Capitalismo Monopolista e Serviço Social

Capitalismo Monopolista e Serviço Social José Paulo Netto
José Paulo Netto
José Paulo Netto




Resenhas - Capitalismo Monopolista e Serviço Social


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Shell 25/11/2014

A tese do sincretismo
Esse livro trata-se uma obra-prima obrigatória aos estudiosos das ciências humanas, do marxismo, e principalmente do Serviço Social. O consagrado José Paulo Netto este livro que trata-se de parte da sua tese de doutorado (a outra parte está em Ditadura e Serviço Social) eleva a produção do conhecimento sobre o Serviço Social assim como avança em ideias fundamentais: o sincretismo (na prática, na ideologia e na "ciência"), do papel do Estado, do Capitalismo Monopolista, das políticas sociais e a sua relação com o Serviço Social, assim, trata-se de uma notável contribuição da tradição marxista que extrapola o próprio Serviço Social.

Na primeira parte do livro o autor faz críticas densas e radicais ao Estado e o capitalismo monopolista (Estado, capital interno e capital estrangeiro) que se desenvolve no mundo e no Brasil. Sem dúvidas, com as contribuições de Marx, Engels, Lenin e Lukács (este último do qual é um grande conhecedor, assim como Marx) a crítica ao Estado se torna uma ferramenta fundamental para compreender os marcos da sancionada atuação do Serviço Social na chamada "questão social" e dos próprios limites históricos e sociais da intervenção e de seu "tratamento".

A meu ver, como pertencente ao campo da economia política, a crítica ao Estado a meu ver se torna um pouco parcial, embora verídica. Nesse sentido, acredito que as funções políticas e a relativa autonomia do Estado e seu impacto na vida concreta do ser social deveria ter sido explorado mais as contradições, principalmente se tivesse ocorrido mais mediações com o capitalismo brasileiro. Nesse sentido, destaco a contribuição de Gramsci (a partir das categorias revolução passiva, transformismo etc) e de Carlos Nelson Coutinho no seu polêmico artigo consagrado "A dualidade dos poderes", no qual problematiza algumas análises sobre o Estado, a partir do sue próprio desenvolvimento e ampliação no século XX, e assim no nosso caso, no século XXI. Nesse sentido, a contribuição de Nicos Poulantzas é a meu ver bem sintética e problematiza a questão, em que afirma que o Estado é comitê executivo da burguesia, mas não só isso, é também condensação material das forças em presença, assim em relação e “mais exatamente como a condensação material de uma relação de forças entre classes e frações de classe, tal como ele expressa, de maneira sempre específica, no seio do Estado” (1980: 47).

Na segunda parte, José Paulo Netto inicia a sua análise sobre o Serviço Social, a partir da sua tese central da estrutura sincrética dessa profissão. Sem dúvidas, assim como a primeira parte, se trata de uma parte bem densa do livro, no qual é preciso muito cuidado e atenção, inclusive nas diversas notas de roda pé.

A estrutura sincrética para o autor estaria assim em vários âmbitos da profissão, principalmente na prática indiferenciada e se expressaria também como sincretismo ideológico e sincretismo científico.Entre diversas problematizações, é notável a contribuição do autor no que tange a ligação do sincretismo com o ecletismo teórico.

Netto também traça a constituição do Serviço Social no âmbito da modernidade (positivismo e suas reticências) e mesmo da críticas anti-moderna de um dos pilares fundamentais na protoforma dessa instituição: a Igreja Católica. O autor assim analisa os fundamentos do Serviço Social norte-americano (personalismo) e do Serviço Social europeu (caldo restaurador e catolicismo social). Embora em ambas tenha particularidade fulcrais, é notório que em ambos, é perpassado pelo pensamento conservador, e não por acaso, ocorre, guardadas as proporções, amálgamas e simbioses.

De todo modo, principalmente no Brasil, o Serviço Social e a sua aproximação da teoria social de Marx podem significar, nesse época, uma possível ruptura com essa herança. Assim, o autor mesmo deixa claro, essa teoria difere das ciências sociais em si mesmas, recorrendo a Lukács na sua crítica a "decadência ideológica".

Em suma, uma tese que mobiliza até os dias de hoje a reflexão sobre o Serviço Social mundial e brasileiro, e que de extrema importância para compreensão da realidade. De todo modo, é válido a contribuição crítica de Marilda Iamamoto sobre parte dessa tese em seu livro "Serviço Social em tempos de capital fetiche", no qual além de problematizar a tese de Netto, problematiza outras teses no âmbito do Serviço Social.

Acrescenta-se que a partir da terceira edição, o livro conta com um apêndice fantástico sobre a questão social, com 5 notas sintéticas e de grande riqueza de categorias.



site: http://plaggiado.blogspot.com.br/
Marinalva.Fernandes 12/04/2021minha estante
O autor debate sobre a emergência do serviço social como profissão, e que a constituição da profissão seria a resultante de um processo de acumulação histórica, a qual tem como ponto de partida a organização da filantropia, mas não se encerra nela. Avança para parâmetros teórico-científicos e no aprimoramento de um instrumental operativo e técnico, ou seja, o Serviço Social se desenvolve em um processo continuo.
Neste processo, há para o autor uma relação de continuidade que coexiste com uma relação de ruptura na constituição do Serviço Social como profissão. Por favor pode me explicar este duplo processo?




Emi 26/07/2021

Leitura rebuscada por muitas vezes cansativa por ser de difícil entendimento porém não deixa de ser essencial para a compreensão do serviço social
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