A chave de casa

A chave de casa Tatiana Salém Levy




Resenhas - A chave de casa


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Arsenio Meira 06/11/2013

Ufa!


Após patinar por dois romances que me soaram ocos, a persistência deu-me um prêmio, que foi este "A Chave da Casa", da escritora Tatiana Salem Levy.

Ela maneja com impressionante leveza percepções pertinentes à temas nada leves: sobre a morte, sobre o amor, sobre o passado, conduzindo-nos por caminhos que, não obstante contraditórios, são sempre complementares.

Partindo de uma busca pelo passado familiar - impulsionada pela chave da casa do avô, na Turquia - a narrativa se desdobra em linhas que ora se cruzam, ora se mostram paralelas, num mosaico de episódios, de vidas e de lugares que convergem para a resposta da velha pergunta fundamental que há milênios sobrepaira acima de nossas cabeças: quem sou eu?

Neta de judeus turcos, nascida em Portugal e brasileira desde a tenra infância, a autora/personagem se vê em muitos espelhos, sem se sentir à vontade em nenhum deles. Judia, turca, brasileira, mulher, filha, amante: rótulos indefinidos que, nas mãos de uma escritora talentosa, viram um retrato que, de tão íntimo, torna-se quase que universal.

Talvez todos nós brasileiros, imigrantes, emigrantes, miscigenados, formados a partir de uma árvore genealógica sempre obscura e incompleta, no mínimo duvidosa, sejamos movidos pela mesma estranheza que permeia o livro. Vez ou outra imaginamos e percorremos becos em busca de nossas raízes, etiquetas e passaportes, na esperança de atar laços que nos permitam um certo reconhecimento.

Perguntamos sobre a vida de nossos pais, colecionamos relíquias familiares, olhamos álbuns de fotografias antigas que mostram como um parente distante tem nossa boca, nossos olhos, nosso sorriso. E se somos tributários desse anseio por encontrar um mapa geográfico íntimo, é porque andamos sempre à procura de uma casa cuja fechadura aceite nossa chave.
Renata CCS 07/11/2013minha estante
Parece-me uma obra para aqueles que gostam de uma literatura que realmente explora os sentimentos e pensamentos, e nos faz refletir sobre a condição humana. Imagino ser esta uma leitura fascinante!


Arsenio Meira 07/11/2013minha estante
Renata, é exatamente isso. Esses são os pontos nucleares do romance. Você acertou em cheio! a personificação da busca, interiorizada, e exteriorizada de uma identidade que nos permita perseguir viagem com mais vagar, pois saberemos para onde iremos voltar.

Eu havia acabado de ler dois romances que não me agradaram, e estava reticente com esse A Chave de Casa (é o livro de estreia dela e etc.)

Mas qual o que! Gostei demais e recomendo. Abraços


Renan 10/11/2023minha estante
Mas o pior é que esse é o primeiro romance dela, os outros dois é que não foram tão bons...




Renata CCS 19/12/2013

Fechando o ano com chave de ouro

Uma neta recebe do avô a chave da casa que ele deixou em Esmirna, na Turquia, antes de emigrar para o Brasil, e isto a impulsiona em direção ao passado e decide buscar em terras desconhecidas a própria história. É este o ponto de partida em A CHAVE DE CASA, o belíssimo livro de estréia de Tatiana Salem Levy. Mas o livro não é apenas a busca de suas raízes: ao mesmo tempo em que ela enlaça a busca de sua identidade, há o constante conflito amoroso, a doença e morte da mãe, as questões de migração e exílio com uma densa pitada política, a volta ao passado dos avós, enfim, é sobre amor, medo, memória, doença, sexo e sobre tudo o que importa na vida. Para cada uma é apresentada uma linha narrativa própria, de modo que as histórias são contadas paralelamente, sendo que todas se intercalam, mas seus enredos não são entrelaçados. Os capítulos se alteram de maneira desordenada e são maravilhosamente bem escritos, sejam com poucas palavras ou com passagens mais longas. Os “saltos” no tempo que compõem o relato são tão instigantes que devoramos o livro em poucas horas.

Apesar da narrativa em primeira pessoa, o livro não é autobiográfico: a escrita segura e talentosa de Tatiana usa o material de sua memória e o de sua família de forma criativa, sem a preocupação de narrar os acontecimentos em si, mas usando a carga afetiva destes acontecimentos para construir as várias partes de uma mesma mulher. A grande “sacada” da escritora é a maneira como ela conseguiu entrelaçar toda a narrativa, destruindo as fronteiras entre realidade e ficção, pois mesmo que indiscutivelmente a premissa seja real, a obra é desenvolvida de uma forma que não paramos para pensar no que é real e o que não é. É uma ficção que atrai, encanta e emociona, totalmente desprendida da veracidade dos fatos, docemente apoiada na veracidade dos sentimentos.

O livro é tão maravilhoso, tão bem escrito, tão seguro, tão carismático de se ler que nos encontramos na história com a narradora quando ela desfila épocas e personagens e, na tentativa de entender o seu presente, buscamos também o nosso.

Como é bom encontrar novos grandes autores na literatura brasileira!
Arsenio Meira 19/12/2013minha estante
E como é bom ler as suas resenhas! Estava na espera. É um baita romance, Renata. Você mandou ver. E há de ter gente que, impulsionada pelos seus dizeres, não hesite em mergulhar na leitura. Abraços


Paty 20/12/2013minha estante
Concordo com o Arsenio. Fiquei com vontade de ler novamente esta obra por causa de suas palavras!
É um livro muito carismático, extremamente maduro e seguro para um livro de estreia. Mais que indicado!


VICKY 20/12/2013minha estante
Este livro é sublime! Uma leitura inesquecível.
Uma (outra) resenha sedutora, Renata.


Mona 14/01/2014minha estante
Como é bom encontrar resenhas que nos instigam a procurar novos escritores! Adorei esta dica de leitura em suas palavras cativantes!


Luis 19/01/2014minha estante
Excelente resenha, Renata. Já tinha ouvido falar na Tatiana, sempre de forma elogiosa. Vou correr atrás do livro. Um abraço.


Renata CCS 28/03/2014minha estante
Mais que recomendado! Uma leitura inesquecível!




Nado 24/11/2021

Romance de estreia da autora brasileira Tatiana Salem Levy, que foi premiado com o Prêmio São Paulo de Literatura como o Melhor Livro de Autor Estreante 2008 e finalista do Prêmio Jabuti.
A trama gira em torno de uma personagem que narra toda a sua história. Ela é neta de judeus-turcos, tendo recebido de seu avô uma chave de sua antiga casa que fica na Turquia. Com o objeto em mãos ela parte para um país desconhecido, contando as suas descobertas e mesclando com fatos de seu passado.
Seu avô pede para que ela vá até Esmirna, com essa chave e que procure os seus parentes nessa antiga residência da família. Em meio ao passado e o presente e combinando realidade com ficção, a protagonista descreve a história que pode ser até considerada um conto estendido, mas que é exposta com muita intensidade em vários momentos que provocam o leitor.
Esta leitura foi uma agradável surpresa para mim. Confesso que fui ler essa obra sem nenhuma referência, apenas por indicação de um projeto literário, sendo positivamente surpreendido. A autora consegue narrar com muita propriedade, e como poucos, os extremos (ou próximos) sentimentos de amor e de dor que me deixaram comovido e com o coração agoniado.
Grato ao @eu_rafaprado pela curadoria do projeto ?Lendo Mulheres Nacionais?, que nos indicou uma leitura tão rica e que poderia passar despercebida por muitos, inclusive para mim.
Agradeço a @tatisalemlevy por ter escrito uma obra tão sensível, que conseguiu me tocar em muitos momentos. Com a narrativa da personagem em seu presente e em seu passado, pude reviver dores e medos que já fizeram parte da minha vida e pude refletir melhor em muitas apreensões que tenho no meu presente. Como eu disse a um amigo, eu gostaria de lhe dar um abraço sincero de imenso agradecimento. Obrigado por me proporcionar tantas reflexões.
Aline Michele 25/11/2021minha estante
A resenha me deixou com vontade de ler o livro


Nado 25/11/2021minha estante
É maravilhoso, depois me conta quando ler.




Bianca 21/05/2010

A chave de casa.
Este livro sangra. Fato.

Como foi dito em uma das críticas: "Tatiana Salem Levy escreve de uma forma tão bela quanto brutal".

O livro não é como os romances convencionais.

Imagine-se fazendo algo, tipo uma viagem (que é o que acontece no livro). Só que no caminho, e por todo lugar que você anda, você não para de pensar. E cada pensamento é registrado. As lembranças, os medos, as conversas que nunca existiram realmente com pessoas que já se foram, coisas da sua cabeça, culpas... Assim é o livro. Permeado por devaneios, todos sem ordem certa, assim como os pensamentos em nossa cabeça, que vão a todo momento, do passado para o presente.

Ele começa já começado e termina sem terminar. É um fragmento da vida. A vida de quem sofreu tanto e está começando a dar os primeiros passos, começando a acreditar que é possível a felicidade, ou pelo menos a calma, a tranquilidade.

É incrível. Recomendo.
Muito.
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Paty 05/12/2013

A chave de casa não é literatura de “mulherzinha”, é de mulher mesmo. Narrativa madura, calejada, que fala sobre a morte, sobre o amor, sobre o passado cheio de relíquias familiares.
Leiam!
Arsenio Meira 05/12/2013minha estante
É isso. É por aí. A concisão é uma arte.
Bjos


VICKY 16/12/2013minha estante
Este livro é magnífico!!




leiturasdabiaprado 07/09/2022

Não é uma leitura fácil, é um emaranhado de sentimentos e busca por si própria!
A história vai e vem e isso fica um pouco confuso em algumas partes...
A narrativa é forte, trata de temas pesados como a morte da mãe (que pra mim são as passagens mais marcantes do livro), de relacionamento abusivo e violento, de exílio, de busca de raízes, de início de vida em outro continente...
É um livro complexo e com uma pegada pulsante!
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anarontani 24/11/2021

eu gostei, maaaaas, senti falta de conclusões ?
ela intercalou várias histórias, núcleos, pessoas, tempos vividos?
ficou parecendo partes de diários ?

?amor não é para guardar, mas para espalhar.?
Dressa Lopes 20/01/2023minha estante
também senti falta disso.




Alexandre Kovacs / Mundo de K 17/05/2010

Tatiana Salem Levy - A Chave de Casa
Editora Record - 208 páginas - Publicação 2007.

O que surpreende nesta autora é a segurança e maturidade logo no primeiro romance, lidando com sua "autoficção" e estilhaços de memória em uma narrativa polifônica, bem ao estilo do mestre Lobo Antunes. A autora/personagem ganha de seu avô uma chave da casa em que ele morou na Turquia, antes de vir ao Brasil, e o pedido de que retorne à cidade turca de Esmirna para encontrar a casa e parentes judeus. A narrativa passa por épocas diferentes da vida da personagem: a chegada de seu avô ao Brasil, momentos dolorosos de seus pais durante a ditadura militar, o seu relacionamento intenso com um homem violento, a sua viagem à Turquia e a sofrida morte da mãe.

No parágrafo de abertura Tatiana deixa clara a responsabilidade que enfrenta por carregar a história de sua ascendência: "Escrevo com as mãos atadas. Na concretude imóvel do meu quarto, de onde não saio há longo tempo. Escrevo sem poder escrever e: por isso escrevo. De resto, não saberia o que fazer com este corpo que, desde a sua chegada ao mundo, não consegue sair do lugar. Porque eu já nasci velha, numa cadeira de rodas, com as pernas enguiçadas, os braços ressequidos. Nasci com cheiro de terra úmida, o bafo de tempos antigos sobre o meu dorso. Por mais estranho que isso possa parecer, a verdade é que nasci com os pés na cova. Não falo de aparência física, mas de um peso que carrego nas costas, um peso que me endurece os ombros e me torce o pescoço, que me deixa dias a fio – às vezes um, dois meses – com a cabeça no mesmo lugar. Um peso que não é de todo meu, pois já nasci com ele. Como se toda vez em que digo “eu” estivesse dizendo “nós”. Nunca falo sozinha, falo sempre na companhia desse sopro que me segue desde o primeiro dia."

Me identifiquei muito com os momentos de despedida da mãe, que sofre de uma doença incurável, passagens tristes e verdadeiras: "Você estava sentada no sofá com ar de derrota quando me aproximei e sussurrei em seu ouvido: não faz mal. Se tiver de mudar o mundo, iremos juntas. Não importa aonde for, faremos outro pacto e, se mais tarde for preciso, outro, e depois outro e outro. Faremos quantos pactos forem necessários, mudaremos de mundo quantas vezes nos exigirem, mas uma coisa é certa: minhas mãos estarão sempre coladas às suas."

Tatiana Salem Levy é escritora, tradutora e doutora em Estudos de Literatura. Publicou o livro A experiência do fora: Blanchot, Foucault e Deleuze (Relume Dumará) e contos na revista Ficções 11 (7 letras) e nas antologias Paralelos (Agir) e 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (Record). O romance de estréia A chave de casa ganhou o prêmio São Paulo de Literatura, autor estreante em 2008. A Chave de Casa foi publicado originalmente no primeiro semestre de 2007, em Portugal, pela editora Cotovia.
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Paula 31/01/2012

Intenso, apaixonado, doído. Li em uma outra resenha alguém dizendo "este livro sangra", e é isso mesmo. Depois de ler "Dois rios", o segundo livro da autora, li A chave de casa apenas para constatar que sim, é possível escrever cada vez melhor e com essa paixão que transborda do texto a autora certamente ainda escreverá muitos outros ótimos livros.
A Tatiana Salem Levy ganhou uma fiel e humilde leitora. Recomendo.
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Gabi 05/05/2021

Muitos temas e pouco aprofundamento
A chave de casa é o primeiro livro da escritora brasileira Tatiana Salem e ela começa sua carreira bem, já que o livro fui um sucesso entre as críticas.

O livro aborda vários temas como relacionamento abusivo, auto-conhecimento, ancestralidade, ditadura militar e, infelizmente, eu não senti um aprofundamento em nenhum deles. Apesar da escrita dramática, temas tão importantes ficaram apenas como relatos rasos da personagem principal.

Mesmo ao acompanharmos todos seus piores traumas, a protagonista não me gerou uma ligação emocional. A jornada que ela passa durante o livro, para fazer o leitor conhecê-la ao mesmo tempo que ela tenta se encontrar fica em segundo plano, não chega em lugar nenhum.

Senti que o livro é uma sucessão de histórias ruins da vida de uma pessoa. Inclusive tem uma cena de estupro muito pesada, que eu não estava esperando.

Apesar desses defeitos reconheço que é uma leitura rápida, muito fluida e pode agradar muitas pessoas.
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antuan_reloaded 04/01/2022

Abrindo o ano com chave de ouro
Decidi começar o ano com esse livro, principalmente, por causa do título. A metáfora da chave abrindo os caminhos para um novo ano me pareceu bem conivente. Porém, não só por causa disso, já havia adiado essa leitura desde a graduação, quando ouvi falar da Tatiana pela primeira vez e, confesso, não sei por que demorei tanto.
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Em "A chave de casa", somos convidados a conhecer a vida de uma mulher que, após a morte da mãe e o término de um relacionamento abusivo, se vê prostada inerte na sua cama acometida pela falta de esperança em continuar vivendo. No entanto, um presente dado por seu avô rompe esse estado, fazendo com que a personagem, e também na narradora, se aventura em buscas de respostas pelo seu passado e, consequentemente, o da sua família.
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O ritmo que a escritora impõe e a forma como o enredo se desenvolve é bastante cativador. São pontos que me chamaram bastante atenção. Não só isso, mas a forma como os vários momentos da vida da narradora são intercalados e se encontram no final. Além disso, há trechos que são puro lirismo e sem grandes descrições minuciosas, descobrimos muito da personalidade da narradora. Ótimo começo!!
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Rodrigo 26/11/2021

Amor ao extremo
Que escrita intensa! A autora consegue nos envolver em sua história repleta de amor, sexo e morte. Passear por três países em continentes diferentes foi incrível.
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Dandara 29/04/2020

A chave de casa
Primeiro livro que li da Tatiana e foi encanto ao primeiro contato. Leitura com vários destaques, texto profundo e tocante, repleto de reflexões. Recomendo!
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Letícia 21/11/2021

Gostei muito
Adorei descobrir essa autora e já quero ler tudo dela. Fui ler sem ver a sinopse mesmo, e me deparei com um livro com muitas memórias, dores, cicatrizes e reflexões. São capítulos que vão se alternando, uns relembram uma paixão intensa, dolorosa e marcante que a narradora viveu; outros relembram da mãe dela que morreu de câncer e por isso se encontra de luto, com muitas recordações familiares. Já outros capítulos são sobre sua viagem para suas origens Turquia e Portugal, a pedido do avô, que não sabemos se aconteceu mesmo ou foi imaginação, já que a narradora está em grande sofrimento dentro de casa. Nas viagens, ela lembra de seus ancestrais, reencontra memórias, na tentativa de se encontrar também e, portanto, encontrar uma chave que encaixe, um sentido. A escrita, além de fluida, tira um peso dos ombros da narradora, que precisa colocar aquela dor para fora. Sabe uma pessoa que precisa muito desabafar? Então, é um alívio poder escutá-la e assim se libertar de tantas dores guardadas.

"Quero apenas que tente enxergar as coisas como elas são, que acredite nessa viagem, que acredite que pode e merece ser feliz. Quero que entenda que não precisa ter a família nas costas, que pode se livrar do passado. Mas para isso não pode ignorá-lo: pelo simples fato de que você nunca o ignorou até agora e, por isso, precisa entendê-lo, precisa nomeá-lo. Já o nomeei: o passado se chama medo."

Vale muito a leitura!
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elainegomes 29/04/2020

Por quantas mãos se passa uma chave de porta? E por quantas vidas se passa gerações? A intenção do livro é linda, é triste, mas a construção do texto onde todos os personagens principais não são nominados trouxe dificuldade, e falta de intimidade, o fluxo de consciência narrativa e do próprio narrador interrompia o texto de modo desajeitado, termino o livro com a sensação que a chave e sua porta foi só um convite não explorado verdadeiramente.
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