Deceit, Desire, and the Novel: Self and Other in Literary Structure

Deceit, Desire, and the Novel: Self and Other in Literary Structure René Girard




Resenhas - Mentira Romântica e Verdade Romanesca


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25/07/2021

De todos os críticos e estudiosos da literatura que eu já travei contato, René Girard foi o que mais gostei e o que mais me identifiquei. Ao invés de tentar aplicar alguma ciência ou método em sua interpretação às obras literárias, foram de suas leituras delas que ele chegou a sua teoria, a do desejo mimético, que, mais tarde, dialogaria com outras áreas do conhecimento, como a Filosofia, a Sociologia e a História.

"Mentira romântica e verdade romanesca" foi seu livro de estreia. Nele, sua teoria do desejo mimético, aqui chamado de Triangular, é apresentado. Segundo Girard, boa parte dos desejos humanos (não todos, ele deixa claro) são imitados de outras pessoas. Estas últimas serão os mediadores, enquanto que quem deseja algo será o sujeito.

Essa Mediação poderá ocorrer de duas maneiras: Externa e Interna.

Na Mediação externa, o mediador é como uma autoridade para o sujeito, venerado e respeitado. O que ele sugerir, o sujeito desejará, podendo o objeto desse desejo se alternar inúmeras vezes. Para ilustrar sua teoria, Girard recorre ao Quixote de Cervantes, que segue religiosamente os livros de cavalaria e Emma Bovary, que faz o mesmo com os romances que havia lido.

Na Mediação interna tanto o sujeito quanto o mediador desejam a mesma coisa, mas só um poderá obtê-la. É inevitável que assim não haja conflitos e que a relação entre ambos sejam de amor e ódio. Para exemplificá-la, o autor recorre as obras de Stendhal, Proust e Dostoievski, mostrando como a relação entre seus personagens eram tóxicas, movidas pela inveja, pelo ciúme e pelo ressentimento.

Para sair dessa crise, o personagem precisa reconhecer que estava errado ao desejar o que outro desejava e abandonar o conflito. Essa última etapa é chamada de "Ressurreição". Ocorre com Dom Quixote quando ele reconhece a loucura e os disparates que fez e renuncia à cavalaria andante e com Julien Sorel, de "O Vermelho e o Negro", quando, a véspera da morte, ele percebe a vaidade fútil de suas ambições sociais.

Essa foi uma leitura que mudou a minha vida. Ela fez com que eu questionasse sonhos e desejos que eu tinha, perguntando-me se eram de fato autênticos, ou, inconscientemente, imitados de outras pessoas . Algumas situações em minha vida, que eu sempre questionava, foram aclaradas, no que se refere a conflitos e disputas, quer eu fosse o causador, quer eu fosse a vítima. Não dá pra ler esse livro e continuar o mesmo.
Laiza.Almeida 14/09/2021minha estante
Seu comentário me deixou ainda mais curiosa para ler o livro!




Nilza Russo 14/01/2021

Para ler e reler
Livro muito denso, para ser lido e meditado sem pressa alguma e relido muitas vezes.
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Lucas 21/02/2018

Para compreender o desejo
Uma tese brilhante e original, que trafega em mão dupla - da literatura para a vida, da vida para a literatura, justificando a definição de George Eliott: “A arte é a coisa mais próxima da vida; é um modo de aumentar a experiência e ampliar nosso contato com os semelhantes para além do nosso destino pessoal”. O percurso da obra nos esclarece a respeito do papel fundamental das narrativas literárias na formação e caracterização do desejo humano.
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