Glória de um Covarde  (Clássicos Ilustrados)

Glória de um Covarde (Clássicos Ilustrados) Stephen Crane




Resenhas - O emblema vermelho da coragem


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Sena 18/04/2024

Não romantização de uma guerra.
Guerra Civil americana. Lado do exército do Norte. Esse é um livro de sensações, pensamentos e descrições de um jovem soldado em seus primeiros dias de luta. Conta seu medo antes da primeira luta, sua fuga, seu arrependimento e sua volta ao exército e a recuperação de sua honra ao lutar nas batalhas subsequentes.

Aqui suas dúvidas, o nacionalismo exacerbado, as motivações, a luta para se tornar um herói de guerra e ao mesmo tempo se dando conta o quanto cada um ali é irrelevante como pessoa e algo importante que o livro retrata é a não romantização de uma guerra.
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Gabrielli 18/02/2024

Os efeitos psicológicos da guerra
É um livro interessante, com descrições bem visuais da guerra. Foca especialmente no dilema de um novato, que descobre a sede pela morte que tem em cada homem. Bom, mas esperava um pouco mais.
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Pisi14 30/08/2023

Sensibilidade em meio ao caos
O autor é muito polido com as palavras e sabe retratar de maneira objetiva cenários e diálogos, adicionando toques de sensibilidade e humanismo diante do conflito apresentado

Este livro antecipa Nada de novo no front por ser uma leitura que vai contra aquele discurso de romantização da guerra, pintando nela quadros de realismo onde não há tempo para discursos épicos nem sentimento de nobreza e sim a realidade crua e mesquinha da batalha
QUEIJO460 30/08/2023minha estante
Parece ser muito interessante.




Marcos606 03/04/2023

Considerado uma obra-prima por sua representação perspicaz da guerra e da turbulência psicológica de um soldado, seu autor, Crane tinha 25 anos e não tinha nenhuma experiência pessoal de guerra quando escreveu o romance.

O primeiro romance de guerra moderno já que, único para a época, conta a experiência da guerra do ponto de vista de um soldado comum. Henry Fleming está ansioso para demonstrar seu patriotismo em uma batalha gloriosa, mas quando a matança começa, ele é dominado pelo medo e foge do campo de batalha. Ironicamente, ele recebe seu “distintivo vermelho de coragem” quando é levemente ferido ao ser atingido na cabeça por um desertor. Ele testemunha a morte horrível de um amigo e fica furioso com a injustiça da guerra. A coragem dos soldados comuns e as agonias da morte o curam de suas noções românticas. Ele retorna ao seu regimento e continua lutando com verdadeira coragem e sem ilusões.
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Zé - #lerateondepuder 23/03/2023

Quando o homem é colocado à prova do sacrifício de sua própria vida, como é que, realmente, deve reagir?
Quando o homem é colocado à prova do sacrifício de sua própria vida, como é que, realmente, deve reagir? Seria condenável a aquele que se predispõe a integrar uma fileira de um exército e, logo à exposição do pipocar de balas e das primeiras mortes a seu lado, desesperar-se, recuar individualmente da frente de batalha, ou seja, desertar para salvar apenas a sua própria vida?
É desse dilema que o livro “O Emblema Vermelho da Coragem”, também nominado como “A Glória de Um Covarde”, em algumas edições, por conta de uma reconhecida adaptação ao cinema, cujo título original é The Red Badge of Courage, se predispõe a entreter seus leitores.
Esse romance naturalista americano escrito por Stephen Crane e publicado no ano de 1895 teve uma excelente aceitação pela crítica, a ponto de ser prefaciado pelo nobre Joseph Conrad, autor do aclamado clássico “Coração das Trevas”.
Conrad destaca “Ali estava um artista, um homem que, se não tinha experiência, tinha inspiração, uma pessoa intuitiva, com o dom de representar o mais significativo na superfície das coisas e com um olhar incomparavelmente penetrante para as emoções primitivas, e que, para nos mostrar a imagem da guerra, sondara profundamente seu próprio peito”.
Muito embora a obra se dedique a ressaltar com toda precisão as cenas de guerra, curioso é o fato de que seu autor nunca tenha participado de qualquer combate, exceto por ter coberto, com jornalista, o conflito greco-turco (1897) e, um ano depois, o hispano-americano. Crane, também poeta, a despeito de ser reconhecido como grande escritor americano, acabou empobrecido e internado em um sanatório na Alemanha, onde morreu apenas com vinte e oito anos, vítima de uma tuberculose.
A trama se concentra no cenário da Guerra de Secessão ou Guerra Civil Americana, quando o jovem Henry pensa em se alistar, por ler muito sobre marchas e confrontos armados, idealizando que, quem dos combates participa faz grandes feitos, deixando uma marca de glória na história. Em sua cabeça, pintava quadros imensos de cores extravagantes, cheios de façanhas espantosas. Como jovem, sentia crescer em seu íntimo, a força necessária para o desempenho dos grandes feitos de armas.
O que Henry imaginava é que, talvez, não houvesse combates sangrentos, o que foi desmistificado ao se alistar e, muito rapidamente, se deparar com os horrores dos primeiros entraves. Entre balas assobiando pelas árvores e pessoas atingidas, contorcidas em posições inimagináveis depois de alvejadas pela artilharia, vendo muitos de seus companheiros, simplesmente, fugir dos pavores, o protagonista se choca com a realidade e passa a viver o grande dilema: morrer combatendo ou fugir para tentar viver.
De alguma forma não tão nobre, Henry irá obter a sua medalha e marca de sangue tão procurada, embora com a certeza de que as batalhas eram máquina terríveis de produzir cadáveres, na prática. Como ele, muitos de seus compatriotas deveriam estar imaginando que colocariam seus nomes no panteão da glória por seus feitos, quando a história só figuraria algumas poucas personalidades insignificantes, na verdade. Deixar seu emblema de sangue, seria pouco relevante, então.
Embate retratado entre homens de duas cores, os cinzas conhecidos por Confederados e os azuis por Yankees, é detalhada em precisão do terror dos combates, sendo descrita com um linguajar que beira à dignidade. É uma forma inusitada de apresentar parte do conflito mais importante da história dos EUA, a grande disputa marcada pelas diferenças políticas e econômicas entre as regiões Norte (industrial) e Sul (agrária).
Em uma boa reflexão entre bravura e falta de coragem, como consta na introdução do livro escrita por Gary Scharnhorst, Crane era, até mesmo, confundido como um veterano da guerra civil, mas tinha nascido seis anos após o armistício e havia colhido a ideia da ferocidade do conflito, em um campo de futebol americano, o que não o impediu de ser reconhecido por seu realismo colhido apenas entre os relatos dessa disputa sangrenta.
Um livro de escrita leve, narrado em terceira pessoa e no ponto de vista do protagonista, por vezes com seus pensamentos íntimos e outras tal qual observasse tudo de fora, foi lido para essa resenha, uma edição da Penguin - Companhia das Letras, apresenta apenas 216 rápidas páginas que fluem bem.
Por fim, é uma boa leitura para encarar a opressão dos conflitos armados, com um olhar mais humanista, que, de forma naturalista, procura retratar a natureza no campo de batalha, além do aspecto vil da guerra, do medo e da vergonha, quando não se encontra a coragem necessária para encarar, de frente, a morte quase certa.

site: https://linktr.ee/prof.josepascoal
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Nath 24/05/2022

Enfrentar os medos é realmente viver
Enfrentar nossos medos nos faz se sentir melhores que fugir deles e ter a sensação de proteção. Nos proteger demais nos destrói. A sensação de enfrentar os medos nos faz sentir a vida.
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IvaldoRocha 17/09/2018

E então você irá descobrir o que é “O Emblema Vermelho da Coragem”.
Este não foi o primeiro romance de Stephen Crane, lançado em 1895 quando o autor tinha 22 anos, foi um sucesso imediato e lhe trouxe a fama desejada, embora Crane venha a morrer poucos anos depois.
Henry Fleming é um jovem fazendeiro de Nova York que se alista e parte para guerra, contrariando a vontade de sua mãe. Na busca de honra e glória, Henry se vê na companhia de soldados tão inexperientes quanto ele, que aguardam ansiosos a hora da primeira batalha e passam o tempo imaginando o quanto valente realmente serão e os atos heroicos que irão realizar.
O detalhamento e a escolha minuciosa das palavras, chama a atenção neste romance. Considerado um dos primeiros romances a retratar a realidade da guerra do ponto de vista de um soldado. As batalhas, os sentimentos de medo e desalento, quando da percepção do soldado de sua insignificância diante da máquina da guerra, não necessitam ser longas ou enfadonhas, pois são precisas. Isso fez com que as pessoas julgassem o autor uma pessoa mais velha, que já tivesse participados de batalhas. Na verdade, Crane viajou até a Virgínia e lá entrevistou veteranos de guerra. Contam que ele voltou da viagem de galochas, pois tinha destruído as solas do único par de sapatos que tinha, na andança atrás de suas entrevistas.
Depois que a maioria das pessoas conheceram a realidade de Crane, alguns críticos passaram a zombar da sua coragem, uma vez que nunca tinha participado de uma batalha embora as tenha descrito com tanta intensidade. Isto fez com que Crane se tornasse correspondente de guerra. Há quem diga que este é um exemplo de que a vida imita a arte.
O Romance foi adaptado para o cinema por John Huston, em 1951, com o título “A glória de um covarde”.
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jota 01/08/2013

Um jovem sonhador
O episódio bélico a que o subtítulo de O Emblema Vermelho da Coragem faz referência - “Um episódio da Guerra Civil Americana” - é, logicamente, a Guerra da Secessão (1861-1865), em que os soldados nortistas (os federalistas, ou yankees) combateram os sulistas escravocratas (ou confederados), lutando pela unidade dos Estados Unidos, fato que se deu sob a presidência do abolicionista Abraham Lincoln (1809-1865).

Mas o livro é mesmo sobre o jovem e inexperiente soldado Henry Fleming, idealista e sonhador, que, cansado da rotina da fazenda em que trabalhava, esperava encontrar nos campos de batalha soldados praticando grandes feitos e elevados atos de coragem, dos quais ele também pretendia ser protagonista.

Mas uma guerra não é bem isso, é feita de sangue, suor e lágrimas, o jovem vai aprender. E uma guerra também é feita de covardia e medo, como o próprio Fleming vai ter oportunidade de demonstrar num episódio desprovido de bravura ou coragem – ele vai ficar marcado com o “emblema vermelho” que perseguia mas não exatamente como pretendia.

O livro de Crane é considerado um clássico da literatura americana e deu origem ao filme dirigido por John Huston em 1951 (que no Brasil se chamou A Glória de Um Covarde; título que entrega um pouco o que se passa com Fleming). Essa filmagem resultou num outro livro (já considerado um clássico moderno do jornalismo), Filme, de Lillian Ross, também editado pela Companhia das Letras.

Tempos atrás li o livro de Ross, vi depois o filme de Huston e faltava ler O Emblema Vermelho da Coragem, que traz, de quebra, Apresentação, por Joseph Conrad (autor de No Coração das Trevas), amigo e admirador do autor, e Introdução, por Gary Scharnhorst, um especialista na obra de Stephen Crane. Muito útil e interessante esta edição Penguin-Companhia.

Lido entre 25/07 e 01/08/2013.
Elomar 28/08/2019minha estante
Muito boa a sua resenha. Eu tomei conhecimento do autor através de um conto do Rubem Fonseca, que está no livro "Romance Negro e Outras Histórias", se eu não estou enganado, o conto, é um diário falso do Joseph Conrad.




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