13marcioricardo 22/01/2022
Não merece, mas não posso deixar de dar 5 estrelas.
O Livro, que no titulo original se chama Educação, se divide em duas partes, a primeira e maior Saber e a segunda Poder. No Saber refrescamos a memória em relação à história europeia. Bem sei que alguém haverá de ler isto e pensar ¨ah o eurocentrismo¨, mas paciência.. O mundo tem seis continentes, dos quais cinco são habitados. E nestes a Europa constitui um, fundou e/ou forjou três e moldou também o destino da Ásia, por isso a história da Europa se confunde com a história do mundo sim. Após esta que é a maior parte do livro, encontramos também a história da arte, da música, filosofia, ciências, literatura e o tão atual debate entre sexos.
Na parte do Poder começamos com a importância da linguagem, do livro e da escrita ( ai como a vontade de jogar este livro na cabeça de quem defende preconceito linguistico é grande.. ) . Na sequência o autor me surpreendeu com uma visita guiada pelos hábitos de espanhóis, italianos, alemães, franceses, ingleses e estadudinenses e o por quê de seu modo de agir. Foi agradável, pareceu que de repente eu estava nesses países. A seguir a obra fala um pouco sobre inteligência, talento e criatividade, acerca do que não convém saber ( eu diria não perder tempo ou encher a memória com coisas que não nos agregam ) e o saber reflexivo.
Nas últimas cinquenta páginas contamos com uma cronologia da história dividida por séculos, seguido de outra da história da cultura e por fim uma lista com livros que mudaram o mundo aliada a outro conjunto de livros que o autor recomenda. Só por esta listas o livro já vale a pena, pois já é uma base do que se deve ler pra quem quer crescer e alimentar o espírito. Se somarmos à lista do livro ¨ Como ler livros ¨ do Mortimer Adler ( obviamente a maioria dos livros são os mesmos ) a base de uma pessoa culta fica completa.
Um livro destes, com uma missão destas, jamais poderia ser escrito em 516 páginas sem faltar muita coisa. Isso me desagradou, preferia que o livro tivesse mil páginas ou que fossem três ou quatro volumes, apesar de claro, muito do que falta se encontrar nos livros sugeridos. Portugal foi muito pouco referênciado para a importância que teve e isso também é negativo. O autor privilegiou os países derivados do germânicos como Suiça, Holanda ou Austria. Apesar do eurocentrismo o autor podia pelo menos fazer uma referência a outros países e continentes. Somente os EUA tiveram essa primazia; Japão, China, India ou Brasil não foram sequer mencionados.
O autor sendo alemão fez esta obra para os alemães e isso pode ser bom ou mau. Eu gostei da experiência, de ver pela perspectiva deles e com certeza aprendi muito sobre o eixo Inglaterra - França - Alemanha. É um livro com muita informação, onde Dietrich dá umas boas dicas de como ser culto e o caminho a trilhar. É um livro que vale a pena ser lido e ter na estante.