Anita Blanchard 06/02/2014Uma capa sensacional desperdiçadaQuem leu minha resenha de “A Mulher do Viajante no Tempo” sabe que este foi um dos livros de que mais gostei em 2013, e que eu adoro histórias sobre viagem no tempo. Então quando eu fiquei sabendo que “Hourglass” tinha esse tema e comecei a ler as muitas resenhas positivas, criei grandes expectativas. E o que aconteceu? O que vocês vão ler agora. Um aviso antes: para aqueles que, como eu, não gostam de saber nada antes de começar a ler, pulem direto para o último parágrafo. Agora, se você não liga, pode continuar e compartilhar os meus problemas com “Hourglass”, pois vou tentar não ir além do que já está na descrição.
Qual o primeiro requisito para você gostar de um livro? A personagem principal, ainda mais, quando a narrativa é feita em primeira pessoa. E é impossível gostar da Emerson Cole! Inacreditável tantas pessoas terem gostado dela e a classificarem como uma personagem feminina forte! Ela é teimosa, e não no bom sentido. Rose Hathaway era teimosa, mas nela caía bem; na Emerson soa como birra. Ela se acha sarcástica, só que não. Ela se acha sincera ao extremo, mas, se fosse realmente, o Michael já teria cansado de ouvir como ele é lindo e musculoso, e teria pulado fora.
Falando do Michael, ele é o par perfeito para a Emerson, é tão sem graça quanto ela. E o que dizer do amor dos dois? É mais do que rápido, é instantâneo. Então por que será que temos um triângulo amoroso?! E a conexão entre eles é física, não do jeito sexual que você está pensando. Rola toda uma corrente elétrica cada vez que eles se tocam. Se eles passarem da mão boba, será que vamos ter blackout?
O único personagem de quem eu gostei foi o Kaleb, mas ele leva mais de 100 páginas para aparecer. Ele sim é engraçado, aquele típico bad boy de romances adultos: mulherengo, problemático, porém sensível. Só que o rumo dele na história também não me agradou... Só pra ilustrar: se o personagem do Heath Ledger em 10 Coisas que eu Odeio em Você estivesse aqui, ele diria “o que essa Emerson tem? Mamilos com gosto de cerveja?”.
Faltou falar sobre a história, não é? Toda a história de viagem no tempo é chamativa, intrigante como toda história sobre esse tema costuma ser, mas ela fica perdida no meio dos problemas sentimentais da Emerson. Ah, fulano voltou no tempo e me contou. Legal, mas como isso aconteceu? Para quê explicar? É melhor gastar mais algumas páginas com o ciúme que a Emerson sente da Ava!
Acabei descobrindo que os livros da série são narrados por personagens diferentes, e que, por um acaso, quem narrava o segundo era o Kaleb. Li o primeiro capítulo de “Timepiece” e desisti de vez da série. O Kaleb poderia ser um narrador melhor, mas a Emerson continua ali me importunando mais do que devia. Paciência...
Conclusão: viagens no tempo são legais, essa não é exceção. Pode não ser a melhor elaborada, mas não deixa de ser interessante. Porém, as personagens não ajudam nem um pouco. Uma pena, pois a capa é tão bonita... A original, não a das borboletas.