spoiler visualizarMcGyver.Rego 25/09/2022
A Revolta de Atlas é uma busca por liberdade.
O mundo inteiro está sendo regido por governos corruptos e ineficientes, onde na própria leitura você percebe que até o nome dos países são agora de certa forma, parecidos. República democrática da Argentina, do México e etc.
Para completar, o gov. dos EUA é um dos últimos que ainda não entrou nessa fila dos governos populares e democráticos, mas pelo andar da carruagem, você percebe que não vai demorar muito para que os americanos também façam parte do barco. E é aí que entra o título do livro.
Vejamos a pg. 157 do Vol. 02:
?Se o senhor visse Atlas, o gigante (titã) que sustenta o mundo todo em seus ombros, se o senhor visse o sangue escorrendo pelo peito dele, os joelhos tremendo, os braços estremecendo, porém ainda tentando sustentar o mundo com suas últimas forças, e se quando mais ele se esforçasse, mais o mundo lhe pesasse nos ombros, o que o senhor lhe diria que fizesse?
Eu diria: dê de ombros.?
Nesse caso, abandonar, cruzar os braços, entrar em greve, que é a greve das mentes que pensam e produzem. Que são os médicos, juízes, músicos, compositores, industriais, empresários, comerciantes, dentre muitos mais.
Mas daí você pensa, por que entrar em greve? Por que as mentes mais bem-sucedidas deveriam entrar em greve?
Uma possível resposta pode estar aqui na página pg. 103 do Vol. 02:
?Quando há comércio não por consentimento, mas por compulsão, quando para produzir é necessário pedir permissão a homens que nada produzem, quando o dinheiro flui para aqueles que não vendem produtos mas têm influência, quando os homens enriquecem mais pelo suborno e pelos favores do que pelo trabalho, e as leis não protegem quem produz de quem rouba, mas quem rouba de quem produz, quando a corrupção é recompensada e a honestidade vira um sacrifício, pode ter certeza de que a sociedade está condenada.?
Veja que a greve é necessária, pois o sistema já não permite produção de trabalho sem exigir sacrifícios descomunais por parte de quem produz.
Mas para realizar esta greve, seria necessário um líder, esse líder é Prometeu que remove o fogo da humanidade, como vemos na pag. 237 do vol. 02:
?Quem é John Galt?
John Galt é o Prometeu que mudou de ideia. Depois de séculos sendo bicado por abutres por ter trazido para os homens o fogo dos deuses, ele quebrou as correntes que o prendiam e tomou de volta o fogo que tinha dado aos homens... até o dia em que os homens levem embora seus abutres.?
Acredito que o fogo dos deuses é o poder pensar, agir e produzir, e a parte de ?levem embora seus abutres.? Seja a devolução da liberdade às mentes pensantes, empresários e afins, ou seja, a retirada das amarras do Estado, o fim da exploração, como diz aqui na pg. 475 do Vol. 03:
?O que pedíamos em troca? Nada, senão a liberdade. Pedíamos que nos dessem liberdade para atuar, liberdade para pensar e trabalhar no que bem entendêssemos, para correr os riscos que quiséssemos e arcar com os prejuízos que sofrêssemos, para ganhar nossos lucros e fazer nossas fortunas, para apostar na sua racionalidade, submeter nossos produtos ao seu discernimento para fins de comércio voluntário, com base no valor objetivo do nosso trabalho e na capacidade das suas mentes de enxergar esse valor, liberdade para confiar na sua inteligência e honestidade e só líder com suas mentes.?
John Galt elucida ainda mais a ideia na pg. 56 do Vol. 03:
?Estamos em greve ? respondeu John Galt.
Por que essa ideia causa espanto? Só há um tipo de homem que nunca entrou em greve na história da humanidade. Todos os outros tipos e classes pararam quando bem entenderam e apresentaram exigências ao mundo, afirmando-se indispensáveis, menos os homens que sempre carregaram o mundo nos ombros, o mantiveram vivo e suportaram torturas como única forma de pagamento, porém jamais abandonaram humanidade. Pois chegou a vez deles. Que o mundo descubra quem eles são, o que fazem e o que acontece quando eles se recusam a trabalhar. Esta é a greve dos homens que usam suas mentes, Srta. Taggart. A mente humana está em greve.?
Ele continua, pg. 60 do Vol 03.: ?Gritam que o industrial é um parasita, que são seus empregados que o sustentam, criam sua riqueza, tornam possível seu luxo... o que seria dele se todos eles sumissem? Pois bem. Proponho mostrar ao mundo quem depende de quem, quem sustenta quem, quem é a fonte de riqueza, quem torna a vida de quem possível e o que acontece com quem quando a outra parte some.?
E vai ficando mais robusto na pag. 124 do Vol. 03.:
?Num mundo que proclama a inexistência da mente, que justifica o império da força bruta, que castiga os competentes em favor dos incompetentes, que sacrifica os melhores em favor dos piores, num mundo assim, os melhores tem de se voltar contra a sociedade e se tornar seus piores inimigos.?
Nesse caso, veja que já não há esperança para quem produz, quem pensa, pois não existe qualquer tipo de recompensa para tal esforço ou sacrifício. A conclusão é pelo o abandono/greve. Ou seja, dar de ombros para esta sociedade que explora quem pensa e produz e quer transformá-los em escravos de quem não o faz nada. Até que ela perceba que os que entraram em greve são essenciais e que para tê-los de volta, basta lhes dar liberdade para agir e pensar.
P.S.: Para finalizar deixo esta frase da pg. 468 do Vol. 03.
?Não há covarde mais desprezível do que o homem que abandonou a batalha pela sua própria felicidade.?
P.S 02.:
pg. 99 do Vol. 02 ? acha que o dinheiro é a origem de todo o mal? O senhor já se perguntou qual é a origem do dinheiro? Ele é um instrumento de troca, que só pode existir quando há bens produzidos e homens capazes de produzi-los. O dinheiro é a forma material do princípio de que os homens que querem negociar uns com os outros precisam trocar um valor por outro. O dinheiro não é o instrumento dos pidões, que recorrem às lágrimas para pedir produtos, nem dos saqueadores, que os levam à força.