Treblinka

Treblinka Jean François Steiner




Resenhas - Treblinka


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Val 21/12/2023

Treblinka: a inacreditável sobrevivência da alma judaica.
Não há na história da humanidade um povo tão longevo, sofrido e batalhador. O povo judeu, com seus primórdios bíblicos mantém até os dias atuais a mesma sina de povo unido e vencedor. Marcado por episódios épicos como o êxodo do Egito, até aos tormentos atuais de subsistência heroica em meio a territórios antagônicos, o povo hebreu teve um ápice de sofrimento quando os nazistas determinaram a sua extinção. O histórico Holocausto nazista tem inúmeros registros em depoimentos e documentos, em livros, nas artes e em registros de imagens mostrando quão cruel foi “a solução final” planificada por Hitler e seus asseclas.
Um dos mais importantes registros dos massacres encontra-se no livro Treblinka, do judeu francês Jean-François Steiner. Uma obra que registra diametralmente a mansidão e a surpreendente revolta avassaladora dos prisioneiros, em seus mínimos detalhes, todos históricos, pois realmente aconteceram e foram testemunhados.
Ao conquistar os territórios da Polônia, Ucrânia, Bielo-Rússia e Estados Bálticos (então pertencentes à União Soviética) a Alemanha nazista herdou uma população de milhões e milhões de judeus indesejados, por serem de “raça inferior”. Nasceu assim, para Hitler, a necessidade urgente de livrar-se deles e assim foram criados inúmeros campos de concentração naquela região. Treblinka, na Polônia, foi um dos pioneiros.
Diferentemente dos famosos campos de concentração de Auschwitz, Dachau, Bergen-Belsen, Buchenwald e Sobibór - dentre os 48 que existiram, entre concentração, seleção, guetos e eliminação -, Treblinka foi um campo de extermínio com um histórico diferenciado dos demais em diversos aspectos: era o local onde os judeus eram mais humilhados e onde a SS aplicava com mais dedicação e eficácia seu programa de despersonalização do prisioneiro e dos grupos de prisioneiros, fazendo-os perder psicologicamente sua identidade como povo ou raça, baixar a resistência e perder qualquer esperança, levando-os a encaminharem-se à morte como um rebanho de ovelhas. Afinal, era um campo de extermínio. São aspectos importantes muito bem explicados por Simone de Beauvoir no prefácio da obra, publicada em Paris em 1966.
Steiner inicia seu impecável relato abordando os pogroms soviéticos de massacre de judeus que passou a ser inteligentemente usado pelos nazistas naquela região. A seguir, a estratégia dos guetos, com o uso sistemático e eficiente dos condicionamentos psicológicos. Seus relatos são suficientemente detalhados - e, às vezes cruéis - para o entendimento eficaz deste precioso relato histórico.
Passa a narrar a criação do Campo de Treblinka como pioneiro dedicado apenas ao extermínio e à recuperação de bens, tudo executado, sob açoite, pelos próprios prisioneiros. A recuperação referia-se às roupas, ao dinheiro e aos demais bens portados pelos judeus para reaproveitamento; inclusive a extração de dentes e obturações de ouro dos mortos com alicates.
E neste ponto do livro, com certeza, o leitor começa a refletir horrorizado sobre o significado de todo esse mal – físico, psicológico e espiritual – impetrado pelos nazistas contra o povo judeu; jovens, idosos e crianças, sem exceção. E Steiner não economiza palavras e detalhes para descrevê-lo. E a simples e conformada aceitação da morte pelos judeus é sintetizada na frase de um personagem: “tal como fazem certas aranhas, eles ‘adormecem’ as vítimas antes de eliminá-las”.
A formação do primeiro espírito de um Comitê de Resistência surge e a alma judaica começa a formar uma união entre os prisioneiros e, simultaneamente, recrudesce a violência dos nazistas contra eles a extremos inacreditáveis. Não fosse este livro um documento de testemunhas do massacre, seria impossível aceitar os absurdos que nos são narrados.
O Comitê percebe todos os estratagemas dos alemães e dispõe-se a tramar uma rebelião. E, inacreditavelmente, inicia-se um jogo psicológico dos judeus com os alemães levando estes a acreditar na submissão total e absoluta dos prisioneiros. E o objetivo da revolta era ser um acontecimento de alcance histórico, com os evadidos servindo de testemunhas que vivenciaram aquele inferno para registro da Humanidade. Não tinha como meta simplesmente salvar vidas, pois os revoltosos, mero trapos humanos, pouco se importavam com a morte. Para os prisioneiros a revolta assumia uma dimensão extra: a destruição de um mito, a reconquista de sua condição humana.
Com idas e vindas, a revolta finalmente acontece. Mas até lá, Steiner leva o leitor a agonias e ansiedade como se fosse um prisioneiro de Treblinka, tal é o envolvimento em que consegue aprisionar seus leitores. Assim, pondo termo aos sofrimentos, brinda-nos ainda com impressionantes dados históricos de sua pesquisa. E revela, inconteste, que o histórico antissemitismo era algo muito forte àquela época, tanto que dos cerca de seiscentos fugitivos, apenas quarenta conseguiram sobreviver ao ódio dos camponeses poloneses, dos fascistas ucranianos, dos próprios alemães e de diversos grupos radicais soviéticos e europeus.
ValdemirMartins
16.12.23


site: https://contracapaladob.blogspot.com/
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22/07/2021

Um soco na boca do estômago
Treblinka me deixou absolutamente sem palavras.

Eu sempre tive muito interesse em histórias que envolvem a segunda guerra mundial e o terceiro reich. Então desde o ensino médio, eu procuro ler textos e lívros sobre o gênero, assim como filmes e documentários, com uma visão bem de dentro, de quem viveu aquele momento histórico.

Quando eu peguei o livro Treblinka, imaginei que fosse só mais um relato de um sobrevivente de um campo de extermínio. Eu não uso o termo "campo de concentração", porque mesmo os campos cujo foco não fosse o extermínio, na prática o extermínio dos judeus era o objetivo maior que justificava a existência de tais campos, ainda que a morte fosse causada por exaustão.

Logo no prólogo e primeiros capítulos a gente fica sabendo que o objetivo do livro é acabar com essa ideia de que os judeus se deixaram levar passivamente pro abate. E já nos primeiros capítulos eu comecei a ficar boquiaberta com o quanto eu não sei sobre a "solução final". Eu pensava que sabia bastante, tendo lido e me interessado pelo assunto há pelos menos uns 12 anos. Mas jamais pensei que havia de fato um trabalho de manipulação psicológica extremamente culturalmente embasado por parte dos alemães. Eu fiquei sem acreditar que a maldade chegava tão fundo assim - entender a mente de uma comunidade e usar a psicologia pra manipular milhões de pessoas.

Meu segundo espanto veio ao constatar que Treblinka foi escrito para contar, também, a história de uma revolta no campo de extermínio. Meu deus, como é que eu nunca tinha ouvido falar nisso? Realmente, muito mais do que eu tinha ciência, acho que minha mente acabou construindo essa imagem de animais pacificamente sendo conduzidos pro abate e eu nem me dei conta disso. Treblinka quebrou isso em mim.

O autor fez um trabalho simplesmente espetacular ao, quase que literalmente, reconstruir Treblinka. Ele trouxe nomes, histórias, personalidades, diálogos e narrativas as mais fiéis quanto foi possível escrever, pra relatar o dia a dia dos gueto e campos com o máximo de fidedignidade. E como eu sei disso? Porque durante o livro, virou mexeu a gente lê algo como "não houve nenhum sobrevivente que pudesse corroborar como esse diálogo se deu". Ao longo de Treblinka, o autor deixa bem claro a rede de depoimentos, histórias contadas, escritas, registradas, e a pesquisa feita para que o livro retratasse com exatidão o que foi vivido, feito, dito.

Esse livro pra mim, foi bem isso - um soco na boca do estômago. Me mostrou o quanto eu não sei. O pouco que eu achava que sabia. O que foi socialmente construído na minha mente sobre o assunto e que não corresponde à verdade.

Acho que no que diz respeito ao Holocausto, seremos todo sempre ignorantes.
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Jean Bernard 15/03/2021

Revolta!!!
O Campo de Extermínio de Treblinka é uma das maiores aberrações já vistas. Um lugar onde os judeus eram levados para morrer. Apegados fortemente a sobrevivência, uma revolta se constrói. Uma revolta pela memória dos horrores ali cometidos.
Um livro sobre uma revolta, que revolta. Um livro narrado com detalhes que embrulham o estômago. Um livro que nos alerta: Nunca Esquecer.
Laura.Novelli 15/03/2021minha estante
Muito interessante, Jean! Já vou colocar na minha lista de futuras leituras!


Jean Bernard 16/03/2021minha estante
Aproveita que tem o livro bem barato na estante virtual. É forte, mas importantíssimo.


Laura.Novelli 16/03/2021minha estante
Obrigada pela dica, já estou indo lá agora! Sempre li muito sobre esse período, acho importantíssimo!




César Augusto 26/06/2020

Um relato emocionante
Em pouco mais de um ano de atividade a partir de julho de 1942, o campo de extermínio nazista de Treblinka, na Polônia, teve de 800 a 900 mil seres humanos assassinados nas suas câmaras de gás, a maioria esmagadora de judeus deportados dos guetos na execução da Solução Final. Quando o campo estava prestes a ser liquidado, ocasião em que os prisioneiros foram obrigados a exumar e incinerar os milhares de cadáveres das vítimas, um grupo iniciou uma revolta que deixou algumas centenas de sobreviventes que lograram escapar para as florestas, mas dos quais apenas 40 chegariam vivos ao final da guerra. É essa história que Steiner nos conta com base em entrevistas e pesquisas, trazendo a nosso conhecimento o funcionamento cotidiano de Treblinka, o desafio de sobreviver naquele inferno, os horrores testemunhados, a carnificina diária e a fantasia bizarra de um mundo novo que o comando do campo tentou criar, representado pelo falso relógio que marcava eternamente 15 horas na entrada do lugar. Steiner também nos revela toda a complexidade maligna dos "técnicos" da Solução Final em ludibriar e manipular suas vítimas nos guetos - o de Vilna é tomado como ilustração -, o uso dessa "fórmula" em Treblinka e como surgiram os primeiros lampejos da revolta, organizada aos poucos, assimilada por um comitê e adiada por várias ocasiões, até finalmente eclodir. O romance de não ficção traz, por meio dos orquestradores da revolta, fatos que rebatem a antiga crença de que os judeus se deixaram massacrar passivamente durante as perseguições nazistas.
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Orochi Fábio 17/07/2019

Treblinka
Detalhada crônica de humilhações, perversidade e esperanças cruéis...
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Ana Clara 10/06/2017

Treblinka
O livro mais triste que já li. Logo no primeiro capítulo tem a descrição de uma cena que me deixou com o estômago embrulhado.
Embora, não seja o intuito do autor,eu não pude deixar de notar a diferença desse livro com outros relatos que eu já li sobre o holocausto. Ao contrário dos outros livros, o povo judeu aqui não é em sua totalidade passivo.
Eles arquitetaram planos, montaram estratégias para se defender. Embora eles não tenham esperança alguma de saírem vivos, eles querem deixar um legado moral de que os judeus não foram levados facilmente.

Esse livro, além de contar sobre o sofrimento judeu nesse período, vai contar também sobre uma revolta que aconteceu nesse campo de extermínio chamado Treblinka. O plano deles com essa revolta era que ao menos uma pessoa saísse com vida para contar para o resto do mundo o tudo o que havia acontecido ali.
Os judeus de Treblinka queriam preservar a sua honra e a sua moral para que as gerações futuras se orgulhassem e não sentissem vergonha.

Também mostra muito o sentimento irracional e visceral que os alemães tinham pelos judeus.
Vou deixar um trecho aqui:
“- Se ao menos nos odiassem poderíamos tentar trocar ideias com eles; se tivessem qualquer coisa de específico a nos censurar, poderíamos tentar provar-lhes que se enganam mas eles não têm mais ódio por nós do que nós o temos por uma aranha, e nosso único defeito aos olhos deles é existir. Estamos todos mortos, Genns, você, eu, seu filho e o meu. Tudo não passa de uma questão de cronologia. Entretanto, resta-nos algo a salvar: nossa honra.”

Quanto mais os judeus lutavam, mais cruéis eram as formas de tortura e várias vezes houve momentos de exaustão e passividade. Esse livro me fez enxergar como o povo judeu é forte e não perdem a esperança com facilidade. Como eles aproveitaram as oportunidades mesmo quando os alemães se deleitavam humilhando-os de todas as formas: zombando de sua religião, rindo do espetáculo criado certa vez... mesmo nessas horas, os judeus percebiam o plano do inimigo e tentavam virar o jogo a seu favor.

Acontece que, a revolta em si demora a acontecer, só no último capítulo que ela realmente entra em ação. Mais ou menos da metade do livro até o final você fica numa aflição sem tamanho porque os judeus passam por várias provações e pressões até conseguirem.

Eu demorei quase oito meses para concluir essa leitura porque eu precisava de tempo para digerir cada página e cada capitulo. Agradeço a paciência da minha amiga, Alice que foi quem me emprestou o livro.

Não é uma leitura fácil, mas a narrativa é muito boa. Eu tinha vontade de anotar cada frase. O autor tem uma inteligência, o modo como ele usa as palavras e seu modo sarcástico de encarar alguns fatos realmente deixam a leitura muito interessante. Embora eu já me interesse por esse tema há um tempo, eu nunca tinha visto um ponto de vista como esse.

Com certeza esse livro vai ficar marcado em mim por um bom tempo e as cenas tão bem detalhadas vão estar na minha memória.
É um relato de um filho que buscou os arquivos e depoimentos dos sobreviventes. Pensar que tudo isso aconteceu mesmo é o mais difícil de conceber.
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raissa.pinto.9 31/07/2015

" É preciso viver para poder contar"
"Se você acha que sabe o que aconteceu num campo de concentração, confronte-se lendo Treblinka.
Se você tem alguma vaga ideia, mas é curioso sobre o assunto este é o seu livro.
Se você quer vislumbrar em algumas páginas até onde vai a loucura e maldade humanas este também é o seu livro.
Acabei há poucas horas e ainda estou digerindo o que eu li. Não, na verdade estou incrédula com o que eu descobri; nunca poderei digerir e/ou aceitar o que foi atentado contra os judeus. Treblinka é a materialização de que quando quisermos ser maus podemos fazê-lo muito bem. Independente da nacionalidade dos algozes, você se confronta com a ignorância, a prepotência e a crueldade humanas. "Timbrou em agradecer aos alemães pela maneira como tratavam os judeus : " É verdade que alguns se queixam um pouco", disse, "mas estes esquecem-se de que cada povo deve pensar inicialmente em si. O que os alemães fazem é no interesse da Alemanha. Quem poderá afirmar que outro povo, quiçá o nosso povo mesmo, colocado nas mesmas circunstâncias, não teria agido da mesma maneira?....""
Helder 15/04/2016minha estante
Apesar de chocante o livro é bem falso!
Esse livro é conhecido por ter sido romanceado pelo autor.
Ele escreveu junto com um romancista da época e não haviam as 40 vitimas que deram o testemunho a ele.
A história é chocante? Sim é, mas está longe do verídico.
Vejam: http://vho.org/tr/2001/3/tr07steiner.html


raissa.pinto.9 08/12/2016minha estante
Obrigada, Helder pelo comentário. Eu realmente não sabia e depois que li a matéria do seu link e pesquisei mais, vi que realmente é uma obra de ficção!! Absurdo alguém escrever uma fantasia e querer ganhar como se fosse uma história verídica. Enfim, obrigada pelo esclarecimento!


Diana Brasilis 18/01/2021minha estante
Helder, você vem aqui compartilhar um link de um site revisionista de caráter nazista? Tome vergonha na sua cara! O livro sendo ficção ou não em forma de romance, é baseado em diálogos do autor com testemunhas oculares que sobreviveram à rebelião de Treblinka.




ÃLINHO 23/01/2013

IMPRESIONANTE
Custa-me acreditar que o povo alemão, deixou-se acreditar em um louco e cometeu essa barbarie comtra os judeus. Fique horrorizado.
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Carlos Aires 25/03/2012

Simplesmente tocante !
Em um época onde as razões para se continuar a viver eram mínimas e a esperança de salvação quase uma lenda, um grupo de prisioneiros judeus se unem para fugir de um dos mais cruéis campos de concentração: Treblinka. Onde o simples ar que se respira tem cheiro de morte.

Um livro fascinante, onde se mostra que até em lugares onde não se vê mais saída, pessoas que anseiam por liberdade lutam por aquilo que é seu por direito. Há momentos em que você perde o fôlego e vibra com seus sucessos e, que chega até a fechar o livro por alguns momentos para refletir o quanto eles sofreram sob o domínio do Terceiro Reich.

Uma obra direta e que não esconde fatos. Forte em todas as partes. Recomendo.
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andrebranun 16/09/2010

Onde perdi minha inocência...
Sabe aquele livro que, certa hora, dá vontade de atirar contra a parede de raiva? Não? Pois comigo teve essa vontade... Li com tenros nove aninhos de idade e o reli outras vezes mais tarde. Foi com ele que descobri que as nuvens não eram de algodão...
Obra seminal para quem quer saber a fundo todo o horror do holocausto. Esqueçam qualquer filme ou série: leiam este livro. Ponto.
Melany Torres 13/06/2022minha estante
Eu tb perdi minha infancia ai!! Tinha 11 anos e nunca mais pude see a mesma?.




San... 11/07/2010

E novamente esse tema: o nazismo. Os livros são dolorosos, mas é bom que saibamos do assunto. De um lado, serve como alerta, prevenindo-nos contra a intolerância, contra o racismo e o fanatismo. De outro, obras como esta é que nos fazem valorizar a liberdade, a apoiarmos as lutas pela igualdade entre os povos. E porque, através das experiências do passado podemos evitar grandes e inenarráveis erros, recomendo a leitura.

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marcilivros 20/12/2009

Máquinas de matar
É exatamente porque o livro mostra-nos como homens transformam-se em máquinas de matar que o considero ótimo; pode-se refletir acerca do modo como o ser-humano pára de pensar e passa a agir como autômato, como máquina de extermínio e de como este mesmo sujeito, coletivamente, pode juntar forças e perceber-se novamente como alguém que pode lutar, ainda que seja para morrer, mas que o fará dignamente. Já li muitas obras acerca do holocausto, mas nunca uma tão forte em seu relato, cru e real. Impressionante.
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