Maria Eduarda 15/01/2024
Os contos de Beedle, o Bardo
"Nenhum homem ou mulher vivos, mágicos ou não, jamais escapou de alguma forma de lesão, seja física, seja mental ou emocional. Ferir-se é tão humano quanto respirar."
Nossa, que doce de livro. Um exemplar extremamente magistral integrando incríveis 6 contos escritos pela literata e roterista inglesa Joanne Kathleen Rowling. Indico fielmente a leitura do universo bruxo de Harry Potter e em ordem cronológica a ?Biblioteca de Hogwarts?, que conta com ?Os contos de beedle o bardo?, ?Animais fantásticos e onde habitam? e ?Quadribol através dos séculos?. São leituras indispensáveis para todo bruxinho!
?Os contos de Beedle o bardo? é um livro de histórias infantis escrito pela autora J. K. Rowling. Ele é o mesmo livro de contos mencionado em Harry Potter e as Relíquias da Morte, o último livro da série Harry Potter.
Um curiosidade interessante do Contos de Beedle, é que o Bardo foi um livro deixado pelo personagem Dumbledore à Hermione (minha bruxinha favorita).
Sinto que peguei um apoio emocional enorme no livro, apesar de infantil me encantou muito alguns contos e as ilustrações afetivas. Como por exemplo, ?O conto dos três irmãos?. No qual deixou um conforto em mim e apreço em algumas lições de aprendizado, livro extraordinariamente bem feito e novamente a J.K não deixa a desejar em nenhuma das suas escritas, nenhuma!
Fiquei um pouco frustrada com a rapidez que terminei o livro, gostaria de ter demorado mais. Nunca me senti tão dentro do cosmo dos bruxos!
O lançamento do Livro de Contos coincidiu com o encerramento da série em 2007. Em entrevista, a autora afirma: ?que esses livros são uma ?forma maravilhosa? de dizer adeus a Harry Potter?.
E aqui deixo registrado o melhor conto já escrito:
O CONTO DOS TRÊS IRMÃOS
Era uma vez três irmãos que estavam viajando por uma estrada deserta e tortuosa ao anoitecer...
Depois de algum tempo, os irmãos chegaram a um rio fundo demais para vadear e perigoso demais para atravessar a nado. Os irmãos, porém, eram versados em magia, então simplesmente agitaram as mãos e fizeram aparecer uma ponte sobre as águas traiçoeiras. Já estavam na metade da travessia quando viram o caminho bloqueado por um vulto encapuzado.
E a Morte falou. Estava zangada por terem lhe roubado três vítimas, porque o normal era os viajantes se afogarem no rio. Mas a Morte foi astuta.
Fingiu cumprimentar os três irmãos por sua magia, e disse que cada um ganhara um prêmio por ter sido inteligente o bastante para lhe escapar.
Então, o irmão mais velho, que era um homem combativo, pediu a varinha mais poderosa que exis-tisse: uma varinha que sempre vencesse os duelos para seu dono, uma varinha digna de um bruxo que derrotara a Morte! Ela atravessou a ponte e se dirigiu a um vetusto sabugueiro na margem do rio, fabricou uma varinha de um galho da árvore e entregou-a ao irmão mais velho. Então, o segundo irmão, que era um homem arrogante, resolveu humilhar ainda mais a Morte e pediu o poder de restituir a vida aos que ela leva-ra. Então a Morte apanhou uma pedra da margem do rio e entregou-a ao segundo irmão, dizendo-lhe que a pedra tinha o poder de ressuscitar os mortos.
Então, a Morte perguntou ao terceiro e mais moço dos irmãos o que queria. O mais moço era o mais humilde e também o mais sábio dos irmãos, e não confiou na Morte. Pediu, então, algo que lhe permitisse sair daquele lugar sem ser seguido por ela. E a Morte, de má vontade, lhe entregou a própria Capa da Invisibilidade.
Então, a Morte se afastou para um lado e deixou os três irmãos continuarem viagem e foi o que eles fizeram, comentando, assombrados, a aventura que tinham vivido e admirando os presentes da Morte.No devido tempo, os irmãos se separaram, cada um tomou um destino diferente.
O primeiro irmão viajou uma semana ou mais e, ao chegar a uma aldeia distante, procurou um colega bruxo com quem tivera uma briga. Armado com a varinha de sabugueiro, a Varinha das Va-rinhas, ele não poderia deixar de vencer o duelo que se seguiu. Deixando o inimigo morto no chão, o irmão mais velho dirigiu-se a uma estalagem, onde se gabou, em altas vozes, da poderosa varinha que arrebatara da própria Morte, e de que a arma o tornava invencível.
Na mesma noite, outro bruxo aproximou-se sorrateiramente do irmão mais velho enquanto dormia em sua cama, embriagado pelo vinho. O ladrão levou a varinha e, para se garantir, cortou a garganta
do irmão mais velho.
Assim, a Morte levou o primeiro irmão. Entrementes, o segundo irmão viajou para a própria casa, onde vivia sozinho. Ali, tomou a pedra que tinha o poder de ressuscitar os mortos e virou-a três vezes na mão. Para sua surpresa e alegria, a figura de uma moça que tivera esperança de desposar antes de sua morte precoce surgiu instantaneamente diante dele.
Contudo, ela estava triste e fria, como que separada dele por um véu. Embora tivesse retornado ao mundo dos mortais, seu lugar não era ali, e ela sofria. Diante disso, o segundo irmão, enlouquecido pelo desesperado desejo, matou-se para poder verdadeiramente se unir a ela.
Assim, a Morte levou o segundo irmão.
Embora a Morte procurasse o terceiro irmão durante muitos anos, jamais conseguiu encontrá-lo. Somente quando atingiu uma idade avançada foi que o irmão mais moço despiu a Capa da Invisibilidade e deu-a de presente ao filho. Acolheu, então, a Morte como uma velha amiga e acompanhou-a de bom grado, e, iguais, partiram desta vida.