Alba 05/03/2011
Resenha feita por mim, no Psychobooks!
O livro começa de uma forma surreal. Um fantasma nos apresenta o protagonista, já nos conta seus medos, suas intenções e seu amor frustrado. Valentino é um desenhista acomodado com sua vida e sem perspectiva nenhuma. O fantasma conversa conosco e solta palavras no meio de sua descrição como “Raios” e “Trovões”, aparentemente sem propósito.
Toda a história segue nessa mesma linha. A partir do momento em que começamos a ver as coisas através de Valentino, todo as descrições ficam bem confusas e ao mesmo tempo envolventes.
Através dos desenhos, Valentino se vê de outra forma, reescreve ou redesenha? sua vida, como deveria ser ou como ficaria mais interessante. Celine é a musa de Valentino, e é através da adoração que ele tem por ela, que a conhecemos.
Cada desenho feito, cada sonho sonhado é uma história diferente. Lembranças da infância, encontro com a morte, histórias de terror, redefinições de cenas e vivências através das ações de outra pessoa. Valentino se reinventa e vive entre o mundo real e seu mundo desenhado. Viver algumas horas na mente de Valentino é invadir seus pensamentos; viajar com ele em suas divagações; se frustar com sua falta de iniciativa, e ao mesmo tempo se reconhecer em algumas de suas ações e anseios.
Algumas vezes fiquei bem confusa quanto ao que era real e o que não era. O jogo de palavras que Pablo faz durante todo o livro é envolvente e intrigante, ele faz uso de uma linguagem poética, com um vocabulário rico, numa escrita fluente e rápida.
A leitura do livro não leva mais de três horas. É um livro com 168 páginas, e a impressão que dá, é a de estar lendo uma antologia… mas não uma comum, porque todos os contos têm e não têm Valentino como o centro de tudo confuso? é assim mesmo. Comecei a leitura desconfiada, me envolvi e cheguei ao fim com uma boa sensação. Não sei se cheguei a conclusão que o autor queria, não sei se o próximo a ler o livro chegará à mesma também… É difícil descrever pensamentos, que dirá entendê-los.
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