Fahrenheit 451

Fahrenheit 451 Ray Bradbury




Resenhas - Fahrenheit 451


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Gustavo Rodrigues 29/11/2020

Queria ter gostado, mas...
Esse é o segundo livro que leio da famosa "tríade distópica" formada por: 1984, Fahrenheit 451 e Admirável Mundo Novo.

Quando li 1984 gostei demais, dei 5 estrelas com facilidade e esperava muito que o próximo livro da tríade seguisse o mesmo caminho, mas não foi o que aconteceu.

Não curti. Achei a narrativa bem lenta, sem nada interessante que realmente me prendesse a história. Também não simpatizei com os personagens, mas admito que a premissa do livro é, de fato, muito boa, porém não me identifiquei com a forma que ela foi desenvolvida.

Sim, tem uma crítica a alienação que muitos vivem, sempre em frente aos seus televisores e tudo mais, porém não vi nada muito impactante.

Um fato que me incomodou MUITO foi eu ter lido o prefácio e, sem saber, perceber que lá consta o final do personagem principal do livro. Então iniciei a leitura já sabendo o destino do Montag.

Enfim, eu não sou nada comparado a essa obra e a importância que ela tem pra inúmeras pessoas, então não me sinto muito bem em criticá-la. Recomendo sim a leitura, mesmo não tendo curtido, porque a experiência que um livro traz é única pra cada leitor. Eu não gostei, mas muita gente dá 5 estrelas e favorita.

Leitura não é unânime, e se fosse não teria graça.
Simone 29/11/2020minha estante
Bom saber


Edison.Eduarddo 29/11/2020minha estante
Te entendo tb odiei O Conto de Aia pela divsgação....


Gab 29/11/2020minha estante
Pra esse livro ser chato ainda precisa melhorar bastante


Gab 29/11/2020minha estante
Pra esse livro ser chato ainda precisa melhorar bastante, crendeuspai que livro chato


Renata 29/11/2020minha estante
O spoiler do prefácio é triste, eu já comecei o livro desanimada hahaha


Thais 29/11/2020minha estante
Muito bom seu ponto de vista!


Angelica.Silva 29/11/2020minha estante
Está na minha lista ainda para 2020, espero gostar


Jamile.Almeida 30/11/2020minha estante
Me falaram isso tb, sobre a lentidão. Devo ler proximo ano


Michelly 30/11/2020minha estante
Leitura é isso, algo bem pessoal. Eu gostei bastante da obra, achei uma crítica excelente à massificação. Mas essa foi a minha experiência.


Brenda.Podanosqui 01/12/2020minha estante
Nossa... Q bom ler sua crítica. Pq tô me amarrando pra terminar essa leitura. Que livro cansativo... tbm concordo que a premissa é excelente. Mas tbm não gostei da narrativa. Espero ter forças pra terminar logo haha


oLola 02/12/2020minha estante
?leitura não é unânime"
também me sinto desconfortável ao criticar uma obra bem "amada", mas penso exatamente dessa forma (minha opinião é apenas minha, não a verdade do mundo)
e valeu pelo aviso hahaha amo resenhas verdadeiras


Karina.Machado 02/12/2020minha estante
Gostei muito da crítica, inclusive vou ler este antes de ler 1984 pra poder ter uma experiência crescente.


Dielson(autor) 12/12/2020minha estante
Cara, eu amo George, mas 1984 não me pegou.


Arabelly 13/12/2020minha estante
No início do prefácio senti o spoiler e pulei pra história. Também esperava mais do livro pelo tanto que é famoso. Achei bacana, a ideia é muito boa mas nada de muito especial na narrativa.


Lilly 23/12/2020minha estante
Bom, pelo menos já sei que se for ler o livro vou pular o prefácio. Valeu pela resenha, foi ótima!


Ana 28/12/2020minha estante
bom, eu gostei muito do livro e guardei pra mim muitos aprendizados dele... enxerguei muita coisa q não via antes desse livro.


Val 30/12/2020minha estante
Gostei do seu comentário, apesar de ter me sentido diferente. Na verdade, foi um comentário muito maduro.
Eu gostei muito do livro e não achei tão cansativo assim, talvez por eu ser muito fã de metáforas e até de algumas divagações. E por não ter lido o prefácio, acho que alguém me avisou, não fiquei sabendo de nada antes da hora. Eu gostei tanto que eu tinha lido emprestado, mas acabei comprando porque queria poder marcar minhas partes favoritas.
A leitura tem dessas coisas, esse não funcionou para você, mas outros funcionarão.


Gabriel Horta 15/01/2021minha estante
Eu também peguei o spoiler do prefácio, porém, a escrita do autor me prendeu MUITO no livro. Eu particularmente achei que o que foi proposto foi bem desenvolvido. Quando a Mildred falava/agia, por exemplo, eu sentia a inércia da personagem. O Capitão me assustou com aquela personalidade sociopata dele. Tudo fez sentido.


Camila.Paulino 17/01/2021minha estante
Li o prefácio e já fiquei revoltada tb: cadê o alerta de spoiler, gente?


Vitoria293 18/01/2021minha estante
Eu tava na metade mas a estória parece q tava no começo Zzzzzzz


Urbneto 13/03/2021minha estante
nossa, eu morri quando eu li o spoiler no prefácio, horrível....


Christian 18/03/2021minha estante
Eu gostei, mas os demais livros da tríade são bem melhores.


Nick 28/03/2021minha estante
Exatamente oque estou passando com ele!


Tsn.Tn90 08/04/2021minha estante
Por mais críticas assim no mundo. Cara eu amei o livro, li em uma tarde, me pegou com a mudança de mentalidade de Montag e a perseguição quando o mesmo se rebela contra o sistema, más essa é apenas minha percepção. Dei 5 estrelas no livro e curti sua resenha, muito construtiva, apresentando de modo respeitoso seu ponto de vista.

Parabéns!


Jefferson.Medeiros 22/04/2021minha estante
Estou tendo a mesma experiência, passei por 1984 e vim empolgado para devorar este, mas é bem arrastado mesmo.


Pedro 04/05/2021minha estante
Excelente comentário!!


Bola de Neve 21/05/2021minha estante
Sim. Eu odeio quando no prefácio eles dão spoiler do livro, isso não faz sentido algum. Quando li Fahrenheit 451 fiquei super bravo quase mandei reclamação kakaka imagina, saber o final sem nem começar a ler.


Ari 22/06/2021minha estante
concordo com vc! tive o mesmo pensamento


Kamilla 01/07/2021minha estante
senti a mesma coisa, achei que fosse superar 1984 mas achei a leitura muito embaçada


Cynthia 20/07/2021minha estante
Tive a mesma sensação, li depois de 1984 que mexeu muito comigo, e este pra mim foi ok, mas só isso.


Karen Pereira 02/08/2021minha estante
Também não entendi o que tanto as pessoas endeusam esse livro. Concordo totalmente com tua opinião. Não vi nada demais na história. O melhor personagem é o Granger e ele só aparece no finalzinho.


Adinha.Cris 07/08/2021minha estante
Comecei hj e estou com esse sentimento.


Taty 14/08/2021minha estante
Aconteceu comigo qdo li Admirável Mundo Novo após a leitura de 1984.


Raphael 16/10/2021minha estante
Leia Nós do Zamiátin


Pscaamiila 12/12/2021minha estante
Concordo! Iniciei a leitura cheia de expectativas, devido a ?fama? do livro, mas elas não foram supridas. Ainda assim, acho de extrema importância a crítica do livro e considero que ele seria perfeito com um enredo e personagens bem construídos.


Dalila 22/01/2022minha estante
Eu tenho que terminar um dia esse livro... mas ele não me cativou, não consegui engatar na história, achei desinteressante e acabo sempre largando e pegando outro livro... Que bom que li sua resenha, quem sabe agita eu consiga ler com outra expectativa.


Lita 25/02/2022minha estante
Okay, eu estava lendo o prefácio quando do nada pensei em vir no skoob atrás do livro e mds, muito obrigada MESMO por ter avisado!
Vou pular logo pra história!


debora-leao 23/03/2022minha estante
Concordo. Mesma coisa aqui. Achei bem mais fraco, uma ficção adolescente com uns leves toques de reflexão. Nada de errado nisso, só não era oq eu esperava desse livro pelo tanto que se fala dele.


Ale 26/05/2022minha estante
Concordei plenamente com vc.


Senses 28/05/2022minha estante
Obrigado amigo, você é um amigo. Não li o prefácio por sua causa, e foi muito melhor assim.


Malu 27/06/2022minha estante
Já o meu, só falta 1984


Naná 27/08/2022minha estante
Leitura não é unânime mesmo!
Devorei o livro em dois dias.
Tenho um pouco de dificuldade com o gênero, em ter que criar imagens na minha cabeça de uma coisa, um mundo que não existem, o que desta vez não aconteceu.
Achei impecável!
Favoritadíssimo!


Gabrielly540 05/10/2022minha estante
Comecei a ler arrastadamente algumas páginas e vim ver umas resenhas pra saber se o problema era eu RS. Obrigada pela resenha, também senti exatamente a mesma coisa no início do livro então pretendo parar, li mais de 50 páginas e não me cativou em nada.


Pamecitoir 16/12/2022minha estante
Eu amei o livro de primeira e foi uma experiência maravilhosa!


arthur309 15/02/2023minha estante
eita como lacra


Maria.Eduarda 17/03/2023minha estante
Pra mim, o prefácio cagou com a magia da história


Cicero26 21/04/2023minha estante
Eu tenho por regra só ler prefácio se for do autor, mesmo assim nem sempre. Só no fim do livro é que saio lendo tudo a respeito, se tiver gostado.


milenavifer 03/05/2023minha estante
Senti exatamente o mesmo. Tinha lido 1984 e vim com muita expectativa ler Fahrenheit 451, mas me decepcionei...


Arretlorak 19/06/2023minha estante
Pra mim já tá sendo o contrário, li Fahrenheit 451 de boa, considerei até preferido por bastante tempo mas to uma lerdeza pra ler 1984kk


kimberlyrevoredo 08/10/2023minha estante
Eu senti a mesma coisa. Demorei muito para terminar, mas consegui chegar ao fim.


kika 15/11/2023minha estante
Terminei de ler na marra, exatamente pelos pontos que você levantou. Narrativa muito lenta e por vezes confusa


Talles 21/12/2023minha estante
Eu deveria ter lido sua resenha antes de ler . Por que colocam um prefácio desse ? Com basicamente todos os spoilers do livro. Acabou que eu tive poucas surpresas, algumas boas mas poucas.


Assores 29/12/2023minha estante
O que vale é sua honestidade. Estou lendo e até agora gostei, mas respeito profundamente sua opinião.


Pedro 07/01/2024minha estante
Essas sua resenha é exatamente o que eu senti ao ler 1984. Talvez de um termo pra começar ele..


Victoria1042 31/03/2024minha estante
Muita boa crítica


Rute.Lessa 01/04/2024minha estante
Ótima dica, não ler o Prefácio. ?? Obrigada!


Nathelly.Gama 10/04/2024minha estante
Eu terminei ele hoje e tive a mesma sensação, a premissa é muito boa, mas o desenvolvimento é lento, muito floreado e pouco elucidativo. Queria entender mais sobre o mundo que ele vivia, como chegou no ponto que chegou, o que houve com a Clarisse, e no fim: caminhando pra onde?


Cristiane.Sevegnani 14/04/2024minha estante
Eu não li o prefácio então não sabia o que iria acontecer com o montag mas mesmo assim não achei muito boa a narrativa do livro não ???? curto muito esse tipo de gênero




Arsenio Meira 17/12/2013

Parábola, Fogo, Solidão e Ruína

Faz uns 10 anos que olhava para este romance em livrarias, sebos, casa de amigos e familiares. Olhava-o distante, posto que detentor de um tema que não faz muito minha cabeça. Mas a Literatura e o Tempo são dois aliados. Indeléveis. Não tardou, e o tempo-maturidade me levou a romper esse divórcio que havia entre o livro e o meu mapa literário.

Ao término da leitura, penso com meus botões em como será o mundo daqui a cinqüenta anos, com os desdobramentos da engenharia genética, uso de células tronco, clonagem, difusão da televisão digital, aquecimento global, celular androide, hidrogênio como a nova fonte energética, fundamentalismo religioso e as novas potências querendo sua fatia do bolo. Bradbury em 1953, ao escrever Fahrenheit 451, foi além, pois pensou e criou um universo onde os livros eram proibidos e os bombeiros, ao invés de combater o fogo, tinham que usá-lo para manter a ordem, destruindo a fonte de conhecimento.

Apesar disso e da presença de algumas inovações tecnológicas, como os avançados sistemas de transportes, bebedouros de refrigerante, carros velozes, guerras nucleares e televisões interativas, o futuro de Bradbury é bastante próximo ao que estamos vivendo hoje. Isso porque, em vez de simplesmente apostar na frieza científica e nas catástrofes, o autor investiu numa temática humana, de ordem cultural, tornando os problemas levantados mais próximos de nossas preocupações.

Esta virtude acaba se refletindo na própria linguagem, com cenas mais baseadas em sentimentos do que em ações e aparatos tecnológicos. E mesmo quando se faz necessária alguma explicação sobre o funcionamento de um equipamento ou sobre os motivos que resultaram naquelas transformações sociais, elas aparecem dentro do enredo, através de conversas entre os personagens, sem precisar abrir parênteses ou notas de rodapé.

A história é contada através do bombeiro Guy Montag, em falsa terceira pessoa. Toda a trama se desenrola de acordo com o seu olhar. Se no início do livro, Montag mostra-se como um operário, uma engrenagem qualquer que cumpre mecanicamente ordens no trabalho e volta para dormir em casa, ao conhecer sua nova vizinha, Clarisse McClellan, ele passa a reagir como nós, leitores, diante desse universo estranho proposto por Bradbury. A partir das conversas com Clarisse, o bombeiro começa a redescobrir o mundo; abre-se uma fresta mítica e seu cotidiano perde toda e qualquer vulgaridade. O personagem questiona os alicerces que sustentam sua vida, desde o comportamento da sua esposa Mildred ao trágico motivo que dizimou os livros (por serem subversivos...)

O contraste entre a liberdade de interlocução com Clarisse e o vazio irreversivel de Mildred, afundada em quantidades industriais de pílulas para dormir, aliado ao convívio com sua família na televisão, faz com que Montag desate o nó para embarcar jornada em busca de respostas. E elas surgem. Nas palavras do comandante Beatty e do professor Faber, ficamos sabendo junto com Montag como e por que o valor da reflexão foi abandonado pela sociedade. São frases dignas de grifo, verdadeiras aulas de teoria da comunicação, uma coletânea dos pensamentos frankfurtianos de Walter Benjamin, Theodor Adorno, Max Horkheimer, Jürgen Habermas. O discurso adquire tons políticos claros, mas aparecem tão bem encaixados na trama que só aumentam a qualidade literária de Fahrenheit 451.

Com um lança-chamas, Bradbury ilumina questões como a influência da indústria cultural nas relações pessoais, o movimento do politicamente correto em defesa das minorias, o controle social exercido pelos meios de comunicação, o consumismo, a alienação e o sucessivo esvaziamento das ideias resultante da perda da individualidade.

O futuro proposto por Bradbury parece ainda mais obscuro do que os de outros clássicos da ficção científica como Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, e 1984, de George Orwell, que são construídos em cima de governos autoritários. Em Fahrenheit 451, a censura se fortifica em função do desinteresse da sociedade pelo conhecimento, mais preocupada que está em manter sua felicidade barulhenta e vazia. Deste vácuo nascem ruínas intransponíveis.
Fabio 25/07/2014minha estante
Parabéns !!!

Ótimo texto !!

Ainda nem terminei de ler o livro, e já gosto mais agora que li a sua resenha!!



Raissa Heidi 21/03/2015minha estante
O livro é fantástico e me fez chorar só com a ideia de queimar um livro. Não tenho mais nada a escrever perante a sua resenha! Concordo plenamente.


Arsenio Meira 22/03/2015minha estante
Obrigado, Raissa, pela generosidade das suas palavras.
E sinto a mesma emoção, sobre a ideia de se queimar um livro.
Abraços!


Guilherme.Araujo 16/04/2015minha estante
Apesar de eu ser jovem,esse sem dúvida é um dos melhores livros que já li na minha vida!!Eu acho que nunca vou ler um livro tão interessante,tocante,realista e tenso.Realmente,um ótimo livro.


Arsenio Meira 08/05/2015minha estante
Oi Guilherme,
É um livro para sempre, sem dúvida, mas não duvide: você há de ler em sua vida livros tão bom quanto ou até melhores.
Abraços


Kmilab 23/09/2015minha estante
O inicio da sua resenha encaixa perfeitamente com meus sentimentos e atitudes quanto a este livro. Achava-o pouco atrativo para meu gosto literário, porém mudei totalmente a visão que eu tinha quanto a temática do Fahrenheit 451. Irei comprá-lo em breve pois é digno de uma leitura com maior atenção e com direitos a grifos.
Ótima resenha!


Arsenio Meira 12/10/2015minha estante
Oi Kamila!
Obrigado pelas palavras generosas. Espero que gostes.
Um abraço


Diego.Prado 28/10/2019minha estante
Otima resenha...parabens! Um dos melhores livros da minha humilde estante...


Gabriel 20/04/2020minha estante
Q resenha gostosa. Vou ler com certeza


Deco 02/05/2020minha estante
Excelente resenha.


Juliana 11/10/2020minha estante
Resenha Maravilhosa! Estou relendo e esse livro só melhora com o tempo. Triste constatação.


Nalice 29/12/2020minha estante
Resenha incrível!
Um dos livros que mais marcaram minha vida, com certeza.


isaacdiniiz 16/07/2021minha estante
QUE RESENHA ANIMAL!!

Terminei de ler recentemente e posso afirmar com exatidão que, apesar de haverem opiniões diferentes, eu acho esse livro um dos meus favoritos, se não o meu preferido do coração.(principalmente pela Clarisse, que tocou meu coração. Fiquei muito triste com a morte abrupta dela.) E sua resenha só fez eu perceber mais e mais do quanto o conteúdo dele é excepcional. Parabéns!


Manuella_3 11/02/2023minha estante
Saudades do meu amigo querido, Arsênio! Skoob não foi mais o mesmo para mim sem você aqui. Receba meu abraço e minha admiração. Onde estiver, que esteja bem!


Lara Aimee 30/05/2023minha estante
Você faz falta meu amigo.




@aprendilendo_ 14/03/2021

Resenha de Fahrenheit 451
Publicado pela primeira vez em 1953 e considerado uma das grandes distopias do séc. XX, Fahrenheit 451 se trata da obra mais famosa de Ray Bradbury, autor norte americano. Na trama, acompanhamos Guy Montag, um bombeiro, o qual vive em uma sociedade que, ao invés de apagar, gera incêndios, destruindo livros e alienando a população com telas gigantes, drogas e uma interação com terceiros quase que forçada e extremamente fútil.

Em primeiro plano, já pelo rápido estabelecimento da amizade entre Guy, o protagonista, e Clarisse, jovem responsável por abrir os olhos do bombeiro, pode-se perceber a característica fluída da narrativa, bem como seu tom de aventura e ação. Tal elemento, por claro, molda as páginas do conto e o diferencia de outras grandes distopias. Isso, pois, ao contrário de, por exemplo, “1984”, obra escrita por George Orwell, aqui, o autor foca muito mais em uma história com momentos repletos de adrenalina e perseguição. Nesse contexto, há contrabalanço entre as qualidades de uma história extremamente divertida e contagiante e uma distopia a qual é insuficiente no detalhamento da realidade a qual queima livros.

Prosseguindo, cabe deixar explícito o fato de, por Fahrenheit 451 ter tomado um caminho diferente de outras distopias, isso não o torna um livro pior ou menos divertido. Pelo contrário, sua estrutura, a qual é naturalmente mais leve do que outras obras do mesmo gênero, dá à história de Montag uma singular capacidade de distrair o leitor e imergi-lo em meio à adrenalina dos momentos de ação da obra. Tudo isso, no entanto, pode trazer uma decepção aos leitores em busca de livros os quais contextualizem mais o mundo distópico ou mesmo deem mais foco ao processo de transformação do protagonista. Apesar disso, a obra faz muito bem ao entregar os principais elementos de uma ótima leitura, como, uma boa escrita, personagens carismáticos e uma história cativante. Tudo isso, enquanto gera ótimos momentos de reflexão e simbolismos interessantes.

Portanto, carregado de momentos repletos de ação e uma análise pertinente sobre os rumos os quais a sociedade tem tomado, Fahrenheit 451 é um livro encantador e divertido, sendo uma ótima pedida, tanto para aqueles em busca de uma leitura rápida, como para os à procura de uma obra divertida e acelerada.
Nota:8,6

Instagram: @aprendilendo_
Marcela.Nogueira 29/03/2021minha estante
Esqueci o nome do intelectual que sentenciou: "uma sociedade que começa queimando livros termina queimando pessoas". Salvo engano, foi na época da ascensão do Nazismo.


Nicole886 03/04/2021minha estante
Ótima resenha. Eu, particularmente, gostei muito do livro, sei que muitas pessoas não curtiram o final, mas eu não sou muito crítica quanto o desfecho, achei bem realista.




Lara.Bia 08/03/2021

Obrigada Matheus por me emprestar esse livro
A premissa é muito boa, mas infelizmente não foi bem desenvolvida. Em várias partes o livro se tornava entediante, e não conseguiu prender a minha atenção. O final também não fez muito sentido para a direção que a história estava tomando. Mas a mensagem que o livro quer passar é boa e consegui captar bem.

Apesar de todo mundo já conhecer essa citação do poeta alemão Heinrich Heine, ela continua sendo verdadeira: ?Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas?.
Isa 08/03/2021minha estante
Ouvi pessoas falarem muito bem e outros falarem mal do livro. Não sei o que esperar Kkkk.


Matheus Lapa 09/03/2021minha estante
Arrasouuuuuuuu




Marlonbsan 11/08/2020

Fahrenheit 451
Num futuro próximo, os livros de literatura e de conhecimentos sobre o mundo estão proibidos. Tudo é controlado e as pessoas obtêm o conhecimento através das telas de TVs espalhadas pelas casas e praças. Com a tecnologia que tornam as casas livres de incêndios, os bombeiros passaram a ter uma nova função, queimar esses livros. Guy Montag é um desses bombeiros, seguindo alienado, até conhecer uma pessoa que o faz pensar.

O livro é narrado em terceira pessoa e acompanhamos o que ocorre com Montag. A linguagem é relativamente simples e a fluidez e progressão do livro oscila, já que há partes bem densas quando está sendo contado o que acontece e também em alguns monólogos mais filosóficos e descritivos.

Os livros clássicos, são assim considerados pelo seu valor histórico e a mensagem que passa, normalmente através de ideias inovadoras que permitem pensar fora do contexto padrão. Aqui temos uma premissa muito boa aplicada de forma simples, mas sem se aprofundar em determinados méritos, o que pode gerar a sensação de faltar algo.

A leitura, no meu caso, se perdeu um pouco nas questões de motivação, que não foram tão convincentes. Aqui podemos traçar um paralelo de como as pessoas podem influenciar nos gostos, nas atitudes e na vida dos outros através da censura ou ditar o que é certo ou errado, mas, como normalmente encontramos nesses livros clássicos de distopia ou ficção científica, há muito nas entrelinhas e cabe várias interpretações.

Uma história rápida para ser lida e que gera conteúdo para ser debatido, com certeza traz contextos sobre a alienação causada pelas telas, o sentimento de seguir um determinado padrão de convívio, a repressão devido às regras impostas à sociedade. Assim como no que diz respeito as pessoas que estão virando máquinas, deixando de fazer aquilo que elas gostariam de estar fazendo e seguem o que se está na moda ou o que os influenciadores estipulam que é o certo.

Foto e resenha no meu IG @marlonbsan
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mpettrus 27/01/2023

O Crepitar Incendiário dos Livros
??Fahrenheit 451? é um romance distópico do escritor norte-americano Ray Bradbury. Foi publicado em 1953 e é dividido em três partes. Parte 1: ?A Lareira e a Salamandra?; parte 2: ?A Peneira e a Areia? e a parte 3: ?Brilho Incendiário?. O romance retrata uma sociedade futurística que suprime o pensamento livre por meio da proibição de livros. Bombeiros são contratados para incendiar qualquer material escrito, no caso aqui são os livros, que cruze seu caminho.

Guy Montag, o protagonista, é um bombeiro casado e infeliz, aparentemente satisfeito com seu trabalho. No entanto, sua vida vira de cabeça para baixo quando ele conhece Clarisse McClellan, uma garota de dezessete anos, que reacende o seu processo de pensar, de elaborar pensamentos.

? De alguma forma, essa premissa me seduziu. Romances distópicos têm uma força magnética muito poderosa sobre mim, sobretudo, quando um clássico literário de quase sessenta anos, é tão relevante para os dias atuais. Poucos apreciam a ironia tanto quanto eu, por isso compreendo que a mensagem desse livro é decente: o conhecimento não deve ser censurado. E, acredito de todo meu coração que vivemos em um mundo que, no geral, é melhor do que há sessenta anos.

? E a fina flor da ironia reside justamente aqui: a distopia desse romance tem uma terrível metáfora muito desagradável e assustadoramente real. Qual seja: a sabedoria da sociedade ser retirada é também retirar dela a sua liberdade. Queimando o acesso da população ao conhecimento, as pessoas serão deixadas em um estado completo de total ignorância.

Vejamos: é um romance que transcende seu tema distópico e transmite sua mensagem de advertência de maneira atemporal, o que, de certa forma, tornou essa história atraente em 1953 permanece provocativa.

? Para além do enredo da história, o que mais chamou minha atenção foi o estilo de escrita única do autor, em que tudo vem de forma suave e elaborada, permeada de metáforas numa linguagem viva trazendo uma abordagem mais filosófica do tema da censura.

O protagonista é também um antagonista que desperta de seu torpor que o autor soube desenvolver muito bem. Emburrecimento das massas pelo consumo passivo de mídia, abuso de substância, propagandas estatais e um pouco de esperança para um amanhã melhor encontram-se no decorrer da narrativa. Ainda que nos apresente um final bastante sombrio.

? Esse romance me contou de maneira crua e impiedosa que um mundo sem história escrita imutável é um mundo apenas com histórias. E pasmem: com histórias oficiais apenas dos órgãos estatais, garantindo que ninguém saiba que exista qualquer forma de censura em ação ? primeiro, ameaçando a sociedade para ela se autocensurar e segundo, limitando drasticamente o número de pessoas que sabem disso.

? Eu não posso afirmar que desistiria de tudo pela literatura. Mas posso lhes dizer com total convicção que a minha atração e o meu amor pela literatura são irreprimíveis. A leitura é uma relação física, sensual e transformadora, não apenas um processo mental. Acredito que a razão pela qual os livros são tão importantes para as nossas vidas e para a sociedade, de qualquer sociedade, não é porque eles nos dão respostas, mas porque nos incitam a fazer perguntas.

? Livros - bons livros, os livros que ficam com você por anos depois de lê-los, os livros que mudam sua visão de mundo ou sua maneira de pensar - não são fáceis. Eles não são fáceis. Eles não são sobre superfície; eles são sobre profundidade. Eles são, literalmente, instigantes. Eles exigem concentração na leitura da complexidade de pensamento. Exigem esforço por parte do leitor.

Eles são individuais, únicos, gloriosamente singulares. Cada um deles é uma ilha, refúgios muito necessários de uma cultura cada vez mais homogênea. Isso me desafiou e me fez pensar, me estimulou intelectualmente. Todos nós precisamos de um pouco de estímulo intelectual de vez em quando; torna a vida muito mais gratificante.

? Nunca vou esquecer a cena da cidadã que se recusa a abrir mão de seus livros. Uma mulher cujos livros estão sendo queimados decide ficar com seus livros em vez de viver sem eles, porque representam para ela um mundo de troca de ideias e beleza.

A utilização térmica é o queimador de todos os tempos que me lembrou do tanto que eu amo a escrita. Por isso, eu senti angústia ao terminar de ler esse romance. Eu posso ainda sentir a angústia. Eu poderia tocar o vazio. Eu poderia experimentar a falta de emoções e sentimentos. Eu podia sentir a fome de mudança. Eu poderia viver a aventura de salvar o que é mais importante.

E constato, mais uma vez, como num lembrete, que dificilmente haverá uma metáfora melhor para o fato de que somos os livros que lemos.
Núbia Cortinhas 27/01/2023minha estante
Uauuu!! Adorei a resenha!! ?? ?? ?? ??


mpettrus 27/01/2023minha estante
???? muito obrigado pelo feedback, Núbia Cortinhas! ???


Vanessa704 27/01/2023minha estante
Que máximo! Gostei da resenha!
Confesso que não leio muitas distopias, mas fiquei curiosa para ler essa. Vou colocar na lista..


mpettrus 28/01/2023minha estante
Hahahahahha que maravilha que a minha resenha despertou sua curiosidade, Vanessa. Fico contente! Boa leitura e divirta-se!????


bruna 28/01/2023minha estante
Resenha tocante! Esse é um livro que não sai despercebido à ninguém. Lembro-me de um filme que assisti na Netflix, sobre uma biblioteca em uma pequena cidade inglesa... Um dos personagens locais era velho e rancoroso. Nada e ninguém mudava sua cabeça, somente os livros. E esse foi uma das suas maiores paixões, ele leu justamente na época que lançou e dá para notar como aquilo o tocou. Eu também gostei muito das reflexões causadas pelo livro! Hoje tenho vontade de ler "1984" do George Orwell, porque "A revolução dos bichos" também é um livro que me marcou muito. Mas tenho medo de achar muito dentro das expectativas de algo nada brilhante. Enfim, esse é um clássico! Não acredito que o autor seja um gênio, como ele mesmo cita, mas sim um amante dos livros! As pessoas que são persuadidas e conquistadas pela leitura provavelmente já observaram esses questionamentos ocorrendo dentro da sociedade, mas poder ler todo esse emaranhado de emoções e pensamentos carimbado em papel é sem igual! Gosto de como os personagens não são perfeitos mas conseguiram levar seus ideais adiante.


Núbia Cortinhas 28/01/2023minha estante
Bruna, vc lembra o nome do filme? Fiquei interessada. ?


Juliana-- 29/01/2023minha estante
Núbia, o nome do filme é 'The Bookshop'.


mpettrus 29/01/2023minha estante
Perfeito seu comentário, Bruna!

Adorei essa troca de ideias. Sobre a observação de que as personagens não são perfeitas é muito assertiva, porque apesar disso, a gente consegue notar ali uma mudança de perspectiva no protagonista, por exemplo; ou até no Ferber, o idoso que ajuda Montag a fugir. Apesar dos seus defeitos, eles conseguiram levar adiante seus ideais.

No mais: sobre os livros do Orwell, também tenho muita curiosidade de ler ambos que você citou. Alguns amigos preferem a história dos bichos, pouquíssimos (do meu círculo de amizade) gostam da história do ?Grande Irmão? kkkkk


mpettrus 29/01/2023minha estante
Eu comprei uma edição dos livros do Orwell que é uma edição que juntou as duas histórias numa encadernação só. Criando coragem para iniciar a leitura, meninas! Kkkk


Sobre o filme: mega curioso pra assistir ???

Valeu pelo feedback, minhas lindas!


bruna 03/02/2023minha estante
Isso mesmo, Núbia! O nome do filme é o que a Juliana mencionou, "The Bookshop"!


J. Silva 26/02/2023minha estante
???????


Núbia Cortinhas 26/02/2023minha estante
Obrigada, Juliana-- e Bruna! Desculpem, só agora li o feedback. Já anotei o nome do filme aqui. ???




William LGZ 05/09/2022

Contundentes críticas através de criativas ideias
Com uma proposta de distopia bem interessante e que toca principalmente todos nós leitores que sabemos o quão importante é a literatura para o ser humano, além de um estilo de narrativa econômico e sucinto, foi uma boa fonte de reflexões e ponderações sobre a censura e os efeitos dos meios de comunicação em massa que, na visão do autor, destroem o interesse pela leitura.

Embora não tenha me tocado tanto quanto "1984" de George Orwell, semelhante em gênero apesar dos alvos das suas críticas serem na maior parte diferentes dos daqui, gostei da forma como as problemáticas foram abordadas e, sobretudo, da visão futurista de mundo aos olhos de alguém dos anos 50; o que é sempre fascinante de se conhecer.

O que posso dizer de desaprovação são apenas questões que acredito que afetem mais à mim do que aqueles que leram ou ainda lerão esta ficção, achei que não me marcou tanto por algumas decisões narrativas que a deixaram meio excêntrica para quem lê agora, em nossa época, e a fizeram perder ligeiramente seu valor atemporal. Além da falta de passagens que realmente me comovessem apesar do escritor ter capacidade e contexto suficiente para produzí-las.

Mesmo assim, minha experiência acabou sendo bastante positiva no geral e não tenho motivos para não recomendar a leitura deste livro para todos aqueles que se interessaram por ele em algum momento pois realmente valerá a pena, tanto para se pensar a respeito após a sua conclusão quanto para se acompanhar o seu decorrer.
Sander.Garcia 05/09/2022minha estante
Legal?


Luíza 07/09/2022minha estante
É minha distopia favorita ?


Matheus Oliveira 08/09/2022minha estante
Muito bom! ??????


Beca 09/06/2023minha estante
Quero muito lerr! E com está resenha só me deixou mais curiosa!




Nado 30/08/2020

Leitura necessária, mas o protagonista não cativa
Em um país, onde o presidente da República diz que livros didáticos tem muita coisa escrita e o ministro da Economia quer taxar os livros (segundo ele livro é para a elite), essa obra de Ray Bradbury tem um significado ainda maior.
Por isso dei 4 estrelas e não 5, pois o autor não conseguiu tocar meu coração como eu estava esperando. Talvez porque eu fui com muita expectativa para a obra na espera de maiores críticas à sociedade, mas me deparei na maior parte da leitura com a narração do drama de um protagonista que não me cativou, mesmo recomendo fortemente a leitura.
Layla.Ribeiro 30/08/2020minha estante
Eu tive os mesmo sentimentos que vc sobre esse livro. Achei que faltou algo a mais.


Michele F. 30/08/2020minha estante
meu deus simmmmmm, amo esse livro favorito com certeza


Nado 30/08/2020minha estante
Correção última frase: "mesmo assim, recomendo fortemente a leitura"




Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

Fahrenheit 451, Ray Bradbury - Nota 8,5/10
Publicado pela primeira vez em 1953, Fahrenheit 451 é considerado um dos principais romances distópicos da literatura mundial. Nesse mundo fictício, a população é submetida a um governo totalitário, em que tudo é controlado e a leitura é estritamente proibida. É nesse cenário que acompanhamos a história de Guy Montag, um cidadão comum, que exerce a profissão de bombeiro, como uma peça de uma engrenagem que funciona de forma automática, sem questionar as regras que obedece constantemente. No entanto, não se trata de uma atividade comum de bombeiro, como a que estamos acostumados. Pelo contrário: os bombeiros são responsáveis por queimar os livros e, com isso, impedir a disseminação de informações. No entanto, esse comportamento passivo do protagonista muda quando conhece Clarisse, uma garota de 16 anos, que o faz refletir sobre sua vida, relacionamentos e as drásticas consequências de sua profissão. A questões trazidas pelo autor estão diretamente ligadas com a importância do conhecimento para os cidadãos, principalmente na luta contra governos autoritários e totalitaristas. Apenas uma crítica final: achei que o autor poderia ter se aprofundado mais nessa sociedade distópica criada... Muitas informações são jogadas e terminam sem explicação.

site: https://www.instagram.com/book.ster/
Dira 02/06/2020minha estante
Nossa sim. Me frustrei um pouco. Sem contar que a história é arrastada. Eu ouvia falar tão bem do livro, criei muita expectativa e talvez tenha sido isso.


Nai 16/12/2020minha estante
Eu gostei, só achei o final meio sem fim. Ele poderia desenvolver mais. Por outro lado, quem sou eu pra criticar a obra dos outros. Inclusive o autor faz essa crítica, a orquestra é dele. Eu gostei do livro. Me tocou.




Pam 02/02/2023

Já pensou como seria um mundo sem livros?
Fahrenheit 451 equivale a 232,778 graus celsius, ou seja, essa é a temperatura necessária para que o papel seja queimado.


Eu sempre gostei muito de distopias, livros com uma carga gigantesca de críticas sócias, reflexões e alertas. Fahrenheit 451, consegue ser esse tipo de livro.
Nesse universo criado por Ray Bradbury, as pessoas vivem em função das telas, a literatura não mais existe, e os livros são uma ameaça tão grande que acabaram se tornando objetos proibidos e seus portadores considerados criminosos.
Diante desse contexto, os eventos são moldados em torno de uma ordem totalitária onde os bombeiros são encarregados de queimar livros e não mais apagar incêndios.
Mas e se um desses bombeiros descobrisse o prazer e o conhecimento que existe nos livros? E se ele finalmente saísse da inércia e começasse a refletir sobre:

Como distinguir a linha tênue que divide a função da tecnologia como uma distração da realidade a uma forma de alienação?
Distrair-se da realidade para evitar sofrimento é de fato uma forma verdadeira de felicidade?
E essa felicidade forçada realmente vale o preço da ignorância?

Esses e outros questionamentos são propostos por meio desse livro que, apesar de ter sido escrito em 1953, vem sendo cada vez mais relevante.
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Clio0 27/01/2013

Existem muitos livros que tratam sobre um futuro onde a humanidade enfrenta um período de Idade das Trevas, onde todo pensamento ou conduta subversiva é duramente reprimida. Esse livro é junto com Admirável Mundo Novo um dos expoentes do gênero.

Fahrenheit 451 trata da história de um bombeiro, que em uma inversão de papeis, é responsável pela queima de livros em um Estado totalitarista. Toda e qualquer semelhança com a Alemanha Nazista não é mera coincidência.

Em cerca de 200 páginas, o autor nos conta a história do despertar da consciência do herói, que vai pouco a pouco entendendo a importância dos livros, antes de ser arremessado pela noção de que mais importante que a obra é o homem que a lê.

Embora seja uma obra da década de 50, muitas questões levantadas pelo autor são atuais, como a sociedade hedonista e individualista, a decadência das ciências sociais, a banalização da informação e o conformismo e alienação da população que aceita e luta pela manutenção de uma política de pão e circo.

Com tudo isso, parece difícil crer que essa não é uma obra pessimista, mas a verdade é que Bradbury tenta um gesto de reconhecimento, de simpatia com o leitor que já começava, na época, a ver indícios do que a leitura revela.

Não há muito mais o que dizer sem estragar o prazer de quem vai ler, basta saber que Bradbury se preocupa em reforçar a ideia de que o ofício do leitor é a união de ideias, o compartilhamento e a solidariedade que só quem exerce tal trabalho pode verdadeiramente entender.
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cinthyaarruda 22/01/2022

A única informação que tinha antes de ler era que existia uma proibição dos livros e além disso tinha que queimar todos. Adorei a experiência do livro, de acompanhar o personagem como se fosse uma caminhada, tive a honra de conhecer as pessoas que atravessaram seu caminho e suas mudanças de visões e conceitos. Amei a leitura, foi rápida, curiosa e um finalzinho digno de distopias.
Daiana 22/01/2022minha estante
Estou relendo ele. Li a primeira vez na adolescência e amei.




Debs 08/09/2020

"Os que não constroem precisam queimar"
Não estou encontrando as palavras certas para definir esta obra. E olha que isso é um assombro, pois raramente me faltam palavras para comentar um livro.

Creio que seja um desses livros que todos deveriam ler.

Por muito tempo várias pessoas me falaram dele. Inclusive, meu pai teve uma banda com o nome de "Fahrenheit 451". Ele era jornalista, músico e maluco por livros.

Não nego, meu receio sempre foi a premissa básica do livro, ou seja, a ideia de queimar algo tão precioso.
Só isso me fazia perder a coragem de ler. Até que meu marido me deu de presente depois de descobrir o nome da antiga banda do meu pai.

E não acho que deveria ter lido antes, eu li exatamente quando precisava ler.

Concordo com a maioria das resenhas que vi, é um livro atemporal.

Me peguei refletindo sobre questões que poucas vezes refleti. Me peguei comparando as passagens com cenas da minha realidade que já observei ou senti.

Me doeu o estômago! Não apenas pela queima dos livros, mas por entender que isso acabou sendo imposto pela sociedade. Por entender a merda que o mundo acaba se tornando sem os livros.

Porém, a escrita não me agradou tanto e sinto que faltou profundidade nesse universo distópico.
Não consegui interagir muito com o mundo criado.
Gostei do protagonista, simplesmente pq senti com ele cada descoberta, cada pensamento angustiante.

Não tem romances amorosos. Não tem vilões. Tem pessoas.
Pessoas que tomaram decisões ruins, pessoas que se tornaram tão superficiais que não percebem mais a própria tristeza. Que não percebem a própria angústia e desolação. Pessoas tão soterradas no buraco que nem lembram mais que existe terra acima.
Esse foi o choque. Pq é fácil imaginar um louco queimando livros, é fácil imaginar um político autoritário querendo calar o conhecimento e a imaginação. Difícil é imaginar que isso ocorre entre os indivíduos comuns... Os amigos, os vizinhos. Que ocorre no trabalho, na escola e dentro de nossas casas.
E ler isso foi tão real que chegou a doer.

Me peguei refletindo diversos momentos se eu já estaria nesse nível de "alienação" ou se demoraria muito para chegar. Me peguei refletindo, inclusive, qual seria o livro que eu escolheria para guardar na minha memória para sempre.

Fahrenheit 451 é mais do que um romance, é meio que um tapa na cara. E um alerta. Afinal, como diz no posfácio existem muitas maneiras de queimar um livro.
Isabela.Araujo 08/09/2020minha estante
Amei, ótima resenha?


Debs 08/09/2020minha estante
Obg Isabela ?


Lu 08/09/2020minha estante
Adorei sua resenha ! Eu reli esse livro a poucos dias , e até favoritei.


Debs 10/09/2020minha estante
Obg Lu. Certamente ele vai entrar para os meus favoritos tbm!




André Lucena 07/11/2021

Profundo, atual e essencial. Uma obra visionária.
Desde as primeiras páginas me surpreendi positivamente com a escrita e a profundidade das palavras de Ray Bradbury, e isso só foi melhorando ao decorrer do livro.

Desde o prefácio da edição, escrito por Neil Gaiman, que diz que nenhum livro é "apenas" sobre algum tema, mas também sobre o que o leitor sente, entende, compreende... Eu venho dizer que esta não é APENAS uma história sobre queima de livros e sobre a influência da televisão.

Ray Bradbury criou aqui uma obra impecável, ao meu ver, no qual ele soube exatamente quais palavras usar em cada momento, inclusive quando ele usou excessivamente uma linguagem mais metafórica, tudo tem uma razão.

A principal lição que obtive aqui foi o que escolhi para destacar nos históricos de leitura: a força de vontade para fazermos o que sentimos que é certo. Mesmo que tenhamos passado muito tempo de braços cruzados, sempre será o momento de fazermos algo diferente, algo que sonhamos, algo no qual acreditamos que é certo. A personagem Clarisse McClellan tem a função narrativa de despertar no personagem principal, Guy Montag, o ponto de virada na sua vida e no seu modo de enxergar, agir e ser no mundo. E o livro tem o poder de fazer o mesmo com quem o lê.
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