e situações ao longo de sua vida.
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Flávio 04/06/2021

Leitura em grupo via Google Meet
Livro exalta virtudes gerais a serem seguidas de acordo com a visão de Confúcio, bem como relata passagens históricas de sua época. Nesta versão, a tradução se torna rebuscada, com baixa coesão e cansativa.
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Isabelle 13/02/2021

#desafioliterário2021
Para uma leiga no que se diz respeito ao confucionismo gostei bastante. Para ser sincera, fiquei meio perdida, talvez pelas diferenças culturais e falta de conhecimento da história, principalmente a chinesa, achei um pouco complicado de entender algumas passagens, mas os apêndices fizeram um ótimo trabalho na hora da explicação! Gostei demais do trabalho do D.C. Lau. De resto, foi uma leitura rápida e gostosa, mas não me interessou da maneira que desejava. Acho que preciso estudar mais...
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hiohana trissia 06/02/2021

19. Fan Ch?ih perguntou sobre benevolência. O Mestre disse: ?Quando estiver em casa, mantenha-se em uma atitude respeitosa; quando estiver servindo como oficial, seja reverente; quando lidar com outros, dê o melhor de si. Essas são qualidades que não podem ser deixadas de lado, mesmo que você vá viver entre bárbaros?.

Como é bom um banho de sabedoria.
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