Os ensaios

Os ensaios Michel de Montaigne




Resenhas - Os Ensaios


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Paulo 23/10/2023

Montaigne
Eu li alguém se referir a Montaigne como um parente mais velho, que senta ao seu lado e dá conselhos graças a sua experiência de vida. E é exatamente isso. O livro possui um tema, o próprio Montaigne em todas as suas faces, e ver alguém de maneira tão precisa, mesmo alguém tão diferente de nós de várias maneiras, causa uma sensação de se ver refletido nele. Honestamente não consigo lembrar de muitos detalhes da obra, mas sei que valeu a pena cada sensação
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Marcos606 20/07/2023

Montaigne viu sua época, a renascença, como uma época de dissimulação, corrupção, violência e hipocrisia e, portanto, não é surpreendente que o ponto de partida dos Ensaios esteja situado na negatividade, do domínio das aparências e da perda de conexão com a verdade do ser. O tão discutido ceticismo de Montaigne resulta dessa negatividade inicial, pois ele questiona a possibilidade de todo saber e vê o ser humano como uma criatura de fraqueza e fracasso, de inconstância e incerteza, de incapacidade e fragmentação, ou, como escreveu no primeiro dos ensaios, como “uma coisa maravilhosamente vã, diversa e ondulante”. Seu ceticismo se reflete no título francês de sua obra, Essais, ou “Tentativas”, que não implica uma transmissão de conhecimento comprovado ou de opinião confiante, mas um projeto de tentativa e erro, de tentativa de exploração. Nem uma referência a um gênero estabelecido (pois o livro de Montaigne inaugurou o termo ensaio para a composição curta em prosa que trata de um determinado assunto de maneira bastante informal e pessoal) nem uma indicação de uma necessária unidade e estrutura interna da obra, o título indica uma atitude intelectual de questionamento e de avaliação contínua.

O ceticismo de Montaigne não exclui, no entanto, a crença na existência da verdade, mas constitui uma defesa contra o perigo de localizar a verdade em noções falsas, não examinadas e impostas externamente. Seu ceticismo, combinado com seu desejo de verdade, o leva à rejeição de ideias comumente aceitas e a uma profunda desconfiança de generalizações e abstrações; também lhe mostra o caminho para uma exploração do único domínio que promete certeza: o dos fenômenos concretos e principalmente o fenômeno básico de seu próprio corpo e mente. Esse eu, com todas as suas imperfeições, constitui o único lugar possível por onde pode começar a busca da verdade, e é por isso que Montaigne, do começo ao fim dos Ensaios, não cessa de afirmar que “eu sou a matéria do meu livro.” Ele descobre que sua identidade, sua “forma mestra”, como ele a chama, não pode ser definida em termos simples de um eu constante e estável, pois é algo mutável e fragmentado, e que a valorização e aceitação dessas características é a única garantia de autenticidade e integridade, única forma de permanecer fiel à verdade do próprio ser e da própria natureza e não a aparências alheias.
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vflocatelli 06/05/2023

Simplesmente, montaigne
Terminei este livro, nunca na minha vida me identifiquei tanto com um autor, com uma pessoa (menos a parte da medicina). Ele escreve tudo que eu já pensei em 1600 e alguma coisa. Quero revisitar esse livro e minhas anotações sobre ele durante minha vida
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Matheus 02/08/2021

Um livro que serve como introdução a leitura do autor, uma coletânea muito bem selecionada dos quatro livros de ensaio, valeu a pena a leitura e a edição é muito boa, páginas amarelas e a fonte é de um tamanho bom.
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EduardoCDias 13/01/2021

Atual, só que não.
Livro surpreendente, pois esperava algo tedioso e aborrecido, mas é muito interessante. Montaigne, um nobre francês do séc. XVI é considerado o precursor dos ensaios. Fala sobre educação dos filhos, relações familiares, medo, solidão, idade... tudo sob o seu próprio ponto de vista. Interessante que dedica uma aversão e descrença à médicos e medicina. E tudo parece tão atual!
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caio.lobo. 21/08/2020

Por que não li Montaigne antes na minha vida?
Opinião, mudança de opinião, erros de opinião, inconstância, canibalismo, diferanças culturais, morte, sexo, impotência, erros médicos, maltrato aos animais, fé, educação, língua latina, aproveitar os pequenos prazeres e muito mais são os temas dessa edição condensada dos Ensaios de Montaigne (o "Ensaios" completo é muito maior que essa edição, mas com essa "pequena" edição já tive o gostinho de quero mais.

Percebemos a personalidade doce de Montaigne nos seus textos, sempre muito sinceros, elucidativos e longânimo. Parece realmente que ele conversa com a gente, nos aconselhando, desabafando, contando piada, botando dedo na ferida; imagine no século XVI já falar dos erros dos europeus que vieram ao Novo Mundo quando tentaram submeter populações. Aliás, Montaigne cita o Brasil, fala dos relatos que ouviu das maravilhas naturais e fala de nós brasileiros, os primeiros brasileiros que viviam aqui; Montaigne exalta a dignidade moral dos índios, que nunca pensam em torturar alguém antes de matar, assim como os espanhóis e portugueses faziam. O índios matavam e comiam os inimigos sem maltratar, mas o que dizer dos europeus que judiavam e matavam para nada...nem para comer a carcaça destruída. Esse ensaio sobre o Brasil inspirou Shakespeare a escrever sua peça "A Tempestade"; Montaigne, Brasil e Shakespeare unidos historicamente.

Outros pontos interessantes: a educação que seu magnífico pai lhe dá, fazendo com que Montaigne tenha como primeira língua o latim e só depois o francês, além de que seu magnífico pai botou ele para morar com os pobres algum tempo para aprender como é viver com menos e a saber a defender os pobres. Montaigne acha horrível o maltrato aos animais, vendo como uma atitude realmente desumana. Montaigne fala de sexo abertamente, fala que as mulheres podem ter os mesmo impulsos sexuais que os homens e que isso é natural e que podiam se satisfazer também; fala com tristeza de sua impotência sexual (um homem a frente de seu tempo por não se envergonhar por algo natural) e reclama da crueldade que uma mulher pode ter ao desprezar um homem por conta disso, mas também entende que a mulher fica entediada esperando a ação, mas para que reclamar? Todos os homens ficaram assim na velhice. Montaigne ri do seu pinto não ser tão grosso e que depois de velho piorou. Montaigne ri das pessoas que se acham sabichonas. Montaigne fica com raiva dos médicos que o privam das coisas boas da vida, tentando evitar a dor de uma doença com a perda do prazer; ele prefere aprender a suportar sua dor e poder saborear boas comidas, dormir tarde, se deliciar; pior quando o médico dá um remédio que para melhorar uma coisa piora outra.

Mas os pontos mais gostosos de ler para mim foi sobre morte. Montaigne ensina a aproveitar a vida e ensina a aproveitar a morte também, não adianta reclamar pois ela vai chegar. A morte e a motriz da filosofia, por isso para se viver bem precisamos pensar na morte, os conformamos com ela, além de se conformar com as doenças e fraquezas da velhice. E é melhor começarmos a pensar já na morte, para ela não nos pegar de surpresa, pois tem algo pior que receber a visita de alguém de repente e estar tudo bagunçado?

Montaigne realmente se torna um amigo da gente, ler seus Ensaios foi uma das melhores coisas que li nesse ano que para alguns foi fatídico por conta do Coronavírus, mas para Montaigne seria um ano que se deveria aceitar como ele é, e ele ainda aproveitaria para ler bons livros e ter boas conversas.
Douglas 16/09/2020minha estante
Muito boa sua resenha. Quisera eu, me retirar da vida pública aos 38 anos,pra me dedicar a leitura. ;)




Rogério Simas 17/06/2020

Reflexivo
O autor mescla vivências próprias, reflexões e trechos de obras literarias que considera pertinentes para sus argumentação

Uma ótima leitura
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Leony 08/01/2018

Raymond Sebond
A editora só deixou de lado o texto mais importante para Filosofia de Montaigne: Apologia de Raymond de Sebond.
Tainá Antunes 05/12/2019minha estante
Pelo que entendi essa foi a coletânea que o próprio Montaigne organizou




Júlio 08/10/2017

Nessa edição pela Peguin de Os Ensaios seremos apresentados a uma coletânea dos trabalhos de Michel de Montaigne, contendo 26 ensaios que abrangem os três volumes publicados na segunda metade do século XVI. A seleção é feita de forma a demonstrar a amplidão de assuntos tratados por Montaigne, objetivo alcançado com louvor. A vastidão de temas contidos nesses ensaios é ímpar: morte, velhice, dor, medo, virtudes, sexualidade, crueldade, prazeres etc etc. Porém mais importante que os temas é a abordagem do autor, sua forma extremamente pessoal e sincera nos permite não só saber sobre o assunto tratado, mas principalmente sobre seu autor.

A beleza de Os Ensaios é exatamente o fato de não ser um trabalho didático, uma simples coleção dos conhecimentos de Montaigne, mas sim a visão pessoal de um homem de personalidade inigualável. É importante ressaltar o quão complexo foi a pessoa por trás dos escritos, Montaigne traz seu humor e suas tragédias aos assuntos, nos situando em sua época e em seu espírito. O texto é rico em citações, não há economias pelo autor ao citar personagens como Cícero, Horácio, Plutarco, Virgílio, Santo Agostinho, Dante, Lucrécio entre tanto outros como forma de fixar seu ponto de vista ou simplesmente dar mais cor às suas idéias. Apesar do alto número de citações Montaigne foi um escritor de idéias próprias, seu ponto de vista não é uma mera colagem de seus escritores favoritos, mas sim uma conclusão crítica que ressoa junto aos seus predecessores.

Sem a estética única de Montaigne seus Ensaios seriam apenas motivo de curiosidade, sua forma de transmitir idéias torna a leitura em um diálogo entre o autor e seu leitor. É impressionante ver como um homem do século XVI mantém a mesma moral, e talvez ainda mais elevada, que muitos de nossos contemporâneos. Ensaios como "Sobre a educação das crianças" e "Sobre o arrependimento" são de uma lucidez incrível, e muito mais profundos e instigantes do que o título nos faz esperar. Destaque para os ensaios "Sobre três relações" e "Sobre versos de Virgílio" que foram meus favoritos entre tantos ensaios fantásticos. Muitas vezes o foco do ensaio não é tão claro ou bem estabelecido, nesses é onde o charme do autor se faz mais ofuscante, suas anedotas são deliciosas e sua forma de julgar as ações de seu tempo deveriam ser o exemplo e o molde que deveríamos tomar antes de chegarmos à uma conclusão.

Como dito por Auerbach na introdução do livro, Os Ensaios não são um trabalho de filosofia e nem de importância para qualquer disciplina que seja, são textos feitos por um leigo em todos os assuntos e para um público que não existia. No último ensaio da coletânea, "Sobre a experiência", Montaigne diz: "Estudo a mim mesmo mais que a outro assunto. É a minha metafísica, é a minha física", a máxima de um homem que ao tentar entender seus pares percebeu que é primevo entender a si, e os ensaios foram o veículo pelo qual ele atinge essa meta.
Douglas 24/04/2020minha estante
gostei muito. Obrigado.




IvaldoRocha 31/03/2017

Uma leitura que vale muito a pena.
Montaigne é considerado por muitos como o inventor do gênero literário ensaio
Após seu nascimento seu pai o entrega a uma ama de leite residente em uma cidade vizinha, só voltando para a casa dos pais após os três anos, segundo Montaigne o fato de ter sido criado em uma família de condições inferiores as suas evitou que ele tivesse sido criado, nos seus primeiros anos com excesso de regalias. Isso serve para mostrar a maneira como ele vai avaliando todas as fases de sua vida, desde o início até sua velhice, e a maneira como vai encarando os valores e as coisas que o cercam.
Aos 38 anos se retira da vida pública e se dedica a ler e estudar os livros de sua biblioteca, então começa a escrever os ensaios, onde fala sobre tudo, desde a criação dos filhos, as guerras, sobre os vícios, sobre as orações, sobre a forma como as mulheres eram educadas, sobre crueldade, arrependimento, etc.
Achei bastante curioso e divertido quando ele escreve sobre a velhice e a maneira correta de encará-la e sobre a medicina, arte ou ciência da época da qual ele nada acreditava. Em algum momento ele escreve que se você não ficou satisfeito com o que o seu médico lhe disse, não deve se preocupar, pois com certeza você irá achar outro médico que irá satisfazê-lo.
Não sei se é um livro que todo mundo leria do começo ao fim em uma tacada, achei mais interessante e divertido ir lendo partes, enquanto lia outros livros. Sempre reservava um pedaço de hora para ler mais uma parte dos ensaios. Acreditem apesar da distância cronológica, muito do que foi escrito por Montaigne ainda é bastante avançado para os dias de hoje, se você pensar na época em que foi escrito então ele foi revolucionário. O livro chegou a fazer parte do ÍNDEX (lista dos livros proibidos pela Igreja Católica), não por questões teológicas, mas pela maneira, considerada obscena, de como ele encarava e discutia alguns assuntos.
Em uma viagem que faz a Rouen acompanhando a corte francesa, após a recuperação da cidade que estava em poder dos protestantes franceses (huguenotes) Montaigne encontra os Índios canibais do Brasil (França Antártica), Índios da tribo Tupinambá, Montaigne reclama do interprete que acompanhou o encontro, que segundo ele deixava muito a desejar, o que impediu que Montaigne pudesse aprofundar o entendimento sobre o assunto. Montaigne sempre criticou a maneira como os espanhóis exploraram os índios da América.
Douglas 16/09/2020minha estante
Ótima resenha. Estou curtindo muito a leitura por aqui.




Lista de Livros 08/03/2017

Lista de livros: Os Ensaios – Michel de Montaigne
“A posição de um homem que mistura a devoção com uma vida execrável parece ser bem mais condenável que a de um homem coerente consigo mesmo e inteiramente dissoluto.”
*
“O Livro Sagrado dos mistérios de nossa fé não é estudo para todo mundo: é estudo para pessoas que a isso se dedicaram, que Deus chama para tal; os maus, os ignorantes tornam-se piores com isso.”
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“Nenhum vento serve para quem não tem porto de chegada.”
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Mais em:
http://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2017/02/os-ensaios-uma-selecao-parte-i-michel.html
e:
“Tenho tamanha queda pela liberdade que se alguém me proibisse o acesso a algum canto das Índias eu viveria de certa forma menos à vontade.”
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“Um homem pode ter sido extraordinário no mundo e sua mulher e seu criado nele nada enxergarem de, pelo menos, digno de nota. Poucos homens foram admirados por seus domésticos. Ninguém foi profeta não só em sua casa mas em seu país, diz a experiência das histórias.”
*
“Nós, principalmente, que vivemos uma vida interior que só está à mostra para nós, devemos ter estabelecido um modelo interior que seja a pedra de toque de nossos atos, pelo qual ora nos lisonjeamos, ora nos castigamos. Tenho minhas leis e meu tribunal para julgar a mim mesmo, e a eles me dirijo mais que a outro lugar. Restrinjo minhas ações em função dos outros, mas só as estendo em função de mim. Só vós é que sabeis se sois covarde e cruel, ou leal e devotado: os outros não vos veem, adivinham-vos por conjecturas incertas; veem não tanto vossa natureza como vossa arte. Por isso, não confiais em sua sentença, confiais na vossa.”
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Mais em:

site: http://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2017/02/os-ensaios-uma-selecao-parte-ii-michel.html
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Cristiano.Vituri 13/04/2016

O que é o homem?
Mais uma surpresa boa, na lista dos 100 melhores livros - https://100livrosem1ano.wordpress.com/100-livros-essenciais-da-literatura-mundial-revista-bravo/ - Dizer que Montaigne está atual e parece que conversa com o leitor é clichê, apesar de ficar impressionado com um trecho que prevê o mundo digital de hoje, principalmente o Facebook: " Há mais trabalhos em interpretar as interpretações do que em interpretar as coisas: e mais livros sobre os livros do que sobre outro assunto: não fazemos mais que glosar uns aos outros. Tudo fervilhar de comentários, mas de autores há grande escassez".

O gênero criado pelo autor, os ensaios, são várias considerações sobre toda a vida e sobre a reflexão da vida, baseado em vários autores classicos e em suas proprias experiencias Montaigne nós revela nossa propria alma, e assustadora ao se ler em pleno 2016. Apenas não recomendados para médicos (rs).
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