DihMoraes 09/02/2021
Totem e Tabu.
A civilização só existe por meio de renúncias. Toda cultura ou Kultur (como afirmava Freud) está solidificada em cima de um parricídio, isto é, o assassinato do pai. Tal como a tragédia de Sofocles, Édipo Rei, os filhos assassinaram o pai que lhes impunha duas regras: a proibição do incesto e o de não matar o totem. Revoltados e até mesmo querendo se colocarem no lugar da figura paterna que dispunha de todas as fêmeas da tribo, os filhos o matam e fazem um festim totêmico onde se alimentam da carne desse pai tirano. Desse modo, ao invés de se sentirem livres para gozarem de todas as fêmeas, os machos ao ingerirem a carne do pai se reconhecem como irmãos de sangue, e muito embora quisessem se livrar da proibição do incesto terminam por solidificá-lo como um tabu. E, na posição de culpados pelo crime cometido criam a imagem de um pai imaginário através de um totem. Segundo Freud o mesmo se dá com as religiões monoteístas, tese defendida em sua obra: Moisés e o Monoteísmo.
E fim da resenha.