Ari 01/11/2021
A Batalha do Apocalipse: valeu a experiência?
Finalmente acabei de ler A Batalha do Apocalipse com suas 586 páginas, tenho ele físico a mais de 7 anos, fiquei mais 1 ano para conclui-lo, e sei o porque, ele trás uma leitura muito arrastada, com letras miúdas e sem ordem narrativa.
Se o livro seguisse seu enredo principal, teria metade das páginas que tem; o autor se preocupou até demais com descrição de cenários, e com personagens que não temos nenhum apego, eu não quero saber das fofocas dos demônios sobre o Lúcifer, ou sobre porque tal anjo gostar de tomate (essa aqui foi piada).
Outra coisa que me incomodou muito foi a falta de descrição das lutas, acredito que todo bom épico tem que estar bem exemplificado como aconteceu as batalhas, o Eduardo Spohr quis tanto que o Ablon fosse foda, mas não nos deu nenhuma luta realmente emocionante para pensar: "nossa aqui teve realmente um aperfeiçoamento de estratégia de luta do renegado".
Falando em Ablon, não nos afeiçoamos ou identificação com nenhum personagem no livro, nem com seu principal nem com o seu par romântico, a feiticeira Shamira, acredito que isso venha do fato de que, quando estamos acostumando com o personagem, o autor nos teletransporta para a China ou Inglaterra, por MAIS DE 100 PAGINAS, contando acontecimentos que poderiam ser transpassados em 5.
Bem acho que já falei meus pontos negativos perante a obra, agora vou falar dos positivos, o famoso, morde e assopra.
ABdA é um épico nacional, é interessante ter nomes e descrições de lugares que você não precisa ir muito longe para imaginar como é, a ideia de um épico que trás referencias explicitas bíblicas também é um ponto que nos leva ter mais reconhecimento com a historia, porque mesmo não sendo cristão, a maioria das pessoas sabem o que é um anjo e um demônio.
Se você está lendo essa resenha e já comprou o livro, não fique desanimado(a), aconselho sinceramente a pular (sim pular) as partes que o autor começa a viajar nas descrições de cenários e personagens secundários, vai por mim, elas não acrescentam em nada na historia, apesar de tudo, o final é surpreendente, ao menos foi para mim, e é um bom começo se você quer entrar na literatura nacional sem ser por meio dos clássicos (com todo respeito ao meu amado Machado) ou no mundo da literatura épica, que pode ser um pouco (MUITO) maçante.
Concluindo, A Batalha do Apocalipse foi um livro interessante de ler (saiu com varias marcações e passagens que gostei), mas é aquilo: vou ler a trilogia que complementa a historia? Não. Vou ler mais livros do Eduardo? Bem provavelmente que não. Mas valeu a experiência.