O Idiota

O Idiota Fiódor Dostoiévski




Resenhas - O Idiota


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Cosmonauta 13/02/2022

Nastássia
" - Tem um rosto maravilhoso. E percebo que a história dela não é uma história comum. É um rosto prazenteiro. Mas não teria ele passado já por terríveis sofrimentos? Os seus olhos nos dizem isso, e as suas faces, e este trecho debaixo dos olhos! É um rosto altivo, pasmosamente orgulhoso, mas não sei se ela tem bom coração! Ah, se tiver, ah! ... Isso a redimiria! De tudo! ... "

Tradução de José Geraldo Vieira
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Lucas 20/12/2023

Difícil de digerir os personagens
Sumariamente, gostei muito.
A figura do príncipe Míchkin e de Rogójin são para mim muito difíceis de compreender profundamente. Em alguns relances parece que conseguir-se-á apreender a essência destes personagens, mas então alguma nova faceta surge. Talvez isso os faça mais reais e mais instigantes.

Muitos outros personagens com grande profundidade surgem, como Hipollit, Aglaia e, principalmente, Nastacia Filippovna.

A bondade (não tão) ingênua que faz com que seus pares ora o considerem com problemas mentais e ora o achem apenas peculiar é talvez o ponto alto da personalidade do príncipe Míchkin. Suas relações em tríade com Nastacia Filippovna-Rogójin e Nastacia Filippovna-Aglaia Ivanovna são para mim os maiores enigmas do livro. Como comportamentos ambíguos e sentimentos bons e maus se misturam de forma quase inexplicável, muito dinamicamente.

Enfim, um livro muito bom. Me deixou com a sensação de que eu abri uma porta, mas que ainda há muitos quartos desconhecidos dentro dessa casa.
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Alana 11/09/2021

"O Idiota" é mais uma obra de Dostoievski que tive a oportunidade de ler, e se mostrou uma das minhas preferidas. O romance relata o retorno à Petersburgo do doce Príncipe Míchkin, de um sanatório na Suíça (o príncipe tem epilepsia). Já no caminho nosso Idiota começa a encontrar os demais personagens importantíssimos para o desenrolar da narrativa. Nosso príncipe se depara com a sociedade Russa e seus diferentes nichos, transitando por eles com sua singularidade.
Não é uma obra maçante de ler, apesar de denso, e a edição conta com desenhos de Oswaldo Goeldi que ajudam no deleite da leitura. Ao final, a edição também apresenta, a identificação de cada personagem, recomendo o uso pois pode parecer um pouco difícil lembrar todos eles (pelo menos eu sempre tenho essa dificuldade nas obras do Fiódor).
O príncipe é certamente um personagem que vale a pena conhecer, o livro possui diálogos ricos demais e a atmosfera da cena final é surpreendente e bem construída!

?[...] aqui existe a sentença, e na certeza de que não se vai fugir a ela, reside todo o terrível suplicio, e mais forte do que esse suplício não existe nada no mundo. Traga um soldado, coloque-o diante de um canhão em uma batalha e atire nele, ele ainda vai continuar tendo esperança, mas leia para esse mesmo soldado uma sentença como certeza, e ele vai enlouquecer ou começar a chorar.? (p.33)

?Olhem para uma criança, olhem para a alvorada de Deus, olhem para a relva do jeito que cresce, olhem para os olhos que os olham e os amam...? (p.621)
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Gabriela 24/12/2020

A marca do gênio!
"A marca do gênio" está impecavelmente representada na figura do personagem principal, o príncipe Michkin: um tom muito atenuado de comicidade e o famoso melodrama de Dostoiévski. Mas dessa vez, Dostoiévski nos apresenta não um personagem errôneo e excessivamente arrependido, mas sim um personagem que beira à perfeição, inspirado por uma junção de Cristo e Dom Quixote. Contudo, apesar de sua perfeição, entendida também como bondade, humanismo, simpatia e abdicação de todas as "potencialidades russas", todos daquela sociedade o denominam e o reconhecem apenas como um 'idiota', exatamente por carregar todas essas características de forma tão transparente e sincera.

O livro também carrega um teor autobiográfico, principalmente sobre as crises de epilepsia de Michkin, o que também aconteceu com Dostoiévski e por essa razão ele descreve as sensações dessas crises de forma muito viva e real, o que torna o livro muito interessante para quem também gosta de se inteirar pela realidade do autor.

Enfim, sem dúvidas esse romance carrega a incrível marca do gênio Dostoiévski!
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Julia3342 01/07/2023

Denso, mas com toda certeza um acerto.
Para quem não está acostumado com as obras de Dostoiévski, O Idiota pode ser um pouco (muito) complexo de se compreender no início, até se situar na narrativa do autor, você vai passar por vários perrengues de interpretação - ainda mais por se tratar de uma tradução direta do russo, mas eu garanto que depois valem a pena.

Ao escrever O Idiota, Dostoiévski tentou retratar ?a beleza do ser humano? como muitos dizem. Tudo começa com três estranhos em um trem a caminho de Petersburgo. Um príncipe chamado Michkin, um homem não muito brilhante e atravessa a sociedade de forma simples, mas é uma pessoa boa, honesta, simpática e agradável; devido a essa ?ingenuidade? todos o veem como um idiota: ele encontra um espertalhão Rogójin, que guarda uma obsessão doentia por uma linda jovem, e um funcionário do governo chamado Liébediev, que aparece de forma proeminente em todo o romance.

Ao longo da narrativa é possível notar que para o idiota é possível dizer ?sim? a tudo. Se cada coisa proibida, cada maldade tiver uma base sólida, pode se transformar em lei e, assim que essa lei seja testada, pode servir de base de um novo modo de ver as coisas, uma nova ordem. O bem e o mal são permutáveis.

Na visão de Michkin, a experiência mágica está no reverso de todos os valores morais. Michkin não tem como objetivo quebrar as tábuas da lei, ele simplesmente mostra o outro lado onde as leis estão escritas nas tábuas. Se na realidade da cultura humana o mundo está dividido entre o claro e o escuro, o bem e o mal, tudo é permitido.

Michkin não é um santo. Ele apenas estabelece uma relação franca com aqueles que conhece, uma relação que foge aos comportamentos ou costumes sociais. Ele produz um estranho efeito sobre todos, trazendo respostas sinceras e autênticas, o que permite a nós leitores entender a sua verdadeira natureza.

Ao longo da obra a narrativa passa por diversos cenários sociais de Petesburgo que são um deleite aos olhos da psicologia - atuando de maneira errônea afim de conquistar suas reais intenções, a manipulação aqui é uma consequência dos desejos internos de cada personagem.

Por fim, dizer qualquer detalhe a mais, será trazer spoilers ou criar teorias em sua cabeça que talvez não vão condizer com as mais diversas interpretações que se possam ter dos personagens. Mas uma coisa eu digo com toda certeza, qualquer obra de Dostoiévski nunca será uma perda de tempo na sua estante.
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Marcos606 24/03/2023

A narrativa diz respeito ao efeito perturbador do príncipe “primitivo” Myshkin sobre a sofisticada e conservadora família Yepanchin e seus amigos. Myshkin visita os Yepanchins, e seus modos estranhos e falta de preocupação com as aparências rapidamente o tornam um objeto de fascínio. Seus anfitriões, que são dados à sensualidade, ganância e crime, testam sua bússola moral. Myshkin mantém uma benevolência inocente para com todos, mas, embora sua fé e personalidade radiante os atraiam para ele, sua mensagem de serviço, compaixão e amor fraterno finalmente falha.
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Nemec 16/03/2021

Clássico
É o primeiro livro que leio do Dostoiévski e fico bastante impressionado com a riqueza de detalhes que cada personagem é construído e apresentado nessa narrativa cheia de reviravoltas.
Infelizmente a versão em e-book que li não era das melhores, mas a fluidez da história não se prejudicou.

O autor conta em uma só história, diversas outras, inclusive até algumas de si mesmo!

Vale a pena fazer essa viagem a uma Rússia do século XIX, de belas paisagens e personagens muito vivos, coloridos e muito humanos.
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Manu 19/01/2024

Esse livro possui os personagens mais bem escritos e analisados de todos os livros que já li. a narrativa eh mto envolvente e te faz querer o livro todo de uma só vez. dostoiévski sempre entregando literatura de alto nível.
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Gabriel Alencar 30/06/2021

Fascinante!
Galera, vamos começar falando dessa edição. Pra ser bem honesto com vocês, assim que eu peguei o livro e vi que era da Martin Claret me deu um frio na espinha. Não precisa ser muito literato pra saber que essa editora é ruim que dói e tem umas edições deploráveis de clássicos. Mas, para minha surpresa, dessa vez ela acertou! Não sei quem foi contratado por lá, mas deu certo. Edição maravilhosa!

A tradução foi muito bem trabalhada, inserindo aí traços de coloquialismos que são tão importantes para a obra de Dostoiévski, que decididamente não escrevia para elites. Temos palavras simples e até algumas expressões que soam estranhas quando lemos histórias "de época", mas que são totalmente verossímeis e se encaixam como uma luva na obra.

Mas eu me adianto, vamos voltar um pouco. Em linhas gerais e à guisa de sinopse, este livro conta a história do príncipe Míchkin e suas aventuras na sociedade russa do fim do século XIX. Ele é um cidadão simples, embora tenha título real não é rico e acaba se relacionando com personagens como a belíssima mas imprevisível Nastássia Filíppovna, o dúbio amigo-rival Rogójin e a família Epantchín.

Embora Míchkin seja doente e epilético, nosso herói é chamado de "idiota" porque, no fundo, é uma pessoa boa e não faz joguinhos de segundas intenções igual aos outros. "Idiota" porque é alguém simples, ingênuo e (por causa disso) com pouco tato social. Nas palavras do próprio autor:
"Mas Michkín não via nada pela outra face, não sabia reconhecer correntes submarinas." (p. 677)
Quanto à estrutura do livro, ele é divido em quatro partes. Lembro que assim que terminei a parte I do livro, me peguei pensando que se Dostoiévski tivesse vivido na época do capitalismo, tê-lo-iam acusado de burrice. Acontece que essa primeira parte é tão boa, tão completa e termina de um jeito tão impactante, que teria sido mais inteligente fazer uma série ou trilogia, em lugar de juntar tudo num lugar só. É brilhante, é fascinante. É um absurdo de bom. As outras partes nem tanto, mas esta primeira foi sensacional.

Passando à resenha, no quesito de técnica literária, interessante como, com o passar do tempo, nossos olhos se abrem para algumas coisas que não conseguimos ver antes. Não é a primeira vez que leio Dostoiévski e tenho certeza de que esta não foi a primeira vez que ele fez isso: um monte de "tell" em vez de "show", ou seja, em vez de mostrar as cenas, ele simplesmente passava por alto, inclusive sem mostrar exatamente o que os personagens falavam.

Já é a segunda vez em pouco tempo que vejo um escritor renomado fazendo isso (a primeira havia sido Emily Bronte, resenha AQUI) e novamente eu fico aqui me perguntando até que ponto a máxima "mostre, não conte" deve ser levada como absoluto em todos os casos. Não digo que eu tenha cacife pra quebrá-la assim de chofre, mas que, pelo menos, possa ousar de leve quando a situação permitir.

Até agora não consegui descobrir o que há em Dostoiévski que fisga a gente de um jeito tão certeiro. No fundo, acho que é seu realismo combinado com uma linguagem franca, como nós realmente entramos nas cenas dos personagens e seus sentimentos. Aquela descrição que ele fez do cadafalso, nossa!, foi de arrepiar e ao mesmo tempo capturou minha atenção de modo que não tive escolha senão ler tudo. Veja só esses trechos:
"Ficou tão desconcertada que nunca mais abriu os lábios. Naqueles outros tempos o povo ainda era bom com ela, mas quando voltou, escangalhada e doente, ninguém mais teve pena." (p. 90)
"Despojado de tudo, e de tudo carecendo, outra coisa não sendo aqui embaixo senão miserável átomo no vórtice da circulação humana, natural é que ninguém me respeite e que eu não passe de um joguete para o capricho alheio, sendo apenas pontapés a vantagens que de tudo isso me resulta." (p. 255)
Ah, e outra coisa! É reviravolta atrás de reviravolta! A trama fica cada vez mais complexa a cada capítulo. Impressionante! Na verdade, tem vários capítulos que terminam praticamente num cliffhanger, ou seja, força você a continuar a leitura pra saber o que vai acontecer. Tática velha, mas eficaz.

Existe uma coisa que Dostoiévski e Érico Veríssimo fazem que é uma espécie de contrassenso literário: eles contam histórias e causos que em nada contribuem para o enredo; mas que são terrivelmente fascinantes e se não estivessem no livro, seria um buraco. Histórias simples, causos de personagens, mas que fisgam e dão trechos interessantes como esse:
"E em seguida, de uma vez para sempre, completo vácuo, tudo acabara, fora deixada sozinha, como... mosca execrada desde o começo do tempo." (p. 191)
Não é sempre que um autor faz referência a seus heróis por meio de seus livros. Aqui, ouso dizer que Dostoiévski mostrou uma de suas influências: tão somente, Dom Quixote de La Mancha, por Miguel de Cervantes.

Mas o que mais apaixona no livro é o estilo e o conteúdo do próprio Dostoiévski. Cheguei a comentar isso em outra resenha dele (creio que foi nos Irmãos Karamazov): não canso de me assustar como os dilemas trazidos pelo autor podem ser tão contemporâneos. Ele fala da Rússia czarista, eu falo do Brasil do século XXI e tanto eu como ele não temos escolha senão concordar com Lizavéta Prokófievna e dizer:
"Arre! Tudo está de pernas para o ar, tudo está de cambalhotas!" (p. 360)
Ou então o trecho o herói do história, o príncipe Mitchkin, comenta:
"— Apenas quis significar que uma perversão de ideias e de concepções — conforme se expressou Evguénii Pávlovitch — com a qual nos defrontamos muitas vezes, é, infelizmente, muito mais a regra geral de que um caso excepcional." (p. 426)
Temos aqui, como não poderia deixar de ser, vários personagens doentes. Aliás, me parece que a grande doença de Michkin é a bondade em excesso, o auto-sacrifício não saudável, que leva à perdição. E temos aqui uma abordagem sociológica bem interessante: quem pode delimitar com clareza os limites desse auto-sacrifício? O que é loucura pra um pode ser um grande ato de amor para outro? Eis a questão.

O livro traz muito bem os melindres da sociedade russa do fim do século XIX. Como falar ou abordar um assunto, o que é considerado digno ou não. Problemas da high society mas de um jeito muito humano e introspectivo: uma verdadeira aula para Jane Austen, que tenta fazer o mesmo mas que tem como resultado só um sono inesgotável pro leitor.

Assim como Veríssimo, Dostoiévski traz o que a sociedade realmente tem pra mostrar, passando pelas camadas mais baixas e mostrando também a vileza e futilidade das mais altas. Interessante notar que, muitas vezes, a ficção parece exagerada, mas quando se fala da realidade, descobre-se que ela é ainda pior. Érico falou sobre isso, mas o próprio autor deixa seu parecer:
"Se qualquer autor o inventasse, os críticos e aqueles que sabem a vida do povo gritariam imediatamente que era falso e inverossímil; lendo-o nos jornais, como coisa que acontece mesmo, a gente só tem de, através desses fatos, ir estudando a vida russa, em sua múltipla realidade." (p. 626)
Sou muito suspeito pra falar, porque eu simplesmente amo Dostoiévski. Não creio que tenha lido nada dele e não tenha gostado (e olha que já li um bocadinho). Engraçado que toda vez que leio algo dele, eu penso no fim: "Este é meu livro favorito dele". Não foi diferente com este aqui.

"O idiota", no fim das contas, é uma história com a qual a gente pode se conectar – muito embora não sejamos russos, tampouco vivendo no fim do século XIX. E é justamente isso que torna a obra mais atemporal e impressionante. Um livro magnífico, de um autor que um dia terei lido todas as obras. Mal posso esperar por isso.

site: https://escritoraoacaso.blogspot.com/2021/06/resenha-o-idiota.html
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Flávio 03/07/2021

Prícipe Míchkin, mistura maravilhosa de Dom Quixote e o cristão
A bondade do protagonista parecendo ser ingênua, acreditem, não é, acho que isso que o torna meio Dom Quixote, meio Cristo. O essência do sentimento religioso não está de forma alguma na razão, e portanto não necessita e não passa pela racionalidade ocidental. Resenhar Dostoiévski, seria muita pretensão da minha parte. Mas como sempre, personagens marcantes e auto bibliográficos. Muitos diálogos e enredo marcante e por vezes cansativos, mas muito interesante e filosófico: seria Michkin um niilista?
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Paula1908 04/08/2023

Decidir começar Dostoievski por O Idiota foi uma desafio. Não conseguia ler rápido de maneira alguma, demorei meses até compreender que tudo bem demorar em um livro, faz parte até da própria experiência dele.
Foram meses acompanhando o príncipe, refletindo sobre religião, morte e política.. Foram meses acompanhando o preconceito pelo menos afortunados, acompanhando Hipólito e sua doença incurável, os dramas de Aglaé e loucura de Nastásia.. Eu sentirei falta de todos os personagens, de absolutamente todos.
Obrigada Dostoievski por esse livro.
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PC_ 12/01/2013

qual será a melhor obra de dostoiévski?

a única dúvida que me restou ao término da leitura deste livro
foi se o autor de "os irmãos karamazov" e de "crime e castigo"
conseguiu se superar.

não dá pra resumir um livro de 600 páginas em alguns parágrafos, mas posso ajudar a quem pretende realizar essa árdua, mas compensatória, tarefa.

observei que o ritmo de leitura acelerado auxilia a compreensão, leia algumas falas em voz alta, rapidamente, imagine os personagem com os nervos a flor da pele... o livro é muito teatral... os personagens são tensos.

o livro é um romance sobre um personagem doente,princípe Mínchkin, um epilético recém saído de uma clínica de tratamento, que tenta se encaixar na sociedade russa do séc xix. para complicar o personagem é um idealista cristão. figura quixotesca, mas adorável. sua bondade e resignação chegam a nos causar revolta. a trama se desenrola em torno desta personalidade complexa e ao mesmo tempo amável, carismática...

Nastássia Filipovna - é a essência da mulher, emoção a flor da pele,
ela não quer só vingança, qdo tem a possilidade de entrar para a sociedade que a despreza, ela destrói essa possibilidade como quem afunda seu navio em terra estrangeira. orgulho, emoção, imprevisibilidade, em suma , o espirito feminino retratado em sua essência...

Míchkin - dom quixote, cristão russo. de uma compaixão que chega a causar repulsa, ele testa não apenas sua fé, mas a do leitor,
que acompanha aflito as desaventuras do personagem. um idealista cristão metido no complexo inferno das relações humanas...

bom, se fossemos resumir todos os personagens já daria um livro.

o livro exige disciplina, esforço, mas é altamente compensador.

há tb várias reflexoes de dostoievski sobre a rússia de sua época, mas
que para mim pareceram atemporais, e algumas se encaixam perfeitamente a nossa realidade....

por fim, há no youtube um trecho de um corajoso grupo teatral que interpretou uma peça baseada no livro. vale a pena ver.

http://www.youtube.com/watch?v=twxl-KKFkfM

espero que tenham boa leitura
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Natanael Nonato 09/01/2022

Incrível!!!
Como um jovem repleto de puras e ingênuas atitudes seria tratado nos dias de hoje? Como um completo idiota, não é mesmo? No Império Russo do séc. XIX nada seria diferente. No livro, Príncipe Míchkin é a personificação dos bons costumes em meio a um mundo corrompido e imoral, sendo alvo de chacota e zombaria.

Vários diálogos filosóficos interessantes são desenvolvidos no livro. Na minha opinião, a descrição dos pensamentos de um jovem em estado terminal e a ideia de que "a beleza salvará o mundo" são os pontos mais fantásticos dessa obra. Vale ressaltar que Dostoiévski não explica a frase "a beleza salvará o mundo" no livro, no primeiro momento que essa frase aparece o personagem Ippolit (o jovem em estado terminal) pergunta Míchkin sobre a sua crença nessa frase e pede esclarecimentos, mas o príncipe nada o responde. Chegando próximo ao fim do livro, Aglaia o proíbe de ficar abrindo a boca num evento que eles hospedarão. Ela diz com outras palavras: não quero te ouvir falar sobre como a beleza salvará o mundo ou outras análises/propostas. Então essa frase floresce no coração de cada um de acordo com suas convicções.

Dostoiévski é conhecido pela incrível habilidade de trazer à literatura a mente atribulada de pessoas em situações extremas de sofrimento. O Idiota, seguindo esta regra, é um dos cinco grandes romances do autor.
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Carlos 25/01/2022

O Idiota
Terminando de ler a bibliografia de Fiódor. Inicio o ano com um dos Grandes, O Idiota. E já considero-a uma das maiores do autor em minha primeira leitura.
O autor já fala por si só, mas nesta grande obra vemos a capacidade de um gênio que, mesmo sob grandes dívidas e acossado pela epilepsia, consegue descrever com maestria a jornada do príncipe Michkin, Nastácia Filíppovna, Rógojin e tantos outros carácteres singulares da sociedade russa.
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Paulinha 14/01/2022

Memorável
? O mais alto emprego que o homem pode fazer de sua personalidade, da plenitude do desenvolvimento do sou eu, é como que eliminar esse eu, consagrá-lo inteiramente a todos e a cada um, sem reservas e com abnegação?.

Dostoiévski era um gênio. ??
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