O Lobo da Estepe (eBook)

O Lobo da Estepe (eBook) Hermann Hesse




Resenhas - O Lobo da Estepe


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Tiago830 22/02/2024

?Ah, é difícil achar essa trilha de Deus em meio à vida que levamos, na embrutecida monotonia de uma era de cegueira espiritual, com sua arquitetura, seus negócios, sua política e seus homens!?

É com esse sentimento que se inicia ?O Lobo da Estepe?, romance publicado em 1927 pelo alemão Hermann Hesse.
Em suas pouco mais de 200 páginas, a obra nos descortina o percurso realizado por Harry Haller em busca de respostas que esse ainda não encontrou à altura de seus 50 anos. Suas inquietações, comuns a sua época, muito se estendem até hoje, e parecem ter prevalecido no ocidente desde o fim dos novecentos, a saber, a incompreensão, a angústia diante da matéria da vida que parece superar o etéreo, o sublime.
Se isso é verdade, então, o que antes era a música norte-americana que se injetava no mundo através de uma forte propaganda, hoje é? Poupo-me de dar exemplos: Hesse os pode sugerir. E, talvez, seu grande feito em ?O Lobo da Estepe? seja afirmar que o mundo é o mundo, e que as pessoas continuarão sendo pessoas, tendo de se manifestar de diferentes formas, como julgam ser o certo em determinada época.
Aprenda-mos, então, ?a escutar a maldita música de rádio da vida? e a ?reverenciar o espírito que existe por trás dela?. Por fim, que a compreendamos ou dela riamos, se não nos considerarmos capazes de dançá-la.
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henrique 16/02/2024

Uma exploração do eu, do subconsciente, da personalidade e de filosofia de vida
Achei que seria apenas um romance alemão Quase comum mas o final foi escalando e eu fiquei meio embasbacado
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Vicky.Schneider 15/02/2024

Na verdade eu já terminei de ler esse livro faz um tempo, só tinha esquecido de finalizar no aplicativo. Toda vez que eu via ele ali, incompleto, eu pensava: vou finalizar e fazer a resenha. Mas, o que eu vou escrever sobre ele? Então, deixava pendente mais um dia. O fato é que ainda não sei me posicionar sobre esse livro. Foi um livro bem cansativo de ler. Não tem capítulos. É uma história gigante sem fim. Lá de vez em quando, e bem de vez em quando mesmo, tem uma pausa no texto, de duas linhas. E as frases são longas. No fim, me perdi um pouco com o protagonista e o Harry. Talvez tenha sido essa a intenção do autor, mas acho mais que foi as voltas que a história deu. Não vou dar nota baixa pq as reflexões são muito pertinentes e eu gosto de ler livros escritos há bastante tempo que tratam de temas que continuam atuais. Mas não posso dar nota alta pq a leitura me fez ficar com sono e estressada.
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RaianeRaia 11/02/2024

Apesar de, se deve viver
Esse é um livro sobre um homem que crê, apesar de se deve viver. Os saltos de consciência que cada parte desse livro tem, começando lento narrado em terceira pessoa, mostrando um personagem apático e que não vê sentido em continuar vivendo, mas ao encontrar o tratado do Lobo da estepe a história dá um salto, cada personagem representado um novo estado de consciência. Amei a Hermínia, e o tracadilho com o próprio Hesse. O conceito de que não há um self (eu), mas sim vários, é sensacional.
O lobo da estepe é um dos melhores livros que já li, é uma leitura essencial.
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Rodrigo 28/01/2024

Transformador
A partir dessa leitura pude perceber a vida através de outro prisma. Com reflexões potentes, o autor nos transporta para nosso interior e nos permite analisar nossas ações e refletir sobre elas.
Um clássico com linguagem fluida e com personagens que nos prendem.
Simplesmente, amei!
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Alana 27/01/2024

Leio esse livro com 30 anos, como o próprio autor disse, talvez eu compreendesse melhor lendo aos 50 anos. (Quero reler aos 50 pra confirmar kkkkk)

Por hora, discordo..

Ele me abriu muitas portas pra pensar coisas que com 30 anos já fazem muito sentido.

Esse livro é muito profundo, permeado de existencialismo, vida, morte, rompimento e redenção.

O que vive dentro da gente???????
Termino o livro me questionando sobre isso.

É um livro bem lento mas pra mim, fez sentido ser dessa forma.

Crises existenciais foram provocadas kkkkkkk
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Vic 27/01/2024

Genial
Achei que ia demorar mais pra ler esse livro pela escrita densa e por ser praticamente um monólogo, mas depois de um certo ponto ficou impossível parar de ler. Conta com temas e linguagem muito atuais, não aparenta ter sido escrito há quase um século.
É uma viagem introspectiva pelas crises existenciais do personagem, alter ego do escritor, que
leva o leitor a questionamentos e autoanálises muito válidas. Amei e pretendo ler novamente em outra fase da vida.

Trechos:
"Meu amigo, levas o velho Goethe muito a sério. Não se devem tomar as pessoas idosas que já estão mortas demasiadamente a sério, pois seria cometer uma injustiça contra elas. Nós, os imortais, não gostamos de coisas que devem ser levadas a sério, preferimos gracejar. A seriedade, meu jovem, é uma consequência do tempo; consiste, permito-me confiar-lhe, numa superestimação do tempo. Eu também, em minha época, dei valor demais ao tempo, por isso queria viver cem anos. Mas na eternidade, como vês, não há tempo; a eternidade não é mais que um momento, cuja duração não vai além de um gracejo."

"Mas pobre daquele que não pode se dar a um prazer sem pedir antes a permissão dos outros."

"Quer fosse alta perspicácia quer simples ingenuidade, quem vivia assim tão no presente e sabia apreciar tão cuidadosa e amigavelmente cada florzinha do caminho, estava acima de tudo, e a vida nada podia contra ela."

"Você já sabe onde se oculta esse outro mundo, já sabe que esse outro mundo que busca é sua própria alma. Só em seu próprio interior vive aquela outra realidade por que anseia. Nada lhe posso dar, que já não exista em você mesmo, não posso abrir-lhe outro mundo de imagens além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar, a não ser a oportunidade, o impulso, a chave."

"Solidão é independência, com ela eu sempre sonhara e a obtivera afinal, após tantos anos. Era fria, oh! sim!, mas também era silenciosa e grande como o frio espaço silente em que giram as estrelas."

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Guto 25/01/2024

Muito difícil de se comentar
Um livro escrito há quase um século, que de forma excêntrica e pode se dizer magistral, faz o leitor afundar em tédio e desesperança, é massante, insuportável, tedioso e leva o leitor ao inferno de desilusão e frustração que era a vida de Harry por mais de um terço do livro, que me lembrou muito o circunlóquio e a falta de um propósito firme como no livro "O apanhador no campo de centeio"... Vontade de parar não me faltou!!! Mas não me suicidei e nos pouco menos de 2/3 finais se torna interessante mas de uma forma meio incômoda. Atinge sua felicidade através da subserviência e da idealização que chega a beirar o ridículo, alcançando a transcendência de poder contatar seu eu interior através de drogas e transes que a mim mais parecem metáforas das inúmeras faces do Lobo do que algo que possa ser algo palpável me parece mais uma busca dentro de si mesmo lançando mão de alter-egos personificados para que seja guiado na experiência transcendental.

Para um livro de quase 100 anos me chocou a modernidade dos conflitos pessoais, a explanação de experiências bissexuais e a futilidade que o autor quis materializar na vida que se vivia nessas épocas, os prazeres levianos, lascivos e dados ao vício. Não se retratou e nem, em qualquer momento, quis trazer ao leitor a busca de uma vida com um sentido real, de amor e cumplicidade. Mostrou como o personagem, simplesmente, foi capaz de achar um sentido, nem que na lascívia, em se permitir gozo ao viver!
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Mat 23/01/2024

Que viagem?
Inspirador e único, mas cansativo. O final, toda a divagação do teatro mágico, me deixou aturdido, só esperando pelo fim. A intenção do autor, mesmo com todas as questões filosóficas e existencialistas, restou clara desde o início. O prefácio do tradutor Ivo Barroso é bom e reforça que o que o Hesse quer dizer é, na verdade, bem simples. Concluindo, a leitura foi muito boa. Realmente gosto dessa realidade meio que fantástica.
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nerito 22/01/2024

As existências e transformações de Harry Haller
Harry Haller é alguém dividido. Em seu interior, homem e fera combatem entre si. Os ideais civilizatórios e burgueses vivem em conflito com a imagem de um lobo, selvagem e feroz. É o "Lobo da Estepe", que ao mesmo tempo que orienta a personalidade de Harry, também o assombra e aterroriza.

Romance escrito por Hermann Hesse, esta é uma obra profunda e enigmática. Conta sobre esse indivíduo inteligente e culto, em crise consigo e com o meio em que vive, a burguesia. Harry sente angústias atrozes, a ponto de querer acabar com a própria vida.

Por conta dessa agonia e da insistente vontade de se matar, Harry sai à rua para caminhadas longas e angustiadas. Em uma delas, o protagonista se vê diante de um letreiro onde está escrito "O Teatro Mágico" e tem contato com um livreto que misteriosamente fala de sua vida, "Tratado do Lobo da Estepe". É um texto que não apenas traça um perfil dele mesmo, mas também procura desconstruir a dicotomia em que este se encontra.

Harry costuma falar de si mesmo como o Lobo da Estepe. E ao ler o livreto, ele vê o quanto essa divisão interna é enganosa. O texto defende que dentro de cada homem vivem vários, inúmeros. E essas existências várias vão moldando o ser na sua suposta individualidade.

Além disso, Harry deseja conhecer "O Teatro Mágico". Interessado em adentrar nesse recinto, ele tem seu acesso impedido, uma vez que a entrada é garantida "apenas para raros". Ou seja, apenas indivíduos excepcionais poderiam adentrar o misterioso recinto. Ou seriam loucos? Essa ideia chega a flertar com Harry.

E então sua vida passa por uma reviravolta quando ele conhece Hermínia. Inteligente, perspicaz, bonita e talentosa, ela se torna uma espécie de tutora de Harry e o ensinará a "viver", a partir das aulas de dança que irá ministrar-lhe. Ela o introduzirá na vida dos bailes e festas. Além disso, através de Hermínia, Harry conhecerá Maria, com quem terá um romance ardente e transformador.

Outro indivíduo importante no percurso de Harry será Pablo, um músico de jazz. A princípio, ele surge como uma pessoa superficial e inócua. Contudo, Pablo assumirá em certo momento o papel de mentor de Harry, através da experimentação de drogas psicodélicas e experiências sinestésicas, dentro do enigmático Teatro Mágico.

"O Lobo da Estepe" é antes de tudo uma obra densa. Um texto repleto de digressões e especulações filosóficas do narrador-protagonista, o livro conta também com um longo prefácio, o qual procura apresentar esse mesmo protagonista como alguém real, que teria sido inquilino da casa em que Hermann Hesse morava. Assim, temos dessa forma um perfil psicológico do narrador-protagonista, numa introdução que busca preparar o leitor para a longa e enigmática de autodescoberta de Harry Haller.

Com um texto profundo, repleto de referências culturais e que busca apresentar camadas filosóficas ao enredo, "O Lobo da Estepe" é uma obra densa, incômoda e, sobretudo, transformadora. Um livro para ser visitado pelo leitor de tempos em tempos, com a certeza de que, a cada leitura, um novo ser humano surgirá dessa experiência.

site: https://www.oguardiaodehistorias.com.br/2024/01/o-lobo-da-estepe-as-existencias-e.html
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Julia.Dani 20/01/2024

O Lobo da Estepe
Passando por crises existenciais de meia idade e críticas a burguesia, o personagem principal aprende a despir o trage de lobo solitário da estepe e ver alegria nos pequenos prazeres da vida. É engraçado como em algumas passagens ao criticar atitudes burguesas, ele critica a si mesmo sem perceber pois possui comportamentos muito semelhantes.
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Lara2065 15/01/2024

Livro denso e imersivo em questões existenciais que atravessam o contexto sócio-histórico contemporâneo, mesmo após mais de 100 anos de elaboração. Aqui, o autor supera a noção unitária de id e superego e encontra metáforas precisas que traduzem a fragmentação do "eu" em incontáveis versões. As reflexões ganham camadas de complexidade à medida que os personagens, extensões do protagonista e do próprio autor, tecem críticas e apresentam novas compreensões sobre o funcionamento psíquico do lobo da estepe.
O livro, entretanto, exige bastante disposição para imergir no mundo interior do autor e seguir, por um bom tempo, em relatos bastante subjetivos e pouco lineares. Como gatilho, o livro aborda questões delicadas como solidão, morte, depressão e outras angústias existenciais. Apesar disso, não encerra com tom tão pessimista e traz certa esperança, embora ainda realista.
Para mim, psicóloga, foi uma experiência muito significativa! Recomendo a leitura para todos aqueles que estiverem em dia com a saúde mental e que tenham interesse por reflexões profundas sobre a existência.
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julia 11/01/2024

Leitura essencial
O Hermann Hesse, apesar de não se considerar um escritor ou filósofo existencialista e rejeitar esse rótulo, navega naquilo que, pra mim, é a essência do existencialismo: ressignificar a sua própria existência. Nós vemos uma pluralidade de personalidades dentro do personagem principal, não somente Harry e Lobo da Estepe. Vemos uma primeira parte bastante melancólica, em que o personagem sofre com diversos pensamentos suicidas e depreciativos. Em contrapartida, a segunda parte é um processo de abertura e que traz esperança não somente para o Harry como também para o leitor. Eu me identifiquei muitas vezes com ele durante a leitura, também me identifiquei com todas as melhorias que o Harry deveria fazer em si mesmo para conseguir aproveitar melhor a vida. Diferente de Demian mas assim como Sidarta, saio mais esperançosa da leitura do que quando a comecei.

"A história do Lobo da Estepe, embora retrate enfermidade e crise, não conduz à destruição e morte, mas, ao contrário, à redenção".
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