Drive

Drive Daniel H. Pink




Resenhas - Drive


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montalvao 17/11/2010

A ciência do comportamento mostrando o que, no fundo, já sentíamos.
Em Drive, o autor se apoia nos ombros de gigantes como Edward Deci, Douglas McGregor e Mihaly Csikszentmihalyi, e mostra que existe uma discrepância entre o que diz a ciência do comportamento e a forma como o mundo dos negócios motiva funcionários dos quais se espera inovação e criatividade.

Inspirado em MgGregor (Teoria XY), Pink separa os profissionais em Tipo X (de motivação eXtrínseca) e Tipo I (Intrínseca) e defende que, enquanto para o primeiro a política de remuneração/punição tradicional é eficaz, para o segundo ela pode até ser prejudicial. Leitura interessante e recomendada.

Procure também pelo "TED talk" de Daniel Pink (disponível com tradução) em http://www.ted.com/
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Vinicius 22/02/2015

O que te faz levantar da cama? Sobre motivação e cenouras
Não é difícil conceituar a palavra “motivação”. É todo impulso que faz algo movimentar, mover, transformar. Toda ação pressupõe uma motivação. Poderíamos falar também em “motivo”, da mesma etimologia, ou “razão”, “significado”.

Mas o que te motiva? O que te move, o que te faz levantar da cama?

Em essência, agimos por necessidades. Seja beber água, fazer xixi, ou até mesmo acordar, levantamos da cama para suprir uma necessidade, ou porque a necessidade do sono já foi satisfeita. Essa é a definição lógica e matemática do termo.

Mas não somos robôs. Não somos apenas matemática, física e exatas. Temos um pouco de física sim, mas temos também poesia, literatura, cinema e música. Somos um emaranhado louco de corações, emoções, sentimentos, cérebros e razões.

Se seguíssemos a definição matemática, porém, seria fácil de responder várias perguntas. Quer motivar alguém? Ofereça prazer. Quer que um empregado trabalhe o dobro? Dobre o salário. Quer que alguém faça algo por você? Ofereça dinheiro.

Embora tenhamos a crença de que as coisas funcionem assim, não funcionam. E quem diz isso não sou eu, é a Ciência. Com ironia, a própria Ciência pôde destruir esse senso comum, e comprovar, através de experimentos, que não somos inteiramente Razão.

Imaginemos crianças que gostem de desenhar. Essas crianças sentam na cadeira, são absorvidos pela atividade criativa, e passam horas desenhando. As crianças o fazem, substancialmente, por prazer. Desenham para seguir o fluxo, ou o que os psicólogos denominaram flow. Agora imaginemos que um professor oferecesse alguma recompensa para as crianças, algo como um doce ou brinquedo, na condição de que desenhassem mais e melhor. Razoável supor que esse efeito seria atingido, não? Não!

Em experimento realizado em 1970, os psicólogos Mark Lepper, David Greene e Richard Nisbett constataram que a motivação extrínseca (os doces e brinquedos) foi capaz de aniquilar a motivação intrínseca das crianças. A esse efeito deram o nome de efeito Saywer, em homenagem a um personagem homônimo de um livro de Mark Twain, que passou pelo mesmo processo de desmotivação.

Em Drive, Daniel Pink afirma que as motivações extrínsecas podem transformar uma brincadeira em trabalho. E convenhamos: o que tememos mais do que o trabalho? Esse vocábulo assustador, que geralmente designa algo tedioso, e que tem sua raiz etimológica num instrumento de tortura usado na Antiguidade.

O uso de cenouras para nos motivar a realizar alguma atividade criativa, como se fossêmos coelhinhos sedentos por comida, pode, com efeito, mitigar a nossa paixão pela atividade.

Esse tipo de experimento serve pra acender luzes sobre onde devemos ancorar nosso tempo e trabalho. Onde você trabalha? Porque trabalha nesse lugar? Você trabalhar por que gosta de seguir o fluxo, ou por que quer receber uma quantia xis no final do mês? Se respondeu a primeira opção, mais provável que seja um profissional bem-sucedido – fato também comprovado por Pink.

No fim das contas, devemos procurar fazer aquilo que nos arrepia, nos faz seguir o fluxo e nos apaixona. Que faz o Tempo, essa constante linear, demorar-se perante nossas ações.

E aí, o que te faz levantar da cama?
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