A capital da solidão

A capital da solidão Roberto Pompeu de Toledo




Resenhas - A Capital da Solidão


17 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Paulo 14/03/2021

Contrastes
Roberto Pompeu de Toledo faz nas páginas deste livro uma bela exposição da história da cidade de São Paulo, desde o contexto histórico de sua fundação em 1554 até o ano de 1900.

Mas por que até o ano de 1900? O autor diz já no começo: "Que contraste com o objeto deste livro, a cidadezinha insignificante que foi São Paulo na maior parte de sua existência. De todos os paradoxos de São Paulo, um dos maiores é o que oferece o cortejo de seu presente com o seu passado." Ou seja, o autor aqui não quer apresentar a SP atual de tamanho colossal conhecida por nós, mas sim, por contraste, mostrar o que São Paulo já foi: um povoado "subproduto da corrida pelo Prata", fundada por jesuítas com a intenção de catequisar e que por décadas correu o risco de extinção por falta de pessoas - "fadada a repetir a sorte dos tantos outros ajuntamentos que, na época, desapareciam tão rápido quanto apareciam", além de estar isolada (daí a Capital da Solidão) dos demais centros litorâneos de influência nas épocas do Brasil Colônia e Império.

A história é apresentada em três partes: Começos, Incertezas e Arrancada.

Na primeira parte, desenha o contexto histórico em que nasceria o povoado de São Paulo do Piratininga, caracterizada pela debilidade do povoado e pelas Bandeiras.

Na segunda parte, trata da personalidade que a vila ia moldando ao longo dos próximos séculos, sem muita perspectiva de grandes coisas se não fossem sua posição geográfica estratégica e algumas figuras ilustres. É nessa parte que o autor se delonga mais, com histórias da cultura e do dia a dia apresentadas de forma às vezes cômicas, como no trecho: "Há notícias de que os banhos nos rios Tietê e Tamanduateí, em dias de verão, um hábito que a população herdou dos índios, podiam terminar em festa pagã, com todo mundo nu."

E na terceira parte é apresentada uma São Paulo já em vias de abrir as portas para o progresso que ela viria a se caracterizar a partir do ano de 1900, já fora do escopo deste livro. É aqui que o autor expõe, na segunda metade do século XIX, a influência do café, as linhas de ferro e os imigrantes europeus, principalmente italianos, que se tornariam a primeira onda de recursos humanos estrangeiros que dariam o choque inicial e necessário para a arrancada da cidade.

Para quem se interessa por história, é um bom livro.
comentários(0)comente



Andre Amaral 18/05/2009

Livro fantástico sobre a história da cidade de São Paulo. Começa desde a chegada dos primeiros portugueses no litoral paulista, antes mesmo da fundação da cidade e vai até finais do século XIX, quando inicia o período de desenvolvimento que a tornaria a maior cidade do país.

É interessante notar como alguns traços do paulistano de hoje remontam de séculos atrás, quando era uma pequena vila, afastada da influência da coroa e que precisava lutar para sobreviver. Da época das bandeiras, passando por uma cidade estudantil, entreposto comercial e berço da industrialização

Muitos personagens históricos que são conhecidos apenas como nome de rua tomam forma e entendemos sua contribuição. Assim como foi a relação da cidade com outras regiões do país e a importância dos imigrantes na cultura e na economia da cidade.

Imperdível pra quem gosta de história.
comentários(0)comente



Magnator 25/12/2013

Leitura agradável, leve e profunda. Nunca me senti tão benvindo em São Paulo. Rico em histórias, personagens e ações que moldaram a cidade. O autor relata com incrível sagacidade muitos dos momentos e movimentos que impulsionaram a cidade e seus cidadãos. Para entender,amar ou odiar São Paulo é necessário ler este livro. O melhor livro que li em 2013.
comentários(0)comente



Gláucia 02/06/2011

A Capital da Solidão - Roberto Pompeu de Toledo
Fruto de laboriosa pesquisa, o livro descreve a trajetória dessa grande cidade desde a sua origem quando era pouco mais que uma vila até a explosão que a transformou no que é hoje, megalópole desigual tão acolhedora.
Moramos aqui sem entender tanta coisa, após a leitura desse livro passei a olhar vários aspectos da cidade em sua raiz, compreendendo sua formação irregular, sua geografia, seu povo, nossa cultura.
comentários(0)comente



Pedro Puech 17/02/2014

Imperdível para quem quer conhecer São Paulo
Pompeu de Toledo narra a história da cidade de São Paulo de uma forma leve, mas alicerçada em pesquisa. Leve no sentido de que a leitura é agradável, mas nem por isso superficial. Nesse livro aprendi a conhecer melhor não só a cidade, mas o espírito dos paulistas e suas raízes. É sobre a cidade, mas nos fala também sobre o estado, uma vez que ambos se confundem através dos séculos.
A narrativa vai até o início do século XX; portanto, é a história inicial de São Paulo. Daí para a frente, embora haja acontecimentos importantíssimos como a revolução constitucionalista, o leitor deve procurar outras fontes. Talvez, um dia, o próprio Toledo decida escrever a continuação. Tomara.
comentários(0)comente



Hester1 26/05/2016

Sou do interior de São Paulo. Fui levada para a Capital ainda criança e aprendi a amar esta Cidade. Ela me adotou e eu a adotei. É um caso de amor. Amo realmente esta cidade. Há muito já não moro mais na cidade. Mas ela continua em meu coração e vai assim continuar. Assim adoro livros que falam sobre a história da Cidade. Como começou e como ela se desenvolveu. E esse livro fala exatamente desta época da cidade. É um livro maravilhoso. O autor fala da evolução da cidade com amor e com certo humor e didatismo. Maravilhoso, simples assim.
comentários(0)comente



Oscar 13/11/2014

Sampa
Quem mora na cidade de São Paulo, tem que ler este livro.
Pompeu de Toledo justifica o título deste livro já na introdução. A Capital da Solidão é o sinônimo da Cidade de São Paulo, eu como imigrante paraguaio (atual brasiguaio), senti na pele esta solidão, São Paulo é uma mãe dura que nos ensina como vencer na vida trabalhando dia e noite. A musica, Trem das Onze de Adoniran Barbosa e Sampa de Caetano Barbosa representam a Cidade de São Paulo, totalmente oposta à música Cidade Maravilhosa que representa Rio de Janeiro.
Os primeiro padres Jesuítas encontram a Cidade de São Paulo de Piratininga com um número elevado de índios Tupi-guaranis tentando reduzir los para religião católica, encontram três dificuldades para catequizar: a primeira, os índios tinham que vestir roupas, não andar pelados, os índios se perguntaram por que num país tropical, a segunda era de praticar a monogamia, tinham que conviver com somente uma mulher, os índios perguntaram porque se tinham mais mulheres que homens e a terceira era que não tinham que comer carne humana, o canibalismo era praticado especialmente com os inimigos. Uma história impressionante neste belo livro é sobre a vida de Luiz Gama, ele era filho de uma escreva negra que conseguiu sua liberdade e abandono Luiz com o pai que vendo necessidade financeira vendeu seu filho para um marinheiro, a cena forte é descrita quando ele pergunta a seu pai: O senhor me vendeu! A dor desta criança já mais ira se apagar, ele como escravo termina numa fazenda em Campinas e o Dono da fazenda manda que ele acompanhe seu filho quem ira estudar na escola de direito no largo São Francisco em São Paulo. Ele como escravo tinha o dever de cuidar dos estudos do filho do fazendeiro, mas é ele quem se destaca nos estudos de direito conseguindo ser advogado que finalmente luta pela liberdade dos escravos negros em Sampa.
Em destaque as correntes migratória, no início só índios, logo os escravos negros e finalmente as migrações de europeus, tornado colorida a população de São Paulo.
comentários(0)comente



Ricardo 16/06/2015

São Paulo Completa
Abarca contextos históricos que levaram à Fundação de São Paulo, como a corrida entre Portugal e Espanha pelo Prata (que por sua vez foi fruto de várias descrições feitas por antigos expedicionários sobre a existência de muita riqueza metálica).

A partir da fundação, descreve a cidade e seu papel no bandeirantismo (fato que levou Paulista ser sinônimo de bandido, fora-da-lei, etc) e na descoberta das minas de ouro, sempre mostrando que a cidade em si não se beneficiava, mas os Paulistas sim.

Fato interessante é que a rebeldia paulista contra governo vem de longe... desde as tentativas de proibir a caça de índios, passando por agressões a Ouvidores vindo do Rio e da Bahia até o desrespeito à outras leis do Reino como desvalorização cambial.

E então chega o café. E a riqueza. A cidade começa a se desfazer da caipirice, da solidão, do isolamento e das construções de Taipa. A partir daí, mais riqueza, trens, imigrantes, crescimento urbano.

Livro obrigatório para entender a Paulicéia, inclusive detalhes como personalidades, ruas, construções.
comentários(0)comente



Volnei 05/05/2017

A Capital da Solidão
Nesta obra o autor começa nos contando como foram os primeiros anos de preparativos antes nascer a cidade de São Paulo e como o seu desenvolvimento vai se dar até o começo do século XX. Veremos nesta obra muitos personagens que hoje apenas dão nome a alguns locais que conhecemos ou mesmo algumas vias de aceso. Hoje trafegamos pelos vias Anchieta, Bandeirantes entre outras mas nunca nos perguntamos quem foram essas pessoas. Aqui teremos algumas dessas respostas alem de saber quem são esses que dão nome a ruas do centro de São Paulo .

site: http://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br
comentários(0)comente



andersongnr 20/02/2018

Livro perfeito para quem ama São Paulo
Roberto Pompeu de Toledo (me pergunto se há e qual é seu parentesco com Cícero Pompeu de Toledo...) nos traz a história da Paulicéia desde o período pré-fundação até o ano de 1900. É um dos melhores livros de história disponíveis, e indico para quem ama a cidade de São Paulo, assim como eu, que nasci e cresci nela !

Alguns pontos muito legais do livro: o destaque para os personagens históricos da cidade (muitos dos quais viraram nomes de ruas que conhecemos hoje), a riqueza de detalhes dos eventos principais de SP e a indicação atual/antiga da localização das ruas e eventos (tipo Largos dos Curros, hoje chamado de Praça da República).

Um dos melhores livros que já li.
comentários(0)comente



Ronan 22/08/2022

Um dos maiores méritos desse livro é o fato de ele ser bastante conciso, aborda um grande intervalo de tempo e pontua os acontecimentos mais importantes, porém sem se deter sobre possíveis interpretações e minúcias acerca deles. Quase que como um manual de História ele vai apresentando a vila de São Paulo de Piratininga desde os seus primórdios até seu crescimento exponencial no final do século XIX. Portanto, sua destinação é para aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre a história da cidade de forma generalista, sem privilegiar aprofundamentos, períodos específicos ou mesmo promover um debate de cunho historiográfico embasado em diferentes fontes. Como jornalista, o autor apresenta sua narrativa de forma fluida para a leitura, como historiador que sou pontuo que há algumas generalizações e que é possível entrever alguns juízos de valor ou mesmo anacronismos, mas, novamente, promover debate historiográfico não é a proposta aqui.
A escolha do título foi muito feliz pois descreve a situação geográfica, política e econômica da cidade durante todo o período compreendido pela obra (1554-1900), seu isolamento em relação à metrópole e suas características únicas advindas daí como a adoção de hábitos indígenas, uma relativa independência (tensionadora da relações) e sua excentricidade em relação ao mundo Atlântico. Isso se reflete em uma pobreza econômica e em uma população isolada que busca meios de sobrevivência naquela que vai ser a interlândia de São Paulo, nada mais nada menos que o interior do Brasil, ou o sertão, primeiro por meio das “descidas” de indígenas (eufemismo para escravização e genocídio) e depois pelas pedras e metais preciosos descobertos nas regiões de Minas, Goiás e Mato Grosso, sobrevivência essa que era dura e que mais tarde vai ser idealizada e mitificada na figura dos bandeirantes.
Seu protagonismo passa a ter vez a partir do séc. XIX, lentamente, a partir da participação das elites paulistas no processo de independência, depois pela fundação de uma faculdade de direito no largo São Francisco e daí progressivamente até a ascensão do café, produto este que vai catapultar a cidade economicamente e alimentar seu desenvolvimento daí por diante. Vale a pena ler essa obra e localizarmo-nos no tempo e no espaço dessa grande metrópole, é muito divertido, ao longo da leitura, entender os topônimos da cidade e a gradual ocupação de seus terrenos, tão nossos conhecidos. Verificarmos também as personagens eleitas pela história para figurarem como nomes de ruas, avenidas, bairros e praças, lembrando que essa é uma história feita pelos vencedores e para eles (essa crítica é minha e não está explicitada no livro, que não problematiza esse importante debate). Já estou lendo o segundo volume, o que trata da história da cidade entre 1900 e 1953.
comentários(0)comente



Hordarok 26/03/2024

Curiosidades sobre o centro expandido
É um livro fácil de ler.

Enquanto você lê, você percebe que inegavelmente se trata da obra de um jornalista em vez da de um historiador: existem alguns anacronismos e alguns recortes de objeto estranhos, mas mesmo assim é cativante saber as histórias das ruas pelas quais a gente caminha.

Senti que o autor poderia ter colocado algumas palavrinhas a mais sobre o bairro de São Miguel e de Pinheiros, que são os mais antigos. No fim, o livro ficou bem limitado ao centro expandido. Mas tudo bem.

Ansioso para ler "capital da vertigem".
comentários(0)comente



Deco 12/09/2015

A prosa é boa, a motivação é de quem gosta, ama São Paulo. O autor faz um belo trabalho de registro histórico e não deixa de fazer o contraponto com a capital que conhecemos hoje. Isto se vê desde no aspecto cartográfico em que descreve o histórico das ruas como a conhecemos hoje e também, sobre o que falamos, hoje em dia, do perfil, do temperamento do paulistano.
comentários(0)comente



Mauricio 22/11/2018

História de São Paulo, para paulistanos e não paulistanos
O livro conta a história de São Paulo, desde antes da sua fundação até o ano de 1900. Narra com grande habilidade os diversos períodos, contando sobre a sua arquitetura, descrevendo as construções, ruas, igrejas e praças, mas também sobre as pessoas que protagonizaram essa história. O autor se debruçou sobre escritos de diversos personagens que vivenciaram cada período, o que dá um tom de realismo interessante sobre os principais fatos históricos da cidade. Não cabe aqui listarmos os lugares citados no livro, mas com certeza encontrarão de tudo, bairros, ruas, praças, igrejas, teatros, etc. Para quem conhece bem a cidade é um prato cheio e prazeroso, imaginar nas páginas do livro como era a cidade nos períodos colonial, imperial e republicano e as transformações por que passou. Mas a melhor parte está na descrição das pessoas que vivenciaram e muitas que protagonizaram aquela época. O livro é cheio de pequenas biografias, recheadas de histórias curiosas e pitorescas de diversas pessoas e famílias que hoje infelizmente conhecemos mais como nomes de rodovias, pontes ou avenidas, mas que cada uma à sua época foram personagens marcantes na construção da identidade paulistana. O autor não deixa de ter um olhar crítico e audaz sobre diversos acontecimentos históricos que modificaram a vida a sociedade paulistanas, mostrando que diversos desses acontecimentos (republicanismo, abolicionismo, entre outros), na verdade em pouco modificaram a estrutura com que a sociedade foi montada, desde o período colonial. Nesse aspecto, propondo ser um livro de história contado da forma mais realística e prazerosa possível, o livro cumpre muito bem sua proposta, sendo além de um livro sobre a cidade de São Paulo, um livro sobre o Brasil!
comentários(0)comente



Adilson Simonis 24/01/2019

Roberto Pompeu de Toledo apresenta A Capital da Solidão (das origens a 1900), Editora Objetiva, 2003, 558 páginas, de forma que parece rever coisas que vivemos. Mas faz muito tempo, e ainda assim elas estão aqui. O início dessa megacidade em que sobrevivemos. Os primeiros arrabaldes e as primeiras famílias. Tudo tem começo. Mas quando Roberto Pompeu se mete a escrever A Capital da Vertigem, mesma Editora, 2015, 582 páginas, entendemos sua proposta. Um historiador com H maiúsculo. Pequenas discrições (veja o final do Peixoto Gomide, e de sua pobre filha, por exemplo) para grandes análises de projetos arquitetônicos (realizados e outros fracassados), artísticos e momentos marcantes dessa Grande São Paulo, incluindo sem ser maçante dados estatísticos da metrópole que nasce e ruge, cresce e se espalha, como se fosse um romance fictício, mas que basta perambular pelos nossos atra-céus para ver que é fato. De 1900 a 1954 torna-se um clássico de nossa história. Um mestre esse Roberto.!Muito bom e se continuar nesse crescendo, fico a imaginar o volume 3. Leiam !
comentários(0)comente



17 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR