A Lua Vem da Ásia

A Lua Vem da Ásia Campos de Carvalho




Resenhas - A Lua Vem da Ásia


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Rusinha 13/03/2024

Que livro louco? quando terminei de ler fui pesquisar mais sobre o autor e a obra. Em um primeiro momento, a curiosidade me fez ir lendo para saber do que se tratava. Depois, compreendi, o narrador era louco e estava falando de um manicômio. O interessante do livro é o seu marco histórico, pois é o primeiro livro cujo narrador é louco e marca a entrada do autor no campo do surrealismo. É uma boa leitura.
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spidersonny 14/01/2024

à noite a lua vem da ásia, mas pode não vir.
Conheci o livro por indicação e não imaginava como ele seria porque não costumo ler a sinopse.
durante a leitura você passa, junto com o personagem, por momentos de confusão, tristeza, compreensão e aceitação. em alguns momentos, a narrativa é um pouco cansativa (talvez porque eu não estava acostumada com a forma de escrita), mas esses momentos são pequenos diante da curiosidade de saber o que vai acontecer, como o autor vai desenrolar a história. é uma experiência muito diferente de outros livros que já li, principalmente pela mudança de cenários durante a leitura porque depois da fuga do hospício você perde os pontos de referência, então deixa de saber o que é verdade e o que é apenas um delírio do personagem.
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Nina 27/12/2023

Um livro bem diferente. Parece divertido, leve, mas carrega uma tristeza profunda. Vozes que são muito pouco ouvidas. Vale a leitura.
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claire.marar 04/11/2023

A Lua Vem Da Ásia
No começo, estava completamente apaixonada pela escrita louca do autor. Eu não conseguia ter suficiente do livro, mas foi ficando extremamente arrastado e difícil de suportar pro final? Além disso, é um livro blasfêmico e com cenas de sexo explícitas? Genial em umas partes, intragável em outras!
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Hector 15/08/2023

A lua vem da Ásia
Se aos especialistas a tarefa de explicar Campos de Carvalho é quase inexequível, a mim é de fato irrealizável. A vontade de falar sobre esse autor, no entanto, supera qualquer consciência autocrítica.

"A lua vem da Ásia" parece ser o livro mais famoso do autor e a porta por onde entram seus leitores. Consigo entender essa tendência. Temos, nesta obra, uma espécie de mescla equilibrada dos teores que se exacerbariam em seus outros livros. Encontramos, na loucura do personagem Astrogildo, as linhas seminais do que seria a personalidade melancólica do narrador de "A Chuva Imóvel"; rompantes da ira completamente destruidora do narrador de "Vaca de Nariz Sutil"; e a profunda inventividade das construções cômicas de "O púcaro búlgaro".

De saída (ou entrada!) o livro já presenteia qualquer leitor com um dos ótimos inícios já produzidos pela literatura:

"Aos dezesseis anos matei meu professor de Lógica. Invocando a legítima defesa - e qual defesa seria mais legítima? -, logrei ser absolvido por cinco votos contra dois, e fui morar sob uma ponte do Sena, embora nunca tenha estado em Paris".

A primeira pessoa pertence a Astrogildo, um muito provavelmente louco, interno de um hospício, o qual trata como hotel (e, a certa altura, como campo de concentração). Impressiona como Campos de Carvalho consegue produzir imagens tão belas e intensas em cenas absolutamente despretensiosas - porque produzidas narrativamente pela mente de um louco - à beira do nonsense. A falta de crivos sociais do narrador parece funcionar como uma mesa simples mas muito sólida, na qual Campos de Carvalho ampara arranjos bonitos e improváveis, como esse comentário solto:

"É a primeira chuva a que assisto da minha janela de hóspede - neste verão bem que pode ser a primavera, pois não tenho noção do tempo nem disponho de bússola para me guiar entre as horas do dia e da noite".

Um louco falando sobre um momento em que olha a chuva da janela do hospício é motivo para que Campos de Carvalho confesse poeticamente, nessa aparente confusão, que a lamentação pela ausência de alguma bússola que guie pelas horas revela que o "onde" às vezes é mais necessário que o "quando".

Há quem leia Campos de Carvalho como se fosse o único autor verdadeiramente surrealista da literatura brasileira. Há outros que preferem interpretá-lo como um grande realizador e continuador da tradição das sátiras menipeias, o que é bastante justo. De minha parte, deixo Campos de Carvalho ainda incompreendido, vendo nele um bom tanto do cinismo de Diógenes, do pessimismo schopenhauriano e, paradoxalmente (os paradoxos perdem a força em Campos de Carvalho, pois são a regra), o agarrar a vida pelos colarinhos, como faria qualquer existencialista não cristão.



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Steph 07/01/2023

A lucidez narrada como loucura
"Dai-me, eu vos peço, a receita de não chorar à toa sobre as mazelas e as incongruências deste mundo tão cotidiano, e de ver com olhos de cego, como vós fazeis, as aparentes belezas deste vasto cemitério sobre o qual caminhamos e que, de tão repleto de mortos, já está até cheirando mal, apesar da primavera que há no céu e nas flores."

"Dai-me, enfim, a arte de mentir a mim mesmo, eu que não sei mentir nem aos outros."

No início o personagem acha que está em um hotel de luxo, mas pouco depois percebemos que ele está em um hospício. E após a fuga desse lugar a trama se transforma em algo alucinante, recheado de momentos de "que 🤬 #$%!& é essa?" e depois uma tristeza e ao mesmo tempo compressão e aceitação pelo desfecho de toda a aventura vivida.

Sinceramente, no final do livro achei ele lúcido demais. Talvez eu tenha lido em um momento melancólico da vida? Talvez. Mas não altera o fato de que, o mundo ? assim como tudo que acontece nele ?  realmente não faz sentido algum.

A narrativa em alguns pequenos momentos se torna cansativa, mas esses momentos são bem ínfimos comparado a curiosidade em saber o que virá a seguir. Ah, também precisei usar o dicionário do Kindle, algumas palavras são bem antigas, viu? Mas é ótimo. Lendo e aprendendo ?

Por fim, recomendo e muito!
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Milena.Berbel 08/07/2022

Gosto muito das epígrafes. Elas me dão um rápido e certeiro vislumbre daquilo que vou encontrar nas páginas de um novo livro. É como se toda a alma da história estivesse inscrita ali. Muitas vezes de forma misteriosa, mas quase sempre completa, em tão poucas linhas (como a de Ensaio sobre a Cegueira, uma das minhas favoritas).

Então, a respeito de A Lua Vem da Ásia, vou apenas transcrever aqui (traduzido para o português, porque originalmente está escrita em francês) a sua epígrafe:

"Qualquer homem pode zombar da crueldade e estupidez do universo fazendo de sua própria vida um poema de incoerência e absurdo."

Mas que seja dito, quanta beleza e lucidez em meio ao incoerente absurdo desta história.
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Everton.Paulo 30/04/2022

Leiam!
Que experiência louca. Literalmente.
Assim como o próprio narrador-persinagem e suas múltiplas personalidades, não consigo categorizar esse livro. Seria um romance em formato de crônicas, ou um livro de micro contos?
De qualquer forma, narrador conversa conosco o tempo todo e relata suas aventuras enquanto hospedado num hotel no qual todos o funcionários vestem lindos uniformes brancos e todos os hóspedes almoçam ao mesmo tempo no refeitório. Hotel? Em alguns momentos o local vira um campo de concentração de guerra, um abrigo, uma cidade inteira, uma casa com um funeral, enfim, várias coisas ao mesmo tempo.
E vamos vivendo essa experiência bem peculiar. E digo: leiam esse autor. Vocês serão surpreendidos.
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kiki.marino 15/02/2022

Momentos de lucidez em um mundo louco, em forma de prosa. E não acabou chorare.
Uma leitura em que curiosamente encontrei calma e reflexão através das estórias mirabolantes e viagens dentro da mente de "Astrogildo
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Ana Sá 10/11/2021

Prosa surrealista brasileira
O resumo bem resumido desta obra é: o narrador-protagonista acredita estar confinado num hotel de luxo, enquanto que nós, leitoras, vamos cada vez mais tendo a certeza de que ele está internado numa clínica psiquiátrica. Tudo isso recheado de surrealismo... Atrativo, né? Mas um pouco desafiador também!

A melhor resenha que encontrei é a assinada por Gilberto G. Pereira, publicada no Jornal Opção (o título é "A Lua vem da Ásia: as aventuras de um tresloucado lúcido"). Destaco o trecho final:

"Para a literatura, [A lua vem da Ásia] é uma estética fundada na transgressão moral e da linguagem. Para a psiquiatria, é um discurso antimanicomial. Para o leitor, é uma deliciosa prosa erigida na labilidade emocional, uma obra-prima da literatura brasileira."

De fato, há uma estética bastante transgressora e um discurso antimanicomial genialmente construído nas entrelinhas do romance. Contudo, discordo que a prosa venha a ser "deliciosa" para todas as leitoras. O livro leva ao extremo o nonsense, é preciso estar disposta a entrar, se perder, é preciso ler no escuro em muitos momentos. É livro "suadeira", com instantes valiosos de ironia e filosofia. Há passagens de uma genialidade tamanha, mas há capítulos inteiros que a gente nem entende a razão de ser (comigo foi assim!). Se isso faz parte da construção narrativa de uma mente perturbada, ou se indica uma limitação ou um deslize do autor, nunca saberemos! Mas que há capítulos estapafúrdios, ahhh isso há, e a leitora que lute!

Foi uma leitura trabalhosa, mas valeu o esforço. A obra foi publicada em 1956 e eu nunca tinha ouvido falar sobre seu autor, Campos de Carvalho, nascido em Uberaba (MG). Fico feliz de ter preenchido essa lacuna na minha bagagem literária de escritores nacionais. Uma prosa surrealista de fôlego!


>>>>>>>>>> ATENÇÃO:

O PRÓXIMO PARÁGRAFO PODE CONTER SPOILER, CASO VOCÊ SEJA MUITO SENSÍVEL E NÃO TOLERE NEM INFORMAÇÕES GENÉRICAS! EU NÃO CONSIDERO SPOILER, MAS... SIGA POR SUA CONTA E RISCO:

Um ponto de que gostei foram os efeitos da mudança de cenário. Quando o protagonista (supostamente) sai da clínica, a gente perde as referências que até então nos ajudavam a distinguir realidade de delírio. Na parte externa, vivendo ao acaso, fica quase impossível inferir o que é verdade e o que é alucinação. Me lembrei um pouco da atmosfera de "Malone morre" (1951), do Beckett. Gostei muito disso!

>>>>>> FIM DO SPOILER QUE NÃO É SPOILER.
Joao 10/11/2021minha estante
Ana, que bela resenha!!! Fiquei bastante curioso pra ler essa obra. Achei interessante esse tom antimanicomial que você se referiu e me pergunto: será que tem a ver com as histórias tenebrosas do Hospital Colônia, lá de Barbacena? Como o autor é mineiro, pensei nisso.
Parabéns pela leitura e pela resenha.


Ana Sá 11/11/2021minha estante
João, não tinha pensado nisso, mas faz sentido, né?!! Pretendo ler algo sobre a biografia do autor... Vou ficar de olho nisso!


Joao 11/11/2021minha estante
Pois é Ana. Aquele inferno em Barbacena me parece meio que um zeitgeist para os autores da época, principalmente os mineiros; era algo que tava sempre rondando, como uma presença ruim.


Julia Mendes 11/11/2021minha estante
Ana, eu leio suas resenhas conversando contigo mentalmente! ?

- Atrativo, né? Claro, também acho!
- Caso você seja muito sensível... Não, nem sou. Rs
- Eu não considero spoiler, mas... Ah, eu também não! Rsrsrs

Adoro isso! ?????


Ana Sá 11/11/2021minha estante
Hahaha Julia, fico tão feliz em saber que não falo sozinha!!!


Margô 16/11/2021minha estante
O livro pode não ser tão atraente, mas a resenha é da hora...rssss. Nexo e desconexo se encontram. Gostei.




igsuehtam 22/08/2021

A Lua Vem Da Asia
Esse é o segundo livro que leio desse autor. O primeiro que li foi O Pucaro Búlgaro, mas de longe já prefiro esse.

Esse foi um livro que me identifiquei muito em vários momentos. Marquei diversas frases. Até algumas vezes pensei que lia Clarice Lispector.

Apesar de ser um livro "engraçado" tem uma carga dramática muito grande. Na verdade, lá no fundo do humor há algo triste, algo a ser pensado.
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Giovana.rAdua 23/06/2021

?Mas tudo isso são desvarios de um espírito tresnoitado, dirão meus inimigos eternos, que vivem dentro e fora de mim ? e bastará que você calce os sapatos para que a realidade volte a funcionar sob os seus pés, a dura e feia realidade de todos os dias, inclusive feriados e dias santos. É bem possível que assim seja, respondo calado, e por isso mesmo tratarei de não pôr os sapatos tão cedo, e se preciso não os porei nunca mais, a fim de pousar sobre os meus próprios alicerces e ter os sonhos que quiser ter, e que para mim serão certezas. O mundo se divide em duas partes bem definidas: eu e o resto do mundo, e a minha defesa está justamente nos meus sonhos, ou desvarios como queiram, em cujas asas voo a alturas que vocês nunca atingirão de foguete, e de onde avisto as cúpulas dos edifícios como se fossem cabeças de alfinetes, como o são realmente. Se não posso mudar o mundo, tampouco permitirei que o mundo me mude a mim, arrancando-me esse câncer de mistérios e heresias que é toda a minha riqueza e que faz com que minha voz não seja apenas o grunhido de um porco, nem meu olhar apenas o olhar de um peixe dentro do aquário.?

-Walter Campos de Carvalho, ?A lua vem da Ásia?
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Ricardo 11/06/2021

É uma experiência muito diferente esse livro. Tiveram momentos que continuei a leitura por surpresa, por curiosidade, por obrigação. Mas achei a proposta interessante, quando foi difícil continuar era mais por cansaço meu do que da história em si. Nesse mar de confusão, tiveram algumas partes da história que me tocaram bastante, e acho que terminou bem.
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Kelly.Jesus 06/06/2021

Muito louco
O livro é baseado na vida de um louco que está internado em um hospício e acha que está em um hotel! Após fugir, ele tem várias aventuras mais alucinantes ainda! Campos de Carvalho é um autor fenomenal! Vale a pena a leitura!
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