O Estranho

O Estranho Howard Fast




Resenhas - O Estranho


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Deghety 29/01/2017

O Estranho
Um rabi e ex-combatente da segunda guerra mundial que presenciou o holocausto é designado para conduzir uma sinagoga numa cidadezinha do interior onde encontra um ambiente antisemita e um cenário político dentre os diretores da sinagoga.
O Rabi Hartmann torna -se um grande amigo de um pastor congregacional , com quem compartilha as mesmas incertezas, desesperança com a humanidade e instabilidade da fé .
Leitura bastante agradável e interessante, sobretudo a respeito de detalhes sobre o Judaísmo que eu desconhecia.
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@apilhadathay 05/07/2012

ESTRANHO numa terra ESTRANHA
Por que temos de continuar fingindo que Deus muda de figura toda vez que uma seita decide que é dona da inteira verdade? (68)


Peguei emprestado o livro O ESTRANHO por conta do Desafio realmente Desafiante, seguindo a regra de Agosto: Ler um livro publicado no ano de seu nascimento. Não posso afirmar que foi a leitura mais excitante do mundo nem que é rápida. Apesar de Fast usar uma linguagem simples, sem qualquer sombra de rebuscamento, é uma leitura para vários dias. Eu me interessei por ele devido à sinopse, por esperar um relato do mundo Pós-Segunda Guerra com algum toque de humor, mas este passou um pouquinho longe da vila onde se concentram os principais acontecimentos da história: Leighton Ridge, na Nova Inglaterra.


Os religiosos, os rabinos ou quaisquer outros, não eram tão santos como deveriam ser, e os seres humanos também não eram tão humanos. (70)




Conferimos aqui a história do Rabino David Hartman, judeu que ainda não tem certeza da vocação para o rabinato, mas que precisa sustentar a família, então seguiu em frente na carreira que começou no Exército. Ele se muda com a esposa Lucy para Leighton Ridge em 1946; lá, constitui família e tenta organizar a congregação, com todos os problemas e seu profundo desgosto pela televisão. A história se divide em oito partes, períodos, terminando em 1971.


David tinha apenas 29 anos, mas poucas certezas na vida. Mal conhecia a própria esposa, Lucy, uma garota da cidade: novaiorquina, petulante, debocada e um pouquinho cruel, mas firme e admirável. Brinca sem reclamar do salário do marido e cuida com esmero da casa e dos filhos do casal. A vila onde moram é formada por judeus, de imigrantes que fugiram do Holocausto, mas que ainda sentem o peso e a raiva do genocídio provocado por Hitler. Há um intenso debate sobre melindres das religiões, ortodoxos ou não, e a perseguição aos ditos comunistas.


A diversão do momento era a TV, mas eles não tinham grana, e mesmo assim ele queria para passar o tempo porque não exigia raciocínio. (105)



Algo que estranhei foi a velocidade com que as coisas mudaram, em certos momentos. O autor pode ter dado um salto muito rápido do David satisfeito para o infeliz, com crise vocacional. Em contrapartida, um dos pontos mais interessantes é como as pequenas crises podem mostrar qualidades e defeitos das pessoas, suas forças e fraquezas, a bondade e a maldade. Vandalismo, dissensões e novas alianças impensáveis se constroem num cenário onde até quem se odeia conhece seu inimigo comum e que diferenças de credo devem ser o menor dos problemas quando o assunto é a preservação da vida.


Ao longo do livro, enquanto cada personagem encara as consequências pessoais de serem judeus, descendentes de judeus, vi um relato permeado de dor, de imagens que não se apagaram das mentes daquelas pessoas. Muitos viram os efeitos da guerra de perto, as câmaras de gás, o sadismo do Partido Nazista da Alemanha, os campos de concentração com milhões de judeus inocentes se deteriorando. É ilusão achar que você será a mesma pessoa depois de vivenciar isso.


E mesmo sabendo que tem uma obrigação a cumprir, David se encontra em um limbo pessoal: é um estranho que acaba de chegar à cidade, um estranho para a esposa e até para si mesmo. Recomendo para quem procura um livro mais denso, de diálogos fáceis, mas profundamente ligado à religião judaica.

NO BLOG:
http://canto-e-conto.blogspot.com.br/2012/07/resenha-o-estranho-howard-fast.html
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