Névoa

Névoa Miguel de Unamuno




Resenhas - Névoa


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jkdornelles 20/10/2010

[há "spoleirs"!]
Niebla, do espanhol Miguel de Unamuno, é uma de suas obras de ficção mais estudada e trata, entre outras, sobre sonho e vida. Essa névoa que tentamos romper na realidade são nossos sonhos ou aquela névoa irrompendo nos sonhos é a vontade própria da vida? Qual seria "A carne de meu espírito, o espírito de minha carne", a consciência de mim no véu nebuloso do sonhos dos outros?

Começa com um prólogo de um escritor ainda desconhecido: Já que de hábito um grande vulto nos apresenta um escritor em descoberta, Niebla começa com justamente inverso. E já no "Metálogo" (prólogo sobre o prólogo) a confluencia da vida borbulhando, com Unamuno desmentindo alguns vôos literários de seu apresentador (que também deve ser personagem seu, Unamuno mesmo se ficcionaliza no livro) para assim nos apresentar alguma das questões tratadas nesta novela: a existência de uma vida autentica e sua representação manifesta, a possibilidade de autonomia frente os determinismos, a independencia de sua personalidade no sujeito. "Só está acordado quem tem consciencia de sua loucura"

É praticada ali a crítica do padrão romanesco de sua época, das formas de representação da vida na ficção. O livro seria de um novo gênero, batizado pelo autor de "Nivola". Além de antecipar o manancial de idéias do existencialismo francês de Camus e Sartre, o livro antecipa também algumas críticas do conjunto de obras ditas do "Novo Romance' francês(Nouveau Roman). A obra mesmo confunde muitas convenções, tentando reinventar esta tênue fronteira. "Aquele que não confunde se confunde"

Augusto é um jovem idealista que se apaixona por Eugênia, uma jovem que certo dia vê passar na rua. Buscando a poesia desta paixão, descobre onde ela mora, e procura fazer amizade com seus tios, mas Eugênia não aceita pois está tendo um caso com Maurício, um calhorda de marca maior. Os tios simpatizam com ele e lhe apoiam, até por que Augusto poderia ajudar a sobrinha em suas dificuldades financeiras.

Em seu processo de "remoer a si mesmo" (dor de cotovelo braba) Augusto nos descreve sua visão de mundo como "tão cheia de pequenas ocorrências, quase imperceptíveis, alguns delas boas e outras ruins, mas todas servindo para obscurecer sua própria visão particular". Não chegando em lugar algum assim, acontece de conhecer Rosário, uma jovem mais humilde e que lhe guarda admiração. Estando menos inseguro se questiona se era Amor mesmo o que sentia. Tão volúvel e desasossegado que logo volta atrás e corteja Eugênia, que para surpresa sua aceita. Só não esperava que ela lhe fosse passar uma rasteira violenta.

Para não tirar toda surpresa de descobrir esta obra, que merece uma leitura mais atenta inclusive por personagens como o tio de Eugênia, um autoproclamado Anarquista Metafísico ou dos questionamentos nivolescos do amigo de Augusto, que põe discurso os príncipios de uma Nivola, incluindo toda especulação existencialista ali contida, resumo nebulosamente seu fim.

Decidindo se suicidar, Augusto decide antes consultar o próprio autor do livro, Unamuno, e o diálogo travado entre os dois é de natureza digna de nota. O autor inclusive interrompe a narrativa várias vezes, e há um punhado de outros recursos que hoje em dia os autores de literatura dita pós-moderna comumente utilizam como reflexão. Unamuno é o Cara, e uma situação basta para registra-lo.

Durante a Guerra Civil Espanhola, Unamuno era o Reitor da Universidade de Salamanca e optara por não eleger definitivamente nenhum lado da batalha. Frente à um general franquista que via impedida a entrada no Campus e que assim bradou: Abaixo a inteligência, viva a morte!!, Unamuno não se intimida com este Arauto Mortal, respondeu simplesmente com um: Vencereis, mas não convencereis.

Bem, o resto é a história, e vale a pena ir atrás.
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Toni Nando 30/01/2017

Comentário
Ótimo livro, no fim te deixa com várias indagações filoficas. Vale muito apena
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Elane48 15/12/2020

"Penso, logo existo; sou, logo penso"
Quer ler uma "nivola"? Este é o livro! Existencialismo metalinguístico. Destaque para o último diálogo entre o protagonista e o personagem Victor, quando uma nova perspectiva do enredo começa a surgir. A metalinguagem fica nítida quando o autor do livro deixa de narrar e se assume como personagem. É um livro bem interessante.
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franchu 18/05/2011

Niebla
Leiam aqui =D

http://www.danifuller.com/2011/05/livro-niebla-miguel-de-unamuno.html
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