Wagner 05/07/2022
Anjos do Senhor
É verdade que depois Santos Dumont, também brasileiro sensato, subiu aos ares com a intenção de saber onde levava o nariz e resolver a dirigibilidade dos balões. E de fato: mesmo quando mais pesado que o ar, levou o dito nariz onde muito bem quis. Mas nós outros... não sei não. Me parece que preferimos o anedótico destino de Gusmão, que subiu sem saber onde que iria parar. É exatamente o caso da valorização do café que beneficiou a América Central, e de todos nós, oh, todos, brasileiros natos, gente pesada que vive no ar e não sabe mesmo nada onde que vai parar.
Qual o quê: jamais que iremos devagar com a nossa mesa!... Não temos interesse pelo nosso destino; o que nos entusiasma é a nossa predestinação. Dê a ciência aviatória no que der, caia o Brasil em que mares encapelados cair, o que nos dirige é a predestinação aviatória que faz com que nos imaginemos uns águias. Quando somos apenas uns borboleteantes anjos do Senhor.