Minha mãe se matou sem dizer adeus

Minha mãe se matou sem dizer adeus Evandro Affonso Ferreira




Resenhas - Minha mãe se matou sem dizer adeus


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Gabybadgirl 14/10/2020

É um livro intenso, perturbador e ao mesmo tempo comovente,o autor fala da morte com uma simplicidade poética,gostei também das citações que o autor colocou em cada começo de um capítulo,há citações profundas e que talvez esse livro não seja apropriado para quem tem depressão,pois pode gerar alguns gatilhos!

Temas difíceis como a morte,tem que ser retardado com muita cautela,somente algumas repetições de palavras me incomodou um pouco,porém era necessários na narrativa!

O protagonista é melancólico, solitário,tímido que nunca teve nenhuma perspectiva de uma vida feliz!

Uma frase que acredito que se encaixou perfeitamente na personalidade do personagem foi.

"Não adianta gritar para que me salvem. O acaso do deserto além da janela transforma os gritos no silvo do Minuano.Nao entendo por que estou só neste mundo em que o desejo de matar equivale ao desejo morrer."

Esse livro traz muitas passagens que vale a pena refletir sobre cada uma delas e de que forma elas podem fazer parte da nossa vida!
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Ferferferfer 03/05/2021

Angústia e lamentações
Não é um livro que você abre, folheia as páginas e lê direto. Ele necessita de um fôlego. Você precisa de um tempo pra digerir tudo o que se passa na mente do narrador, ou melhor, você só vai entender se se sentir confortável o bastante para aceitar o relato e a dor dele. A leitura é cíclica, pois a questão do luto imprime sensações que não acabam de um dia para outro, ao contrário, faz com que pareça ser o mesmo dia sempre. Nesse sentido, o livro retrata essa angústia muito bem.
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Wellington Ferreira 10/05/2014

Um livro perturbador e sereno ao mesmo tempo...
Olá pessoal!

O ato de tirar a própria vida, até hoje, independente da religião ou cultura em que o assunto é debatido, não é visto com bons olhos, pelo contrário, mesmo em países com costumes mais avançados, está atitude ainda gera um panorama de muita ignorância e preconceito quando é abordada.

Em seu último livro, o escritor Evandro Affonso Ferreira, aborda e discute esse assunto sob o ponto de vista de um cara que perdeu a mãe aos 9 anos de idade, que se suicidou.

Toda a história acontece em uma manhã chuvosa de domingo, onde o personagem-narrador-sem-nome, sentado à uma mesa de uma confeitaria, observa, entre uma xícara de chá e outra, o comportamento de vários clientes do lugar, chegando até a imaginar os seus pensamentos, fazendo com que ele interaja e converse com alguns de forma "telepática".

Ele também aproveita a vista que o lugar lhe fornece, para relembrar e rememorar algumas situações do seu breve convívio com mãe, que ele chama de mulher moleque. Além disso, o personagem, que também é escritor, aproveita para finalizar mais um de seus livros para logo em seguida poder dar cabo também da própria vida. Sendo essa a sua principal intenção desde que chega a este lugar.

O livro é extremamente melancólico e triste, eu o classifiquei como uma "propaganda negativa contra a vida", pois em boa parte dele, o autor expressa, por meio da voz do personagem, a sua insatisfação, tristeza e desilusão para com a própria vida e o futuro da humanidade.

Se você não gosta do tema, fique longe deste livro, no entanto, se quer ter um "choque de mente", leia-o, por sua conta e risco. Acho que a reflexão sobre a morte nele oferecida é no mínimo plausível de ser ponderada e explorada com mais profundidade.

Fica aí mais uma dica minha de leitura.

Um abraço,

Wellington Ferreira
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pimet800 06/03/2017

“Minha Mãe Se Matou Sem Dizer Adeus” é o primeiro livro da chamada “Trilogia do Desespero”, de Evandro Affonso Ferreira, autor de 72 anos, que anos atrás venceu o prêmio APCA por este título. Embora a trilogia possua uma identidade muito bem definida, que pende para o pessimismo devastador do ponto de vista do protagonista-narrador, e que trata frequentemente de temas como morte, loucura e solidão, os livros não são sequências diretas um do outro. Na verdade, os personagens, enredo e cenário, são diferentes entre si. O que eles têm em comum é o tom melancólico e a escrita recheada de ironia e de referências a obras de diversos autores. Deste modo, cabe ao leitor decidir a ordem em que vai ler os livros.

Em ”Minha Mãe Se Matou Sem Dizer Adeus”, o narrador está sentado em uma praça de alimentação imaginando o que se passa na cabeça de cada pessoa que passa por ali. Os pensamentos, em geral, são de tom pessimista. À medida que a história se desenvolve, o personagem revela informações sobre seu passado, sobretudo relacionado à infância, e sobre o que aconteceu com a mãe, tentando a todo momento compreender o motivo que levou a mãe a cometer o ato que dá nome ao livro.

O livro, apesar de curto, é denso e não facilita ao leitor, pois as referências não são explicadas nos mínimos detalhes. Cabe à curiosidade de cada um se aprofundar na leitura e ir buscar fora do texto o significado das referências.

Abaixo seguem alguns trechos retirados do livro que ajudam a compreender este intrigante universo de Evandro Affonso Ferreira:

1. Possivelmente a dor da morte é o conjunto das principais dores da vida inteira.
2. Estou triste; não porque vou deixar a vida; mas porque nunca estive nela.
3. Três senhoras decrépitas ali na mesa mais adiante conversam em hebraico; não sabem que sou o verdadeiro estrangeiro neste mundo.
4. (...) Não sabe que se atendesse meu pedido eu poderia quem sabe nesses momentos finais acreditar que existe vida antes da morte.
5. A vida é misteriosa; o reverso é possivelmente bem mais misterioso.
6. Não vai cortar jamais a teia da própria vida: vaidosos não se matam; medrosos também não.
7. Vida só é tolerável quando desligamos amiúde o pensar vivendo ao sabor do vento.
8. A vida é uma ferida que só cicatriza com a morte.
9. Existência fica mais pesada sobre os ombros de quem odeia.
10. Comentários à beira do caixão são sempre desprovidos de substância.
11. Vontade de sentar-me à mesa deles para contar a piada preferida daquele judeu sem Deus de Viena: marido se aproxima da esposa e diz: quando um de nós morrer eu irei para Paris.
12. Decrépitos sabem que a morte não chega caminhando — vem sobre Pégasus.
13. Viver é desequilibrar-se amiúde.
14. Já no início da adolescência ele meu pai me mostrou através da história que a religião é desde tempos imemoriais uma fonte viva de violência.
15. Meu nascimento foi um descuido: eles nunca quiseram ter filhos. Entendo: também não quero. Niilistas não deveriam procriar.
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eagorarenato 24/03/2020

As leituras tem sido mais difíceis esse ano. Motivos tantos. Essa foi amarga.
Anatomia do medo entrelaçando-se na anatomia da melancolia.
Livro inteiro acontece no último dia domingo chuvoso de narrador escritor.
Não conversa com ninguém, apenas lembra de infância com mãe moleca suicida.
É decrépito e observa passantes igualmente decrépitos e alguns jovens.
Livro amargo. A vida é ruim.
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@wesleisalgado 11/02/2021

Enfadonho in totum
Um escritor octogenário em uma visível casa de repouso/asilo, revê sua vida marcada pela suicídio da mãe quando tinha oito anos de idade.A escrita poética me incomodou demais, parecendo mais um dos escritos de Clarice Linspector ou HIlda Hilst, e todas as suas analogias de a vida ser ruim com um livro inacabado, foi bastantes cansativo para um livro de 128 páginas. Espero que os próximos livro do Evandro Affonso Ferreira sejam mais concretos do que abstratos, porque esse não me pegou.
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Rafael1146 02/03/2022

O que o livro tem de bonito, tem de arrastado e redundante. Escrita impecável, como é de esperar do autor, mas não espere nada além disso.
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Victoria.Olzany 03/04/2023

Velho escritor decrépito escreve sua obra póstuma de uma mesa-mirante de confeitaria em um templo moderno. É domingo. Chove choro. Ele vai morrer daqui a pouco.
Escreve algumas de suas memórias: sobre a mãe (que se matou sem dizer adeus), pai, e avó (que também se matou, mas deixando uma carta de despedida). Enquanto isso, observa os clientes e funcionária da confeitaria, e alguns dos passantes no templo moderno, com quem se comunica telepaticamente.
Suas memórias, observações, e diálogos se intercalam o tempo todo com reflexões sobre a velhice, e a vida que é ruim; ele sabe. Essas reflexões são muito marcadas por tristeza, melancolia, solidão, medo, medo da morte.
O livro é belíssimo, tanto no conteúdo, quanto na forma, que me chamou muito a atenção. A linguagem é estruturada de uma forma muito própria (há um uso bem particular da pontuação, e da própria estrutura narrativa, marcada por repetições - sinais de sua decrepitude, mas que também dão um ritmo interessante ao texto).
(Durante a leitura, imaginei um belo e sombrio monólogo na voz de Tarcísio Meira, kkk).
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Marcos 24/08/2011

Solidão à beira do fim
Um velho escritor, aos 80 anos, solitário, reflete sobre a vida na cafeteria de um shopping em um domingo chuvoso, que acredita ser o último de sua vida. Suas conversas são telepáticas, com a garçonete ruiva, os amigos judeus, a moça que se apaixona pela garçonete ruiva. O escritor retorna sempre para o grande acontecimento de sua vida, o suicídio da mãe e a saudade que nunca conseguiu superar. É o fim de uma vida infeliz, que não sabemos como foi; Evandro nunca nos deixa penetrar nesse mistério; conta-nos apenas lances de sua infância com mãe e com o pai que nunca amou. O fim para o narrador está próximo, mas apesar de tudo algo o prende a vida; talvez o medo do desconhecido, o medo da morte; talvez o desejo de observar mais um pouco e escrever; seu único refúgio.
Mais um autor que fogre de padrão nacional de exaltação da miséria e da " brasilidade" para tratar de temas universais como a dor de quem fica diante do suicídio de quem ama, da melancolia que pode ser a vida, e da morte: a única certeza que temos.
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Tânia Souza 28/04/2017

Uma história muito triste e ao mesmo tempo, divertida, irônica, de uma melancolia serena.

Uma leitura única.

A narrativa em prosa poética é belíssima e muito bem utilizada para as memórias e observações que aos poucos, nos são apresentadas. É muito interessante essa estrutura narrativa, eu não sei se a palavra correta seria armadilhas, mas foi assim que me senti como leitora, que o narrador nos deixa armadilhas, desarma e nos guia e de repente, muda o foco. São vários os sentimentos destecidos na narrativa: a solidão, a morte, o abandono, o amor, a vida, entre tantos outros, com uma linguagem que prende a atenção.

Merece diferentes leituras, pois vários pensamentos e falas do texto merecem um olhar atento, são ferinas, são verdadeiras, são ternas, são cruéis. Isso mesmo, eu ficaria horas apanhando frases e pensamentos desse livro;

Mas além dos fatos narrados, a metalinguagem é o que mais me encantou. Naquela manhã que parece infinita, ao buscar nas memórias e no olhar ao próximo a consciência e a consistência desses sentires, é a própria literatura que parece estar ali, oferecendo-se ao leitor com suas dores, ternuras, desafios e principalmente, solidão.

Um livro incrível.
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Victor 03/02/2023

Melancolia
Que experiência foi a leitura desse livro... que impactante. Com toda a certeza não compreendi em sua totalidade, mas senti.
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Luciano442 22/03/2024

Rebuscado
Um pouco cansativo mas muito bem escrito. Gostei das citações poéticas e da forma como ele citava e tratava a morte eminente para todos nós.
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albert4 09/01/2017

''Esse não-verei-nunca-mais-minha-mãe ou meu pai ou meu irmão é na infância o primeiro alerta de que a vida carece de uma certa nobreza — desde o princípio.''
O livro mais triste que já li. Possivelmente prosseguirá sendo o mais triste por muito tempo. O escritor-narrador é um senhor octogenário que não superou o trauma de ter perdido a mãe aos 9 anos de idade sem que lhe deixasse nada escrito de próprio punho — sem que lhe desse adeus. O narrador passa um domingo aparentemente infinito numa confeitaria escrevendo um livro (o livro em questão; trata-se de um livro dentro do livro, aquele lance que ocorre em O Caso Morel, do Rubem Fonseca) sobre seus mais de 70 anos de orfandade materna, alternando entre reminiscências premonitórias do suicídio da mãe, diálogos imaginários com as pessoas que ali estão e a sensação da iminência da própria morte. Evandro é dono de uma prosa vigorosa, arrebatadora e desestabilizante. Vai pra lista dos autores com os quais pretendo dialogar mais vezes.
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Dan 09/08/2018

Assustador e contagiante, ao mesmo tempo; irônico e triste, ao mesmo tempo; repudiador e atrativo, ao mesmo tempo.
Uma leitura que desperta as mais distintas emoções que se possa imaginar. Uma narrativa envolvente em teias sombrias e interessantes que pregam os leitores mais pessimistas e melancólicos. Talvés por identificação, pura curiosidade ou raiva. Como eu disse, muitas emoções são despertadas nesta leitura.

O autor consegue transmitir uma mensagem ofusca na qual precisamos mergulhar junto com ele em sua melancolia para alcançarmos a nitidez. Viajamos por águas irônicas, cruzamos mares tristonhos e velejamos por oceanos de pouca esperança. Metaforas são tão bem vindas nesta resenha como são na própria obra.

Acredito que a emoção maior em terminar este livro é a esperança. Bom, esta foi a emoção que mais me atingiu em toda a leitura. Talvez seja um amor platônico na qual o leitor acredite que tudo saia como ele espera.
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Lorenza.Borba 15/06/2020

Freud corre aqui
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