CAMINHOS DO MEDO

CAMINHOS DO MEDO Ademir Pascale...




Resenhas - Caminhos do Medo


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Luiz 09/01/2010

Fraco
Lançado em agosto/2008, Caminhos do Medo reúne contos de autores iniciantes, muitos deles publicando pela primeira vez. Poderia ser uma antologia com grandes promessas para a literatura brasileira de horror, mas muitas das 38 histórias publicadas caem no lugar comum, sendo raras as oportunidades de vermos bons candidatos a mestres da escrita.



De minha autoria temos O Último Choro, em que me baseei no início de um conto de J.J. Veiga para criar minha própria história de lobisomens. Acho que teria ficado melhor se o editor aprovasse o final original, em que — sugestivamente —uma alcatéia chacina toda uma vila. Mas de qualquer forma, não está entre meus textos favoritos, já que lhe falta humor.



Aliás, humor é algo que falta à maioria dos autores desta coletânea. A não ser em casos raros em que se faz bom uso dele ("A Estáuta", de Marcelo Pirani, e "A Mosca", de Chico Anes), os novos escritores de horror têm a mania de recriar universos estéticos muito semelhantes aos dos filmes da moda deste gênero, como se Jogos Mortais ou O Albergue fossem produções inspiradoras para bons contos. E o pior: levando-se totalmente a sério.



Não que alguns dos autores não tenham seus bons momentos. O próprio "A Mosca", ou então "A Ponte do Diabo", de Frodo Oliveira, poderiam ser belas gemas representativas desta geração, caso tivessem sido trabalhados com mais cuidado.



E se os melhores contos do livro contêm problemas, o que dizer dos piores? Até mesmo erros de digitação podem ser encontrados em alguns deles, sem mencionar que há casos de escritores que provavelmente nem procuraram o significado de certas palavras no dicionário, e as inseriram no texto apenas porque soam “sinistras”.



Como não rir de passagens como “...tinha a pele translúcida de um corpo insectóide...”? ou então de “...pairava sobre os dois, a poucos centímetros da cabeça dela, uma criatura profana, imunda em sua mais pura essência...”, ambas extraídas de "Entre Sombras", de André L. Pavesi?



Parece que são poucos os acertos de linguagem, com textos figurando entre o vulgar demais (“Ele sentiu o pau endurecer” – Sabedoria Popular, de Márcio Benjamin) e o exageradamente rebuscado (“A derradeira manifestação fez com que desatássemos a rir convulsivamente, enquanto Rimbaud ladrava desatinado” – A Volta do Cão, de Leonardo Grasel).



Também não me desce essa insistência de chocar o leitor com a descrição de cenas de violência explícita — quando estas vêm de forma totalmente gratuita — e a constante preferência por nomes próprios estrangeiros, como se não fosse possível criar uma história de terror brasileira.



No geral, poucos autores conseguiram dar boas abordagens aos seus contos. Acredito que se o leitor sujeita-se a entrar em um pesadelo, este deve ser agradável. É um belo paradoxo, mas é isto que os bons escritores de horror conseguem, como um vampiro que usa seu charme para ser convidado pela própria vítima até a casa dela, e em seguida lhe crava os dentes no pescoço, enquanto ela se regozija de prazer.



Caminhos do Medo pode até ser considerado um bom livro, se você for um adolescente com pouca bagagem cultural. Mas no geral, ainda falta à maioria dos autores presentes na obra uma grande lição que os maiores escritores podem nos dar: as melhores histórias não estão nos livros, mas na vida! Se vamos escrever, que sejam histórias nossas, e não aquelas que já foram contadas pelos outros. E infelizmente ainda há muito horror na vida real.



E afinal, por que diabos a autoria da obra é creditada como "Ricardo Delfin, Edson Rossato, Ademir Pascale, Danny Marks e outros"? Qual é o autor desses 4 que possui um grande nome no cenário nacional para receber esse destaque? A qualidade dos contos não é justificativa: a não ser o de Ricardo Delfin ("Estação Averno"), que é um dos melhores (o que não significa muito), os trabalhos dos outros são extremamente irregulares. "Apenas Árvores", de Danny Marks, é definitivamente um dos piores de todo o livro.



É com toda a sinceridade de um autor que participou do livro e, acima de tudo, com a franqueza de um leitor que AMA contos, que eu não recomendo estes!
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Suellen-san 28/07/2011

O livro é bem assustador.
O livro é bem assustador. É sim. Em alguns contos você tem a sensação de que algo irá acontecer com você naquele momento já que são 41 histórias bem selecionadas para dar medo ao leitor. Juro que alguns contos eu cheguei a pensar se o fato foi mesmo real ou só mais uma história de ficção para assustar as crianças, pois a trama foi bem escrita e desenvolvida para o leitor sentir o friozinho na barriga.

Notei que um dos contos eu já havia lindo me outro livro de contos. Se não estiver enganada: Esfera de Edson Rossatto esta também disponível no outro livro que resenhei que é o conto de 2054. Recomendo ler esse conto.

Tentei... Sim. Tentei ler a noite e não foi bom, aconselho que siga mesmo a risca o que advertem na capa e a apresentação e ler a luz do dia. Se é verdade que o medo se apodera de você? Creio que só lendo para crer.

Se você tiver coragem de entrar na mente dos 41 escritores que são excelentes e se sobreviver para contar aos seus amigos leia. Se você é corajoso o suficiente para não olhar apara trás ou ver um vulto e grita a noite. Leia.

Só sugiro que tome cuidado. Pois nunca mais você verá o seu amado cãozinho como os mesmos olhos. Ou aquele menino ou aquela menina estranha da mesma forma. Ou andará sozinha a meia-noite. Ou investigar a vida do marido de um executivo. Ou ver coisas que nenhum ser humano viu na vida.

Se eu estou exagerando? Posso até estar, mas só lendo para crer. Se eu estou viva para contar a história é porque seguir as regras. Boa leitura aos corajosos!
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