stsluciano 10/03/2015
Tenho os três livros da “Trilogia da Magia”, escritos pelo Cliff McNish, em casa há um bom tempo, e sempre senti certa curiosidade em lê-los, então foi com alguma expectativa que comecei a leitura do primeiro livro, “O Sortilégio”, tinha até mesmo a convicção de que leria os três esta semana – são bem curtos – finalizando de uma vez a trilogia.
Mas não será bem assim.
Em “O Sortilégio”, dois irmãos, Rachel e Eric, vem compartilhando sonhos estranhos, mas seus pais não lhes dão muito crédito até que um dia uma criatura das sombras abre uma espécie de portal dimensional no porão da casa deles, e os rapta. Nesse “universo paralelo”, Rachel descobre que consegue impor sua vontade – os dois estão em uma queda que parece sem fim, mas ela percebe que, se quiser ir mais devagar, consegue apenas focando nisso – e fazer coisas imagináveis. Isso é parte das razões pelas quais foram raptados.
Dragwena, uma bruxa, vive isolada em Ithrea, um mundo frio, coberto de neve e sem nenhuma esperança, mas espera a chegada de uma criança que tenha tanto poder quanto a ela, para que, juntos, possam por fim terminar um assunto que se encontra pendente à séculos. Rachel, ela acredita, é essa criança, e, por tabela, também fica interessada por Eric que, primeiro, é uma excelente ferramenta de manipulação de Rachel, que faria qualquer cois apara manter seu irmão seguro, e, segundo, tem um tipo “diferente” de mágica.
Porém, a chegada de uma criança muito poderosa também é aguardada por aqueles que se encontram sob o julgo de Dragwena, obrigados a servi-la e fazer parte de todos os seus planos. Rachel, tudo indica, é essa criança.
Tudo parece promissor. Mas só parece.
O livro não é confuso, há uma luta bem definida entre o bem e o mal, um mundo onde magia é possível, e exploração de valores como amizade, solidariedade e justiça. O que me incomodou foi a total falta de timing do autor. Os acontecimentos são narrados de forma rápida, personagens são acrescentados quando se fazem necessários, e uma explicação para a origem do reinado de Dragwena em Ithrea é despejada antes da metade do livro. Cadê o mistério, os ganchos, os pontos de tensão?
Acho que o autor se esforça para entregar um livro redondo, mas falha no meio do caminho. As tentativas de tornar Dragwena sanguinária são primárias, não entendi muito bem as figuras dos seus servos, são anões ou não? Não sei! E os dois garotos não tem tanto carisma quanto seria de se esperar.
Se tivesse eu vinte anos a menos e completa ignorância acerca de séries de ficção fantástica milhões de vezes superior à “Trilogia da Magia”, como “O Senhor dos Anéis”, “The Soul Seekers” e, claro, “Harry Potter”, talvez até tivesse gostado um pouco mais. mas, perto desses, não há nem mesmo comparação.
Apesar de não ser desastrosa, não recomendo a leitura. Tem coisa melhor por aí. Mas, para quem ficar curioso, a leitura é rápida, coisa de uma tarde. Vale, talvez, para experimentar. Pretendo concluir à trilogia, um dia, no momento tenho muito mais o que ler.
site: http://www.pontolivro.com/2014/11/o-sortilegio-trilogia-da-magia-livro-1.html