Broquéis

Broquéis Cruz e Sousa




Resenhas - Broquéis


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andyp16 21/10/2023

Muito bom! foi o primeiro livro que li do Cruz e Sousa e gostei muito, sou muito fã do simbolismo e eu não poderia gostar mais!
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Jean375 13/10/2023

Alvura...
Um grande escritor brasileiro (pouco conhecido). Nessa coleção de poemas ele utiliza-se do branco para compor os versos.
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Patrícia Brito 20/09/2023

Cruz e Souza é magnífico! Poemas que levam a reflexão profunda e tocam a nossa alma

Alma solitária

Ó Alma doce e triste e palpitante!
que cítaras soluçam solitárias
pelas Regiões longínquas, visionárias
do teu Sonho secreto e fascinante!

Quantas zonas de luz purificante,
quantos silêncios, quantas sombras várias
de esferas imortais, imaginárias,
falam contigo, ó Alma cativante!

que chama acende os teus faróis noturnos
e veste os teus mistérios taciturnos
dos esplendores do arco de aliança?

Por que és assim, melancolicamente,
como um arcanjo infante, adolescente,
esquecido nos vales da Esperança?!

Cruz e Sousa
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Lucca 28/06/2023

GÊNIO
Um dos autores mais geniais da literatura brasileira
Infelizmente pouco divulgado
E por consequência pouco conhecido
Sua escrita suave e ao mesmo tempo pontente me colocou em lugares profundos dos meus sentimentos
Sua sutileza em despertar emoções intensas
Profundas
Um intenso remexer nas feridas
Suas poesias deveriam ser lidas por todos ?
RECOMENDOOOO!!!!
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Leandro.Bonizi 19/12/2022

Maior reseprentante brasileiro do simbolismo!
Cruz e Sousa (1861 — 1898), filho dos escravos alforriados, foi desentendido por quase todos os críticos de sua época, não só pela inovação de sua poesia, como pelo fato de ser negro. Em respota às críticas na primeira edição antes de começar a obra ele cita Baudelaire em cujo trecho ele pedia a Deus e graça de compor versos que demonstrassem que ele não era inferior aos homens que desprezava. Bela resposta!

Alguns críticos foram exceção. Sílvio Romero fez o contraponto à poesia parnasiana da época chamando de "o rei da poesia sugestiva". Mário de Andrade definiu como "acorde harpejado" e também como "polifonia poética".

Ninguém como Cruz e Sousa usou tanto a frase nominal, a justaposição de frases sem verbos que, pode-se dizer, é sua marca registrada. Há em broquéis inúmeros poemas com sequências de duas ou mais estrofes deprovidas de verbo. O poema que inaugura a obra, "Antífona", o verbo principal aparece no 19º verso e há apenas um secundário no final da terceira estrofe. As sequências sem verbo são constituídas pela enumeração caleidoscópia de prismas diferentes do mesmo assunto, da mesma impressão ou da mesma atmosfera.

A obra é muito rica em estilística, Cruz e Sousa abusa de diversas figuras de linguagem, como harmonias imitativas. Os poemas possuem feição onírica e freudiana. Imagens representam os lampejos do inconsciente. É comum o emprego de letras maiúsculas sem necessidade gramatical e a reiteração do sinal de reticências.

Exalta com frequência a cor branca, significando pureza e religiosidade:
"Braços nervosos, brancas opulências,
Brumaes brancuras, fúlgidas brancuras,
Alvuras castas, virginaes alvuras,
Lactescencias das raras lactescencias"

É comum a enumeração de adjetivos, como em:
"Rolos d'incensos alvadios, finos
E transparentes, fúlgidos, radiantes,
Que elevam-se aos espaços, ondulantes,
Em Quimeras e Sonhos diamantinos"

Um exemplo de uso de aliterações ritmadas:
"Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

Tudo nas cordas dos violões ecoa
E vibra e se contorce no ar, convulso..."

Utiliza-se vagueza, abstração, projeção de conteúdos psicológicos, e sugestão cromática. As unidades significantes do textos se unem mais por justaposição sensorial do que pelo nexo lógico-sintático.Também demonstra religiosidade.
"Ah! Lilases de ângelus harmoniosos,
Neblinas vesperais, crepusculares,
Guslas gementes, bandolins saudosos,
Plangências magoadíssimas dos ares...

Serenidades etereais d'incensos,
De salmos evangélicos, sagrados,
Saltérios, harpas dos Azuis imensos,
Névoas de céus espiritualizados.

Ângelus fluidos, de luar dormente,
Diafaneidades e melancolias...
Silêncio vago, bíblico, pungente
De todas as profundas liturgias"

Trata de vários sentidos como no trecho sinestésico que se segue. Há movimentos e nuanças cromáticas, aos quais associa uma sutil musicalidade e certos tons odoríferos:
"Mais claro e fino do que as finas pratas
O som da tua voz deliciava...
Na dolencia velada das sonatas
Como um perfume a tudo perfumava.

Éra um som feito luz (...)"

Nos poemas eróticos, a constante cumulação de metáfora sobre metáfora, de adjetivo sobre adjetivo, de cor sobre cor produz a impressão de que o poeta deseja redimensionar o mundo. Enumeração caleidoscópia de aspectos abstratos da motivação sexual. Musicalidade abstrata e transparência luminosa dos termos se harmonizam com a concepção platonizante e contemplativa do amor. E a imagem da serpente associada à luxúria. A luxúria é acompanhada de imagens coloridas de vermelho e negro. Há imagens da morte também.
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Clio0 12/05/2022

Poeta do Simbolismo, Cruz e Sousa é presença obrigatória em listas de vestibular... e merecidamente.

Os poemas reunidos nessa coletânea trazem o melhor da musicalidade de seus escritos, pois o autor é para ser lido em voz alta, declamado e não em sussurros ou na calada do quarto.

O sensualismo é arrebatador, pulsa em cada verso, atrai em cada quadra. Faz imaginar o tipo de alvoroço que esse trabalho publicado em 1893 não causou por seu estilo e por ser também de autoria de um homem negro - não vamos colocar panos quentes e fingir que não houve uma tentativa de "branquear" ou esquecer tantos de nossos artistas.

E esse é outro tema recorrente. Há uma repetição quase obsessiva de brancos, lunares, translúcidos, alvos, etc. que não apenas captam a imaginação, mas que também fazem pensar que tipo de vida era levada na época.

Recomendo.
Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
É, deveria ser uma leitura obrigatória no vestibular, infelizmente não foi valorizado como deveria, com o Parnasianismo que o ofuscou, apesar de eu o considerar menos artístico. Pela musicalidade é uma boa ideia ler em voz alta. Quanto ao sensualismo, considero fino e escritor sob a forma de um ideal.


Mawkitas 16/01/2023minha estante
Caiu no meu vestibular. Lembro até hoje de alguns poemas de cabeça. Cróton selvagem, tinhorão lascivo... e por aí vai.


J. Silva 17/01/2023minha estante
Acrescentado na lista de leitura desse ano!


J. Silva 17/01/2023minha estante
???????


Leandro.Bonizi 20/01/2023minha estante
J. Silva, super recomendo assim como todos os outros livros de Cruz e Sousa que li e gostei. Mas é bom estar num estado espírito adequado pra ler, pois é um tipo de poema para ser degustado e serem contempladas todas as imagens que os versos transmitem, para todos os sentidos. Por isso acho bom ler devagar e apreciando.




Pattr_ 14/04/2022

Riqueza e sensibilidade!
Torno a ler poesia simbolista após certo tempo de recreio, e volto a me impressionar com a riqueza vívida de seus versos, que se utilizam do casual vocabulário espesso do estilo, mas que conseguem ainda assim dispor de uma natural simplicidade. Aqui é clara a distinção entre a hipérbole do exagero e a hipérbole da expressão, e vemos que a singular sensibilidade de Cruz e Sousa é capaz de demonstrar o uso das duas sem causar incômodo ou confusão nos leitores menos acostumados à escrita rebuscada. Em Broquéis, o corpo do texto poético é curto, sem demasiadas estrofes, cuja estrutura me agrada, e me inspira inclusive, a reler as obras seguintes do autor sem medo algum de ser feliz.
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Giselly 04/08/2021

Cruz e Souza
Não conhecia Cruz e Sousa, fiquei imersa em seus versos surreais e deslumbrantes! Utiliza palavras rebuscadas, profundas e repletas de uma dor agonizante e palpável. É perceptível a religiosidade e a ausência da esposa em muitos de seus poemas.
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Elineuza.Crescenci 22/01/2021

Clássico
Tema: Leituras de Janeiro 2021 (4)
Título: Broquéis
Autor: Cruz e Souza
País: Brasil
Páginas: 84
Avaliação: 3/5
Término da leitura: 11/01/2021
Editora L&PM, 2002, SP


O Autor
Nascido em novembro de 1861, filho de escravos alforriados foi tutelado pelo Marechal Guilherme Xavier de Souza, de quem herdou o sobrenome Souza, e sua esposa Dona Clarinda Fagundes Xavier de Souza. Por não terem filhos passam a proteger e cuidar de João da Cruz e graças a esse cuidado aprendeu Francês, Latim e Grego além de matemática e ciências com o alemão Fitz Muller.
Trabalhando no Jornal “A Tribuna Popular” combateu a escravidão e o preconceito racial. Por ser negro, foi recusado como promotor de Laguna em 1883. Deu início ao Simbolismo no Brasil. Alcunha: “Dante Brasileiro”.

A Obra
É um clássico da literatura nacional.
Poesias da época do domínio Português no Brasil, sua poesia carrega a força do pensamento dominante e a linguagem rebuscada da época. Há um forte chamamento vinculado à cor, pois acredita que o belo esteja na cor branca, translúcida e o mal vinculado ao negro. A poesia é forte, porém melódica. Foi publicado pela primeira vez em Agosto de 1893.

.
Considerações
1. O livro é uma representação do movimento simbolista da época.
2. A leitura é tensa pela força das palavras da época.
3. Primeiro livro que leio do autor.
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Halley 12/05/2020

Um agrupado de poemas. Transborda no simbolismo, movimento o qual, o autor é associado e, é preciso uma passada, outra, para tentar ver as sombras, já que cada página é uma lanterna de sinônimos alvos.
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Prof. Edivaldo 21/01/2020

Broquéis
Sonetos, versos... aqui se vê a maestria de Cruz e Sousa no domínio das letras.
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Leonardo 24/06/2012

O primeiro. É estranho, é simples, é agradável.
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Paulo Silas 21/12/2010

Poesias fortes!
Cruz e Sousa tem poesias que podem ser classificadas no mínimo como fortes... Algumas tanto estranhas, com palavras tão estranhas ou tão “cheias de asco” que provocam um pouco de enjôo...

Mas à exceção disso: Broquéis é realmente um livro-mestre de poemas. Há uma incrível sonoridade a fluir de todos os versos. Parece que eles não foram feitos apenas para serem lidos, mas para serem cantados. Há uma indeterminada força propulsora. Um vento sulforoso. Um grito desvairado. Uma careta em total desfiguração. Um sagaz jogo de palavras. Um compêndio de desventuras. Uma coleção de “descabidos” poemas. Uma misteriosa união de forças esbranquiçadas. Um convergir de todas aquelas coisas das quais as pessoas têm medo...

A seguir alguns poemas dentre os que achei mais interessantes:

As Águias imortais da Fantasia
Deram-te as asas e a serenidade
Para galgar, subir a Imensidade
Onde o clarão de tantos sóis radia.

No poema “Em sonhos...”

Eternas, imortais origens vivas
Da luz, do Aroma, segredantes vozes
Do mar e luares de comtemplativas,
Vagas visões volúpicas, velozes...

Aladas alegrias sugestivas
De asas radiante e branca de albornozes,
Tribos gloriosas, fulgidas, altivas,
De condores e de águias e albatrozes
[...]

No poema “Supremo Desejo”
Matheus E. Reis 28/11/2021minha estante
Ele inaugura o simbolismo no país, se não me engano. Pode não ser muito original, fora os vícios de linguagem (valendo uma máxima: se está lendo Cruz e Sousa e encontrou uma palavra arcaica, não pegue o dicionário. Entenda como um sinônimo de branco ou brilhante e continue lendo), mas é um marco para o estilo. Sem dúvida. A constante personificações de elementos etereos nos conduz a um estado que vincula o onírico a uma realidade que conseguimos, em certo ângulo, comparar com a nossa. Mas é um exercício não tão prazeroso de se fazer.


Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
Realmentel, o traço da musicalidade é muito forte. A próxima vez que eu ler será em voz alta, pois são poemas para serem sentidos mais que entendidos. "Vagas visões volúpicas, velozes..." contém uma interessante aliteração.




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