Grotão do café amarelo

Grotão do café amarelo Francisco Marins




Resenhas - Grotão do café amarelo


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Adilson25 26/06/2023

?Na hora de Tomar café
É o café Seleto
Que a mamãe prepara
Com Todo Carinho
Café Seleto Tem
Sabor Delicioso Cafezinho gostoso... (...)?

Acabei de ler: ? GROTÃO DO CAFÉ AMARELO? ? Francisco Marins ? 1° Edição ? 1964 ? 296 páginas - Melhoramentos.
O Segundo volume de um romance histórico de uma saga de quatro. Primeiro- Clarão da Serra ? 1962; terceiro - ... E a Porteira Bateu !. 1968 ? Atalhos Sem Fim ? 1986 é o último.
Francisco Marins (1922- 2016) já era um escritor consagrado quando publicou essa série. Mas antes, muitos dos seus livros possuíam uma temática infantil e juvenil, capaz de prender o leitor do começo ao fim, com uma linguagem simples que mistura ficção e realidade de fatos históricos com a maestria dos grandes escritores como José Mauro de Vasconcelos e Guimarães Rosa, trazendo as coisas simples do campo e da vida interiorana.
Escrito em dez capítulos, mas poderia ser mais. Em muitos momentos parece ? nos que estamos assistindo uma novela ? Das Seis?, essas que a TV Globo faz muito bem.
Seguindo uma ordem cronológica, o livro retrata o início do apogeu das plantações do café no final do século XlX, mas precisamente 1889-1904. Com isso, os conflitos da época como a Guerra da Armada que mais tarde desemboca a Revolução Federalista são panos de fundo para uma trama que tem como cenário uma cidade fictícia chamada Santana, onde jornalistas e políticos se debatem e travam suas lutas.
Desde a expansão Ferroviária no noroeste do Brasil até questões sobre o fim da escravatura em 1888, criam um ambiente que mais tarde confluem para decadência das grandes Fazendas de café. O Café amarelo é um grão em alta e uma inovação para as plantações e trazia muitos benefícios para os novos assentados, agora não mais escravos e sim colonos como os italianos e os bugres locais, que davam força a essa nova monocultura. Mas e depois? Como o café entrou em crise?
O livro procura responder essas perguntas, revelando os erros cometidos pelo Estado e por quem mais deviam zelar por essa riqueza no Brasil. Uma crise que atingiu a região do Vale do Paraíba e Vale Histórico como : Bananal; Areias; Lorena; Taubaté e mais tarde chega às terras roxas do noroeste paulista.


Seus personagens vivem como podem, se alegrando com festas típicas do interior, com seus usos e costumes frente a uma nova geração tecnológica que se forma no início do século XX.

Manequinho e Damião são esses personagens que de forma violenta e trágica escreve uma história cheia de dor e desesperança.

Mas o leitor terá que ler o livro para descobrir suas sagas e seus dramas. São várias histórias que entrelaçam entre si e vão dando escopo ao romance escrito na 3ª Pessoa , algo difícil de fazer, é preciso ser um mestre na arte da escrita e Marins conduz de forma elegante, usando uma linguagem simples e cabocla daquele período. Aos poucos, o leitor vai torcendo pelos personagens e participa junto com esses desbravadores que ajudaram a construir o Brasil.

Quem viveu a sua meninice dos anos 70 sabe o que era entrar em um cinema para ver um filme e, antes da sessão começar, via-se um grupo de crianças por volta do seis a oito anos de idade de mãos dadas descendo uma plantação de café cantando um ?single? da empresa Café Seleto. Todos em coro e felizes como só as crianças sabem ser.

Ainda hoje, tomamos nosso cafezinho gostoso e não temos a mínima ideia de quem foram os primeiros exploradores e agricultores dos grãos que já valeram ouro no Brasil. Quem foram os Barões do Café que abandonaram suas fazendas e deixaram no nosso paladar um aroma de terra e sangue.
Francisco Marins (escritor, jornalista e advogado de Pratânia ? SP) sabia disso, por isso ele tem muito a nos contar.

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Adilson Vaz dos Reis
Junho de 2023
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