O Idiota

O Idiota Fiódor Dostoiévski




Resenhas - O Idiota


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Vanessa.Saraiva 06/03/2024

Alguns afirmam: "Não comece a ler Dostoievski por esta obra", e concordo plenamente. Esta é a minha quarta leitura do mesmo e, até agora, a mais extensa. No entanto, quem sou eu para criticar o Dosto. ( Eu só queria outro final para o Michkin :(

O príncipe, dotado de compaixão e pureza, estava longe de ser inocente. Ele conseguia enxergar as pessoas para além de suas máscaras, realizando o feito mais desafiador: reconhecer o bem nas pessoas. Com olhos humanos, compreender isso é verdadeiramente difícil, mas ao considerarmos que umas das possíveis inspiração do autor foi em Jesus, talvez possamos entender um pouco do motivo pelo qual ele foi tão benevolente com pessoas tão complicadas.

O livro, em certos momentos, pode tornar-se cansativo, mas se soubermos extrair as partes cruciais, conseguimos absorver valiosas lições sobre bondade, ou a ausência dela, e até onde devemos ir. Contudo, a obra não se limita a isso; o príncipe não era apenas bom de coração. Algo ausente desde a infância moldou sua personalidade de tal maneira...

Senti falta de mais pronunciamentos do príncipe em algumas partes, pois é ele quem verdadeiramente tornaria a obra mais fascinante. Continuo aqui refletindo sobre este desfecho em minha mente.
Anna Julia 21/03/2024minha estante
Vc poderia me tirar uma dúvida que já pesquisei bastante e já vi outras pessoas indagando? Em alguns livros russos existem príncipes e princesas que, no entanto, não tem o prestígio que esse título instantaneamente nos remete. Quando li O Idiota, não lembro ao certo, mas o príncipe não tinha riquezas, acho que fala que a bagagem dele era só uma trouxinha. Aí hoje uma moça postou aqui no skoob, lendo um livro tbm russo, que não entendia a personagem ser uma princesa e ser pobre. Queria muitooo entender o que esse título representa, mas não achei nada pesquisando.




Siegfrito 25/02/2024

Uma obra incrível
Acho que este empata em minha preferência com "Crime e Castigo".

Dostoiévski é trabalhoso de se ler e suas páginas parecem vodca, descem amargas nos primeiros momentos e até mesmo fortes, mas depois que você pega gosto, não quer parar de saborear.

A despeito do niilismo presente durante toda obra, o caráter romanesco e a narrativa elaborada me fizeram ler este com calma, por que tentei emular a sua publicação, lendo os capítulos como se lia em folhetim antigamente.

Gostei pra caramba.
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Andrea340 20/02/2024

Qual é preço da bondade?
Vale a pena ser bom? Se sim, qual é o preço? Existe um limite para a prática do bem?

Terminei a leitura tentando responder a essas questões... Ler Dostoiévski sempre mexe comigo ??

Não foi um dos melhores livros que li do escritor, mas acabei gostando. Não fiquei com a sensação de que perdi meu tempo, sabe?
CPF1964 20/02/2024minha estante
Refletindo ???


CPF1964 20/02/2024minha estante
Talvez nos dias atuais ser "bonzinho" seja sinônimo de "idiota"....


Andrea340 21/02/2024minha estante
Pois é, mas o mais intrigante é que o Dostoiévski compara a bondade e a compaixão do protagonista com a bondade de Cristo. Não sou cristã, mas nos faz refletir: Jesus era um idiota? Acho que se realmente existe um Jesus que voltará, ser for aquele da bíblia, certamente passará por um idiota aos olhos de muitos.


CPF1964 21/02/2024minha estante
Concordo, Andrea.




osaif 13/02/2024

Um clássico existencialmente idiota.
Depois de longo 1 mês e meio consegui concluir a leitura de um livro que não é tão fácil e definitivamente exige paciência e esforço de qualquer leitor (principalmente para não russos ou não falantes da língua). É preciso se acostumar com inúmeras frases não traduzidas e nomes que possuem mais consoantes que vogais, sem contar que esses mesmos nomes, possuem cada um, no mínimo 2 apelidos diferentes (se você for meio perdido, não se esqueça de ir anotando quem é quem durante a leitura!).

"O idiota" é o apelido empregado ao protagonista: Príncipe Michkín, que é ridicularizado pela sua demasiada inocência e ingenuidade perante uma sociedade de certa maneira "corrompida". Sempre acreditando na honestidade dos outros, Michkín nunca desconfia de ninguém, levando tudo ao pé da letra e por muitas vezes acaba sendo influenciado pelos outros. Contudo, essa visão simplista e superficial do personagem algumas vezes é desconstruída por outras pessoas que buscam se conectar verdadeiramente com o Príncipe, entender suas motivações e seus valores. Por conseguinte, o leitor é exposto a reflexões profundas, complexas e escritas de maneira extraordinária! Sendo esse, defintivamente o ápice do livro inteiro, vezes essas em que eu devorei o livro, lendo sem ver a hora passar.
Porém, nem tudo são análises existênciais e amorosas. Mais que isso, é possivel ter um conhecimento amplo do contexto geopolítico da russia do século XIX, sua posição econômica, seus ideais coletivos e a visão da aristocracia da região, claramente uma aula de história nas entrelinhas.

Só para reforçar, é realmente impressionante a perfeição das reflexões, diálogos e monólogos desse romance. É perceptível o esforço do escritor em realmente trazer um debate à tona; quebrando a inevitável monotonia com esses trechos cheios de emoção.

Ademais, o livro reflete muito o Dostoievski como pessoa. Tendo sido escrito em um momento muito pertubado: enquanto rondava pela Europa, viciado em jogos de azar, escrevendo um livro de 600 páginas, presenciando a morte prematura de sua filha e vendo o tempo escorrer em suas mãos. Além de um recorte específico de sua vida, é possivel notar sua personalidade como um todo em diversos pontos de "O Idiota": crises de epilepsia e até mesmo relatos de sentenças de morte. Sendo o monólogo do Príncipe a respeito de decapitação em praça pública, o meu momento favorito.
Subir no cadafalso sabendo do seu destino, vendo seus ultimos minutos de vida; como disse Michkín, aqueles segundos são transformados em uma vida inteira, em uma eternidade. É uma sensação inexplicável ler aquilo sabendo que o Dostoievski literalmente passou por isso, tendo sua execução anulada instantes antes e tendo que passar por uma "simulação" de tal acontecimento.

Além do mais, é possível notar muitas
das crenças do Fyodor como psicólogo e filósofo existencialista. É essa inclusive, a origem da famosa sentença "A beleza salvará o mundo", Michkín é a personificacão disso, admirando absolutamente tudo ao seu redor. Não só, igualmente em "crime e castigo" e "memórias do subsolo" há a "teoria" de homens elevados, que por consequência de sua inteligência e vaidade, são sujeitos a sofrimentos mais árduos que os outros.

Por fim, existem inúmeros trechos lindos, que possuem uma escrita realmente bela. Nas partes 3 e 4 eu rabisquei o livro todinho de marca texto, algo completamente inevitavel diante de textos tão únicos a respeito da existência e dos sentimentos humanos (spoiler: e o casamento que por muito foi o foco do enredo, no fim acaba com um assassinato, em que o Dostoievski literalmente põe suas armas na mesa e finaliza da maneira mais imprevisível possível).

Definitivamente recomendo para todos os leitores com paciência suficiente para se deixar levar pela história :)
Certamente não é minha obra favorita do autor, porém, é uma experiência única em que com certeza você não será a mesma pessoa após essas longas 600 páginas.
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heriks.ribeiro 31/01/2024

Um livro desafiador
Um trecho: "quanta coisa hedionda e absurda não existe na alma humana!"


A narrativa gira em torno do Príncipe Míchkin, que na infância enfrentou limitações mentais (aos olhos dos seus tutores) e passou por tratamento para reverter tais limitações.

É uma figura cândida e com a qual temos muito a aprender. Traços de bondade, humildade, tolerância e autocrítica são permeiam o personagem, o que lembra os ensinamentos evangélicos.

Uma obra desafiadora, pois possui poucos acontecimentos e cerca de 3/4 é voltada para o desenvolvimento de personagens e exposição de suas personalidades, sendo essa uma das grandes características do autor.

Recomendo a leitura para leitores já iniciados em outras obras do Dostoiévski.
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Maria.Barreto 31/01/2024

O idiota
Não tem como não gostar dos livros de Fiodor Dostoievsk. Uma escrita maravilhosa e em todos os livros grandes reflexões.
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Manu 19/01/2024

Esse livro possui os personagens mais bem escritos e analisados de todos os livros que já li. a narrativa eh mto envolvente e te faz querer o livro todo de uma só vez. dostoiévski sempre entregando literatura de alto nível.
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Laura 06/01/2024

Uma longa leitura de um clássico russo
Não foi o meu primeiro contato com o autor, mas foi o primeiro mais longo. A narrativa conta a trajetória de um príncipe que se vê abandonado à própria e, além disso, sofria de epilepsia.

Por boa parte da sua vida, contou com a ajuda de um benfeitor e foi tratado na Suíça até decidir partir para Petersburgo em busca de algumas referências longínquas familiares ainda restantes.

A partir desse momento, todo o enredo se desenrola. Apesar do sofrimento mental, esse personagem, que é o mais importante da narrativa, apresenta sentimentos nobres e elevados cativando grande parte das pessoas que passa a conhecer.

O texto é longo e tem diálogos longos entre os mais diversos personagens. Indico a leitura para quem aprecia os clássicos russos.
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beatrzzz 01/01/2024

Razoável, mas com ressalvas. Não indico como primeira leitura da obra do autor. Achei desnecessariamente longo, pois é repleto de diálogos entre os personagens que pouco ou nada adicionam ao enredo. Por preferência pessoal, prefiro dispensar tais diálogos. O enredo em si é interessante, graças a exploração dos arquétipos de bom e mau, tanto através da oposição, quanto da justaposição do personagens principais.

Acredito que se eu tivesse optado por uma versão resumida do livro teria tido uma leitura mais prazerosa, mas como nunca optei por isso, decidi ler a obra completa e foi um pouco cansativo.
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FlaviosParanhos 29/12/2023

Um dos piores finais da literatura.
O IDIOTA Fiodor Dostoiévski. Três meses! Demorei mais de três meses para terminar este livro. Cometi uma série de erros, primeiro não olhei a quantidade de páginas, segundo comprei um compilado das melhores obras do autor em ebook por 1,99, claramente mal editado. O terceiro, pq eu não desisti e comprei em forma física? Não sei. Falando do livro em si, estou decepcionado, muito decepcionado, o livro não é ruim, o protagonista na maioria da estória é adorável e, cativante, apesar de no fim vc entender que ele é realmente um idiøta! Tantas páginas, tantos diálogos acalorados, tanta loucura e expectativa, para no final... Eu não sei nem como definir esse final, chegou a me dar dor de cabeça e desgosto. Claro que, lendo com atenção, vemos toda a autor alidade do Dostoiévski, a narração de um enforcamento muito detalhada, a forma de dar valor às coisas simples, que se converteu à religião e passou a abominar caminhos que seguiu pela vida quase toda. Seu amor e também ódio à Rússia e várias outras questões. No fim, filosoficamente, é um bom livro, mas como estória e com esse final... Me deixou um gosto amargo na boca.
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coronetcity 28/12/2023

Esse é o primeiro calhamaço do dostoievski que leio e por mais que eu tenha demorado mais do que gostaria, a experiência com essa leitura foi ótima. Acho que é muito difícil encontrar um autor que consegue expôr os sentimentos dos personagens de uma forma tão bonita e dolorida quanto ele e sabendo o contexto em que o livro foi escrito (o dostoievski andava passando por crises de epilepsia), e que o personagem principal e o autor compartilham a mesma doença, é muito difícil não ficar ainda mais triste com as situações que são construídas ao longo da história.


*Lido na edição da Penguin Companhia
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Lucas 20/12/2023

Difícil de digerir os personagens
Sumariamente, gostei muito.
A figura do príncipe Míchkin e de Rogójin são para mim muito difíceis de compreender profundamente. Em alguns relances parece que conseguir-se-á apreender a essência destes personagens, mas então alguma nova faceta surge. Talvez isso os faça mais reais e mais instigantes.

Muitos outros personagens com grande profundidade surgem, como Hipollit, Aglaia e, principalmente, Nastacia Filippovna.

A bondade (não tão) ingênua que faz com que seus pares ora o considerem com problemas mentais e ora o achem apenas peculiar é talvez o ponto alto da personalidade do príncipe Míchkin. Suas relações em tríade com Nastacia Filippovna-Rogójin e Nastacia Filippovna-Aglaia Ivanovna são para mim os maiores enigmas do livro. Como comportamentos ambíguos e sentimentos bons e maus se misturam de forma quase inexplicável, muito dinamicamente.

Enfim, um livro muito bom. Me deixou com a sensação de que eu abri uma porta, mas que ainda há muitos quartos desconhecidos dentro dessa casa.
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Raissa 19/12/2023

"Talvez sejamos todos ridículos, mas não de forma ruim..."
Leitura densa e recheada de simbolismos/vertentes políticas. O protagonista, príncipe Míchkin, é uma releitura de Cristo e Dom Quixote, sendo bom e ingênuo o tempo todo. Infelizmente isso bastou pra ser considerado um "idiota" durante todo o livro, e aí entra um dos motivos da minha nota não ter sido tão alta... Não quero parecer prepotente, mas acabei me vendo bastante no protagonista; sou uma pessoa autista e sei exatamente como é estar num mundo aonde a gente é visto como estranhos, doentes e idiotas, o tempo todo! Durante toda a narrativa o príncipe é considerado alguém bom, mas isso nunca parece ser o suficiente; mesmo se esforçando ao máximo, a maioria das pessoas não enxergam nele uma pessoa funcional, apenas uma criança num corpo de adulto. Resumindo, a leitura acabou sendo algo angustiante demais pra mim, não consegui parar de me ver em paralelo com algumas situações e isso acabou me deixando bem mal. Obviamente eu entendo a importância da obra e até consegui captar algumas simbologias mais profundas (não todas, pois o livro é recheado delas), mas também não posso deixar de falar que achei algumas partes desnecessárias (cenas que poderiam ser mais curtas, alguns diálogos e aquela carta com mais de 30 páginas kkkkkkkkkkkk). Enfim, é um livro bem diferente dos que o autor costumava escrever, então não recomendaria como primeira leitura!
Pri.Kerche 05/01/2024minha estante
Gostei da sua resenha


Raissa 08/01/2024minha estante
??




Berto 17/12/2023

O Genial Idiota.
Francamente, o livro é, de fato, muito bom. Estilo de escrita e narrativa característica do autor, ideal para fãs de outras obras do mesmo.
Para mim, o problema dessa obra é, infelizmente, seu tamanho. O livro é exageradamente longo, tornando-se desinteressante e maçante em diversos momentos na narrativa, principalmente do meio para frente.
Sim, é importante ressaltar que, querendo ou não, dada a proposta da obra e a característica dos personagens, torna-se praticamente impossível evitar repetições, uma vez que o livro se utiliza de seus personagens justamente para tecer críticas a respeito de tais comportamentos viciosos do cotidiano das pessoas.
A exemplo de minhas reclamações, cito o diálogo entre o Príncipe e o General, na parte Quarta da obra, onde, durante diversas páginas, ambos conversam sobre as épocas de guerra do general (conversa essa praticamente irrelevante para a trama, visto que a mesma ocorre outras diversas vezes previamente na obra, ainda mais tendo em vista q se encontra nas páginas finais do livro)
Entretanto, a obra, como um todo, é muito interessante! Os personagens e suas relações são absurdamente bem desenvolvidas, as críticas realizadas pelo autor são atemporais e muito bem inseridas na história e as reviravoltas presentes na obra instigam a curiosidade e surpresa do leitor.
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Como pontos de ressalva/comentários a parte (tecidos completamente de modo pessoal e singular com base em minha experiência de leitura), cito:
1- Aos leitores, recomendo que anotem os nomes/famílias dos personagens. A trama é rica em diversas figuras, das mais insignificantes às mais caricatas, muitas vezes com sobrenomes e títulos muito similares uns com os outros. Logo, é importante saber distinguir de modo coeso cada uma delas durante a trama.
2- Como leitor que tomou tal atitude, recomendo que façam como eu e pulem/folheiem os capítulos chatos. Geralmente não recomendaria isso mas, em dados momentos (como o diálogo com o general, citado acima) o livro apenas cita detalhes para enriquecer e completar a história, não sendo necessariamente indispensáveis para a trama como um todo, tornando a leitura cansativa.
3- Para melhor aproveitarem a obra, associado à primeira dica, tentem entender a trama principal por diferentes pontos de vista, e não apenas pelo principal proposto pelo livro (príncipe). O excesso de detalhamento permite uma visão ampliada dos pontos de vista de diversos personagens a respeito do mesmo acontecimento.
4- Não espere uma história linear/planejada. Entenda que a obra, em sua maior parte, desenvolve-se focada nas experiências e atitudes do príncipe que, por sua vez, é alguém "Idiota" e despretensioso, levando a diversos diálogos/tomadas de atitude que ocorrem por mero acaso, sem necessariamente fazerem parte de algo maior.
5- Salve páginas interessantes. Existem diversos diálogos absurdamente interessantes durante a trama que poderiam tornar-sem pontos foco de obras inteiras, portanto, aproveitem.
6- De forma honesta, assim como já citado, a obra é muito muito muito longa, então recomendo lê-la despretensiosamente e sem mistura-lá com outras tramas do autor, para evitar confusões.
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3.8/5.0
. Boa Leitura a Todos!
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