Wellington Ferreira 10/05/2014
Um livro perturbador e sereno ao mesmo tempo...
Olá pessoal!
O ato de tirar a própria vida, até hoje, independente da religião ou cultura em que o assunto é debatido, não é visto com bons olhos, pelo contrário, mesmo em países com costumes mais avançados, está atitude ainda gera um panorama de muita ignorância e preconceito quando é abordada.
Em seu último livro, o escritor Evandro Affonso Ferreira, aborda e discute esse assunto sob o ponto de vista de um cara que perdeu a mãe aos 9 anos de idade, que se suicidou.
Toda a história acontece em uma manhã chuvosa de domingo, onde o personagem-narrador-sem-nome, sentado à uma mesa de uma confeitaria, observa, entre uma xícara de chá e outra, o comportamento de vários clientes do lugar, chegando até a imaginar os seus pensamentos, fazendo com que ele interaja e converse com alguns de forma "telepática".
Ele também aproveita a vista que o lugar lhe fornece, para relembrar e rememorar algumas situações do seu breve convívio com mãe, que ele chama de mulher moleque. Além disso, o personagem, que também é escritor, aproveita para finalizar mais um de seus livros para logo em seguida poder dar cabo também da própria vida. Sendo essa a sua principal intenção desde que chega a este lugar.
O livro é extremamente melancólico e triste, eu o classifiquei como uma "propaganda negativa contra a vida", pois em boa parte dele, o autor expressa, por meio da voz do personagem, a sua insatisfação, tristeza e desilusão para com a própria vida e o futuro da humanidade.
Se você não gosta do tema, fique longe deste livro, no entanto, se quer ter um "choque de mente", leia-o, por sua conta e risco. Acho que a reflexão sobre a morte nele oferecida é no mínimo plausível de ser ponderada e explorada com mais profundidade.
Fica aí mais uma dica minha de leitura.
Um abraço,
Wellington Ferreira