Pedro Júnior 10/09/2009
Como um filme de ação sobre vampiros...
Se comparássemos esse livro com um filme, poderíamos dizer que Principia Discordia seria daquele tipo que passa na Tela Quente a cada seis meses pra mostrar a dose de sangue, pancadaria e dentes pontiagudos que apenas os fãs mais superficiais precisam. Não que de todo seja ruim, afinal, a fantasia do vampiro também precisa disso. Entretanto, falta enfoque psicológico aos personagens, pois os mesmos parecem apenas monstros aleatórios tirados do bolso prontos para atacar. Ok, existe uma guerra acontecendo entre eles, mas o único que chega a ter uma esperança de preocupação com seu lado psicológico é o protagonista. O livro é carregado de estereótipos, como as mulheres perigosas e sedutoras, o vampiro durão e autoritário, o novato que está aprendendo "as regras do jogo", o vilão semi-indestrutível... Até mesmo em RPGs (e berço de Principia Discordia), onde fica mais fácil encontrar estereótipos, esse recurso vem sendo combatido a algum tempo (mesmo que pouco ainda). Existem muitos personagens para pouca estória, o que dificulta o aprofundamento em cada um deles. Além disso, a narrativa alterna momentos extremamente descritivistas com passagens importantes que quase não acrescentam à estória.
Contudo, gostei do gancho e acho que, se melhor desenvolvido, teria chances de se tornar uma narrativa mais completa como outras estórias de vampiro já criadas.
Pra satisfazer o ego sádico, vale a pena. Pro resto, é dispensável.